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1 GENERALIDADES SOBRE NERVOS ESPINAIS Nervos espinais são aqueles que fazem conexão com a medula espinal e são responsáveis pela inervação do tronco, dos membros e de partes da cabeça. Existem 31 pares de nervos espinais, compreendendo oito cervicais, doze torácicos, cinco lombares, cinco sacrais e um coccígeo. Cada nervo espinal é formado pela união de uma raiz posterior (que contém fibras sensitivas da pele, dos tecidos subcutâneos e profundos e também das vísceras) com uma raiz anterior (que contém fibras motoras para a musculatura esquelética, sendo que algumas delas contêm também fibras autônomas pré-ganglionares), as quais se ligam, respectivamente, aos sulcos póstero- lateral e ântero-lateral da medula espinal através das radículas posteriores e anteriores. Na raiz posterior, localiza-se o gânglio sensitivo do nervo espinal, onde se encontram corpos de neurônios sensitivos pseudo-unipolares, cujos prolongamentos central e periférico formam a referida raiz. Já a raiz anterior é formada por axônios que se originam em corpos de neurônios situados nas colunas anterior e lateral da medula espinal. Da união da raiz posterior, sensitiva, com a raiz anterior, motora, forma-se o tronco do nervo espinal, que funcionalmente é misto. Este sai do canal vertebral pelo forame intervertebral e logo se divide em um ramo posterior e um ramo anterior, ambos mistos. Com exceção dos três primeiro nervos cervicais, os ramos posteriores são menores que os anteriores correspondentes. Os ramos posteriores dos nervos espinais inervam a pele e os músculos do dorso, da nuca e da região occipital. Estes ramos permanecem separados uns dos outros e enviam fibras nervosas para as articulações sinoviais da coluna vertebral, para os músculos profundos do dorso e para a pele sobrejacente em um padrão segmentar. Os ramos anteriores dos nervos espinais são responsáveis pela inervação da pele e dos músculos dos membros, bem como da região ântero-lateral do pescoço e do tronco. Os ramos anteriores que inervam a parede torácica e a abdominal permanecem relativamente isolados ao longo de todo o seu trajeto, constituindo nervos unissegmentares como, por exemplo, os nervos intercostais, cujas fibras se originam de um só segmento medular. Entretanto, nas regiões cervical e lombossacral, os ramos anteriores dos nervos espinais entremeiam-se e anastomosam-se para formar plexos, dos quais emergem nervos periféricos importantes. Quando um ramo anterior de um nervo espinal participa de um plexo e se une a outros desses ramos, seus fascículos ou funículos (feixes de fibras nervosas) componentes vão integrar diversos nervos que emergem do plexo. Assim, como princípio geral, cada nervo espinal que toma parte em um plexo contribui para a constituição de diversos nervos periféricos, cada um dos quais contendo fibras derivadas de diversos nervos espinais, sendo, portanto, denominados nervos plurissegmentares ou multissegmentares (pois contêm fibras originadas em mais de um segmento medular). Cada nervo espinal apresenta um padrão de distribuição referida como segmentar ou dermatomérica. O termo dermátomo refere-se ao território cutâneo ou à área da pele inervada pelas fibras sensitivas de uma única raiz posterior através dos ramos posterior e anterior do seu nervo espinal. O dermátomo recebe o nome da raiz que o inerva. No tronco, os dermátomos se sucedem na mesma sequência das raízes espinais, em faixas aproximadamente paralelas. Entretanto, nos membros, em virtude do grande crescimento dos brotos apendiculares durante o desenvolvimento, a disposição dos dermátomos se torna irregular, havendo aposição de dermátomos situados em segmentos distantes, como C5 e T1, no ombro, braço e antebraço. As fibras radiculares podem chegar aos dermátomos através de nervos unissegmentares ou plurissegmentares. No primeiro caso, a cada nervo corresponde um dermátomo que se localiza no seu território de distribuição cutânea. No segundo, o nervo contribui com fibras para vários dermátomos, pois recebe fibras sensitivas de várias raízes. O estudo da topografia dos dermátomos é muito importante para a localização de lesões radiculares e medulares. Conhecendo-se o território cutâneo de