Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica II Unidade I – ESTUDO DAS CÔNICAS 1) Equação da circunferência De maneira geral, denominamos de uma curva a toda equação em x e y cujas soluções ( x,y) são as coordenadas dos pontos da curva. No caso de um circunferência de centro C ( xC , yC ) e raio r dados, temos: y r • P P (x,y) ∈ curva ⇔ d (CP) = r C • x Assim, usando a fórmula de distância entre dois pontos, obtemos: d = 2 c 2 c )y(y)x(x −+− r = 2 c 2 c )y(y)x(x −+− r² = ( x – xc ) ² + ( y – yc ) ² que é denominada equação reduzida da circunferência. Exemplos: 1) Determine a equação reduzida da circunferência de centro C ( 3, -1) e raio r = 2. Solução : ( x – 3 ) ² + (y – (-1))² = 2², ou seja, ( x – 3 )² + ( y +1)² = 4 2) Verifique se os pontos A (2, -1) e B (3,0) pertencem a circunferência de equação (x-2)²+(y-3)²=16. 3) Identifique o centro e o raio da circunferência de equação ( x+3)² + (y-1)² = 9 4) Determine a equação da circunferência de centro ( 0,0) e raio 5. Já conhecemos a equação reduzida da circunferência, que é r² = ( x – xc ) ² + ( y – yc ) ². Desenvolvendo esta equação, temos: r² = ( x – xc ) ² + ( y – yc ) ² r² = x² - 2xxc + xc ² + y² - 2yyc +yc² Reorganizando, teremos: x² - 2xxc + xc ² + y² - 2yyc +yc² - r² = 0 Pondo -2xc = a , –2yc = b e xc ² + yc² - r² = c, teremos: x² + y² + ax + by + c = 0 que é a equação geral da circunferência. 2 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica II Observamos que: -2 xc = a ⇒ 2 a x c − = -2 yc = b ⇒ 2 by c − = xc² + yc² - r² = c ⇒ cyxr 2c 2 c −+= Exemplos: 1) Determine a equação geral da circunferência de centro C(2,3) e raio 1. 2) Determine o centro e o raio da circunferência de equação x² + y²- 8x + 12y + 3 = 0. 2) O gráfico da circunferência Dada a equação (x-1)² + (y-2)² = c, podemos observar os seguintes casos: a) Se c > 0, então a equação representa uma circunferência de centro (1,2) e raio r = c . b) Se c = 0, então a equação representa o ponto (1,2) c) Se c < 0, então ela representa o conjunto vazio. Faça o gráfico para visualizar melhor. Exercícios: 1) Determine a equação da circunferência ( reduzida e geral) em cada caso: a) C ( 3,3) e r = 6 b) C(-1,-3) e r = 2 2) Sendo dado o ponto P(1,1) pertencente a circunferência e o centro C(3,3), determine a equação reduzida e geral da circunferência. 3) Determine o centro e o raio da circunferência em cada caso: a) x² + y² - 4x – 8y + 19 = 0 b) 2x² + 2y² + 4x – 8y – 8 = 0 c) 2x² - y² = 9 d) 4x² + 4y² + 8x – 4y – 3 = 0 Respostas: 1) a) (x-3)² + (y-3)² = 36 e x² + y² - 6x – 6y –18 = 0 3 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica II b) (x+1)² + (y+3)² = 4 e x² + y² + 2x + 6y + 6 = 0 2) (x-3)² + (y-3)² = 8 e x² + y² - 6x – 6y + 10 = 0 3) a) C (2,4) r = 1 b) C(-1,2) e r = 3 c) não é circunferência d) C(-1, ½ ) r= 2 3) A circunferência definida por três pontos 1) Determine a equação da circunferência de centro C(2,0) e que passa pelo ponto P(4,1). Solução: Para obtermos o raio, basta usar a fórmula da distância: r = 22 )01()24( −+− r P r = 5 C • A equação da circunferência fica então definida como ( x – 2) ² + y² = 5. 2) Vamos agora determinar a equação da circunferência que passa pelos pontos M(2,0) e N(4,-2) e tem centro na reta s: y = 2x. Solução: Como o centro equidista de todos os pontos na circunferência, temos que N s d(CM) = d(CN) M 2 c 2 c 2 c 2 c )y2()x(4)y(0)x(2 −−+−=−+− • Ficamos com 4xc – 4 yc = 16 ou xc – yc = 4. C Como C(xc ,yc ) pertence a s: y = 2x, temos que yc = 2xc . Substituindo esta equação na equação acima, vem: xc = -4 e yc = - 8. Assim, o centro é C = ( -4, -8) e podemos obter o raio: r = 10)80()42( 22 =+++ A equação da circunferência é ( x + 4 )² + ( y + 8 ) ² = 100 3) Determine a equação da circunferência que passa pelos pontos M(3, -1) , N(0,8) e P (0,0) . Situação: N C • M P 4 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica II Exercícios: 1) Encontre a equação da circunferência sabendo que os pontos A(4,-2) e B(2,0) pertencem a circunferência e cujo centro é o ponto médio de AB. 2) Determine a equação de um circunferência de raio igual a 3, tangente aos eixos coordenados e contida no 2º quadrante. 3) Determine a equação da circunferência que passa pelos pontos A(-1,0) e B(1,0) e tem raio igual a 10 . 4) Determine a equação da circunferência que passa pelos pontos A(7,10), B(-9,2) e D(9,-4) Respostas: 1) (x-3)² +(y+1)² = 2 2) (x+3)² + (y-3)² = 9 3) x² + (y +3)² = 10 ou x² + ( y-3)² = 10 4) (x-1)²+(y-2)²=100 4) Posições relativas: I ) Posição relativa entre ponto e circunferência: Dado um ponto P qualquer e um circunferência, podemos ter três casos: γ P • P • •P • C • C • C γ γ P ∈ γ P ∈ interior de γ P ∈ exterior de γ Exemplos: Verifique qual é a posição do ponto P dado em relação à circunferência de equação dada: a) P (5,-1) e x² + y² - 6x – 2y + 8 = 0 b) P ( 1, -2) e x² + y² - 2x + 4y – 3 = 0 c) P (1, -3) e x² + y² -2x + 4y – 3 = 0 Conclusão: - Se d(CP) > r o ponto é exterior à circunferência - Se d (CP) = r o ponto pertence à circunferência - Se d(CP) < r o ponto é interior à circunferência. Ainda com relação a posição entre ponto e circunferência, podemos observar algumas inequações e gráficos . 5 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica II Considere a equação da circunferência de centro (2,3) e raio 2 . a) Se ( x-2)² + (y-3)² < 2, teremos pontos dentro da circunferência. b) Se ( x-2)² + (y-3)² ≤ 2, teremos pontos dentro e sobre a circunferência. c) Se ( x-2)² + (y-3)² = 2, teremos pontos sobre a circunferência. d) Se ( x-2)² + (y-3)² > 2, teremos pontos fora da circunferência. e) Se ( x-2)² + (y-3)² ≥ 2, teremos pontos fora e sobre a circunferência. 6 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica II Exercícios: 1) Determine a posição de P em relação a γ nos casos: a) P (4,4) e γ : (x-3)² + (y-2)² - 4 = 0 b) P (3,1) e γ : x² + y² -4x – 2y + 4 = 0 c) P (5,3) e γ: x² + y² - 8x = 0 2) Determine k para que o ponto P(3,k) pertença ao interior da circunferência de equação x² + y² - 4x = 0. 3) Determine k para quea equação x² + y² - 2x + 4y + k = 0 represente uma circunferência. 4) Idem para x² + y² - 4x – 3y + m = 0. 