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UNIVERSIDADE POSITIVO
PSICOLOGIA
Thalita Louise Chruczeski
Técnicas de meditação, respiração, mentalização e grounding dentro do
quesito psicoterapêutico
Curitiba
2018
Thalita Louise Chruczeski
Técnicas de meditação, respiração, mentalização e grounding dentro do
quesito psicoterapêutico
Trabalho de revisão de literatura apresen-
tado como parte dos requisitos necessários
à obtenção de nota parcial do quarto bimes-
tre de 2018.
Professor(a): Gilberto Gaertner
Disciplina: Desenvolvimento de Habilida-
des Psicológicas
Turma: 1N
Curitiba
2018
Lista de ilustrações
Figura 1 – Tipologia reflexiva aplicada de técnicas de meditação . . . . . . . . 6
Figura 2 – Posição de ”grounding” básico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
Figura 3 – Posição do arco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Lista de tabelas
Tabela 1 – Plano para preparação mental e corporal . . . . . . . . . . . . . . . 14
Tabela 2 – Planilha de horários para check-list . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
Tabela 3 – Estrutura do modelo e procedimento do protocolo de horários . . . 15
Sumário
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2 DESCRIÇÕES TÉCNICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.1 Meditação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.2 Respiração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.3 ”Grounding” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.4 Treinamento mental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
3 PLANO DE USO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
4 DISCUSSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
5
1 INTRODUÇÃO
Frequentemente as pessoas solicitam e necessitam de sequências de exercícios
que sirvam como base para o plano de uso de seus trabalhos corporais, não somente,
em situações de estresse, ansiedade e crises psicológicas. Diante desse contexto,
técnicas utilizadas nas clínicas sociais e em projetos junto a grupos sociais específicos
estão sendo aprimoradas para a prática e melhoramento de diversas patologias. Cabe
assim, fazer um levantamento dos principais pontos que envolve o treinamento de
técnicas de respiração, ”grounding”, mentalização e meditação (combinadas ou não),
com o propósito de uma melhor compreensão e futuros usos dessas formas de trabalho
com o corpo e mente.
6
2 DESCRIÇÕES TÉCNICAS
2.1 Meditação
A meditação é famosa por seu relacionamento com o relaxamento físico, redução
de estresse e principalmente, pela paz de espírito que gera naqueles que a praticam.
Embora esses sejam objetivos válidos, o verdadeiro propósito da meditação é algo
superior. Segundo Goleman (1999) técnicas de meditação é algo que se mostra auxiliar
à qualquer psicoterapia, já que o indivíduo pode se tornar mais consciente de seus
pensamentos, sensações e estados espirituais.
A meditação, por ser uma terapia muito antiga, possui diferentes técnicas e
elementos centrais que se diferem conforme o objetivo de cada processo. Entretanto,
há pelo menos um princípio comum entre os conjuntos de meditação: a necessidade
de uma purificação (GOLEMAN, 1999). O ambiente mais propício para o sistema de
purificação, pode variar conforme sua meta e contexto em que o sujeito está inserido.
Por exemplo, segundo Goleman (1999), indivíduos iam para o deserto do Egito, pois,
”A solidão hermética era essencial para o seu severo programa de autodisciplina”. Já,
segundo o mesmo autor, Gurdjieff ou Krishnamurti preferem ”ambientes da família,
do trabalho e dos lugares públicos são o melhor contexto para a disciplina interior”.
Sendo o ambiente ideal para a meditação, aquele que te traz benefícios em prol de sua
purificação.
Dentro do amplo sistema de meditação, há tipologias que se diferem por
suas técnicas e o critério que se é abordada. A Figura 1, retirada do livro ”A arte da
Meditação” de Daniel Goleman (1999), representa de forma sucinta às técnicas de
cada sistema de meditação. O critério avaliado na Figura, é a mecânica da técnica que
o sujeito irá proferir.