distribuição dos nervos periféricos e o mapa dos dermátomos, pode-se, diante de um quadro de perda de sensibilidade cutânea, determinar se a lesão foi em um nervo periférico, na medula ou nas raízes espinais. Existe pouca correspondência específica entre os dermátomos e os músculos subjacentes. A disposição geral é a de que os segmentos mais rostrais das intumescências cervical e lombossacral da medula espinal inervam os músculos mais proximais dos membros, e que os segmentos mais caudais inervam os músculos mais distais. Um músculo geralmente recebe fibras de cada um dos nervos espinais que contribuem para o nervo periférico que o inerva. A secção de um nervo espinal isolado enfraquece vários músculos, mas geralmente não os paralisa. A secção de um nervo periférico resulta em fraqueza acentuada ou paralisia total dos músculos que inerva. Além disso, ocorre disfunção autônoma na área da sua distribuição. PLEXO BRAQUIAL Os nervos do membro superior originam-se do plexo braquial, uma importante rede nervosa situada parcialmente no pescoço e na axila. O plexo braquial é formado pela união dos ramos anteriores dos quatro nervos cervicais inferiores (C5 - C8) e pela maior parte do ramo anterior do primeiro nervo torácico (T1), podendo, às vezes, receber contribuições do ramo anterior do quarto nervo cervical - C4 e/ou do segundo nervo torácico - T2. Quando a contribuição de C4 é grande e a contribuição de T1 é pequena, o plexo é descrito como pré-fixado em relação à coluna vertebral. Ao contrário, quando a contribuição de T1 e T2 é grande, o plexo é considerado como pós-fixado. Os ramos anteriores de C5 a T1 emergem, no pescoço, entre os mm. escalenos anterior e médio, unindo-se para formar o plexo braquial que, a seguir, transita pela parte inferior do trígono posterior do pescoço, situando- se superiormente à clavícula, látero-posteriormente ao m. esternocleidomastóideo e súpero-posteriormente à 3ª parte da a. subclávia, onde é cruzado pelo ventre inferior do m. omo-hióideo. Nesta região, pode-se injetar, no plexo, um anestésico local. O plexo braquial pode ser palpado, no indivíduo vivo, tanto superior quanto inferiormente ao m. omo-hióideo, no ângulo entre a clavícula e o m. esternocleidomastóideo. O plexo braquial passa posteriormente à concavidade dos dois terços mediais da clavícula e acompanha a 1ª parte da a. axilar profundamente ao m. peitoral maior. Seus fascículos estão dispostos em torno da 2ª parte deste vaso, posteriormente ao m. peitoral menor. Na margem lateral e inferior do m. peitoral menor, anteriormente ao m. subescapular, o plexo braquial emite seus ramos terminais. 2 Os ramos anteriores dos quatro nervos cervicais inferiores (C5 - C8) e a maior parte do ramo anterior do primeiro nervo torácico (T1), constituem as raízes do plexo braquial, que emergem, no pescoço, entre os mm. escalenos anterior e médio. Os ramos anteriores de C5 e C6 unem-se para formar o tronco superior, o ramo anterior de C7 permanece isolado como o tronco médio e os ramos anteriores de C8 e T1 unem-se para formar o tronco inferior. Os ramos anteriores destes nervos espinais emergem, no pescoço, entre os mm. escalenos anterior e médio, e os troncos do plexo braquial situam-se em relação com a a. subclávia. Cada tronco, a seguir, fornece uma divisão anterior e uma posterior, e essas divisões propiciam uma indicação geral de quais fibras seguem para o compartimento anterior (mm. flexores e pronadores) e quais seguem para o compartimento posterior (mm. extensores e supinador) domembro superior. As divisões localizam-se posteriormente à clavícula. As divisões anteriores dos troncos superior e médio unem-se para formar o fascículo lateral. A divisão anterior do tronco inferior permanece isolada, formando o fascículo medial. As três divisões posteriores unem-se para formar o fascículo posterior. Os três fascículos, situados posteriormente à 1ª parte da a. axilar, tendem a enrolar-se em torno da 2ª parte deste vaso e cada um, agora, vem ocupar o contorno da artéria que lhe dá o nome – lateral, medial e posterior (e.g., o fascículo lateral é lateral à 2ª parte da a. axilar). Finalmente, na margem lateral e inferior do m. peitoral menor, os fascículos dividem-se em ramos terminais (nervos periféricos plurissegmentares ou multissegmentares). Os fascículos e ramos terminais situam-se na axila, em relação com a a. axilar. PLEXO BRAQUIAL O plexo braquial é dividido, pela clavícula, em partes supraclavicular e infraclavicular. Os ramos supraclaviculares do plexo braquial originam-se das raízes (ramos anteriores de C5 a T1) e do tronco superior do plexo braquial e são acessíveis através do pescoço. Os ramos infraclaviculares do plexo braquial originam-se dos fascículos do plexo braquial e são acessíveis através da axila. 