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INSTITUTO ENSINAR BRASIL MARIA KAROLINE

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INSTITUTO ENSINAR BRASIL
FACULDADES UNIFICADAS DOCTUM
TEÓFILO OTONI
MARIA KAROLINE DOS SANTOS
TRABALHO AVALIATIVO
ASPECTOS RELEVANTES SOBRE O INSTITUTO DA USUCAPIÃO NO BRASIL
Teófilo Otoni-MG
2018
Conceito do instituto da usucapião 
O direito que um cidadão adquire em relação à posse de bens móveis ou imóveis, em decorrência do uso continuado durante um determinado período de tempo, é denominado usucapião. Palavra derivada do latim usucapio, união de usu (significando "por uso") e capere (verbo "tomar"), formando assim a expressão "take for use". Segundo a doutrina, o uso é uma das formas originais de aquisição de bens móveis e imóveis. Nada mais é do que a aquisição de propriedade por posse prolongada, segundo Clóvis Beviláqua (Beviláqua, 1950). Nesse sentido, é a redação do artigo 1.238 do Código Civil que define tal instituto como forma de aquisição de imóveis.
Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.
Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo.
Portanto, conclui-se que, uma vez que o poder de fato sobre o setor imobiliário, a posse está relacionada ao curso do tempo (e outros requisitos legais), "confere legalidade a uma situação de fato, convertendo-a em propriedade". Portanto, o proprietário do imóvel será privado de seus bens, em favor do proprietário do imóvel, uma vez que a fundação do usucapião é a consolidação do imóvel. (Chaves & Rosenvald, 2009, 274)
Devemos também analisar a distinção entre o modo de origem e o modo derivativo de aquisição de propriedade.
No modo de aquisição que se origina na propriedade, o novo proprietário adquire a propriedade sem qualquer defeito na relação jurídica anterior. No entanto, ao adquirir a propriedade através do modo derivativo, o ativo será transferido, mantendo as relações de direitos reais ou obrigatórias existentes.
Como dito acima, a usucapião é um exemplo de obtenção de propriedade pela rota original, portanto, o julgamento de origem da ação somente reconhece o domínio adquirido e é atribuível com relação à constituição da propriedade.
Historicidade do instituto da usucapião 
Atualmente, usucapião é um meio de aquisição de propriedade em um original e de forma unilateral, uma vez que não existe uma relação causal (e, portanto, legal) entre a propriedade atual eo anterior, uma vez que esta propriedade atual não adquirida através de um negócio legal, mas através da ocupação contínua. durante um determinado período de tempo sem sofrer oposição, ou seja, dócil e pacificamente que tem como imóvel, animus domini.
Este meio de aquisição considera a supremacia da função social da propriedade garantido na Constituição Federal, como o antigo proprietário permanecerá inerte, nada será útil para a sociedade, porque estar desempregado e não usado acaba por não executar qualquer função no contexto. em que está inserido, quando poderia ser possuído por um novo proprietário com o interesse de usar a propriedade, o que proporciona à comunidade com um bem comum a partir do uso da propriedade.
Bem, de onde vem isso? A ideia de usucapião vem da Roma Antiga, quando a idéia das ações também era temporária, ou seja, prescrever o tempo, por não aproveitar o termo para realizá-las. Doze Tábuas tinha força quando ele criou a prescrição dos direitos de propriedade sobre o proprietário suposição, não exerce a posse, tanto bens móveis e imóveis, dentro de um período de um ano para o primeiro e dois anos os segundos.
Em sequência, novas leis para melhor garantir a segurança da propriedade dos servidores, restringindo o campo de aplicação da usucapião. A Lei de Atínia proibia o uso das coisas em segredo, de modo que nem o ladrão nem a cerca podiam adquirir a propriedade dessas coisas. As leis Júlia e Pláucia aumentaram a proibição do instituto para que as coisas obtidas com o uso de violência não fossem usucapida. A Lei de Scribonia proibia o uso de servidões.
Justiniano, que foi o imperador bizantino do ano de 527 a 565, introduziu como uma contribuição à lei seu código, que trouxe inovações para o momento da história, das quais podemos mencionar aqui a diferenciação entre usucapião e prescrição aquisitiva. . A partir desse momento, o uso passou a ser uma derivação do exercício da prescrição para quem adquire a propriedade e da prescrição extintora para quem é liberado dela.
No Brasil, o instituto surgiu oficialmente quando o Código Civil de 1916 já elencava a usucapião como modalidade de aquisição da propriedade em seu Artigo 530:
Art. 530. Adquire-se a propriedade imóvel:
III - Pelo usucapião.
Sílvio de Salvo Venosa nos conta que o cenário em que o antigo código foi encontrado era o começo do século, que precisava regular, por exemplo, uma sociedade agrícola, onde poucas pessoas possuíam grandes porções de terra numa época em que as pessoas O baixo poder aquisitivo buscou seu lugar na independência financeira através da pequena produção agrícola, juntamente com a valorização do mercado imobiliário e também com o crescente fenômeno chamado êxodo rural, que gera a necessidade de prover moradia para tantas pessoas. Desta forma, deduz-se que o usucapião vem dos tempos do Império Romano, influenciando a legislação brasileira e se desenvolvendo até hoje, garantindo a execução da função social da propriedade.