Figura 1 – Tipologia reflexiva aplicada de técnicas de meditação
Livro ”A arte da Meditação” (Daniel Goleman,1999, p.21)
Capítulo 2. DESCRIÇÕES TÉCNICAS 7
A tipologia ”concentração” é quando a mente se concentra em um objeto
mental fixo. Esse objeto pode ser focado mentalmente, por exemplo, imaginar um
círculo branco com um contorno preto; pode ser focado com os olhos, por exemplo,
fixar o olhar em apenas um ponto na parede; e pode ser focado em algo do próprio
corpo, como a respiração. A mente, nessa tipologia de meditação, tem por estratégia
fixar o foco em um único preceito, fazendo com que mesmo que dispersa, volte ao seu
objetivo. Goleman (1999) explica sobre a meditação de concentração:
”Sistemas diferentes de meditação podem adotar pontos de vista totalmente
contraditórios entre si para as exigências de cada ato preparatório, sejam elas
um ambiente específico, a necessidade de um professor ou o conhecimento
prévio do que esperar da meditação. O único ingrediente que não varia é a
necessidade de que a pessoa que medita retenha a sua atenção ou através
da concentração ou do estado consciente” (p.22).
O tipo ”Estado consciente”, tem como recurso a mente observar a si mesma.
Concentrando-se na própria respiração, o indivíduo deixa revisitar os pensamentos
e imaginações presentes. Já na ”Integrada”, a mente tem por objetivo observar a si
mesma em um estado consciente e, ao mesmo tempo, fixar seu foco em algum objeto
mental. Às três tipologias usam a respiração como base, examinando atentamente as
sensações presentes no corpo todo - treinando a atenção e fortalecendo o poder de
concentração do indivíduo no chamado “músculo da atenção” (GOLEMAN, 1999).
Segundo o autor de ”A arte da meditação” (1999), qualquer atividade pode ser
meditativa uma vez que o indivíduo preste atenção total e cuidadosa na ação que
está desempenhando. Goleman (1999) exemplifica com a ”alimentação consciente”,
consistindo em sentar imóvel, prestando atenção na respiração (inspiração e expiração)
para chegar a um estado de tranquilidade antes de começar a comer.
Esta prática milenar, possibilita a melhora em diversas patologias - como a
depressão (PEREIRA; MAGRO, 2010). Seu segredo de ensinar o indivíduo a viver
no presente, pensando no agora, sem antecipar sofrimento, faz com que sua prática
esteja presente em estilos de vida, personalidades, cognição e cura de doenças em
uma magnitude gigantesca (PEREIRA; MAGRO, 2010).
2.2 Respiração
Buda uma vez disse que a respiração pode conter todo o conteúdo necessário
para o crescimento do ser humano, principalmente a sabedoria e compaixão (Apud
KABAT-ZINN, 2013). O movimento de respiração (expirar e inspirar) é a porta vital do
corpo, que consegue converter o movimento em foco, atenção e colocar o indivíduo
no presente a partir das sensações corporais acompanhadas pela respiração (KABAT-
ZINN, 2013).
Capítulo 2. DESCRIÇÕES TÉCNICAS 8
Gaertner (2007) menciona os processos de captação da atenção em seu livro
”Metaexperiências no Campo Esportivo”, em que os mecanismos que envolvem a aten-
ção podem atuar de modo dinâmico e ”selecionando os estímulos que chegam pelas
diversas vias sensórias e organizando os processos mentais”. Um desses mecanismos
é dado pela tomada da consciência a partir de técnicas de respiração; o percebedor
(indivíduo) e o percebido (objeto atencional) se conectam em uma dinâmica que ajuda
à estabilização da atenção (GAERTNER, 2007; KABAT-ZINN, 2013). Concluindo-se
que prestar atenção à respiração, não se limita à função primordial biológica - oxigenar
o sangue.