3 RAMOS DAS RAÍZES DO PLEXO BRAQUIAL: Nervo dorsal da escápula (C5, C4) – Perfura o m. escaleno médio, transita profundamente ao m. levantador da escápula e penetra na superfície profunda dos mm. rombóides. Inerva os mm. levantador da escápula e rombóides. Nervo torácico longo (C5, C6, C7) – Suas duas raízes superiores (C5 e C6) perfuram e sua raiz inferior (C7) passa anteriormente ao m. escaleno médio. Tem um trajeto descendente, situando-se posteriormente ao plexo braquial e à 1ª parte da a. axilar, bem como na superfície externa do m. serrátil anterior, onde é acompanhado, medialmente, pela a. torácica lateral. Inerva o m. serrátil anterior. Pequenos ramos musculares (C5 - T1) para os mm. escalenos e longo do pescoço. RAMOS DO TRONCO SUPERIOR: Nervo subclávio (C5, C6 e C4) – Transita posteriormente à clavícula e anteriormente ao plexo braquial e à 3ª parte da a. subclávia, terminando no m. subclávio. Inerva o m. subclávio e a articulação esternoclavicular. Frequentemente emite uma raiz acessória para o nervo frênico. Nervo supra-escapular (C5, C6 e C4) – Segue lateralmente através do trígono posterior do pescoço, passa pela incisura da escápula, inferiormente ao ligamento transverso superior da escápula, e inerva as articulações acromioclavicular e do ombro e o m. supra-espinal. Acompanhado pela a. supra-escapular, passa através da incisura espinoglenoidal e inerva o m. infra-espinal. RAMOS DOS FASCÍCULOS: Ramos do fascículo lateral: Nervo peitoral lateral (C5, C6, C7) – Cruza, anteriormente, os vasos axilares, perfura a membrana costocoracóidea e termina na superfície profunda do m. peitoral maior. Envia um ramo comunicante para o nervo peitoral menor que passa anteriormente à 1ª parte da a. axilar. Inerva os mm. peitoral maior e menor e as articulações acromioclavicular e do ombro. Nervo musculocutâneo (C5, C6, C7) Raiz lateral do nervo mediano (C5, C6, C7) * De acordo com Gardner, Gray e O’Rahilly (1988), o fascículo lateral geralmente também dá origem à raiz lateral do nervo ulnar (C7). Ramos do fascículo posterior: Nervo subescapular superior (C5) – Segue posteriormente, entrando diretamente no m. subescapular. Inerva a parte superior do m. subescapular. Nervo toracodorsal (C6, C7, C8) – Origina-se entre os nervos subescapulares superior e inferior e segue ínfero-lateralmente ao longo da parede axilar posterior até a parte apical do m. latíssimo do dorso. Neste trajeto, acompanha inicialmente a a. subescapular e depois a a. toracodorsal. Inerva o m. latíssimo do dorso. Nervo subescapular inferior (C5, C6) – Segue ínfero-lateralmente, profundamente à a. e à v. subscapulares. Inerva a parte inferior do m. subescapular e o m. redondo maior. Nervo radial (C5, C6, C7, C8, T1) Nervo axilar (C5, C6) Ramos do fascículo medial: Nervo peitoral medial (C8, T1) – Segue entre a a. e a v. axilares, perfura o m. peitoral menor e entra na superfície profunda do m. peitoral maior. Embora seja denominado medial devido à sua origem do fascículo medial, situa-se lateralmente ao nervo peitoral lateral. Inerva o m. peitoral menor e a parte esternocostal do m. peitoral maior. Nervo cutâneo medial do braço (C8, T1) – É o menor ramo do plexo braquial. Segue ao longo do contorno medial das vv. axilar e braquial. Comunica-se com o nervo intercostobraquial. Inerva a pele da face medial do braço. Nervo cutâneo medial do antebraço (C8, T1) – situa-se entre a a. e a v. axilares e desce medialmente a a. braquial. Pode dar um ramo para o braço. Inferiormente ao terço médio do braço, perfura a fáscia muscular, tornando-se subcutâneo, dividindo-se em ramos anterior e posterior. O ramo anterior passa superficial ou profundamente à v. intermédia do cotovelo e inerva a pele da face