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9. Equações de derivadas parciais Página 1 da Secção 9 Secção 9. Equações de derivadas parciais (Farlow: Sec. 9.2 a 9.6) Eis chegado o momento de abordar as equações diferenciais que envolvem mais do que uma variável independente e, consequentemente, apresentam derivadas parciais. A sua forma geral pode ser dada por: 2 2 2 2 2, ,..., ( , ,...), , ,..., , ,..., ,... 0 u u u u u F x y u x y x y x y x y æ ö¶ ¶ ¶ ¶ ¶ =ç ÷¶ ¶ ¶ ¶ ¶ ¶è ø , em que x, y, etc., são as variáveis independentes e u é a variável dependente. A ordem de uma equação de derivadas parciais (EDP) corresponde à ordem da maior derivada parcial presente na equação. De forma a simplificar a escrita, podemos recorrer a uma notação mais compacta para designar as derivadas parciais. Por exemplo: 2 x xy u u u u x x y ¶ ¶ = = ¶ ¶ ¶ Tal como sucedia nas EDOs, as EDPs também podem ser classificadas em termos da sua linearidade. Assim, uma EDP linear deverá ser linear relativamente à variável dependente e às suas derivadas. No caso de uma EDP linear de segunda ordem, teremos no caso geral: xx xy yy x yau bu cu du eu fu g+ + + + + = , em que u é função de x e y e em que a, b, c, d, e, f são coeficientes que podem ser função de x e y (mas não de u). Se esses coeficientes não forem função de x e y, a EDP diz-se de coeficientes constantes. Se g = 0, a EDP diz-se homogénea. Esta EDP pode ser ainda classificada de acordo com a natureza dos coeficientes que multiplicam as derivadas de segunda ordem: 2 4 0b ac- = Þ EDP parabólica 2 4 0b ac- > Þ EDP hiperbólica 2 4 0b ac- < Þ EDP elíptica Resolução analítica de EDPs Vamos estudar três formas de obter a solução analítica de uma EDP. Em muitos casos, porém, tal não é possível, sendo então necessário optar pela resolução numérica. Equação de Derivadas Parciais EDP linear de segunda ordem 9. Equações de derivadas parciais Página 2 da Secção 9 I. Integração directa Este método só é aplicável se a EDP apresentar apenas uma derivada parcial. Logo, é de interesse bastante restrito. Vejamos dois exemplos: Consideremos a seguinte EDP: u y x ¶ = ¶ A derivada parcial que surge na equação designa a derivada de u em ordem a x com y constante. Podemos então imediatamente integrar ambos os lados da equação em ordem a x mantendo y constante: const. ( ) ( ) x u ydx f y yx f y= + = +ò . Note-se que tivemos que adicionar uma parcela que pode ser função de y! De facto, esta “constante de integração” tem que ser “constante” apenas relativamente a x. Obtivemos assim uma “solução geral” que tem a forma: ( )u yx f y= + . A função f(y) é desconhecida. Eventualmente, se fosse conhecida uma condição inicial do problema, talvez fosse possível tentar identificar essa função. Por exemplo, se nos fosse dado que: ( 0, ) sin( )u x y y= = , então viria que: ( 0, ) 0 ( ) sin( ) ( ) sin( )u x y y f y y f y y= = ´ + = Þ = . Consideremos agora a EDP: 2 2 2u x y x y ¶ = + ¶ ¶ Tratando-se de uma derivada cruzada, teremos que integrar duas vezes a equação, primeiro sobre y (com x constante) e depois sobre x (com y constante): Exemplo Exemplo 9. Equações de derivadas parciais Página 3 da Secção 9 ( ) 3 2 2 2 const. ( ) ( ) 3x u y x y dy f x x y f x x ¶ = + + = + + ¶ ò . 