Os efeitos da respiração consciente inclui não apenas a melhora da atenção,mas também afetar o estado emocional do ser humano. Respirar de modo lento e
profundo ativa o sistema nervoso parassimpático, normalizando o organismo quando
há uma reação emocional intensa. Essa ação proposital de respirar devagar, faz com
que o cérebro rege a estabilização de reações ”anormais”, como os sintomas de uma
situação estressante no qual o indivíduo reage com taquicardia, maior pressão arterial
e respiração curta e ofegante.
Goleman (2014) cita em seu livro ”Foco: A atenção e seu papel fundamental para
o sucesso” o treino do circuito neurológico da atenção, que exemplifica o mencionado
acima. Esse treino, consiste na observação da respiração, trazendo de volta a sua
mente quando ela vagueia (repetição do músculo da focalização). O circuito repetitivo
ajuda na concentração exigida na sala de aula, por exemplo, e, trabalhar com as
(emoções) geradores de “stress” - ”um treino de autogestão interior” (GOLEMAN,
2014).
O sucesso e benefícios que a meditação baseada no foco da respiração cons-
ciente trouxe para diversas áreas, fez com que novas pesquisas no campo fossem
iniciadas. Hoje, há a existência de uma conexão entre a respiração nasal e a área do
cérebro que regula as emoções. O inspirar voluntariamente pelo nariz, provoca sinais
elétricos (sinapses) na região do córtex olfativo, o mesmo estando ligado ao sistema
límbico, responsável pelo processamento das memórias e reações emocionais (LENT,
2010). O expirar, ativa o sistema parassimpático, podendo recuperar o organismo do
indivíduo dos efeitos de uma emoção não controlada. Como Goleman (2014) ressalta:
”Há também os bem estabelecidos efeitos relaxantes, como a calma que
emana do exercício dos parceiros de respiração, na sala de aula. Esse impacto
fisiológico sugere uma redução no ponto de ajuste para a estimulação do
circuito do nervo vago, a chave para manter a calma em situações de estresse
e se recuperar rapidamente de aborrecimentos. O nervo vago administra várias
habilidades, mais notadamente o ritmo cardíaco - e, portanto, a rapidez da
recuperação do estresse” (p. 191).
Caracterizando a respiração, pode-se dizer que é uma mudança, passagem
Capítulo 2. DESCRIÇÕES TÉCNICAS 9
de ar, de cavidades do corpo. Essas cavidades são compostas por órgãos vitais,
apresentando aberturas para o ambiente externo - torácica por cima e a abdominal por
baixo (KAMINOFF; MATTHEWS, 2012). Elas abrem-se uma para a outra por meio do
diafragma, e compartilham da qualidade de mobilidade (capazes de mudar de forma)
mesmo que com diferenças estruturais (KAMINOFF; MATTHEWS, 2012). No contexto
da respiração, segundo ”Anatomia da Yoga” (2012) a cavidade abdominal altera sua
forma, como um balão de água ao ser comprimido, mas não muda seu volume. Já o
aumento da cavidade torácica, proporciona uma mudança de forma e volume, como um
”recipiente flexível cheio de gás”. A combinação desses dois movimentos, dada pela
contração da musculatura em torno das cavidades, faz com que a cavidade abdominal
seja empurrada para cima ou vice-versa (KAMINOFF; MATTHEWS, 2012).
Essa caracterização é importante para o entendimento do movimento da respi-
ração mencionada anteriormente. A definição da respiração como uma mudança de
forma ajuda na compreensão sobre a ”respiração consciente”, relacionada com volume
e pressão das cavidades respiratórias. Por exemplo, ”como o ar circula em direção
das áreas de menor pressão, aumentar o volume dentro da cavidade torácica fará a
pressão cair e o ar entrar”, isso seria a inspiração na meditação.
