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04 Evolucao do Pensamento ADM


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Teoria Geral da Administração 
 
Profª Michele Schneider Página 1 
 
Módulo 01 - Evolução do pensamento administrativo 
 Tema 01 - A revolução industrial e suas influências 
Tema 02 - Conceitos da administração 
Tema 03 - História da Administração 
 
Tema 01 - A revolução industrial e suas influências 
A partir do aperfeiçoamento da máquina a vapor por J. Watt em 1776 
deflagrou-se o processo hoje denominado de revolução industrial. 
Segundo Edward McNall Burns a revolução industrial pode ser dividida em 
suas etapas bem distintas, e estas por sua vez, a fim de melhor explicar os 
eventos Burns dividiu ainda em várias outras partes. 
 
Figura: Fases da revolução industrial 
Fonte: Adaptado de Edward M. Burns 
 
 
 
O primeiro período da revolução industrial pode ainda ser dividido em quatro 
fases distintas, a saber: 
 1ª fase: É marcada pela chegada da máquina à Indústria e a 
agricultura nos fins do século xvIII. 
Podemos ainda citar: 
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 A máquina de fiar inventada pelo inglês Hargraves em 1767. 
 O tear hidráulico, inventado por Arkwright em 1769. 
 O tear mecânico, inventado por Cartwright em 1785. 
 O descaroçador de algodão em 1792 por Whitney. 
Estas máquinas efetivamente substituíram o homem, os animais e a roda 
d’água como força motriz; efetivamente estas máquinas geraram um 
substancial ganho de produtividade nos processos da época. 
 2ª fase: A aplicação da força motriz à indústria. 
Em 1776 James Watt aperfeiçoou a máquina a vapor, tornando então 
economicamente interessante a descoberta feita por Dénis Papin no século 
anterior. 
É claro que a partir daí houve um incremento no uso de máquinas movidas a 
vapor, principalmente em comunicação e transportes, propiciou também 
condições a que oficinas se convertessem em fábricas. 
 3ª fase: Desenvolvimento do Sistema Fabril. 
O surgimento e o aperfeiçoamento das máquinas propiciou o crescimento dos 
artesãos, e oficinas que investiam em maquinas e equipamentos cresceram; 
com isto o artesão e sua pequena oficina descapitalizada, foram 
desaparecendo e sendo absorvidos pelos mais competentes que cresciam, 
com isto a atividade rural começa a perder em importância, e com isto cria-se 
um movimento de imigração das áreas agrícolas para os agora emergentes 
centros urbanos; evidentemente ocorre um crescimento das populações 
urbanas 
 4ª fase: Desenvolvimento acelerado nos Transportes e 
Comunicações. 
Em 1807 Robert Fulton cria a navegação a vapor nos Estados Unidos, em 
seguida foi substituída a roda propulsora pela hélice nas embarcações, o que 
gerou um maior aproveitamento energético. 
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Stephenson aperfeiçoa a locomotiva a vapor, e surge a primeira estrada de 
ferro na Inglaterra em 1825. O transporte ferroviário foi literalmente uma 
revolução, pois permitia transporte maciço de pessoas e cargas, de uma forma 
rápida econômica e segura; isto fatalmente impulsionou a disseminação desta 
nova forma de transporte. 
Somando-se a isto Morse inventa o telegrafo elétrico em 1853 (comunicação 
rápida, de uma forma jamais imaginada), ainda no campo das comunicações 
em 1876, Graham Bell inventa o telefone. 
Tudo isto invariavelmente fez o mundo ficar “menor” e mais “rápido”, a partir 
daí a mudança e o desenvolvimento foram à constante. 
 
Uma nova etapa da revolução industrial 
Chiavenato, a contar do ano 1860 a revolução industrial entra no que 
chamamos 2ª fase, bastante distinta da 1ª, esta 2ª fase foi provocada por três 
fatos distintos: 
1. Desenvolvimento de novo processo de fabricação de aço (1856); 
2. Aperfeiçoamento do dínamo (1873); 
3. Invenção do motor a combustão interna (1873) por Daimler. 
Burns (1957) cita as seguintes características, como sendo as principais da 2ª 
revolução industrial: 
 A substituição do ferro pelo aço como material industrial básico. 
 A substituição do vapor pela eletricidade e derivados do petróleo como 
fonte principais fontes de energia. 
 Desenvolvimento da maquinaria automática, e de um alto grau de 
especialização do trabalho. 
 O crescente domínio da indústria pela ciência. 
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 Melhorias acentuadas nos transportes e comunicações, melhoria e 
ampliação das vias férreas, construção de automóveis a partir de 1880 
por Daimler e Benz na Alemanha; melhoria nos pneumáticos em 1888 
por Dunlop e a revolução de Henry Ford com seu modelo “T” em 1908; 
Santos Dumont faz o primeiro vôo em 1906. 
 Desenvolvimento de novas formas de organização capitalista. As 
Firmas de sócios solidários capitalismo industrial, e o capitalismo 
financeiro. 
 