3 3 3 2 const. ( ) ( ) ( ) 3 3 3y y x y y x u x y f x dy h x g y æ ö = + + = + + +ç ÷ è ø ò , em que ( ) ( )h x f x dx= ò . Assim, a solução obtida é: 3 3 ( ) ( ) 3 3 x y y x u h x g y= + + + . II. Separação de variáveis Este método é apenas aplicável em alguns casos. Normalmente, temos que “testar” a equação para verificar se a separação de variáveis é realmente possível. No caso geral de uma EDP cuja variável dependente é u(x,y), o método de separação de variáveis baseia-se na possibilidade de a dependência de u relativamente à variáveis independentes x e y poder ser expressa em termos do produto de duas funções: X(x) e Y(y), ou seja: ( , ) ( ) ( )u x y X x Y y= . Vamos ver um exemplo prático de como o método pode ser implementado. Consideremos uma EDP de primeira ordem que envolve duas derivadas parciais: 2( ) u u x y u x y ¶ ¶ + = + ¶ ¶ . O método de separação de variáveis parte da hipótese de u(x,y) poder ser representada como ( , ) ( ) ( )u x y X x Y y= . Vamos substituir esta expressão na EDP e verificar se podemos depois proceder à separação das variáveis x e y: 2( ) dX dY Y X x y XY dx dy + = + . Dividindo a equação por XY†: † Note-se que os operadores de derivação parcial, ¶ , foram substituídos por diferenciais totais, uma vez que X e Y são apenas função de x e y, respectivamente. Exemplo 9. Equações de derivadas parciais Página 4 da Secção 9 1 1 2( ) dX dY x y X dx Y dy + = + . Rearranjando: 1 1 2 2 dX dY x y X dx Y dy - = - + . Ou seja, conseguimos de facto separar as variáveis. Reparemos agora que, sendo o lado esquerdo desta equação apenas função da variável independente x e o lado direito apenas função da variável independente y, então a igualdade só poderá ser válida se ambos os lados forem iguais a uma mesma constante! De contrário seria impossível que, variando independentemente x e y, a igualdade se mantivesse. Ou seja: 1 1 2 2 dX dY x k y k X dx Y dy - = - + = . A constante k é designada de constante de separação. Obtivemos então duas EDOs de primeira ordem, facilmente resolúveis para X(x) e Y(y), respectivamente: 2 2 1 2 2 2 1 2 (2 ) (2 ) ln ln x kx C y ky C dX dY x k dx y k dy X Y X x kx C Y y ky C X e Y e+ + - + = + = - = + + = - + = = Podemos agora obter a solução para u(x,y): 2 2 2 2 1 2( ) ( )x y k x y C C x y k x yu XY e Ce+ + - + + + + -= = = . Analisemos agora um exemplo um pouco mais complexo, associado a uma EDP de segunda ordem. A seguinte EDP é por vezes designada como “equação de calor unidimensional”, pois descreve a variação da temperatura de um corpo, ao longo da direcção x, em função do tempo t : 2 2 2 0 1, 0 u u x t t x a ¶ ¶ = £ £ ³ ¶ ¶ . Ou seja, u(x,t) pode representar a temperatura de uma barra metálica na posição x e no instante t. a é a condutividade térmica do metal. Se pretendermos obter uma solução Exemplo 9. Equações de derivadas parciais Página 5 da Secção 9 particular do problema, teremos que conhecer uma condição inicial sobre t e duas condições fronteira sobre x, uma vez que a EDP envolve uma derivada de primeira ordem e uma derivada de segunda ordem sobre cada uma das variáveis independentes, respectivamente. A condição inicial corresponderá à forma como a temperatura se distribui ao longo da barra no instante t = 0: ( ,0) ( )u x f x= . Vamos assumir que a função f(x) é conhecida. As condições fronteira correspondem normalmente à temperatura da barra em cada extremidade, ou seja, para x = 0 e x = 1. Vamos assumir, por simplicidade, que essas são constantes e iguais a zero: (0, ) 0 (1, ) 0 u t u t = = Iniciemos então a aplicação do método de separação de variáveis. Tal como anteriormente, vamos procurar representar u(x,t) como: ( , ) ( ) ( )u x y X x T t= . Substituindo na EDP: 2 2 2 dT d X X T dt dx a= . Separando as variáveis obtemos: 2 2 2 1 1 1dT d X T dt X dxa = . Esta igualdade só poderá ser válida para qualquer t e qualquer x se ambos os lados forem idênticos a uma mesma constante: 2 2 2 1 1 1dT d X k k T dt X dxa= - = - . Veremos a seguir que a constante de separação será determinada a partir das condições fronteira do problema. Compreenderemos nessa altura porque razão é mais cómodo designar, neste problema, a constante por –k e não simplesmente por k, como no problema