Uma das mais conhecidas respirações é a abdominal, explicado por Lowen e
Lowen (1985):
”Deite-se no chão, sobre um tapete. Dobre os joelhos. Seus pés devem ficar
totalmente apoiados no chão, separados uns 30 cm; artelhos ligeiramente
voltados para fora. Alongue a cabeça para trás tanto quanto ela possa ir
confortavelmente para abrir a garganta. Coloque ambas as mãos na barriga,
sobre os ossos pubianos, para que você possa sentir os movimentos abdomi-
nais. Respiração abdominal normal, com boca aberta, por um minuto mais ou
menos. Agora, balance a pelve suavemente para trás, em cada inspiração, e
traga-a para a frente na expiração, como mostram as figuras 8 e 9. Faça isso
respirando, durante 1 minuto” (p.40).
2.3 ”Grounding”
”Grounding” é um conceito vindo da 1 É uma forma de psicoterapia que acres-
centa aos métodos considerados clássicos, formas inovadoras. Devido ao século XXI
caracterizar-se por uma desterritorização, que possui como base a falta de tempo e
a alienação do indivíduo (o ritmo natural tornou-se violentado) pela velocidade das
transformações, nasceu o ”grounding” (PIAUHY, 2014). A psicóloga e analista de Bi-
oenergética, Cristina Piauhy (2014) diz que o ”grounding” é um ”aterramento” do ser
humano, isto é, ficar em contato com o chão para se colocar em seu lugar. A partir das
1 Fundamentado na integração entre mente e corpo, é uma forma de psicoterapia corporal criado por
Alexander Lowen e John Pierrakos em 1955, baseado em teorias de Wilhelm Reich (SMITH, 2000)).
Capítulo 2. DESCRIÇÕES TÉCNICAS 10
técnicas dessa psicoterapia, o indivíduo consegue suportar mais cargas e lidar com
mais sentimentos e emoções dentro da rotina contemporânea.
Apresentar-se em ”grounded” é estar em contato com as realidades básicas
da própria existência; consiste em equilibrar o movimento pendular do próprio orga-
nismo (WEIGAND, 2005). Ele ajuda aqueles que estão ”voando” e não caminhando em
cima dos próprios pés, aumentando o senso de segurança do sujeito, já que a pessoa
se sente mais perto da terra.
Weigand (2005) explica que o conceito de ”grounding” está sendo ampliado
no decorrer das ideias, com a finalidade de sempre aprimorar a ideia de um ”self
saudável” nos grupos sociais, família, no útero, nas relações predispostas de mãe-bebê
e do próprio corpo dos indivíduos com a terra. Essa ampliação dentro da Análise
Bioenergética gerou diferentes tipos de ”grounding”, destacados pela mesma: ”postural,
interno, prematuro, ”grounding” do olhar e ”grounding” na família, cultura e religião”.
Para o desenvolver do ”grounding” postural, é utilizado alongamentos e exercícios de
arco e de ”grounding” básico, ilustrados nas Figuras 2 e 3.
Dentro do conceito de vibrações, o ”grounding” trabalha com a respiração e
foco. Às vibrações do corpo são induzidas ao se esticar os joelhos lentamente, depois
de estar com o sistema pendendo para baixo (Figura 2), tocando os dedos no chão
e respirando profundamente - deixando o peso do corpo recair sobre os metatarsos
(LOWEN; LOWEN, 1985).
Figura 2 – Posição de ”grounding” básico
LOWEN; LOWEN, 1985, p. 20.
As vibrações citadas anteriormente, dentro da Bioenergética, é uma manifesta-
ção do ”grounding” que atua como um auto-regulador de segurança para o organismo
(geralmente em situações de grande excitação, seja negativa ou positiva) (LOWEN;
LOWEN, 1985). Elas podem chegar também a partir da posição do arco, por exemplo.
Os pés são afastados, joelhos flexionados e o corpo um pouco arqueado para trás,
Capítulo 2. DESCRIÇÕES TÉCNICAS 11
apoiando a região lombar com os punhos (Figura 3); trabalhando-se inicialmente nessa
posição, a respiração e a pulsação do corpo (LOWEN; LOWEN, 1985).
