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Direito Do Promitente Comprador Art. 1.225, VII Como surgiu o direito do promitente comprador? Surgiu da necessidade de proteger o adquirente do imóvel, quanto a entrega do bem, pactuando para tanto um contrato de compra e venda. O que vem a ser então um contrato de compra e venda? Contrato preliminar, cujo objetivo é garantir a aquisição de determinado bem através da compra e venda propriamente dita. Assim, uma vez pago o preço e cumpridas as condições, o comprador exige a entrega do bem, podendo reclamar a outorga da escritura definitiva. Qual a condição para o promitente comprador exercer seu direito? Celebrar promessa de compra e venda pública ou particular, sem cláusula de arrependimento, submetendo-a ao registro competente, em cartório de imóveis. Art. 1.417 CC Em que se transforma o promitente comprador para o vendedor? Converte-se em credor da obrigação de fazer, valendo-se da faculdade real de exigir do promitente vendedor, ou de terceiros, a outorga da escritura definitiva de compra e venda, mesmo que seja pleiteando judicialmente a adjudicação compulsória do imóvel. Art. 1.418 CC Direito de arrependimento Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado. Promitente Vendedor Promessa de Compra e Venda Transferência ficta da posse plena para o promitente comprador Espécie de contrato preliminar, bilateral e tem por objeto a prestação de fazer. OBS: permite que a promessa seja feita por instrumento particular, dispensando a escritura pública, que só será exigida para o registro definitivo. Promitente Vendedor Promitente Comprador MULTIPROPRIEDADE Assunto carente de regulamentação e de pouca divulgação entre os doutrinadores do direito. Conceitua-se como propriedade compartilhada, fracionada. Característica da Multipropriedade: Existência da diversidade de sujeitos, unidade de objeto e identidade quantitativa de cada titularidade. Todos os titulares gozam de igual direito de uso, gozo e disposição sobre o mesmo objeto ou bem, por períodos distintos. De que forma se manifestou a Multipropriedade? Estabelecida na propriedade, com integral direito de disposição, onde diversos detentores exercem domínio sobre o bem, em determinado período do ano, sem que um atrapalhe o direito de fruição do outro. É uma visão ousada da propriedade imóvel, com características próprias e singulares, onde o elemento “tempo” exerce grande distinção da propriedade tradicional, devido seu titular exercer seu direito unicamente durante o período pelo qual adquiriu o exercício temporário. De acordo com Orlando Gomes: "a propriedade é um direito de duração ilimitada não comportando, a princípio, condição resolutiva ou termo final. Por sua própria natureza, é de regra, direito irrevogável". Cabe exceções?? Sim. O principio da irrevogabilidade do direito cabe propriedade temporária. Assim como o termo funciona como elemento definitivo e restritivo do domínio, tem-se na multipropriedade um direito delimitado no tempo, onde não se perde a propriedade, mas limita-se o domínio a medida temporal contumaz. Veja: No caso da multipropriedade, cada um dos titulares exerce pleno domínio sobre o bem em períodos do ano pré-determinados. É o que se chama de time sharing, quando os adquirentes têm a propriedade sobre unidades de tempo. Logo, contam com o direito de utilizar o bem por quantidades de tempo pré-fixadas. Para Gustavo Tepedino, os poderes do multiproprietário decorre, “do respectivo direito subjetivo como um direito de propriedade pleno, absoluto e perpétuo, cujo exercício se expressa em períodos anuais, limitados e recorrentes". Dessa forma na multipropriedade, o termo não se refere a vida do direito e sim ao seu exercício, sendo perpétuo em relação a sua duração, mas recorrente a determinadas épocas do ano acordada entre as partes. PROJETO DE LEI SOBRE A MULTIPROPRIEDADE: Projeto de Lei nº 54 de 2017, em tramitação no Senado Federal tem como objetivo disciplinar essa modalidade de negócio, estabelecendo o direito real de Multipropriedade como perpétuo, possibilitando que seja instituído um condomínio edilício nesse regime em relação às unidades autônomas. NOTAS: 1.Orlando Gomes, Direitos Reais, 14º Edição, Edição Revista Forense, 1999- Atualizada por Humberto Theodoro Júnior. 2.Gustavo Tepedino,Multipropriedade Imobiliária, Editora Saraiva, 1993.