5) Faça o gráfico que represente as relações abaixo: a) x² + y² < 1 b) x² + y² > 4 c) 1 ≤ x² + y² ≤ 4 6) Represente graficamente as soluções do sistema: <+ ≤+ 2yx 4yx 22 Respostas: 1) a) exterior b) pertence à circunferência c) interior 2) 33 <<− k 3) k < 5 4) m < 25/4 II ) Posição relativa entre reta e circunferência: Uma reta t e uma circunferência γ do plano cartesiano podem apresentar as seguintes posições relativas: Secante Tangente Exterior P P t t d Q d d • C t C • • C d < r e t ∩∩∩∩ γγγγ = { P, Q} d = r e t ∩∩∩∩ γγγγ = { P} d > r e t ∩∩∩∩ γγγγ = ∅∅∅∅ 7 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica II Dada a equação de t, ax + by + c = 0, o centro e o raio de γ, C ( xc, yc ) e r, podemos estabelecer a posição relativa calculando a distância d entre o centro e a reta: ba cbyax d 22 cc + ++ = Comparando d com r, temos: d < r ⇔⇔⇔⇔ t e γγγγ são secantes d = r ⇔⇔⇔⇔ t e γγγγ são tangentes d > r ⇔⇔⇔⇔ t e γγγγ são exteriores Exemplos: 1) Considere a reta t: x + y – 4 = 0 e a circunferência γ: x² + y² = 16 e verifique a posição relativa entre t e γ. Solução: 1º modo: centro e raio de γ: C ( 0, 0) e r = 4 Distância entre C e t: 22 2 4 11 )4(00 d 22 == + −++ = Como 422 < , temos d < r e concluímos que t e γ são secantes. 2º modo: vamos resolver o sistema das equações de t e γ : S = =+ =−+ 16yx 04yx 22 Teremos duas soluções: x = 0 ou 4. Para x = 0 teremos y = 4 enquanto que para x = 4 termos y = 0. Logo, os pontos de intersecção são (4,0) e (0,4). Ou seja, há dois pontos de intersecção, logo a reta e a circunferência são secantes. III ) Posição relativa entre duas circunferências: Duas circunferências γ1 e γ2 do plano cartesiano podem apresentar as seguintes posições relativas: a) EXTERIORES b) TANGENTES EXTERNAMENTE 8 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica II c) SECANTES d) UMA NO INTERIOR DA OUTRA e) TANGENTES INTERIORMENTE f) CONCÊNTRICAS Exemplo: 1) Verifique a posição relativa das circunferências: γ1 = ( x – 1 )² + ( y – 2 ) ² = 5 γ2 = ( x – 3 )² + ( y – 3 )² = 10 Exercícios 1) Determine a posição relativa entre a reta x + y – 3 = 0 e a circunferência x² + y² -2x –2y –3 = 0. 2) Idem para x + y = -3 e x² + y² - 4x –2y –13 = 0. 3) Idem para x = y + 1 e x² + y² - 2x + 2y – 3 = 0 4) Determine o valor de m para que o ponto P (-1,3) pertença a circunferência x²+y²-2x+3y + m = 0. 5) Quais os pontos de intersecção entre a reta x+y+15=0 e a circunferência x² + y² - 4x -10y - 35=0. 9 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica II 6) Calcule o comprimento da corda que a reta x + y - 3 = 0 determina na circunferência de equação (x+2)² + (y-1)² = 10. 7) Quais são os valores de k para que a reta t, de equação 4x + 3y + k = 0 e a circunferência de equação x² + y² - 12x + 6y + 9 = 0 sejam secantes? 8) Verifique a posição entre as circunferências: a) α: ( x-1)² + y² = 1 β: ( x-1)² + (y-4)² = 1 b) α: ( x-1)² + y² = 1 β: ( x-2)² + y² = 4 c) α: ( x-2)² + (y-2)² = 4 β: x² + y² = 25 d) α: ( x-4)² + y² = 4 β: ( x-2)² + y² = 1 9) As circunferências de equações x² + y² + 2x – 4y = 0 e x² + y² - x – y = 0 cortam-se nos pontos A e B. Obtenha a equação da reta AB. Respostas: 1) secantes 2) tangentes 3) secantes 4) m = -21 5) ∅ 6) 22 7) k > -45 e k < 15 8) a) exteriores b) tangentes internamente c) interiores não concêntricas d) secantes 9) x – y = 0 10 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica II ELIPSE Algumas aplicações das cônicas são: • As órbitas dos planetas têm a forma de elipse; • A hipérbole é utilizada no estudo descritivo da expansão de gases em motores a explosão; • A parábola é a curva que descreve a trajetória de um projétil, desprezando a resistência do ar. Aparece ainda na construção de espelhos parabólicos, utilizados em faróis de automóveis, e de antenas parabólicas. Neste capítulo, vamos estudar a elipse. Uma maneira prática de desenhar a elipse é a seguinte: espetamos um alfinete em cada foco e amarramos neles as pontas de um pedaço de linha com comprimento 2 a . Deslizando a ponta do lápis pela linha, de modo a mantê-la sempre bem esticada, faremos o desenho de uma elipse. 1) Definição: A elipse é o lugar geométrico dos pontos de um plano os quais a soma das distâncias a dois pontos fixos desse plano, F1 e F2 é uma constante 2a (maior que a distância 21FF ). P • F1• • F2 Ao conjunto de todos os pontos P do plano tais que: d(P,F1 ) + d(P,F2 ) = 2a ou |PF1 | + | PF2 | = 2 a dá-se o nome de ELIPSE. Observação: a distância 2a é o tamanho do fio que se usou para construir a elipse. 11 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica II 2) Elementos da elipse: B2 • a a b A1 F1• c c • F2 A2 a a b B1 • F1 e F2 são ditos FOCOS; • d( F1 , F2 ) = distância focal; • C = centro • A1 , A2 , B1 e B2 = vértices • | A1 A2 | = 2 a ( eixo maior) • | B1 B2 | = 2 b ( eixo menor) • a = semi eixo maior • b = semi eixo menor Em toda a elipse vale a relação: a² = b² + c² Excentricidade: e = a c ( 0 < e < 1 ) 3) Equação da Elipse de centro na origem do sistema: 1º CASO: o eixo maior está sobre o eixo dos x. B2 P ( x,y) A1 F1(-c,0) F2(c,0) A2 b B1 a Usando a definição, temos: d(P,F1 ) + d(P,F2 ) = 2a ou, em coordenadas: 2ayc)(xyc)(x 2222 =+−+++ 12 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica II Isolando um dos radicais, temos: 2222 yc)(x2ayc)(x +−+=++ e elevando ao quadrado, temos: x² + 2cx + c² + y² = 4a² - 4 a 222222 yc2cxxc2cxyx ++−++−+ Isolando o radical e tornando a elevar ao quadrado ficamos com: 4a 4cx4ac2cxyx 2222 −=+−+ a cxac2cxyx 2222 −=+−+ Elevando novamente ao quadrado: a² [ x² - 2cx + c² + y² ] = a4 – 2a²cx + c²x² a²x² - 2a²cx + a² c² + a²y² = a4 – 2 a²cx + c²x² (a² - c²)x² + a² y² = a² ( a² - c²) Dividindo por a² ( a² - c²) fica 1 ca y a x 22 2 22 = − + Como já sabemos que a² = b² + c², podemos escrever a² - c² = b² Logo, substituindo esta relação teremos: 1 b y a x 2 2 2 2 =+ que é a equação reduzida da elipse. 