anterior. Podemos agora resolver as duas EDOs obtidas. Para a primeira temos: 9. Equações de derivadas parciais Página 6 da Secção 9 2 1 dT kdt Ta = - , 2ln T k t Ca= - + , 2k tT Ce a-= . E para a segunda: 2 2 0 d X kX dx + = . Esta é uma EDO linear homogénea de segunda ordem. Como sabemos, a sua solução geral será a combinação linear de duas soluções particulares, as quais deverão ser do tipo erx. O parâmetro r é obtido das raízes da equação característica: 2 0r kX r k+ = Þ = ± - . Chegamos agora a um pequeno problema: conforme a constante de separação k seja negativa, nula ou positiva, iremos ter diferentes possibilidades para a solução desta EDO. E qual delas é a adequada para a solução do nosso problema? Vamos considerar todas as hipóteses e depois verificar qual delas é compatível com as condições fronteira impostas, as quais são: (0, ) 0 (0) ( ) 0 (0) 0 (1, ) 0 (1) ( ) 0 (1) 0 u t X T t X u t X T t X = Þ = Þ = = Þ = Þ = Assim, segundo a natureza de k, teremos: o 0k < implica que k- é um número real, logo teremos soluções particulares dadas por exponenciais: ( ) k x kxX x Ae Be- - -= + . E aplicando as condições fronteira: 0(0) 0 0 (1) 0 00k k A BX A X BAe Be- - - + =ì= =ì ìï Þ Þí í í = =+ =ïî îî Ou seja, teríamos u(x,t) = 0, o que é a solução trivial e não é definitivamente aquilo de que estamos à procura! o 0k = implica r = 0 , ou seja, temos uma raiz real dupla. A primeira solução particular será k xAe A- = e a segunda será (pelo método d’Alembert): kxBxe Bx- = . Assim: 9. Equações de derivadas parciais Página 7 da Secção 9 ( )X x A Bx= + . Aplicando as condições fronteira: (0) 0 0 0 (1) 0 0 0 X A A X A B B = = =ì ì ì Þ Þí í í= + = =î î î Mais uma vez, obtemos apenas a solução trivial u(x,t) = 0. o 0k > implica que k i k- = é um número complexo, logo teremos que recorrer à fórmula de Euler por forma a obter a solução geral em termos de uma combinação de um seno e um co-seno: ( ) ( )( ) cos cosX x A kx B kx= + . Aplicando novamente as condições fronteira: ( ) ( ) ( ) cos(0) sin(0) 0 0(0) 0 cos sin 0 sin 0(1) 0 A B AX A k B k B kX + = =ì ì=ì ï ï Þ Þí í í + = ==î ï ïî î Vemos então que k terá que obedecer à condição: k np= , com n = 1, 2,... Finalmente obtivemos uma solução não trivial! Substituindo a expressão obtida para k, a função X(x) é representada como: ( )( ) sinn nX x B n xp= . E T(t) como: 2( )( ) n tn nT t C e pa-= . Logo a solução do problema virá: ( ) ( )2 2( ) ( )( , ) ( ) ( ) sin sinn t n tn n n n n nu x t X x T t C e B n x b e n xpa pap p- -= = = , com n = 1, 2,... Existem então infinitas soluções possíveis (ditas soluções fundamentais), uma para cada valor de n. A solução completa do problema é dada pela soma de todas as soluções fundamentais: ( ) 2( ) 1 ( , ) sinn tn n u x t b e n xpa p ¥ - = = å . 9. Equações de derivadas parciais Página 8 da Secção 9 Resta-nos agora determinar os coeficientes bn, de forma a definir completamente a solução particular que procurámos. Como fazê- lo? Ora bem, falta-nos ainda aplicar a condição inicial do problema, ( ,0) ( )u x f x= : ( ) 1 ( ,0) ( ) sin ( )n n u x f x b n x f xp ¥ = = Þ =å . O somatório ( ) 1 sinn n b n xp ¥ = å é uma série seno de Fourier‡. Sendo assim, os coeficientes bn não são mais do que os coeficientes da expansão de f(x) numa série seno de Fourier para o intervalo 0 1x£ £ ! Logo bn será dado por (ver Apêndice): ( ) 1 0 2 ( )sinnb f x n x dxp= ò . Este integral permite-nos assim calcular os coeficientes bn a partir de f(x). A solução particular do problema está finalmente completamente definida. III. Transformada de Laplace O método de aplicação da transformada de Laplace na resolução de EDPs é bastante semelhante ao descrito na Secção 6, no contexto da resolução de EDOs. A