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Desafio profissional didatica de contar historias

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UNIVERSIDADE ANHANGUERA - UNIDERP 
CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
DESAFIO PROFISSIONAL
DISCIPLINAS NORTEADORAS:
 ATIVIDADES COMPLEMENTARES; DIDÁTICA DO CONTAR HISTÓRIAS; EXPRESSÕES ARTÍSTICAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL; INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO VIRTUAL; LITERATURA INFANTOJUVENIL; ORGANIZAÇÃO E METODOLOGIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL; PRÁTICA PEDAGÓGICA: ESCOLA E SOCIEDADE.
Nome: Matilde Aparecida Paes da Silva
RA: 1200882122
Série: 3ª SÉRIE
Tutor a Distância: Janilce Meire Gomes Muniz
Osasco, 23 de outubro de 2018
INTRODUÇÃO
“O mundo continua prenhe de histórias.
Há que contá-las.
Há que ouvi-las.
Uma história pode mudar uma vida.
Um povo sem histórias, definha...”
Ouvir e contar histórias é sem dúvida uma das melhores coisas da vida. É inegável que crianças e adultos se encantam com uma história bem contada, seja ela retirada de um livro de histórias ou uma narrativa pessoal de um fato.
A arte de contar histórias é um ato milenar, que reúne pessoas em torno de mensagens, conhecimento e informação desde o tempo onde apenas a oralidade era possível. As histórias aproximam pessoas, desvendam mistérios, compartilham aventuras, medos, angústias e finais felizes. Quando nos reunimos em torno de uma história e seu narrador, compartilhamos sentimentos, nos tornamos sensíveis aos sonhos alheios, e dividimos não apenas um espaço, mas as imagens, os pensamentos e as emoções.
Essa introdução confirma muitas das vantagens e a importância da "contação de histórias" nos espaços de educação formal e não formal, e que tem como objetivo desenvolver ou incentivar o gosto pela leitura. Vamos salientar e reforçar essa importância através de algumas reflexões.
Quando contar histórias?
Sempre que quisermos mexer com a imaginação e com os sentimentos de um grupo, podemos contar histórias para aproximar o livro do leitor, divulgar as narrativas escritas de nossa biblioteca ou do nosso espaço de leitura. Na escola podemos contar histórias para abordar um assunto específico, mas nesse caso todo cuidado é pouco, essa prática não pode se tornar didática demais e causar enfado nos ouvintes ou tirar o prazer da atividade. Podemos contar histórias quando queremos tornar sensível um grupo, aproximar pessoas com um mesmo objetivo, ou que frequentem um mesmo espaço, pois através das histórias as pessoas se identificam e se abrem para ouvir e compartilhar particularidades.
As histórias podem ser contadas como atenuantes de uma dor, de um sofrimento ou de um momento triste. Elas são um bálsamo para os sentimentos mais profundos das pessoas que estão em situação de risco e têm o poder de amenizar a realidade.
As histórias são sempre um momento de prazer, de lazer, de introspecção, de reflexão e por isso é muito importante que os objetivos na hora da contação estejam claros. O contador de histórias precisa ter sempre em mente o que pretende e quais passos irá seguir para a realização de seus objetivos. O planejamento nesse caso é fundamental.
Onde contar histórias?
O local é importante pois a atenção deve ser dedicada exclusivamente ao contador e sua narrativa. O local deve ser aconchegante, arejado e limpo, que acolha o ouvinte e transporte-o para o mundo da história, para um cenário particular que será criado a partir da voz do narrador. 
A imaginação é poderosa e deixar que ela flua livremente é imprescindível. Por isso quando nos deparamos com um contador de histórias e um grupo de ouvintes ao seu redor é comum vermos olhinhos faiscantes e as mais variadas expressões cravadas em suas faces.
Quem pode contar histórias?
Qualquer pessoa pode contar histórias desde que goste de ler, tenha uma boa dicção, goste de inovar, não tenha medo de errar e tenha sempre em mente que suas palavras terão uma importância enorme, darão vida aos pensamentos de um autor e poderão motivar mudanças significativas tanto para crianças quanto para adultos.