2º CASO: o eixo maior está sobre o eixo dos y. b A2 (0,c) a •F2 B1 0 B2 •F1 (0,-c) A1 Com um procedimento análogo ao 1º caso, obteremos a equação reduzida 1 a y b x 2 2 2 2 =+ 13 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica II Observação: Tendo em vista que a² = b² + c², segue que a² > b² e daí a > b Então, sempre o maior dos elementos na equação reduzida representa o número a², onde “a” é a medida do semi-eixo maior. Exemplos: 1) Dadas as elipses 3 a) b) 2 -2 2 -3 3 -3 -2 as equações em cada caso são: a) 1 2 y 3 x 2 2 2 2 =+ ou 1 4 y 9 x 22 =+ b) 1 3 y 2 x 2 2 2 2 =+ ou 1 9 y 4 x 22 =+ 2) Determine a equação da elipse de centro na origem e eixo maior horizontal sendo 10 cm e a distância focal 6 cm. Solução: Se o eixo maior = 10, temos que 2a = 10 logo, a = 5. E se a distância focal = 6, temos que 2c = 6, logo, c = 3 Assim, a equação fica: 1 b y a x 2 2 2 2 =+ com a= 5, c = 3 e b = ???? Como achar b? Da relação a² = b² + c² temos que b = 4 Logo, a equação da elipse fica 1 16 y 25 x ou 1 4 y 5 x 22 2 2 2 2 =+=+ 3) Determine o eixo maior, o eixo menor, a distância focal, os focos, a excentricidade e o gráfico da elipse de equação x² + 4y ² = 16. 14 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica II 4) Idem para a equação 9x² + 25 y² = 225. 5) Idem para a equação 4x² + y² = 16 6) Idem para a equação x² + y² - 9 = 0 7) Uma elipse de centro na origem tem um foco no ponto ( 3,0) e a medida do eixo maior é 8. Determine sua equação. A excentricidade A excentricidade de uma elipse de eixo maior 2a e distância 2c é o número tal que e = a c . Imaginemos uma seqüência de elipses, todas com mesmo eixo maior, porém com distância focais cada vez menores: a a a • c1 • • c2 • • c3 • F1 F2 F1 F2 F1 F2 e1 = a c1 e2 = a c 2 e3 = a c 3 Conforme os focos vão se aproximando, a excentricidade da elipse vai diminuindo ( e1 > e2 > e3 ). Veja que quando a excentricidade é menor, a elipse fica mais arredondada.(Se e = 0, temos circunferência). 15 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica II Como curiosidade, saiba que tanto a trajetória da Terra em torno do Sol, como a da Lua em torno da Terra, são elipses, porém muito próximas de circunferências, pois têm excentricidade próximas de zero: a primeira tem excentricidade e = 0,016, enquanto a segunda tem excentricidade e = 0,054. 4) Equação da Elipse com centro fora da origem do sistema: 1º CASO: o eixo maior é paralelo ao eixo dos x. Considere a elipse de centro C ( xc , yc ) e seja P (x, y) um ponto qualquer da mesma. • P (x,y) F1 F2 yc A1 • • A2 C xc A equação de uma elipse de centro C (0,0) e eixo maior sobre o eixo dos x dada por 1 b y a x 2 2 2 2 =+ passa agora, quando o eixo maior for paralelo ao eixo dos x e o centro for C( xc , yc ), para equação 1 b )y-(y a )x-(x 2 2 c 2 2 c =+ 2º CASO: o eixo maior é paralelos ao eixo dos y. A2 •F2 yc C •F1 A1 xc De forma análoga, temos: 1 a )y-(y b )x-(x 2 2 c 2 2 c =+ 16 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica II Exemplo: 1) Determine a equação da elipse de centro C(2,-1) e tangente aos eixos coordenados, sendo os eixos de simetria paralelos aos eixos x e y. 2) Determine o centro, os focos, o eixo maior e o eixo menor da elipse 4x² + 9y² - 16x – 18y – 11 = 0. Exercícios: 1) Dê a equação e a excentricidade da elipse nos casos seguintes: a) O eixo menor mede 8 e os focos são F1 (-6,0) e F2 (6,0). b) Um foco é F1 (0,4), o centro dela é C(0,0), ela passa em P(2,0). c) O eixo maior mede 14 e os focos são F1 (0,-5) e F2 (0,5). 2) Determine o centro, os focos, o eixo maior e o eixo menor da elipse em cada caso: a) 25x² + 16y² + 50x + 64y – 311 = 0 b) 4x² + 9y² - 24x + 18y + 9 = 0 c) 16x² + y² + 64x – 4y + 52 = 0 d) 4x² + 9y² - 8x – 36y + 4 = 0 3) Determine a equação da elipse em cada caso: a) eixo maior = 10, focos (-4,0) e (4,0) b) centro ( 0,0), um foco em F1 =( ¾ , 0) e um vértice em A1 = (1,0) c) eixo menor = 4, Centro (0,0) e um foco em F1 = (0, 5− ). d) Centro C(2,4), um foco F(5,4) e excentricidade ¾. e) Eixo maior mede 10 e focos em F1 (2,-1) e F2 = (2,5). 4) Determine o centro, os vértices A1 e A2 , os focos F1 e F2 , e a excentricidade das elipses dadas: a) 1 9 3)(y 16 2)(x 22 = + + − b) 1 100 y 36 x 22 =+ c) 9x² + 25y² - 25 = 0 d) 9x² + 5y² = 45 Respostas: 1) a) 1 16 y 52 x 22 =+ , e ≅ 0,83 b) 1 20 y 4 x 22 =+ , e ≅ 0,89 c) 1 49 y 24 x 22 =+ , e ≅ 0,71 2) a) C(-1,-2) , F1 (-1,1) e F2 (-1,-5), eixo maior = 10, eixo menor = 8 b) C(3,-1), F1 ( 1,53 −+ ) e F2 ( 1,53 −− ), eixo maior = 6, eixo menor = 4 c) C(-2,2), F1 ( 152 ,2 +− ) e F2 ( 152 ,2 −− ), eixo maior = 8, eixo menor = 2 d) C(1,2), F1 ( 2 ,51 − ) e F2 ( 2 ,51 + ), eixo maior = 6, eixo menor = 4 3) a) 9x² + 25y² = 225 b) 7x² + 16y² = 7 c) 9x² + 4y² - 36 = 0 d) 7x² + 16y² - 28x – 128y + 172 = 0 e) 25x² + 16y² - 100x – 64y – 236 = 0 4) a) C(2,-3), A1 (-2,-3), A2 (6, -3), F( 2± 7 , -3), e = 4 7 17 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica II b) C(0,0), A(0, ± 10), F ( 0, ±8) , e = 5 4 c) C(0,0), A (± 3 5 , 0 ) , F (± 3 4 , 0) , e = 5 4 d) C(0,0), A ( 0, ± 3) , F ( 0, ± 2) , e = 3 2 18 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica II HIPÉRBOLE 1) Definição: Hipérbole é o lugar geométrico dos pontos de um plano cuja diferença das distâncias, em valor absoluto, a dois pontos fixos desse plano é constante. Consideremos no plano dois pontos distintos F1 e F2 tal que a distância d (F1, F2 ) = 2c. Ao conjunto de todos os pontos P do plano tais que: | d (P, F1) - d (P, F2) | = 2 a ou | PF1| - | PF2 | = 2a dá-se o nome de hipérbole. • P • •F1 F2 Na verdade, | d (P, F1) - d (P, F2) | = 2 a significa que d (P, F1) - d (P, F2) = ±±±± 2 a Quando P estiver no ramo da direita, a diferença é + 2a e, em caso contrário, será – 2a . P3 • P1 F1 A1 A2 F2 C P4 • P2 2 a 2c A hipérbole é uma curva simétrica em relação a estas duas retas, como também em relação ao ponto C. Se P1 é um ponto da hipérbole, existem os pontos P2 , P3 e P4 tais que: P2 é o simétrico de P1 em relação à reta horizontal, P3 é o simétrico de P1 em relação à reta vertical, P4 é o simétrico de P1 em relação à origem. Ainda pela simetria, conclui-se que d (A1 , F1) = d (A2 , F2) 19 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica II e da própria definição vem d (A1 , A2) = 2a 2) Elementos: B1 c b F1 A1 a A2 F2 B2 2 a 2c Focos: F1 e F2 Distância focal: 2 c entre os focos Centro: ponto médio do segmento F1F2 Vértices: A1 e A2 Eixo real ou transverso: é o segmento A1A2 de comprimento 2a Eixo imaginário ou conjugado: é o segmento B1B2 de comprimento 2b O valor de b é definido através da relação: c² = a² + b² onde a, b e c são as medidas dos lados do triângulo retângulo no desenho. Excentricidade: e = a c com c > a e e > 1 . 