ântero-medial do antebraço, e o ramo posterior, a face póstero-medial do antebraço. Raiz medial do nervo mediano (C8, T1) Nervo ulnar (C8, T1, C7) São ramos terminais do plexo braquial os nervos: mediano, ulnar, radial, musculocutâneo e axilar, sendo que os quatro primeiros continuam-se distalmente no membro superior. O nervo musculocutâneo inerva os músculos anteriores do braço, o m. tríceps braquial é inervado pelo nervo radial. Os principais nervos para o antebraço e a mão são os nervos mediano, ulnar e radial que se originam na axila, dos fascículos do plexo braquial, acompanham a a. axilar e a parte proximal da a. braquial. Os nervos mediano e ulnar passam diretamente ao antebraço, mas o nervo radial emite ramos musculares e cutâneos no braço. A inervação sensitiva da mão é realizada pelos nervos mediano, ulnar e radial, entretanto, as fibras motoras para os músculos intrínsecos da mão são derivadas do primeiro segmento torácico da medula espinal e atingem os músculos através dos nervos mediano e ulnar. Em casos muito raros, os músculos curtos da mão podem ser inervados somente pelo nervo mediano e, em outros, somente pelo nervo ulnar. Nervo musculocutâneo (C5, C6, C7) – é extremamente variável, mas geralmente origina-se, na axila, do fascículo lateral e perfura o m. coracobraquial. Comunica-se frequentemente com o nervo mediano, no braço, e pode originar-se dele. Desce, então, entre o m. bíceps braquial, superficialmente, e o m. braquial, profundamente, e atinge a face lateral do braço. Inerva os mm. anteriores do braço (mm. flexores do antebraço) (ramos musculares – MC, MBB, MB) e a articulação do cotovelo. Finalmente converte-se no nervo cutâneo lateral do antebraço. Este perfura a fáscia muscular lateralmente ao tendão do m. bíceps braquial e se divide em ramos anterior e posterior, dos quais um ou ambos passam posteriormente a v. cefálica e inervam a pele da metade lateral do antebraço. 4 Nervo radial (C5, C6, C7, C8, T1) – é o maior ramo do plexo braquial. Pode ser considerado uma continuação do fascículo posterior. Na axila, situa-se posteriormente à a. axilar e anteriormente ao m. subescapular. No braço, continua posteriormente à a. braquial, medialmente ao úmero e anteriormente à cabeça longa do m. tríceps braquial. Curva-se ao redor do úmero, juntamente com a artéria braquial profunda, ocupando o sulco do nervo radial entre as cabeças lateral e medial do m. tríceps braquial. Inferiormente à inserção do m. deltóide, perfurao septo intermuscular lateral, dirigindo-se anteriormente para a fossa cubital, onde se situa profundamente no sulco entre os mm. braquial e braquiorradial. Inferiormente ao epicôndilo lateral, divide-se em ramos superficial e profundo. O ramo superficial ou continuação do nervo radial é cutâneo e articular em sua distribuição. Desce, no antebraço, profundamente ao m. braquiorradial e superficialmente às inserções dos mm. supinador e pronador redondo, acompanhando a a. radial que se situa lateralmente. Na parte distal do antebraço, dirige-se posteriormente, torna-se subcutâneo e se divide em nervos digitais dorsais. O ramo profundo, muscular e articular em sua distribuição, tem origem inferiormente ao m. braquiorradial. Curva-se lateralmente em torno do rádio, situando-se entre as camadas, superficial e profunda, do m. supinador e se continua como nervo interósseo posterior. Este se situa entre os músculos extensores superficiais e profundos, acompanhando a a. interóssea posterior. Na parte distal do antebraço, passa junto à membrana interóssea, profundamente aos mm. extensor longo do polegar e extensor do indicador. Termina no dorso do carpo, numa dilatação de onde se originam ramos que se distribuem ao punho e às articulações intercárpicas. O nervo radial, juntamente com seus ramos, inerva a pele das faces posterior e lateral do braço (nervo cutâneo posterior do braço e nervo cutâneo lateral inferior do braço), a pele da face posterior do antebraço (nervo cutâneo posterior do antebraço), a pele da parte lateral do dorso da mão (ramo superficial), a pele do dorso das falanges proximais do polegar, do indicador e de parte do dedo médio (nervos digitais dorsais), as articulações da mão e cotovelo e os mm. posteriores do braço e antebraço (mm. extensores do antebraço, do carpo e dos dedos e m. supinador) (ramos musculares – MTB, MA, MBr, MERLC, MERCC / ramo profundo – MS, MED, MEDM, MEUC, MERCC e nervo interósseo posterior do antebraço – MALP, MELP, MECP, MEI ), além do m. braquial (ramos musculares), também inervado pelo nervo musculocutâneo. Nervo axilar (C5, C6) – é ramo do fascículo posterior. Situa-se anteriormente ao m. subescapular, posteriormente à a. axilar, lateralmente ao nervo radial. Sai da fossa axilar posteriormente, atravessando o espaço quadrangular* juntamente com a a. circunflexa posterior do úmero. Dá origem ao nervo cutâneo lateral superior do braço, que inerva a pele da região deltóidea, e depois espirala-se ao redor do colo cirúrgico do úmero, profundamente ao m. deltóide, inervando os mm. redondo menor e deltóide (ramos musculares) e a articulação do ombro.* O espaço quadrangular é limitado superiormente pelo músculo subescapular, pela cabeça do úmero e pelo músculo redondo menor; inferiormente pelo redondo maior; medialmente pela cabeça longa do tríceps; e lateralmente pelo coracobraquial e colo cirúrgico do úmero. Nervo mediano (C5, C6, C7, C8, T1) – origina-se com raízes lateral e medial dos fascículos lateral e medial, respectivamente. As raízes unem-se quer lateral, quer anteriormente à a. axilar, mas ocasionalmente a raiz lateral pode ser levada até o braço pelo nervo musculocutâneo. Continua no contorno lateral e, mais inferiormente, no contorno medial da a. braquial. Na fossa cubital, encontra-se posteriormente à v. intermédia do cotovelo, coberto pela aponeurose bicipital e dá um ramo para a articulação do cotovelo. Penetra então no antebraço, entre as duas cabeças do m. pronador redondo, sendo separado da a. ulnar pela cabeça ulnar deste músculo. No antebraço, está acompanhado pela a. interóssea anterior, ramo da a. interóssea comum. Passa posteriormente ao arco tendíneo que une as duas cabeças do m. flexor superficial dos dedos, e permanece situado profundamente a este músculo e superficialmente ao m. flexor profundo dos dedos, até que se aproxima do punho. Aqui, torna-se mais superficial ao emergir entre os tendões dos mm. flexor superficial dos dedos e flexor radial do carpo, sendo parcialmente coberto pelo tendão do m. palmar longo. Penetra na mão passando pelo túnel do carpo, posteriormente ao retináculo dos músculos flexores e anteriormente aos tendões dos mm. flexores. Na margem distal do retináculo dos músculos flexores, o nervo mediano divide-se em seus ramos terminais (ramo muscular ou recorrente e nervos palmares digitais comuns) profundamente à aponeurose palmar e ao arco palmar superficial. Inerva, juntamente com seus ramos, a pele da parte lateral da palma da mão e dos dedos (ramo palmar e nervos palmares digitais comuns e próprios), a pele do dorso das falanges distal do polegar, média e distal dos dedos indicador e médio (nervos palmares digitais próprios) a maioria dos mm. anteriores do antebraço (mm. flexores do carpo e dos dedos e mm. pronadores) (ramos musculares – MPR, MFRC, MPL, MFSD / nervo interósseo anterior do antebraço – MFPD, MFLP, MPQ), a maioria dos mm. curtos do polegar (ramo muscular ou recorrente – MACP, MFCP, MOP), os 1º e 2º mm. lumbricais (nervos palmares digitais comuns) e as articulações do cotovelo e da mão. Nervo ulnar (C8, T1, C7) – origina-se do fascículo medial e de acordo com Gardner, Gray e O’Rahilly (1988), geralmente tem também uma raiz lateral (contendo fibras de C7) que emerge do fascículo lateral. Situa-se entre a a. e a v. axilares, anteriormente ao m. redondo maior. Desce medialmente à a. axilar e continua no contorno medial da a. braquial. No terço médio do braço, perfura o septo intermuscular medial e desce com a a. colateral ulnar superior, atingindo a face posterior do epicôndilo medial, onde dá um ramo para a articulação do cotovelo. Neste local, isto é, no sulco do nervo ulnar, pode ser sentido e rolado de encontro ao osso, podendo também ser palpado de encontro à face medial do processo coronóide. Penetra, a seguir, no antebraço entre as duas cabeças do m. flexor ulnar do carpo. Situa-se, então, entre o m. flexor ulnar do carpo, superficialmente, e o m. flexor profundo dos dedos, profundamente, sendo acompanhado, lateralmente, pela