Figura 3 – Posição do arco
LOWEN & LOWEN, 1985, p. 32.
Segundo Lowen e Lowen (1985), a respiração é essencial para o ”grounding”.
É através dela que se mantém o oxigênio para a energia metabólica. A respiração
abdominal, explicada anteriormente, pode ser utilizada para a retirada da sobrecarga
energética do corpo, com exercícios de ”grounding”. A meta desse conceito é ajudar
o indivíduo a permanecer leve consigo mesmo e com o mundo, a partir do prazer de
uma resposta corporal. O prazer, demonstra a vitalidade do corpo e suas vibrações
(LOWEN; LOWEN, 1985).
2.4 Treinamento mental
Treinamento mental pode ser caracterizado como a criação ou recriação de uma
experiência namente do indivíduo (WEINBERG; GOULD, 2017). O uso da mentaliza-
ção faz com que o sujeito recrie experiências positivas anteriores ou imagine novos
eventos com a finalidade de se preparar mentalmente para a atuação (WEINBERG;
GOULD, 2017). Esse treinamento mental deve e precisa envolver o máximo de senti-
dos possíveis: cinestésicos, visuais, auditivos, táteis e olfativos. Ao usar os sentidos
são mais fácil do indivíduo alcançar a mentalização total, associando em momentos
posteriores à (estados) emocionais ou humores em suas experiências (WEINBERG;
GOULD, 2017). Concomitantemente, recriar emoções (ansiedade, raiva, alegria) ou
pensamentos (confiança, concentração) pela mentalização pode ajudar no controle de
estados emocionais.
Capítulo 2. DESCRIÇÕES TÉCNICAS 12
A mentalização é usada para o foco, a meditação, os processos de respiração e
o ”grounding” mencionados anteriormente. Dentro do processo de mentalização, há
cinco características principais:
1) Modalidade. Sentidos corporais usados para a mentalização.
2) Perspectiva. O modo de visualizar, podendo ser interno (primeira pessoa) ou
externo (terceira pessoa).
3) Ângulo. As angulações das perspectivas visualizadas - acima, atrás, de frente,
de lado.
4) Agência. O indivíduo que está sendo agente do comportamento de imaginar- o
que mentaliza outra pessoa
5) Deliberação. A mentalização sendo desencadeada quantitativamente.
Do ponto de vista psicológico, segundo Orlick (1986), é importante uma elabo-
ração de planos mentais para se trabalhar a experiência que se quer ter rendimento,
por exemplo. Dentro dos planos mentais para a realização de algum projeto (seja
competitivo ou meta a ser atingida), Orlick (1986) propõe as seguintes:
1º) Plano mental antecedente: período antes da ação, proposto por um aqueci-
mento psicológico, que inclui a concentração e focalização da atenção.
2º) Plano mental competitivo: período de mentalização anterior e posteriormente
à ação que se quer alcançar.
3º) Plano de refocalização da atenção: diante de situações inesperadas, es-
tresse, ansiedade, momentos críticos e adversidades durante a ação.
Dentro do treinamento mental, há dois tipos: a mentalização interna e a
externa. A mentalização interna consiste em mentalizar a execução de uma habilidade
a partir do seu próprio ponto de vista (ORLICK, 1986). A mentalização externa consiste
no sujeito se vê do ponto de vista de um observador externo. Como se estivessem se
vendo em um filme.
Não há comprovações de qual perspectiva tem mais sucesso, mas a menta-
lização externa aparenta ter efeitos superiores na aquisição e no desempenho de
habilidades que dependem da forma para a execução bem-sucedida. Já a interna é
considerada superior para a aquisição e o desempenho de tarefas que dependem
muito da percepção e da antecipação para o sucesso de sua execução (WEINBERG;
GOULD, 2017).