3) Equação da hipérbole com centro C ( 0,0) na origem do sistema: 1º CASO: eixo real sobre o eixo dos x: | d (P, F1) - d (P, F2) | = 2 a 2a |0)(yc)(x0)(yc) -(x| 2222 =−+−−−+ Com o mesmo procedimento da equação da elipse, chegamos a equação: 1 b y a x 2 2 2 2 =− que é a equação reduzida da hipérbole de centro na origem e eixo real sobre o eixo dos x. 2º CASO: eixo real sobre o eixo dos y: 20 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica II 1 b x a y 2 2 2 2 =− que é a equação reduzida da hipérbole de centro na origem e eixo real sobre o eixo dos y. Exemplos: 1) A hipérbole da figura a seguir tem equação reduzida ............ 2 -3 3 -2 1 2 y 3 x 2 2 2 2 =− ou 1 4 y 9 x 22 =− 2) No exemplo anterior, determine os vértices A1 e A2 e os focos F1 e F2 . Basta fazermos y = 0, encontrando na equação 3. ou x 1 9 x 2 ±== Logo, A1 (3,0) e A2 (-3,0) . Para encontrarmos os focos, precisamos encontrar a distância focal, ou seja, o valor de c. Como c² = a² + b², temos c² = 9 + 4 = 13 Assim, c = 13± Logo, F1 ( 13 , 0) e F2 (- 13 , 0). 4) Equação da hipérbole com centro C ( xc , yc ) fora da origem do sistema: 1º CASO: eixo real sobre o eixo dos x: 1 b )y-(y a )x-(x 2 2 c 2 2 c =− 2º CASO: eixo real sobre o eixo dos y: 1 b )x-(x a )y-(y 2 2 c 2 2 c =− 21 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica II 5) Hipérbole Equilátera: Os semi eixos real e imaginário são iguais: Logo, a = b Exemplos: Em cada caso ( 1 até 5) , determine: - a equação reduzida; - a medida dos semi-eixos; - um esboço do gráfico; - os vértices; - os focos; - a excentricidade. 1) 9x² - 7y² - 63 = 0 Solução: 9x² - 7y² - 63 = 0 ou 1 9 y 7 x ou 63 63 63 7y 63 9x 2222 =−=− a² = 7 logo, a = 7 b² = 9 logo, b = 3 Gráfico: Vértices: A1 (- 7 ,0) e A2 ( 7 , 0) Focos: precisamos do valor de c: c² = a² + b² c = 4 Logo, os focos são F1 (-4,0) e F2 (4, 0) Excentricidade: e = c/a = 4 / 7 2) x² - 4y² + 16 = 0 3) x² - y² = 4 22 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica II 4) 16x² - 25y² - 1600 = 0 5) x² - y² = 1 Exercícios: 6) Determine a equação de uma hipérbole de Focos (-5, 0) e (5,0) e a medida do eixo real é igual a 6. 7) Sendo dados os vértices A1 ( 5,5) e A2 (5, -1), e a excentricidade e = 2, determine a, b e c, grafique a hipérbole e determine sua equação. 8) Ídem ao exercícios 7, sendo dados os focos F1 (3,4) e F2 (3, -2), e a excentricidade e = 2. 9) Sendo F1 ( -1,-5) e F2 (5, -5), determine a equação da hipérbole equilátera. Faça também um esboço do gráfico. 10) Determine a equação da hipérbole de vértices A1 ( 1,-2) e A2 (5, -2), sabendo que F(6,-2) é um de seus focos. 11) Determine o centro, um esboço do gráfico, os vértices, os focos e a excentricidade das hipérboles de equação: a) 9x² - 4y² - 18x – 16y – 43 = 0 b) 9x² - 4y² - 54x + 8y +113 = 0 c) 4x² - y² - 32x + 4y + 24 = 0 d) x² - 4y² + 6x + 24y – 31 = 0 Respostas: 6) 1 16 y 9 x 22 =− 7) a=3, b= 3 3 e c = 6, 1 27 5)-(x 9 2)-(y 22 =− 8) 4x² - 12y² - 24x + 24y + 51 = 0 9) 2x² - 2y² - 8x – 20y – 51 = 0 10) 5x² - 4y² - 30x - 16y + 9 = 0 11) a)C(1,-2) , A1 (-1,-2), A2 (3, -2) , F ( 1 13± , -2) , e = 2 13 b) C(3,1) , A1 (3,-2), A2 (3, 4) , F (3, 1 13± ) , e = 3 13 c) C(4,2) , A1 (1,2), A2 (7, 2) , F ( 534 ± , 2) , e = 5 d) C(-3,3) , A1 (-5,3), A2 (-1,3) , F ( 53 ±− , 3) , e = 2 5 23 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica II PARÁBOLA: Consideremos em um plano uma reta d e um ponto F não pertencente a d. Parábola é o lugar geométrico dos pontos do plano que são eqüidistantes de F e d. F• F• = _ _ = • P • = _ _ = V d A P’ Elementos: F = ponto fixo ( FOCO) d = diretriz ( reta) eixo: é a reta que passa pelo foco e é perpendicular à diretriz Vértice: é o ponto V de interseção da parábola com o seu eixo. Por definição, temos que d(PF) = d(PP’) 1) Equação da Parábola de Vértice na origem do sistema: 1º CASO: O eixo da parábola é o eixo dos y: • F • P 2 p 2 p x d P’ Da definição de parábola, temos que: d(PF) = d(PP’) Como, F ( 0, 2 p ) e P’( x, - 2 p ) temos: | (x - 0, y - 2 p )| = | (x - x, y + 2 p )| 24 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica II ou 2222 )2 p(yx)(x)2 p(y0)(x ++−=−+− Elevando ambos os membros ao quadrado, obteremos: (x - 0)² + ( y - 2 p )² = ( x – x ) ² + ( y + 2 p )² . ou x² + y² - py + 4 2p = y² + py + 4 2p ou, simplesmente: x² = 2 py Esta equação é chamada equação reduzida da parábola e constitui a forma padrão da equação da parábola de vértice na origem tendo para eixo o eixo dos y. Da análise desta equaçãoconclui-se que, tendo em vista ser 2py sempre positivo (pois é igual a x²>0), os sinais de p e de y são sempre iguais. Consequentemente, se p > 0 a parábola tem concavidade voltada para cima e , se p < 0 a parábola tem concavidade voltada para baixo. Este número real p ≠ 0 é conhecido como parâmetro da parábola. 2º CASO: O eixo da parábola é o eixo dos x: y P’ • • P(x,y) A V • F( 2 p , 0) x 2 p 2 p d Sendo P(x,y) um ponto qualquer da parábola de foco F( 2 p ,0), obteremos de forma análoga ao 1º caso a equação reduzida: y² = 2 px 25 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica II Conforme o sinal de p termos: se p > 0, a parábola tem concavidade voltada para a direita e , se p < 0 a parábola tem concavidade voltada para a esquerda. Exemplos: 1) Determine o foco e a equação da diretriz das parábolas x² = 8y e y² = -2x. Construir o gráfico: Solução: a) x² = 8y A equação é da forma x² = 2py, logo: 2p = 8 p = 4 2 p = 2 Portanto, foco : F ( 0, 2) Diretriz = y = -2 y F •2 x 0 4 diretriz -2 b) y² = -2x A equação é da forma y² = 2px, logo: 2p = -2 p = -1 2 p = - 2 1 Portanto, foco: F = (- 2 1 , 0) d: x = ½ diretriz: x = 2 1 • 2 F • -2 -2 3) Determine a equação de cada uma das parábolas, sabendo que: a) vértice ( 0,0) e foco ( 1,0) ; b) vértice ( 0,0) e diretriz y = 3; c) vértice (0,0), passa pelo ponto P (-2,5) e concavidade voltada para cima. d) Vértice ( 0,0) e foco ( 0, -3) ; e) Foco ( 2,0) e diretriz x + 2 = 0. 