transformada é aplicada relativamente a uma das variáveis independentes (desde que esta tenha como domínio o intervalo [0, [+¥ ), fazendo assim “desaparecer” as derivadas parciais em ordem a essa variável. Vejamos um exemplo: 0, u u t t x t x ¶ ¶ + = ³ - ¥ < < ¥ ¶ ¶ Condições do problema: ( ,0) 0, (0, )u x u t t= = . Vamos aplicar a transformada de Laplace sobre uma das variáveis independentes. De acordo com a definição da transformada, a transformação só é possível se a variável em causa tiver como domínio o intervalo [0, [+¥ . Este facto exclui a possibilidade de aplicarmos a transformada sobre x. Vamos então transformar sobre t. A transformada de ‡ A teoria básica das séries de Fourier é descrita no Apêndice no final desta secção. Exemplo 9. Equações de derivadas parciais Página 9 da Secção 9 Laplace de u(x,t) será ainda uma função de x, mas o domínio t será transformado no domínio de Laplace, s: { } 0 ( , ) ( , ) ( , )stu x t e u x t dt u x s ¥ -= =òL . De acordo com a conhecida propriedade da transformada da derivada: ( , ) ( , ) ( ,0) u x t su x s u x t ¶ì ü = -í ý ¶î þ L . Por outro lado, uma vez que a transformada não é aplicada sobre x : ( , ) ( , )u x t u x s x x ¶ ¶ì ü =í ý ¶ ¶î þ L . Assim, a transformação da EDP original dá: 2 ( , ) 1 ( , ) ( ,0) u x s su x s u x x s ¶ - + = ¶ . Podemos já aplicar a condição inicial ( ,0) 0u x = , obtendo: 2 1u su x s ¶ + = ¶ . A derivada parcial em ordem a t foi assim eliminada. Obtivemos uma EDP com apenas uma derivada em ordem a x, a qual é resolúvel por integração directa: 2 ( ) 1 u x f s su s ¶ = ¶ + - ò ò . Note-se que, tal como discutimos no início desta secção, a “constante de integração” que adicionamos, f(s), pode ser função da outra variável independente! Integrando obtemos: 2 1 1 ln ( )su x f s s s - - = + . Explicitando para u : 3 1 ( , ) ( ) sxu x s g s e s -= - . Não podemos ainda inverter esta transformada, uma vez que desconhecemos g(s). Esta “constante de integração” será determinada aplicando a condição fronteira (0, )u t t= (note- se que a condição inicial, ( ,0) 0u x = , já foi aplicada). Temos, no entanto, que começar por transformar essa condição para o domínio de Laplace: 9. Equações de derivadas parciais Página 10 da Secção 9 { } 2 1 (0, ) (0, )u t t u s t s = Þ = =L . Aplicando a condição obtida à solução anterior: 2 3 2 2 3 1 1 1 1 1 (0, ) ( ) ( )sxu s g s e g s s s s s s -= Þ - = Þ = - . Logo: 3 2 3 3 2 3 1 1 1 1 ( , ) sx sx sx e eu x s e s s s s s s - - -æ ö= - - = - +ç ÷ è ø . Agora sim, podemos inverter a expressão resultante para o domínio t§: 2 2( ) ( , ) ( ) ( ) ( ) 2 2 t t x u x t t x H t x H t x - = - - - + - . § A inversão das transformadas de Laplace é efectuada da forma usual, tratando x como constante. 9. Equações de derivadas parciais Página 11 da Secção 9 Apêndice: Séries de Fourier Qualquer função f(x) contínua num intervalo [0, L] pode ser representada por uma série de senos ou co-senos. Ou seja, existe uma série de senos ou co-senos que converge para f(x). Essas séries definem-se da seguinte forma: Série seno de Fourier: 1 ( ) sinn n n f x b x L p¥ = æ ö= ç÷ è ø å Série co-seno de Fourier: 0 1 ( ) cos 2 nn a n f x a x L p¥ = æ ö= + ç ÷ è ø å A expansão de uma função em série de Fourier só fica definida após a determinação dos coeficientes bn e an. Uma relação entre estes e a função a expandir, f(x), pode ser obtida com base a propriedade de ortogonalidade das funções seno e co-seno. No caso das funções seno, demonstra-se que o produto escalar de duas funções seno, designado por ,n mS S< > , é dado por: 0 0, sin sin , , 2 L n m n m n m x x dx S S L L L n m p p ¹ì ïæ ö æ ö = < > = íç ÷ ç ÷ =è ø è ø ïî ò Ou seja, Sn e Sm são ortogonais se n m¹ . Multiplicando ambos os