a. ulnar. No segmento distal do antebraço, torna-se superficial, situando-se entre os tendões dos mm. flexor ulnar do carpo e flexor superficial dos dedos. O nervo e a a. ulnar penetram na mão, passando anteriormente ao retináculo dos músculos flexores, lateralmente ao psiforme, entre este osso e o hámulo do osso hamato. A seguir, o nervo divide-se em seus dois ramos terminais, superficial e profundo. O nervo ulnar, juntamente com seus ramos, inerva a pele da parte medial da palma (ramo palmar) e do dorso (ramo dorsal) da mão e dos dedos (na face palmar até metade medial do dedo anular e na face dorsal até metade medial do dedo médio) (nervos palmares digitais comuns/próprios e digitais dorsais), alguns músculos anteriores do antebraço (mm. flexor ulnar do carpo e flexor profundo dos dedos) (ramos musculares – MFUC e pm MFPD), muitos músculos curtos da mão, muitas articulações da mão (ramo superficial – MPC e ramo profundo – MFCP, MAdP, MADM, MODM, MFCDM, MIP e MID, 3º e 4º ML) e a articulação do cotovelo. O nervo ulnar pode comunicar-se com o nervo mediano, no antebraço. Tal comunicação ocasionalmente conduz importantes fibras de um nervo para o outro. Em raros casos, o nervo mediano pode conduzir todas as fibras dos músculos curtos da mão e ceder a maioria delas ao nervo ulnar, por intermédio de uma comunicação no antebraço. Nestas circunstâncias, a secção do nervo ulnar superiormente ao cotovelo não é acompanhada de paralisia dos músculos curtos da mão. 5 Obs: Os termos nervo motor e nervo sensitivo são quase sempre relativos, referindo-se à maioria dos tipos de fibras conduzidos por aquele nervo. Os nervos motores também contêm cerca de 40% de fibras sensitivas, que conduzem informações sobre dor e propriocepção. Da mesmaforma, os nervos sensitivos também contêm fibras motoras, que suprem as glândulas sudoríparas e o músculo liso dos vasos sanguíneos e folículos pilosos. MÚSCULOS DO BRAÇO Anteriores Posterior MBB - músculo bíceps braquial MTB - músculo tríceps braquial MC - músculo coracobraquial MB - músculo braquial MÚSCULOS DO ANTEBRAÇO Anteriores Posteriores MPR - músculo pronador redondo MA - músculo ancôneo MFRC - músculo flexor radial do carpo MBr - músculo braquiorradial MPL - músculo palmar longo MERLC - músculo extensor radial longo do carpo MFUC - músculo flexor ulnar do carpo MERCC - músculo extensor radial curto do carpo MFSD - músculo flexor superficial dos dedos MED - músculo extensor dos dedos MFPD - músculo flexor profundo dos dedos MEDM - músculo extensor do dedo mínimo MFLP - músculo flexor longo do polegar MEUC - músculo extensor ulnar do carpo MPQ - músculo pronador quadrado MS - músculo supinador MALP - músculo abdutor longo do polegar MECP - músculo extensor curto do polegar MELP - músculo extensor longo do polegar MEI - músculo extensor do indicador MÚSCULOS DA MÃO Músculos tenares Músculos hipotenares MACP - músculo abdutor curto do polegar MPC - músculo palmar curto MFCP - músculo flexor curto do polegar MADM - músculo abdutor do dedo mínimo MOP - músculo oponente do polegar MFCDM - músculo flexor curto do dedo mínimo MadP - músculo adutor do polegar MODM - músculo oponente do dedo mínimo ML - Músculos lumbricais MID e MIP - Músculos interósseos dorsais e palmares Profª Drª Cíntia Bovi Binotti – 12/02/14 Referências Bibliográficas: NETTER, F. H. Membro superior. In: Atlas de anatomia humana. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011, p.400-68. MOORE, K. L.; DALLEY, A. F.; AGUR, A. M. R. Introdução à anatomia orientada para a clínica: sistema nervoso. Membro superior. In: Anatomia orientada para a clínica. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010, p. 46-65, 665-813. MACHADO, A. B. M. Nervos em geral – Terminações nervosas – Nervos espinais. In: Neuroanatomia funcional. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 1993, p.110-15. GARDNER, E.; GRAY, D. J.; O’RAHILLY, R. Sistema nervoso. Ombro e axila. Braço e cotovelo. O antebraço. A mão. Resumo da irrigação sanguínea e inervação do corpo: inervação – membro superior. In: Anatomia: estudo regional do corpo humano. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1988, p.34-6, 104-56, 753-57.
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