26 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica II 3) Translação de eixos: Consideremos no plano cartesiano xOy um ponto O’(h,k) arbitrário. Usando um novo sistema x’O’y’ tal que os eixos O’x’ e O’y’ tenham a mesma unidade de medida, a mesma direção e o mesmo sentido dos eixos Ox e Oy. Assim, podemos obter este novo sistema pela translação de eixos. y y’ • P y’ x’ O’ y x’ k x h x Podemos observar que x = x’+ h e y = y’+ k Logo, teremos: x’= x – h e y’= y – k Estas são as fórmulas de translação. A principal finalidade da transformação de coordenadas é modificar a forma de equações. Por exemplo, seja a parábola de equação x’² = 4y’ no novo sistema. Se tivermos h = 3 e k = 2, isto é, O’( 3,2) e sabendo que x’= x – h e y’ = y – k, temos x’= x – 3 e y’= y – 2 Logo, a equação da parábola em relação ao sistema xOy é: (x-3)² = 4 (y-2) ou x² - 6x + 9 = 4y – 8 ou x² - 6x – 4y + 17 = 0 Gráfico: 27 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica II 4) Equação da Parábola de Vértice fora da origem do sistema: 1º CASO: O eixo da parábola é o eixo dos y: y y’ • P y’ y O’ = V x’ k x’ x h x Seja P(x,y) um ponto qualquer desta parábola. Sabe-se que a equação da parábola referida ao sistema x’O’y’ é: x’² = 2py’ mas x’= x – h e y’= y – k, logo: ( x – h )² = 2 p ( y – k ) que é a forma padrão da equação de uma parábola de vértice V(h,k) e eixo paralelo ao eixo dos y. 2º CASO: O eixo da parábola é o eixo dos x: De modo análogo ao caso anterior, teremos: ( y – k )² = 2 p ( x – h ) Observamos que se V(h,k) = (0,0) voltamos a ter o caso inicial de vértice na origem. Exemplos: 1) Determine a equação da parábola de vértice V(3,-1) sabendo que y-1=0 é a equação de sua diretriz. Solução: Vejamos o gráfico para facilitar y 1 y = 1 diretriz 2 p 3 x -1 V 28 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica II A equação da parábola é da forma : ( x-h)² = 2p(y-k) Mas h=3 k= - 1 e p/2 = -2 , p = -4 substituindo na equação , vem: (x-3)² = 2 . (-4) ( y+1) ou x² - 6x + 9 = -8y – 8 ou melhor: x² - 6x + 8y + 17 = 0 2) Determine a equação da parábola de vértice V(4,1) e equação de diretriz x + 4 = 0 3) Determine a equação da parábola de foco em F(1,2), sendo x=5 a equação da diretriz: 4) Determine o vértice, o foco, a equação da reta diretriz e o gráfico de cada uma das parábolas: a) x² + 4x + 8y + 12 = 0 b) y² - 12x – 12 = 0 c) y² + 2y – 16x – 31 = 0 d) x² - 2x – 20y – 39 = 0 29 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica II 5) Equação da parábola na forma explícita: Sabemos que a equação de uma parábola de vértice V(h,k) e eixo paralelo ao eixo dos y tem a forma padrão : (x-h)² = 2p(y-k) Por exemplo, para V(2,-1) e p = 1/8, teríamos: (x-2)² = ¼ (y+1) Como o objetivo é escrever a forma explícita, vamos explicitar y na equação: x² - 4x + 4 = ¼ y + ¼ ou 4x² - 16x + 16 = y + 1 de onde vem: y = 4x² - 16x + 15 que é a forma explícita mais conhecida por nós, ou seja, está na forma: y = ax² + bx + c. Reciprocamente, dada uma equação na forma explícita, podemos sempre conduzi-la à forma padrão. Assim, se a equação é : y= 4x² - 16x + 15 temos: 4x² - 16x = y – 15 4 ( x² - 4x ) = y – 15 Completando quadrados: 4 ( x² - 4x + 4 ) = y – 15 + 16 4(x-2)² = y + 1 ( x – 2 )² = ¼ (y+1) Logo, o vértice é V ( 2, -1) e 2p = ¼ portanto p = 1/8 . OBS.: Se a parábola tem eixo paralelo ao eixo dos x, sua equação na forma explícita é x = ay² + by + c, correspondente a forma padrão ( y – k )² = 2p(x - h) Exemplos: 1) Determine a equação da parábola que passa pelos pontos ( 0,1), (1,0) e (3,0) conforme a figura: 1 1 3 30 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica II Exercícios: 1) Em cada caso estabeleça a equação de cada uma das parábolas sabendo que: a) vértice V(0,0) e diretriz d: y = -2 b) vértice V(0,0) e foco F(0,-3) c) foco F(0,-1) e diretriz d: y – 1 = 0 d) vértice V(-2,3) e foco F(-2,1) e) vértice V(0,0), eixo y = 0 e passa por (4,5). f) Foco F(6,4) e diretriz y = -2 g) Eixo de simetria paralelo ao eixo dos y e a parábola, passa pelos pontos A(0,0), B(1,1) e C (3,1). 2) Em cada caso, determine o vértice, o foco, uma equação para a diretriz e uma equação para o eixo da parábola de equação dada. Esboce o gráfico: a) x² = -12 y b) y² = -3x c) y²+ 4y + 16x – 44 = 0 d) 6y = x² - 8x + 14 e) y² - 16x + 12y + 49 = 0 Respostas: 1) a) x² = 8y b) x² = - 12y c) x² = - 4y d) x² + 4x + 8y – 20 = 0 e) 5x² - 16y = 0 f) (x-6)² = 12 (y-1) g) y = x 3 4 x 3 1 2 +− 2) a) V(0,0), F(0,-3) , y = 3 e x =0 b) V(0,0), F(- ¾ , 0), x = ¾ e y =0 c) V(3,-2), F(-1,-2), x=7 e y =-2 d) V(4, -1/3 ), F(4, 7/6), 6y + 11 = 0 e x-4=0 e) V( 16 13 ,-6), F( 16 77 ,-6), x = 16 51− e y = -6 31 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica II Aplique seus conhecimentos e descubra as equações das cônicas e retas das embalagens representadas em seu corte transversal longitudinal: 32 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica II Unidade II - ESPAÇOS VETORIAIS Relembrando vetores e suas operações ( Geometria Analítica): Sejam ur = (x1 , y1 , z1) e vr = (x2 , y2 , z2) vetores no R³ e α número real, então: a) ur = vr se x1 = x2 , y1 = y2 e z1 = z2 ; b) ur + vr = (x1 + x2 , y1 + y2 , z1 + z2 ); c) αur = (αx1 , αy1 , αz1); d) ur • vr = x1 . x2 + y1 . y2 + z1 . z2 ; e) |ur | = u.u rr = 212121 zyx ++ f) proj v ur = |v| vu r rr • 1. Propriedades de vetores: 1) (ur + vr ) + wr = ur + ( vr + wr ) (Propr. Associativa da Adição) 2) ur + vr = vr + ur ( Propr. Comutativa da Adição) 3) ur + 0 = 0 + ur = ur ( elemento neutro da Adição) 4) ur + (-ur ) = 0 ( elemento oposto da Adição) 5) (αβ) ur = α (βur ) ( Propr. Associativa da Multiplicação) 6) (α+β) ur = α ur + βur ( Propr. Distributiva da Mult.) 7) α (ur + vr ) = α ur + αvr ( Propr. Distributiva da Mult.) 8) 1 . ur = ur ( Elemento neutro da Mult. ) 2. Definição: Seja um conjunto V, não vazio, sobre o qual estão definidas as operações adição e multiplicação por escalar, isto é: → ∀ u r , v r ∈ V, temos u r + v r ∈ V → ∀ α ∈ R, ∀ u r ∈ V, temos α u r ∈ V O conjunto V com essas duas operações é chamado ESPAÇO VETORIAL REAL se forem verificados os seguintes axiomas: A1 (ur + vr ) + wr = ur + (vr + wr ) ∀ ur, vr , wr ∈ V A2 u r + v r = v r +u r ∀ u r , v r ∈ V A3 ∃ 0 ∈ V, ∀ u r ∈ V , u r + 0 = 0 + u r = u r A4 ∀ u r ∈ V , ∃ (-ur) ∈ V , ur + (-ur) = 0 M1 (αβ) ur = α (βur) ∀ α, β ∈ R e ∀ ur ∈ V M2 (α+β) ur = α ur + βur ∀ α, β ∈ R e ∀ ur ∈ V M3 α (ur + vr ) = α ur+ αvr ∀ α ∈ R e ∀ ur, vr ∈ V 33 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica II M4 1 . u r = u r ∀ u r ∈ V Obs.: Os elementos do Espaço Vetorial V serão chamados vetores, independentes de sua natureza. Exemplo: 1) O conjunto V = R² = { (x, y) / x, y ∈ R } é um espaço vetorial com as operações de adição e multiplicação por número real definidas por: (x1 , y1 ) + (x2 , y2 ) = (x1 +x2 , y1 + y2 ) α (x , y ) = ( αx , αy ) Demonstração: Sejam ur = (x1 , y1 ) , vr = (x2 , y2 ) e wr = ( x3 , y3 ) A1 ) (ur + vr ) + wr = [( x1 , y1 ) + (x2 , y2 ) ] + (x3 , y3 ) = [( x1 + x2 , y1 + y2 ) ] + (x3 , y3 ) = ( x1 + x2 + x3 , y1 + y2 + y3 ) = [ x1 + (x2 + x3 ), y1 + (y2 + y3 )] = ( x1 , y1 ) + [ (x2 + x3 , y2 + y3 )] = u r + (vr + wr ) A2 ) ur + vr = ( x1 , y1 ) + (x2 , y2 ) = ( x1 + x2 , y1 + y2 ) = ( x2 + x1 , y2 + y1 ) = (x2 , y2 ) + (x1 , y1) = v r + u r A3) ∃ 0 = (0,0) → ur + 0 = ( x1 , y1 ) + (0,0) = ( x1 , y1 ) = ur A4) ∀ ur ∈ V , ∃ (-ur) ∈ V → ur + (-ur) = ( x1 , y1 ) + ( -x1 , -y1 ) = ( x1 - x1 , y1 - y1 ) = (0,0) = 0 M1) (αβ) ur = (α β) ( x1 , y1 ) = (αβx1 , αβy1 ) = (α (βx1 ), α (βy1)) = α ( βx1 , βy1 ) = α[β ( x1 ,y1)] = α (βur) M2) (α+β) ur = (α+β) ( x1 , y1 ) = ((α+β) x1 , (α+β) y1 ) = (α x1 + βx1 , αy1 + βy1 ) = ( αx1 , αy1 ) + (βx1 , βy1 ) = α (x1 , y1 ) + β (x1 , y1 ) = αu r + βur M3 ) α (ur + vr ) = α (( x1 , y1 ) + (x2 , y2 )) = α ( x1 + x2 , y1 + y2 ) =( α x1 + αx2 , αy1 + αy2 ) = (α x1 , α y1 ) + ( α x2 , α y2 )) = α u r + αv r M4 ) 1 . ur = 1 .( x1 , y1 ) = ( x1 , y1 ) = ur Outros exemplos de Espaços Vetoriais: 2) R³ 3) Rn 4) M (m,n) de matrizes 34 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica II 5) Pn = { a0 + a1x + a2x2 + ...+ anxn } dos polinômios de grau n 6) O conjunto V = { (x, x²) / x ∈ R } com as operações de adição e multiplicação por número real definidas por: (x1 , x12 ) ⊕ (x2 , x22 ) = (x1 +x2 , x1 ² + x2 ² ) α * (x , x² ) = ( αx , αx² ) Exercícios: 1) Verifique se o conjunto R² = {(a, b) / a,b ∈ R} com as operações ( a,b) + ( c,d) = (a+c, b+d) e k ( a,b) = (ka, b) é um espaço vetorial, mostrando os axiomas. 2) Verifique se o conjunto M 2x2 = d c b a e as operações usuais de soma e multiplicação por escalar é um Espaço Vetorial . 3) Verifique se o conjunto V = { (x, x²) / x ∈ R } com as operações de adição e multiplicação por número real definidas por: (x1 , x12 ) ⊕ (x2 , x22 ) = (x1 +x2 , x1 ² + x2 ² ) α * (x , x² ) = ( αx , αx² ) é um espaço vetorial. 3. Subespaços Vetoriais Seja V um Espaço Vetorial e S um subconjunto não vazio de V. O subconjunto S é um Subespaço Vetorial de V se S é um Espaço Vetorial em relação à adição e à multiplicação por escalar definidas em V. Teorema: Um subconjunto S, não vazio de um espaço vetorial de V é um subespaço de V se estiverem satisfeitas as condições: i) para qualquer ur , vr ∈ S, tem-se que ur + vr ∈ S ; ii) para qualquer α ∈ R, ur ∈ S tem-se que αur ∈ S . Obs.: todo espaço vetorial V admite pelo menos dois subespaços: o conjunto {0}, chamado subespaço zero ou nulo, e o próprio espaço vetorial V. Estes dois são os subespaços triviais. Os demais subespaços são denominados próprios. Exemplos: 1) Sejam V = R² e S = {(x,y) ∈ R² / y = 2x} ou S = {(x, 2x) / x∈ R}, isto é, S é o conjunto de vetores do plano que tem a segunda componente igual ao dobro da primeira. Mostre que S é subespaço de V. 35 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica II Solução: Verificando as condições i e ii acima: Sejam ur = ( x1 , 2x1 ) e vr = (x2 , 2x2 ). Então i) ur + vr = ( x1 , 2x1 ) + (x2 , 2x2 ) = ( x1 + x2 , 2x1 + 2x2 ) = ( x1 + x2 , 2(x1 + x2 )) ∈ S . ii) αur = α ( x1 , 2x1 ) = (α x1 , 2(αx1 )) ∈ S Logo, S é subespaço de V. 2) Sejam V = M2x2 = ∈ R d c, b, a, , d c b a e S = ∈ R b a, , 0 0 b a . Verifique se S é subespaço de V. Solução: Para qualquer = 0 0 b a u 11r ∈ S e = 0 0 b a v 22r ∈ S e α ∈ R, tem-se que: i) ur + vr ∈ S pois: ii) αur ∈ S pois: 3) Verifique se S é subespaço de V em cada caso: a) V = R4 e S = {( x, y, z,0 ), x, y, z ∈ R } b) V = R² e S = {(x, y) / x > 0} c) V = R² e S = { ( x, |x| ) , x ∈ R } d) V = R² e S = {(x,y) ∈ R² / y = -2x} e) V = R² e S = {(x,y) ∈ R² / y = 4-2x } f) V = R² e S = {(x,y) ∈ R² / x + 3y = 0 } 36 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica II 4. Combinação Linear: Sejam os vetores vr 1 , vr 2 , ... , vr n do espaço vetorial V e os escalares a1, a2 ,..., an . Quaisquer vetores vr ∈ V da forma : v r = a1v r 1 + a2 v r 2 + ... + an v r n é uma combinação linear dos vetores vr 1 , v r 2 , ... , v r n . Exemplos: 1) Considere os vetores no R³ : vr 1 = (1, -3, 2) e vr 2 = ( 2, 4, -1). a) Escreva vr = ( -4, -18, 7) como combinação linear de vr 1 e vr 2 . Sol.: v r = a1v r 1 + a2 v r 2 + ... + an v r n ( -4, -18, 7) = a1 (1, -3, 2) + a2 (2, 4, -1) =− −=+− −=+ 7a2a 184a3a 42aa 21 21 21 Resolvendo o sistema, temos: a1 = 2 e a2 = -3. Logo, vr = 2 vr 1 – 3v r 2 . b) Mostre que o vetor vr = ( 4, 3, -6) não é combinação linear de vr 1 e vr 2 . Sol.: v r = a1v r 1 + a2 v r 2 + ... + an v r n ( 4, 3, -6) = a1 (1, -3, 2) + a2 (2, 4, -1) =− =+− =+ -6a2a 34a3a 42aa 21 21 21 Resolvendo o sistema, não conseguimos encontrar uma solução que valha para as três equações. Logo, não tem solução, ou seja, não é possível escrever vr como combinação linear de vr 1 e v r 2 . c) determine k para que o vetor vr = ( -1, k, -7) seja combinação linear de vr 1 e vr 2 . v r = a1v r 1 + a2 v r 2 + ... + an v r n ( -1, k, -7) = a1 (1, -3, 2) + a2 (2, 4, -1) 37 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica II =− =+− −=+ -7a2a 4a3a 12aa 21 21 21 k Resolvendo o sistema, encontramos a1 = -3, a2 = 1, e portanto k = 13. 2) No Espaço Vetorial P2 dos polinômios de grau ≤ 2 , verifique se o polinômio v r = 7x² +11x – 26 é uma combinação linear dos polinômios vr 1 = 5x² - 3x + 2 e v r 2 =-2x² +5x–8. Sol.: De fato, vr = a1v r 1 + a2 v r 2 + ... + an v r n 7x² +11x – 26 = a1 (5x² -3x +2) + a2 ( -2x² +5x–8 ) =− =+− =− -26a82a 11a53a 72a5a 21 21 21 Resolvendo o sistema, encontramos a1 = 3 e a2 =4, portanto v r = 3vr 1 + 4 v r 2 3) Mostre que o vetor vr = ( 3, 4 ) ∈ R² pode ser escrito de infinitas maneiras como combinação linear de vr 1 = ( 1,0) , vr 2 = ( 0,1) e vr 3 = ( 2,-1) . 