lados da expansão em série seno de f(x) por Sn e aplicar o produto escalar, obtemos: 10 0 sin ( ) sin sin L L n n m m n x f x dx b x x dx L L L p p p¥ = æ ö æ ö æ ö=ç ÷ ç ÷ ç ÷ è ø è ø è ø åò ò Segundo a propriedade de ortogonalidade das funções seno, o integral do lado direito é não nulo apenas quando n = m. Logo a equação anterior fica: 0 sin ( ) 2 L m m L x f x dx b L pæ ö =ç ÷ è øò . De onde se conclui que: 0 2 2 sin ( ) , L n n n b x f x dx f S L L L pæ ö= = < >ç ÷ è øò . Da mesma forma, para a expansão em série co-seno de Fourier, utilizamos a propriedade de ortogonalidade das funções co-seno: Expansão em série seno e co-seno de Fourier Definição dos coeficientes da expans ão em série seno de Fourier 9. Equações de derivadas parciais Página 12 da Secção 9 0 0, cos cos , 0 2 , 0 L m n n m L x x dx m n L L L m n p p ¹ì ïïæ ö æ ö = = ¹íç ÷ ç ÷ è ø è ø ï ï = =î ò Seguindo um procedimento análogo ao anterior, obtemos**: 0 2 2 cos ( ) , L n n n a x f x dx f C L L L pæ ö= = < >ç ÷ è øò . Vamos expandir f(x) = x numa série seno e numa série co-seno de Fourier, com x Î [0,1]. A forma da expansão em a série seno será (note-se que L = 1): ( ) 1 1 ( ) sin sinn n n n n f x b x b n x L p p ¥ ¥ = = æ ö= =ç ÷ è ø å å . Os coeficientes bn são obtidos de: ( ) 1 0 0 2 sin ( ) 2 sin L n n b x f x dx n x xdx L L p pæ ö= =ç ÷ è øò ò O integral anterior pode ser obtido de uma tabela de integrais, obtendo-se então: 12 ( 1)nnb np += - . Ou seja, f(x) = x pode ser representada pela série: ( )1 1 2 ( ) ( 1) sinn n f x n x n p p ¥ + = = -å 2 1 1sin( ) sin(2 ) sin(3 ) ...2 3x x xp p pp ì ü= - + -í ý î þ Na figura seguinte podemos ver a representação gráfica da série, utilizando apenas três e oito parcelas no somatório. É notório que no segundo caso se obtém um resultado mais próximo da função original, se bem que a série diverge sempre para x = 1, uma vez que, como ( )sin 0np = , todas as parcelas do somatório são nulas nesse ponto. ** As expressões obtidas para os coeficientes bn e an não são mais do que, respectivamente, as definições da Transformada Seno e da Transformada Co-seno de Fourier de uma função f(x). Estas transformadas são de grande importância em várias áreas da matemática e da engenharia. No entanto, o seu estudo mais aprofundado está fora do âmbito desta disciplina. Definição dos coeficientes da expans ão em série co-seno de Fourier Exemplo 9. Equações de derivadas parciais Página 13 da Secção 9 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1 f(x) = x Série seno, 3 parcelas Série seno, 8 parcelas Vamos agora efectuar a expansão em série co-seno: ( )0 0 1 1 ( ) cos cos 2 2n nn n a an f x a x a n x L p p ¥ ¥ = = æ ö= + = +ç ÷ è ø å å Calculemos os coeficientes: 1 0 0 0 2 ( ) 2 1 L a f x dx x dx L = = =ò ò ( ) 1 2 0 0 4 , par2 ( )cos ( ) 2 cos 0, impar L n nn na x f x dx n x x dx L L n p pp ì-ïæ ö= = = íç ÷ è ø ïî ò ò com n = 1,2,… Então, f(x) será dada por: 2 2 2 1 4 1 1 ( ) cos( ) cos(3 ) cos(5 ) ... 2 3 5 f x x x xp p p p ì ü= - + + +í ý î þ Mais uma vez, podemos ver a representação gráfica desta série, considerando apenas os primeiros termos: 9. Equações de derivadas parciais Página 14 da Secção 9 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1 f(x) = x Série coseno, 2 parcelas Série coseno, 8 parcelas Vemos agora que se obtém uma muito melhor representação da função f(x), mesmo usando apenas oito parcelas. A série co-seno é assim uma melhor escolha para representar a função f(x) = x . 9. Equações de derivadas parciais Página 15 da Secção 9 Sumário da Secção 9 • Resolução analítica de EDPs I. Integração directa II. Separação de variáveis III. Transformada de Laplace • Apêndice: Séries de Fourier
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