As palavras tornam-se poderosas quando saem dos lábios de um contador, esses maravilhosos profissionais que não medem esforços para dar sentido a uma narrativa. E para que isso aconteça, a pessoa interessada em contação de histórias tem que estar preparada, estudar muito, conhecer seu público, acreditar naquilo que está contando, aprimorar-se constantemente através de cursos, oficinas e da observação de outros profissionais da área que atuam nos mais diferentes espaços. É preciso muita leitura, pesquisa e principalmente a prática, pois a cada vez que contamos uma história nos tornamos mais "donos" dela e fazemos com que ela seja melhor absorvida pelos ouvintes.
Cada um, depois que tiver claro o que deseja do ato de contar histórias, vai criar o seu perfil, vai desenvolver o seu jeitinho, e irá encantar de uma maneira só sua. Deixo aqui algumas dicas para quem pretende se aprofundar no tema e desenvolver essa atividade em seu espaço de leitura, em sua escola, em seu grupo, associação, comunidade, etc. A arte de contar histórias tem uma vasta bibliografia e existem diversos cursos oferecidos por profissionais da área, instituições particulares, organizações não governamentais e instituições públicas a fim de formar um número cada vez maior de contadores de história e disseminadores da leitura. 
A importância da leitura na educação infantil é muito grande, pois ela tem a capacidade de formar cidadãos ativos na organização de uma sociedade mais consciente e crítica. Por isso, desenvolver o hábito da leitura desde a infância é fundamental, e a influência de pais e educadores nesse estágio é imprescindível. 
A leitura é uma das formas de que dispomos para a interação com o ambiente em que estamos inseridos e para a nossa compreensão do mundo. Por isso, é necessário que a criança se familiarize com os livros desde o seu primeiro ano de vida.
Segundo Marchi (2005), o lúdico a fantasia são meios de expressão fundamentais para a criança, sendo esses dados pela Literatura Infantil, a criança busca na leitura infantil os elementos que irão possibilitar a construção do seu imaginário, produzindo os seus desejos, temores e sonhos. 
Ler é um dos processos mais ricos de que o ser humano dispõe para desenvolver a percepção devida e o reconhecimento do outro. Ler Literatura favorece a aquisição de conhecimento e saberes objetivos, mas, principalmente, aprimora a capacidade de pensar e sentir. (Flipouski, 2005: pg227).
A educação deve resgatar o repertório que toda história infantil oferece para apresentar às crianças as diferenças entre as culturas e os indivíduos, para ensiná-las a lidar com as questões de forma ética e para ajudá-las a lidar com as emoções durante seu desenvolvimento.
Com a leitura podemos desenvolver na criança um hábito de estimular a formação de pequenos e futuros leitores, é através da proximidade com livros e histórias contadas. Neste cenário a escola tem um papel fundamental, na aproximação das crianças ao mundo mágico da literatura.
Como mediadoras nesse processo estão os educadores, que por meio de uma das formas de entretenimento mais antigas na história da humanidade apresentam o fantástico às crianças no momento “Contação de Histórias”. Este projeto tem como objetivo apresentar um cronograma para um momento faz-de-conta que desperte o encanto e a fantasia dos ouvintes.
A proposta aqui é a leitura do texto “A FESTA NO CÉU”, um conto etiológico do folclore brasileiro. A escolha deste foi devido as personagens principais serem animais, que são sempre bem recebidos pelas crianças; por ser uma história curta, divertida e de natureza etiológica, pois justifica, de uma forma fantasiosa, a aparência de quebra-cabeças do casco das tartarugas.
Embora haja riqueza de opções em razão da temática que o texto oferece, ir-se-á utilizar recursos simples e que mantenham a atenção das crianças durante a contação da história com música e recursos vocálicos, através da entonação da voz, dando desta forma vida às personagens. Além dos aspectos técnicos que podem ser explorados, também podem ser abrangidos os sentimentos como: solidariedade, compaixãoe coragem, demonstrados pela tartaruga e pelo urubu.