5. Subespaços Gerados Seja V um espaço vetorial. Consideremos um subconjunto A = { vr 1, vr 2 , ..., vr n } ⊂ V, A ≠ 0. O conjunto S de todos os vetores de V que são combinação linear dos vetores de A é um subespaço vetorial de V. De fato, se u r = a1 v r 1 + a2 v r 2 + ... + an v r n e v r = b1 v r 1 + b2 v r 2 + ... + bn v r n são dois vetores quaisquer de S, pode-se escrever u r + v r = ( a1 + b1 )vr 1 + (a2 + b2 )vr 2 + ... + (an+ bn)vr n α u r = (αa1 )vr 1 + (αa2)vr 2 + ... +(α an)vr n Tendo em vista que ur + vr ∈ S e que α ur ∈ S, por serem combinações de vr 1, v r 2 , ..., v r n , conclui-se que S é um subespaço vetorial de V. Simbolicamente, o subespaço S é S = { vr ∈ V / vr = a1 vr 1 + a2 vr 2 + ... + anvr n , a1 , a2 , ..., an ∈ R } Observações: 38 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica II 1) O subespaço S diz-se GERADO pelos vetores vr 1, vr 2 , ..., vr n ou gerado pelo conjunto A, e se representa por: S = [vr 1, vr 2 , ..., vr n ] ou S = G(A) Os vetores vr 1, v r 2 , ..., v r n são chamados geradores do subespaço S, enquanto A é o conjunto gerador de S. 2) Para o caso particular A = ∅, defini-se [ ∅ ] = {0} 3) A ⊂ G(A) ou seja, { vr 1, vr 2 , ..., vr n } ⊂ [vr 1, vr 2 , ..., vr n ]. 4) Todo conjunto A ⊂ V gera um subespaço vetorial de V, podendo ocorrer G(A) = V. Nesse caso, A é o conjunto gerador de V. Exemplos: 1) Os vetores (1,0)i = r e (0,1)j =r geram o espaço vetorial R², pois qualquer vetor (x,y) ∈ R² é combinação linear de i r e jr . Demonstração: (x,y) = x i r + y jr = x ( 1,0) + y ( 0,1) = ( x,0) + ( 0, y) = ( x, y). Então: [ i r , jr ] = R² . 2) Os vetores (1,0,0)i = r e (0,1,0)j =r do R³ geram o subespaço S={ (x,y,0) ∈ R³ / x,y ∈ R}. Demonstração: (x,y,0) = x i r + y jr = x ( 1,0, 0) + y ( 0,1,0) = ( x,0,0 ) + ( 0, y, 0 ) = ( x, y, 0) Assim, [ i r , jr ] = S é um subespaço próprio do R³ e representa geometricamente o plano xOy . z k r jr y i r x 39 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica II Exercícios: 1) Mostre que o conjunto A = { (3,1), (5,2) } gera o R². 2) Seja V = R³. Determine o subespaço gerado pelo vetor vr 1 = ( 1, 2, 3). 3) Considere os vetores ur = ( 1,2 ,-1) e vr = ( 6, 4, 2 ) em R³. Mostre que w = ( 9, 2, 7 ) é combinação linear de ur e vr e que s = ( 4, -1, 8) não é combinação linear de ur e vr . 4) Verifique se vr 1 = ( 1, 1, 2 ), vr 2 = ( 1, 0, 1) e vr 3 = (2, 1, 3) geram o espaço vetorial R³. 5) Idem para vr 1 = ( 2, -1, 3 ), vr 2 = ( 4, 1, 2) e vr 3 = (8, -1, 8). 6) Idem para vr 1 = ( 2, 2, 2 ), vr 2 = ( 0, 0, 3) e vr 3 = (0, 1, 1). 40 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica II 7) Determine se os seguintes polinômios geram P2 : p1 = 1 – x + 2x² p2 = 3 + x p3 = 5 – x + 4x² p4 = -2 – 2x + 2x² 8) Seja M2x2 o espaço vetorial das matrizes de ordem 2. Encontre quatro matrizes que geram M2x2 . 9) Sejam vr 1 = ( 2, 1, 0, 3 ), vr 2 = ( 3, -1, 5, 2) e vr 3 = (-1, 0, 2, 1). Quais dos seguintes vetores podem ser gerados por [vr 1 ,vr 2 , vr 3 ]. a) ( 2, 3, -7, 3) b) ( 0, 0, 0, 0 ) c) ( 1, 1, 1, 1) d) ( -4, 6, -13, 4) 6. Dependência e Independência Linear Definição: Sejam V um espaço vetorial e A = { vr 1 ,vr 2 , ..., vr n } ⊂ V. Consideremos a equação a1 v r 1 + a2 v r 2 + ... + anv r n = 0 Sabemos que essa equação admite pelo menos uma solução: a1 = 0 , a2 = 0, ..., an = 0, chamada solução trivial. O conjunto A diz-se linearmente independente ( LI ) ou os vetores vr 1 ,vr 2 , ..., vr n são LI caso a equação admita apenas a solução trivial. Se existirem soluções ai ≠ 0, diz- se que o conjunto A é linearmente dependente ( LD) ou que os vetores vr 1 ,v r 2 , ..., v r n são LD. 41 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica IIExemplos: 1) Verifique se são LI ou LD os conjuntos abaixo: a) no espaço V = R³ e os vetores vr 1 = ( 2, -1, 3 ), vr 2 = ( -1, 0, -2) e vr 3 = (2, -3, 1). b) no espaço V = R4 e os vetores vr 1 = ( 2, 2, 3, 4 ), vr 2 = ( 0, 5, -3, 1) e vr 3 = (0, 0, 4, -2). c) no espaço V = R³ e os vetores e1 = ( 1, 0, 0 ), e2 = ( 0, 1, 0 ) e e3 = (0, 0, 1). d) no espaço V = M2x2 e o conjunto A = − − 1 3 4- 3 , 0 3 3- 2 , 1 3 2 1 . Teorema: Um conjunto A = {vr 1 ,vr 2 , ..., vr n } é LD se e somente se pelo menos um desses vetores é combinação linear dos outros. Obs.: 1) O teorema também pode ser enunciado como: “Um conjunto A = {vr 1 ,vr 2 , ..., vr n } é LI se e somente se nenhum desses vetores for combinação linear dos outros. ” 2) Dois vetores vr 1 e vr 2 são LD se e somente se um vetor é múltiplo escalar do outro. Ex.: v r 1 = ( 1, -2, 3) e vr 2 = ( 2, -4, 6) são LD. 42 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica II v r 1 = ( 1, -2, 3) e vr 2 = ( 2, 1, 5) são LI. Interpretação geométrica: v r 2 v r 1 v r 2 v r 1 {vr 1 ,vr 2 } são LD . {vr 1 ,vr 2 } são LI. Obs.: quando tivermos espaço vetorial V = R³ devemos usar a idéia de coplanaridade vista em Geometria Analítica ou Álgebra Analítica e Linear I . Para tanto, cabe lembrar que três vetores estão no mesmo plano ( são coplanares) se o produto misto entre eles for igual a zero. Se isto ocorrer, os vetores são LD. 7. Base de um Espaço Vetorial Um conjunto B = { v1, v2, ..., vn } ⊂ V é uma base do espaço vetorial V se: - B é LI; - B gera V. Ex.: 1) Seja B = { (1,1) , ( -1, 0)}. Verifique se B é base do R². Solução: B é LI, pois a1 ( 1,1) + a2 ( -1,0) = (0,0) somente se a1 = 0 e a2 = 0. B gera R² pois ( x, y) = a1 ( 1,1) + a2 ( -1,0) . Teremos a1 = y e a2 = y – x. Logo, ( x, y ) = y ( 1,1) + (y-x) ( -1,0) e portanto, B gera R². Logo, B é base do R². 2) O conjunto B = { ( 1,0) , ( 0,1)} é uma base do R² pois B é LI e gera R². B é conhecida como BASE CANÔNICA DO R². 43 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica II 3) O conjunto B = 1 0 0 0 , 0 1 0 0 , 0 0 1 0 , 0 0 0 1 é dita base canônica de M2x2. 4) O conjunto B = { 1, x, x², x³, ..., xn } é uma base do espaço vetorial dos polinômios Pn . 