O capitalismo financeiro possui quatro características principais: 
 A dominação da indústria pelas inversões bancárias e instituições 
financeiras e de crédito, como foi o caso da formação da United States 
Steel Corporation, em 1901, pela J. P. Morgan & Co.; 
 A formação de imensas acumulações de capital, provenientes de trustes 
e fusões de empresas; 
 A separação entre a propriedade particular e a direção das empresas; 
 O desenvolvimento das holding Companies. 
 A expansão da industrialização até a Europa central e oriental, e até mesmo 
o extremo oriente. 
O desenvolvimento de novos tipos de combustíveis tornou as máquinas 
economicamente viáveis. 
O principal a ser observado é que este processo foi extremamente rápido e 
intenso o que ocasionou uma série de fusões destas pequenas oficinas, 
resultando em outras maiores, que neste processo de crescimento 
transformaram-se em fábricas. 
E quanto mais estas fábricas cresceram menores ficaram os custos, o que 
criou um mercado em expansão; este mercado provocou um aumento na 
demanda e contrario as previsões da época. 
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O homem foi gradualmente substituído pelas máquinas; estas melhoraram as 
condições de trabalho quanto ao desempenho de tarefas rotineiras e 
repetitivas, aumentando assim a velocidade e qualidade dos produtos 
resultantes, alem de diminuir os custos envolvidos no processo. 
Nesta época ocorre o surgimento de uma nova e desconhecida classe, o 
proletariado, e estabelece-se como uma nova classe social, ao mesmo tempo 
consolida-se o capitalismo, as empresas estão cada vez mais carentes de 
decisões coerentes e soluções aos seus problemas que dia a dia 
complexibilizam-se, os erros administrativos são a constante, não existe 
técnica de gestão. 
 
Tema 02 – Conceitos 
A palavra administração vem do latim AD (junto de) e MINISTRATIO (prestação 
de serviço) e significa a ação de prestar serviço ou ajuda. Modernamente 
relaciona as atividades de planejamento, organização, direção e controle da 
ação empresarial. (Chiavenatto, 1995) 
Administrar é o esforço total para dirigir, guiar e integrar esforços humanos 
associados e orientados para algum fim específico. Ordway Tead. 
Administrar significa prever, organizar, dirigir, coordenar e controlar. Fayol. 
É o esforço total para dirigir, guiar e integrar esforços humanos associados e 
orientados para alguns fins específicos. Taylor 
Administração significa, em primeiro lugar, AÇÃO. A administração é um 
processo de tomar decisões e realizar ações que compreende quatro 
processos principais interligados: planejamento, organização, execução e 
controle. Os processos administrativos são também chamados de funçõesadministrativas ou funções gerenciais. (Maximiano, 2000) 
Ação de administrar. Gestão de negócios públicos ou particulares. Governo, 
regência. Conjunto de princípios, normas e funções que têm por fim ordenar os 
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fatores de produção e controlar sua produtividade e eficiência para se obter 
determinado resultado. Prática desses princípios, normas e funções. Função de 
administrador, gestão, gerência. Pessoal que administra; direção. (Dicionário 
Aurélio, 2000). 
Administração é o alcance das metas organizacionais de maneira eficaz e 
eficiente por meio de planejamento, organização, liderança e controle dos 
recursos organizacionais. (Daft, 2005). 
Planejar, organizar, liderar, coordenar e controlar as atividades de uma unidade 
organizacional, empresa ou grupo de empresas, diagnosticando suas 
deficiências e identificando seus aspectos positivos: estabelecendo metas, 
planos e programas para sanar as deficiências e expandir e desenvolver os 
aspectos positivos; tomando, dentro do seu âmbito, as decisões e providencias 
necessárias para transformar em ações e realidade esses planos e programa, 
controlando os seus resultados, visando ao cumprimento das metas 
estabelecidas. (Lacombe, Heilborn, 2006). 
 