Modalidades do instituto da usucapião 
Usucapião é uma das formas originais de aquisição, desde que atendidos os requisitos básicos. A posse ininterrupta, a posse e a não oposição, além do período de tempo legalmente definido, são requisitos para o possuidor solicitar o cancelamento, judicial ou extrajudicialmente, ou seja, diretamente em cartório notarial. No entanto, existem várias modalidades deste instituto, cada uma com requisitos diferentes, que serão analisados ​​a seguir.
A posse extraordinária, prevista no artigo 1238 do Código Civil, exige a posse da propriedade por um período mínimo de quinze anos e sem oposição, independentemente do título, mas de boa fé. Se a propriedade se tornou produtiva ou cumpre sua função social, o prazo pode ser reduzido a dez anos. Haverá também uma redução de quinze a dez anos se o morador tiver feito sua casa ou feito obras e serviços de natureza produtiva.
E o ordinário, de acordo com o artigo 1242 do Código Civil, exige a posse por dez anos de maneira contínua e ininterrupta, com um título justo e boa fé. O parágrafo único desse artigo prevê a possibilidade de reduzir esse período para cinco anos, caso a propriedade tenha sido adquirida de forma onerosa por meio de um título que motivou o registro regular do imóvel, mas que acabou sendo cancelado.
O artigo 183 da Constituição Federal prevê uso urbano especial. Exige cinco anos de posse ininterrupta, sem contestação, de uma área de até duzentos e cinquenta metros quadrados e utilizada como moradia. O possuidor não pode ter outra propriedade, seja rural ou urbana, além de não ter utilizado este instituto anteriormente.
O decreto rural também está previsto em nossa Constituição, artigo 191 e artigo 123 do Código Civil. O lapso de tempo é de cinco anos de posse contínua e ininterrupta, independentemente de título justo e boa fé. A propriedade rural não pode ter mais de 50 hectares e deve ter se tornado produtiva através do trabalho do possuidor, além de ser sua residência e não possuir outra propriedade urbana ou rural.
A diferença entre esta forma de uso e a especialidade rural é que, nesta última, prevista no artigo 1º da Lei 6969/81, a área rural não pode ter mais de 25 hectares. Outros requisitos, como 5 anos de permanência contínuae sem oposição e de ter produzido propriedade produtiva, além de não possuir qualquer outra propriedade, permanecem inalterados.
 O canibalismo familiar, baseado no artigo 1240-A do Código Civil, exige dois anos de posse ininterrupta e sem oposição. A área urbana deve ter, no máximo, 250 m², além da prova de que consistem em residências familiares. Além disso, o abandono da casa por um dos cônjuges ou companheiros deve ser demonstrado e o autor não possui outra propriedade.
uso coletivo, nos termos do artigo 10 da Lei 10257/01, requer cinco anos de posse ininterrupta, sem oposição, onde não for possível identificar os terrenos ocupados de cada proprietário. A propriedade deve ser de boa fé e a população que necessita de usucapião de baixa renda. A intervenção do Ministério Público, neste caso, é obrigatória, além da área urbana que tem mais de 250m².
Usucapião indígena, como o próprio nome diz, só pode ser solicitado pelos índios, integrados ou não. A locação deve ser de pelo menos dez anos, e justa, exercida com o proprietário. Sua base legal é encontrada no artigo 33 da Lei 6001/73.
Com diferenças sutis, mas que fazem toda a diferença no termo para o possuidor exigir o uso, as modalidades podem confundir os operadores à direita. No entanto, uma análise mais detalhada é necessária para perceber que cada um deles se enquadra em uma situação específica, adaptando-se ao caso específico para proteger e garantir um direito garantido pela Lei.
A. Usucapião extraordinária (Código Civil, art. 1.238, caput); ou
b. Usucapião extraordinária com moradia ou produção (Código Civil, art. 1.238, par. Único);
C. Usucapião especial rural (Constituição, art. 191; Código Civil, art. 1.239);
D. Usucapião especial urbana (Constituição, art. 183; Código Civil, art. 1.240);
E. Usucapião especial urbana por abandono de lar (Código Civil, art. 1.240A);
F. Usucapião ordinária (Código Civil, art. 1.242, caput);
G. Usucapião ordinária decorrente de registro cancelado (Código Civil, art. 1.242, par. Único);
H. Usucapião coletiva (Lei 10.257, de 10 de julho de 2001, art. 10)
Referências bibliográficas 
1. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da Republica Federativa do Brasil. São Paulo: Saraiva, 2012.
2.Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Código Civil. São Paulo: Saraiva, 2012.
3. BEVILÁQUA, Clóvis. Código Civil dos Estados Unidos do Brasil. Rio de Janeiro: Edição histórica, 1950. V. III.
4. CHAVES, Cristiano; ROSENVALD, Nelson. Direitos Reais. 6ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2009.
5. NUNES, Pedro. Do usucapião. Rio de Janeiro: Forense, 2000.
6. RIZZARDO, Arnaldo. Direito das Coisas. 3ed. Rio de Janeiro: Forense, 2007.

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