A seguir será apresentado o planejamento para uma exposição a um público infantil com idade entre 4 e 5 anos, através da narração do texto “A FESTA NO CÉU”, um conto etiológico do folclore brasileiro, por meio de recursos e técnicas didáticas.
DESENVOLVIMENTO
História infantil: A FESTA NO CÉU
Uma vez aconteceu uma festa no céu e me contaram que foi assim:
Os bichos que voavam, organizaram uma festa no céu e convidaram todos os bichos da terra. Mas é claro que só poderiam ir os bichinhos com penas e que podiam voar. E esses passaram dias se preparando para a festa, ajeitando suas penas que ficaram mais coloridas ainda. A dona tartaruga, porém, tadinha, que morria de vontade de conhecer o céu, encasquetou que ia para a festa também. 
Os bichos comentavam a tartaruga deve estar é biruta. E perguntaram: - Como você vai para a festa no céu tartaruga? E ela, naquela calma: voando, voando. Enfim chegou o dia da festa e todos os bichos que voavam, voaram para o céu. E a tartaruga ficou ali paradinha olhando para o céu, querendo e querendo....
O urubu com pena da tartaruga, teve então uma idéia (era ele quem ia animar a festa no céu tocando sua viola). Colocou a tartaruga dentro do buraco da viola. E foram felizes, para o céu, a tartaruga e o urubu.
No céu era uma animação só: muita comida, muita bebida, muita dança e cantoria. A tartaruga não se cabia em si de tanta felicidade. Quando ela viu a terra onde ela morava lá de cima, ficou encantada. E se divertiu bastante: comeu, bebeu, dançou e cantou. Mas, como tudo é bom dura pouco, a festa chegou ao fim. Era hora de voltar para casa. E a tartaruga pulou no buraco da viola do urubu que se pôs a voar de volta para a terra. Porém, o urubu estava muito cansado. Tinha cantado e tocado a noite toda. Ao passar por entre uma nuvem bem escura, o urubu não resistiu e deu uma cochiladinha rápida, mas o suficiente para não perceber que a sua viola virou de boca para baixo. A pobre da tartaruga despencou de lá de cima. Morrendo de medo a pobrezinha, enquanto caía. .Enfim, a coitadinha chegou no chão.
A sorte da tartaruga foi que ela caiu com o casco para baixo. O casco se espatifou e foi caquinho de casco para todo quanto foi lado. A tartaruga ficou lá, coitadinha, cheia de medo, encolhidinha. Parada, parecia morta. Quando o sol nasceu, os bichos viram a coitadinha lá, encolhidinha e cheia de medo. Apesar de parecer mortinha, perceberam que ela estava viva. Então, eles todos se doeram de compaixão pela amiga. Cada um procurou e pegou um pedacinho do casco que estava espalhado para todo lado. E colaram um a um, com muito capricho e com muito carinho. A tartaruga ficou feliz. E os bichos também. 
E é por isso que até hoje a tartaruga tem o casco duro e bem remendadinho.
PASSO 1
Contação de uma história infantil:
Através de técnicas de narração envolvendo a imitação das personagens, com movimentos e entonação vocálica, criação de uma atmosfera (pelo teatrinho de sombras) que desperte o interesse das crianças pelo tema escolhido. Haverá também o desenvolvimento de uma oficina pedagógica de artes com a montagem de um casco de tartaruga como um mosaico de pedaços de papel.
 
Objetivos: Incentivar a capacidade de concentração; incentivar a iniciativa de ajudar os colegas; demonstrar que mesmo quando a intenção é boa, deve-se tomar cuidado com a demonstração de habilidade para evitar acidentes.
PASSO 2
Atividade 1: Teatro de sombras
Será apresentado o conto “A FESTA NO CÉU”, através da atividade narrativa e visual, pelo uso de um teatrinho de sombras.
Com esta linguagem artística se pretende materializar a história de uma forma não totalmente explícita, já que ficará por conta da criança colocar os detalhes nas personagens. Despertar o encanto pela utilização da entonação vocálica, dando vozes às personagens.