A habilidade de mentalizar é adquirida por meio da prática. A efetivação do
processo é resultado do treino de nitidez e capacidade de controle. Weinberg e Gould
Capítulo 2. DESCRIÇÕES TÉCNICAS 13
(2017) afirmam que a motivação e expectativas realistas são os primeiros passos
essenciais para o estabelecimento de um programa de treinamento de mentalização.
14
3 PLANO DE USO
Dentro do assunto abordado, houve a elaboração de um modelo (Tabela 1, 2 e
3) para o trabalho de preparação para a semana de provas da Universidade Positivo.
Tabela 1 – Plano para preparação mental e corporal durante a semana de provas.
Métodos Competências para melhorrealização da prova
Competências
psicológicas básicas
Visualização
mental
Regulação dos processos de
ativação mental Motivação
Relaxamento
muscular Controle da ansiedade. Autoconhecimento
Controle do
pensamento
Melhoramento dos processos
atencionais e focais. Auto-estima
Estabelecimento de
objetivo Autoconfiança
Melhor Desempenho
Thalita Louise Chruczeski
Tabela 2 – Planilha de horários para check-list do modelo de preparação para a semana de
provas.
Horário Semana N:_____ S _ T_ Q_ Q_ S_ S_ D_
Ao acordar Meditação integrada e respiração
Início da
prova
Meditação de concentração (mantra), mentalização
e Respiração
Final da
Prova Mentalização e respiração
Pré estudo ”grounding” e respiração
Pós estudo Meditação de estado consciente, respiração ementalização
Thalita L. Chruczeski
Capítulo 3. PLANO DE USO 15
Tabela 3 – Estrutura do modelo e procedimento do protocolo de horários para preparação para
a semana de provas
Técnicas Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo
Meditação
Deslocando
o peso do
corpo para
o peito dos
pés (foco
interno).
Sentada
sobre os
tornozelos,
foco externo.
Sentada
com
pernas
cruzadas,
atenção na
própria
respiração.
Atenção
plena: focar
primeiro na
respiração,
para depois
focar nas
sensações
do corpo
Em pé com
o peso
sobre uma
perna e os
dedos do
outro pé
tocando o
chão (foco
interno).
Dançar e
esvaziar a
mente.
Controle
da
respiração,
exercícios
de
posturas e
exercícios
de
visualização
Respiração
Abdominal
(variações
de balanço
da pelve e
inspiração-
expiração)
Abdominal
com pernas
para cima
Pela boca
e
inclinando-
se para
trás em
uma
cadeira.
Respira-
ção
alternada.
Abdominais
profundas e
audíveis,
soltando o
soalho
pélvico
Respiração
tranqüila e
profunda
por um ou
dois
minutos
tentar
sentir os
movimen-
tos
respirató-
rios na
barriga e
nádegas.
Respiração
básica,
deitada ao
chão
durante 5
minutos.
Controle
da
respiração
abdominal
e pélvica.
Trabalho
Mental
Antecipação
da prova:
Visualiza-
ção da
nota
obtida/ do
objetivo
alcançado
e de
futuros
trabalhos.
Foco total no
estudo/prova
(presente);
Revisão do
conteúdo;
visualização
do objetivo
alcançado.
Visualização
da nota
obtida/ do
objetivo
alcançado
e de
futuros
trabalhos
Foco total
no es-
tudo/prova
(presente);
Revisão do
conteúdo;
visualização
do objetivo
alcançado.
Visualização
da nota
obtida/ do
objetivo
alcançado
e de
futuros
trabalhos
Treino de
visualiza-
ção interna
e externa;
Reevoca-
ção de
experiên-
cias boas
futuras
Treino da
clareza/ in-
tensidade
das
imagens
mentais
”grounding”
Torção de
cintura +
alonga-
mento das
mãos
Braços
inteiramente
alongados;
mãos
penduradas,
descontraí-
das. Sacudir
as mãos
vigorosamente.
Posição do
arco para
frente e
para trás
Rotação de
ombro +
alonga-
mento de
braços e
pernas
Vibração
dos
adutoras
deitada.