 O que é uma empresa? 
"Empresa é um organismo completo que administra Recursos Materiais, 
Humanos, Financeiros e Tecnológicos, e conhecendo as necessidades do 
mercado procura satisfazê-las em troca da remuneração adequada; A eficiente 
condução destas relações resulta em lucro, um dos objetivos básicos da 
organização". 
 “É uma entidade econômica em que normalmente o seu principal objetivo e 
determinado como sendo a obtenção de lucro”. 
Peter Drucker em seu livro “A sociedade Pós-Capitalista, define organização 
como (...) é um grupo humano, composto por especialistas que trabalham em 
conjunto em uma atividade comum.” 
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Direção ou Gerência é o conjunto de atividades exercidas normalmente pelo 
proprietário e mais algumas pessoas que detêm poder de decisão, como 
chefes e encarregados, e que procuram: 
 Obter os recursos necessários para que a empresa possa operar; 
 Manter, multiplicar e desenvolver os recursos disponíveis; 
 Aplicar esses recursos nas oportunidades de maior potencial de retorno 
para obter o lucro esperado e maior produtividade; 
 Manter um padrão de qualidade e buscar o aperfeiçoamento contínuo; 
 Evitar todo o tipo de desperdício; 
 Planejar - determinando as ações mais adequadas para alcançar os 
resultados desejados; 
 Organizar - definindo quem faz o que, quando, como, com que 
recursos, inclusive quem lidera, quem é quem e o que se espera de 
cada um; 
 Liderar - mobilizando e motivando parceiros (funcionários) para o 
trabalho, sendo sempre e cada vez mais líder e menos chefe; 
 Controlar – acompanhando a execução de tarefas e corrigindo 
possíveis desvios dos objetivos, de acordo com os padrões 
antecipadamente combinados. 
Podemos ainda definir uma empresa como: 
 Recursos + Direção ou Ação Gerencial 
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“É um organismo vivo e dinâmico, dentro de uma sociedade; seu valor se 
mede pela sua capacidade de alcançar melhores resultados econômicos do 
que outra”. Fonte desconhecida. 
É um organismo econômico através do qual são reunidos, combinados e 
explorados os fatores Mercadológicos, Humanos, Tecnológicos e de produção, 
tendo em vista a exploração de um determinado ramo de atividade econômica, 
este empreendimento pode ou não ter fins lucrativos. 
 Quais as principais atribuições das áreas de uma empresa? 
 