A intenção com essa atividade é estimular a prática da leitura e do gosto por espetáculos teatrais.
Será em um espaço fechado e com pouca luz (uma sala de aula); disposição das crianças: posicionadas em frente à ‘televisão’ de que todos tenham acesso à apresentação do teatrinho de sombra. Será utilizada uma caixa de papelão com aberturas para frente forrada com papel vegetal, por onde será apresentado o conto, e outra para a movimentação e troca de personagens; a silhueta dos bonecos será recortada em um papel firme e escuro (p. ex.: papel cartão preto) e coladas em palitos.
Para a apresentação: um lanterna, uma caixa de papelão, papel cartão preto, papel vegetal e palitos ou varetas.
Procedimentos metodológicos: 
Será em um espaço fechado e com pouca luz;
Disposição das crianças: de frente para o local da apresentação; será utilizado teatro de sombras como forma de materializar a história. E uma atividade após o teatrinho: a montagem do casco da tartaruga como um mosaico.
Atividade 2: Oficina de Artes
Oficina de Artes: montagem de mosaico/ casco da tartaruga. A atividade será baseada na história ‘A FESTA NO CÉU’, que conta, de forma divertida a suposta razão do aspecto de quebra-cabeças do casco da tartaruga.
Despertar a imaginação e a criatividade das crianças em criar um novo casco para a tartaruga.
Após a apresentação será desenvolvida uma oficina de artes. A atividade proposta será a montagem do casco da tartaruga como mosaico. Para tanto, serão distribuídos para os alunos pedaços de papel cortados que serão colados em uma folha, com o desenho de uma tartaruga. Assim eles reconstruirão o casco da tartaruga quebrado durante a queda da ‘carona’ do urubu.
Para a oficina de artes serão utilizados recortes geométricos de papel, cola e folhas com o desenho de uma tartaruga.
PASSO 3
Organização da apresentação
Local: Pátio da Escola
Data: 05/11/2018
Hora: Após o intervalo (Lanche)
Público esperado: crianças entre 4 e 5 anos de idade, pais e público em geral
Tipo de História: Conto etiológico
Início da História: Poucos anos depois do começo do mundo, quando os bichos ainda falavam.
Personagens principais: Tartaruga: Vagarosa e Urubu
Local: Floresta
Personagem Secundário: Deus misericordioso
Situação inicial: Haveria uma grande festa no céu. Todos os bichos foram convidados. A tartaruga queria muito ir, mas era muito vagarosa, andava, andava e não chegava nunca.
Desenvolvimento da História: O urubu deu carona para a tartaruga no seu violão. Na volta para a casa o urubu muito cansado deu uma cochiladinha e o violão com a buraco virado, fez com que a tartaruga caísse sem que ele percebesse.
Eventos dramáticos: A tartaruga caiu e se arrebentou em mil pedaços.
Situação Final: Deus viu que devia fazer algo. Então fez com que os animais tivessem a mesma idéia, juntar todos os caquinhos da tartaruga e colocou um casco bem forte, para que não se quebrasse novamente.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com a proposta descrita acima se espera enriquecer as crianças culturalmente e despertar o interesse pelas artes. Sendo que, serão trabalhadas diferentes formas de expressão artística: um conto/ história; narrativa; teatro; artes plásticas/ mosaico.
Sendo assim, é esperado levar a cultura artística para as crianças e ter como retorno olhinhos brilhantes e colaborar com a disseminação de bons hábitos e boas atitudes.
REFERÊNCIAS:
GARCIA, Walkiria; ROCHA, Áurea; MIRANDA, Claudia, et al. Baú do professor: histórias e oficinas pedagógicas. 5.ed.Belo Horizonte: Fapi, 2004 ... 
Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais AnísioTeixeira, 2007. OLIVEIRA, Silvio Luiz de.
Affonso Romano de Sant'Anna - SANT'ANNA, Affonso Romano de (2010). Ler o Mundo. Rio de Janeiro, editora Global. [S.l.: s.n.]

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