Posição de
”grounding”
básico
Posição do
arco
deitado
(”ponte”)
Thalita Louise Chruczeski
16
4 DISCUSSÃO
As técnicas de meditação, respiração, treinamento mental e ”grounding” são
amplamente utilizadas para procedimentos psicológicos que são entendidos como
programas que identifica, analisa, ensina e treina competências cognitivas (CRUZ,
1996). Essas técnicas se intercalam e se complementam para um melhor equilíbrio do
sistema humano. Quando usadas, podem exercer funções cognitivas e motivadoras
para os indivíduos. Algumas delas:
• Função motivadora Específica: Respostas voltadas a metas (imaginar-se ven-
cendo algo e recebendo um prêmio).
• Função motivadora Geral: Ativação (incluir o relaxamento ao imaginar um local
sossegado).
• Função cognitiva Específica: Habilidades (imaginar-se atuando com sucesso no
futuro emprego).
• Função cognitiva Geral: Estratégia (imaginar-se executando uma estratégia para
vencer uma competição).
Não somente, em técnicas psicoterapeutas, usa-se a meditação, respiração,
treinamento mental e ”grounding” como base para o enfrentamento da energia pessoal.
Assim, com essas técnicas são possível traduzir os movimentos de expressão do
indivíduo. Por exemplo, quando a pessoa está em depressão, sua energia é tão baixa
que não há alegria deviver muito menos vibrações positivas que a façam movimentar-
se. Utilizando-se essas formas de trabalho com o corpo e a mente, pode ajudá-la a
resolver seus problemas emocionais e perceber seus potenciais para a vida (LOWEN;
LOWEN, 1985).
Independente da técnica psicológica, as habilidades para uma melhor vivência
com o próprio corpo e mente é adquirida por meio da prática. A efetivação do processo
é resultado do treino de nitidez e capacidade de controle. Motivação e expectativas
realistas são os primeiros passos essenciais para o estabelecimento de um programa
de treinamento que vincule as técnicas de respiração, ”grounding”, mentalização e
meditação. Além disso, inicialmente, o sujeito necessita praticar a técnicas em um lugar
silencioso, em um estado de atenção e relaxamento, concentrando-se em desenvolver
habilidades de enfrentamento (seja negativo ou positivo). O treino destas competências
pessoais devem ser feitas conforme a necessidade de cada ser humano, sendo capaz
de integrar-se consigo mesmo.
17
Referências
CRUZ, J. F. A. Manual de psicologia do Desporto. 1. ed. Portugal: Sistemas
Humano s e Organizacionais, Lda., 1996. ISBN 9729604436. Disponível em:
<https://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/19504/1/manual-cruzeviana-
treinodecompetenciasepreparaçaomentaldesporto.pdf>.
GAERTNER, G. Psicologia e Ciências do Esporte. 1. ed. Curitiba: Juruá, 2007.
ISBN 978853621809-0.
GOLEMAN, D. A arte da meditação. 4. ed. Rio de Janeiro: Sextante, 1999. ISBN
85-86796-18-2.
GOLEMAN, D. FOCO. 1. ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2014. ISBN 8539005352.
Disponível em: <http://www.profdoni.pro.br/home/images/sampledata/2015/livros/Foco_
Daniel_Goleman.pdf>.
KABAT-ZINN, J. Mindfulness para principiantes. [S.l.]: Editorial Kairós, S. A, 2013.
KAMINOFF, L.; MATTHEWS, A. Anatomia da Yoga. 2. ed. São Paulo: Manole, 2012.
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	Folha de rosto
	Lista de ilustrações
	Lista de tabelas
	Sumário
	INTRODUÇÃO
	 DESCRIÇÕES TÉCNICAS
	Meditação
	Respiração
	''Grounding''
	Treinamento mental
	PLANO DE USO
	 DISCUSSÃO
	Referências

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