 
Tema 03 - História da Administração 
 
A história da Administração iniciou-se na Suméria por volta do ano 5.000 a.C. 
quando os antigos sumerianos procuravam melhorar a maneira de resolver 
seus problemas práticos, exercitando assim a arte de administrar. 
Alguns fatos podem ser citados como exemplo para o início da utilização da 
administração em setores políticos, econômicos, sociais..., tal como no Egito, 
Ptolomeu dimensionou um sistema econômico planejado que não poderia ter-
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se operacionalizado sem uma administração pública sistemática e organizada. 
Na China, a necessidade de adotar um sistema organizado de governo para o 
império, a Constituição de Chow, com seus oito regulamentos e as Regras de 
Administração Pública de Confúcio exemplificam a tentativa chinesa de definir 
regras e princípios de administração. E, ainda, as instituições otomanas, pela 
forma como eram administrados seus grandes feudos. Os prelados católicos, já 
na Idade Média, destacavam-se como administradores natos. 
Na evolução histórica da administração, duas instituições se destacaram: a 
Igreja Católica Romana e as Organizações Militares. A Igreja Católica Romana 
pode ser considerada a organização formal mais eficiente da civilização 
ocidental. Através dos séculos vem mostrando e provando a força de atração 
de seus objetivos, a eficácia de suas técnicas organizacionais e 
administrativas, espalhando-se por todo mundo e exercendo influência, 
inclusive sobre os comportamentos das pessoas, seus fiéis. As Organizações 
Militares evoluíram das displicentes ordens dos cavaleiros medievais e dos 
exércitos mercenários dos séculos XVII e XVIII até os tempos modernos com 
uma hierarquia e poder rígida e adoção de princípios e práticas administrativas 
comuns a todas empresas da atualidade. 
O fenômeno que provocou o aparecimento da empresa e da moderna 
administração ocorreu no final do século XVIII e se estendeu ao longo do 
século XIX, chegando ao limiar do século XX. Esse fenômeno, que trouxe 
rápidas e profundas mudanças econômicas, sociais e políticas, chamou-se 
Revolução Industrial. 
A Revolução Industrial teve início na Inglaterra, com a invenção da máquina a 
vapor, por James Watt, em 1776 e desenvolveu-se em duas fases distintas: a 
primeira fase de 1780 a 1860. É a revolução do carvão, como principal fonte de 
energia, e do ferro, como principal matéria-prima. A segunda fase de 1860 a 
1914. É a revolução da eletricidade e derivados do petróleo, como as novas 
fontes de energia, e do aço, como a nova matéria-prima. Ao final desse 
período, o mundo já não era mais o mesmo. E a moderna administração surgiu 
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em resposta a duas conseqüências provocadas pela Revolução Industrial, a 
saber: 
a) crescimento acelerado e desorganizado das empresas que passaram a 
exigir uma administração científica capaz de substituir o empirismo e a 
improvisação; 
b) necessidade de maior eficiência e produtividade das empresas, para fazer 
face à intensa concorrência e competição no mercado. Difícil é precisar até que 
ponto os homens da Antiguidade, da Idade Média e até mesmo do início da 
Idade Moderna tinham consciência de que estavam praticando a arte de 
administrar. 
Já no século XX, surge Frederick W. Taylor, engenheiro americano, 
apresentando os princípios da Administração Cientifica e o estudo da 
Administração como Ciência. 
Conhecido como o precursor da TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA, 
Taylor preconizava a prática da divisão do trabalho, enfatizando tempos e 
métodos a fim de assegurar seus objetivos “de máxima produção a mínimo 
custo”, seguindo os princípios da seleçãocientífica do trabalhador, do tempo 
padrão, do trabalho em conjunto, da supervisão e da ênfase na eficiência. 
As propostas básicas de Taylor: planejamento, padronização, especialização, 
controle e remuneração trouxeram decorrências sociais e culturais da sua 
aplicação, pois representaram a total alienação das equipes de trabalho e da 
solidariedade grupal, fortes e vivazes no tempo da produção artesanal. Apesar 
das decorrências negativas para a massa trabalhadora, que as propostas de 
Taylor acarretaram, não se pode deixar de admitir que elas representaram um 
enorme avanço para o processo de produção em massa. 
O atraso na difusão generalizada das idéias de Fayol fez com que grandes 
contribuintes do pensamento administrativo desconhecessem seus princípios. 
Fayol relacionou 14 (quatorze) princípios básicos que podem ser estudados de 
forma complementar aos de Taylor. 
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As 05 funções principais da gerência administrativa como: planejar, comandar, 
organizar, controlar e coordenar, são os fundamentos da Teoria Clássica 
defendida por Fayol. 
Esta Teoria considera: a obsessão pelo comando, a empresa como sistema 
fechado e a manipulação dos trabalhadores, que semelhante à Administração 
Científica, desenvolvia princípios que buscavam explorar os trabalhadores. 
 
 
Referências Bibliográficas 
ANDRADE, Rui Otávio; AMBONI, Nério. Teoria Geral da Administração. Das 
origens às perspectivas contemporâneas. São Paulo: M. Books, 2007. 
Burns, Edward M. História da Civilização Ocidental, porto alegre. Ed. Globo, 
1957. 
CARAVANTES, Geraldo Rochetti. Teoria geral da administração. 2. ed. Porto 
Alegre: AGE, 1998. 
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução a teoria geral da administração. 6. ed. 
Rio de Janeiro: Campus, 2000. 
LACOMBE, F.; HEILBORN, G. Administração: princípios e tendências. São 
Paulo: Saraiva, 2003. 
MAXIMIANO, Antonio César Amaru. Introdução à Administração. 5 ed. São 
Paulo: Atlas, 2000. 
SILVA, Reinaldo. Teorias da Administração. São Paulo: Pearson Prentice 
Hall, 2008. 
STONER, James A. F.; FREEMAN, R. Edward. Administração. Rio de 
Janeiro: LTC, 1999.