5) O conjunto B = { ( 1,2) , ( 2, 4)} não é uma base do R² pois B é LD. 6) O conjunto B = { ( 1,0) , ( 0, 1), ( 3,4) } não é uma base do R² pois B é LD. 7) O conjunto B = { ( 2, -1)} não é uma base do R² pois B é LI mas não gera R². 8) O conjunto B = { ( 1,2, 1) , (-1, -3, 0)} não é uma base do R³ pois B é LI mas não gera R³. Teorema: Se B = { v1, v2, ..., vn } for uma base de um espaço vetorial V, então todo conjunto com mais de n vetores será linearmente dependente. Corolário: Duas bases quaisquer de um espaço vetorial tem o mesmo número de vetores. Ex.: 1) A base canônica do R³ tem três vetores. Logo, qualquer outra base do R³ também terá três vetores. 2) A base canônica das matrizes M 3x3 tem nove vetores. Logo, toda base de M 3x3 terá 9 vetores. 8. Dimensão Seja V um espaço vetorial. Se V possui uma base com n vetores, então V tem dimensão n e escrevemos dim V = n Ex.: 1) dim R² = 2 2) dim R³ = 3 3) dim M2x2 = 4 4) dim Mmxn = m x n 5) dim Pn = n+1 6) dim {0} = 0 Obs.: 1) Se dim S = 0, então S = {0} é a origem. 2) Se dim S = 1, então S é uma reta que passa pela origem. 3) Se dim S = 2, então S é um plano que passa pela origem. 4) Se dim V = n, qualquer subconjunto de V com n vetores LI é uma base de V. 44 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica II Ex.: B = { (2,1),(-1,3)} é uma base do R² pois dim B = 2 e os vetores são LI. Exercícios: 1) Explique porque os seguintes conjuntos de vetores não são base dos espaços indicados: a) u= ( 1, 2) v = ( 0,3) e w = ( 2, 7 ) em R² b) u = ( -1, 3, 2) v = ( 6, 1, 1,) em R³ c) p1 = 1 + x + x² p2 = x – 1 em P2 d) A = 3 2 1 1 B = 4- 2 0 6 C = 7 1 0 3 D = 2 4 1 5 E = 9 2 1 7 em M 2x2 2) Quais dos seguintes conjuntos de vetores são base de R²? a) ( 2,1 ) e ( 3, 0) b) ( 4,1 ) e ( 1, 3) c) ( 0,0 ) e ( 1, 3) d) ( 3,9 ) e (-4, -12) 3) Mostre que o conjunto de vetores dados é uma base de M2x2 : 6- 3 6 3 , 0 1- 1- 0 , 4- 12- 8- 0 , 2 1- 0 1 45 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica II Exercícios – Espaços Vetoriais 1) Expresse os seguintes vetores como combinações lineares de u = ( 2 , 1 , 4 ), v =(1, -1, 3) e w = (3, 2, 5): a) ( -9, -7, -15) b) ( 6, 11, 6 ) c) ( 0, 0, 0) 2) Expresse os seguintes polinômios como combinações lineares de p1 = 2 + x + 4 x² , p2 = 1 – x + 3x² e p3 = 3 + 2x + 5x² : a) –9 – 7x – 15x² b) 0 c) 7 + 8x + 9x² 3) Verifique se são LI ou LD os seguintes conjuntos: a) −− −− 9 12 6 3 , 3 4 2 1 ⊂ M 2x2 b) { ( 2, -1), ( 1, 3) } ⊂ R². c) { ( -1, -1, 0, 3) , ( 2, -1, 0, 0) , ( 1, 0, 0, 0) } ⊂ R4. d) { 1 + 2x – x², 2 – x + 3x² , 3 – 4x + 7x² } ⊂ P2 . 4) Determine o valor de k para que o conjunto { ( 1, 0, -1), ( 1, 1, 0) , ( k, 1, -1) } seja LI. 5) Suponha que v1 , v2 e v3 são vetores em R³ com pontos iniciais na origem. Em cada caso, determine se os três vetores estão num mesmo plano, ou seja, se isto ocorrer, eles são LD. Faça o desenho no plano cartesiano. a) v1 = ( 2, -2, 0), v2 = ( 6, 1, 4 ) e v3 = ( 2, 0, -4) b) v1 = ( -6, 7, 2), v2 = ( 3, 2, 4 ) e v3 = ( 4, -1, 2) 6) Para quais valores reais de “k” os vetores v1 = ( k, - ½ , - ½ ) , v2 = ( -½ , k, -½ ) e v3 = (-½ , -½ , k) formam um conjunto linearmente dependente em R³ ? Respostas: 1) a) –2u + v – 2w b) 4u – 5v + w c) 0u + 0v + 0w 2) a) –2p1 + p2 – 2p3 b) 0p1 + 0p2 + 0p3 c ) 0p1 - 2 p2 + 3p3 3) a) LD b) LI c) LI d) LD 4) k ≠ 2 5) a) não b) sim 6) k = – ½ e k = 1 46 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica II Unidade III - TRANSFORMAÇÕES LINEARES 1. Introdução Neste momento veremos um tipo especial de função ( ou aplicação), onde o domínio e o contradomínio são espaços vetoriais reais. Assim, tanto a variável independente como a variável dependente são vetores, razão pala qual essas funções são chamadas vetoriais.Vamos usar funções vetoriais lineares, que serão denominadas Transformações Lineares. “T” é uma transformação do espaço vetorial V no espaço vetorial W , e escrevemos: T: V → W Ex.: T: R → R² T: R² → R³ Sendo T uma função, cada vetor v ∈ V tem um só vetor imagem w ∈ W, que será indicado por w = T(v) . Ex.: Seja T : R² → R³ que associa vetores v =(x, y) ∈ R² com vetores w =( x,y,z ) ∈ R³. T(x,y) = ( 3x, -2y, x – y ) Se quisermos calcular T ( 2,1), basta usar x = 2 e y = 1 na transformação, assim: T(2,1) = ( 6, -2, 1) Ou em outros casos, podemos ver a correspondência entre v e T(v): (2,1) (6,-2, 1) (-1,3) (-3,-6,-4) (0,0) (0,0,0) v T(v) Definição: Sejam V e W espaços vetoriais. Uma aplicação T : V → W é chamada Transformação Linear de V em W se: i) T ( u + v ) = T (u) + T (v) ii) T ( αu) = α T (u) Obs: uma transformação linear de V em V é chamada Operador Linear sobre V. 47 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica II Exemplos: 1) Seja T: R² → R³ tal que T ( x, y ) = ( 3x, -2y, x – y ). Verifique se T é transformação linear. 2) Seja T: R → R tal que T ( x ) = ( 3x ). Verifique se T é transformação linear. 3) Seja T: R → R tal que T ( x ) = ( 3x + 1 ). Verifique se T é transformação linear. 4) Seja T: R³ → R² tal que T ( x, y, z ) = ( 3x + 2, 2y - z ). Verifique se T é transformação linear. 5) Seja a matriz A = − 4 0 3 2 2 1 . Essa matriz determina a transformação T: R² → R³ tal que v → Av ou T(v) = Av. Verifique se T(v) é linear e encontre a matriz Av da transformação linear. 48 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica II Solução: T( u + v ) = A ( u + v ) = Au + Av = T ( u) + T (v) T ( α u) = A (αu) = α Au = α T(u) Logo, T(v) é transformação linear. Efetuando Av, onde v = ( x, y ) ∈ R² é um vetor coluna de ordem 2x1, resulta: − 4 0 3 2 2 1 . y x = +− + 4y 3y 2x y 2 x portanto T é definida por T(x,y) = ( x+2y, -2x+3y, 4y) Obs.: uma matriz A mxn sempre determina uma transformação linear. Exercícios: 1) Verifique quais transformações são lineares. Justifique: a) T : R² → R³, T(x,y) = ( x - y , 2x + y, 0) b) T : R² → R², T(x,y) = ( x + 2 , y + 3 ) c) T : R² → R , T(x,y) = |x| d) T : V → V , H(v) = λ v , λ ∈ R, λ fixo. Propriedade: Se T: V → W for uma transformação linear e se v = a1 v1 + a2 v2 então temos: T (a1 v1 + a2 v2 ) = a1 T ( v1 ) + a2 T ( v2 ) Exemplos: 1) Seja T: R³ → R² uma transformação linear e B = { v1 , v2 , v3 ) uma base do R³, sendo v1 = ( 0, 1, 0), v2 = ( 1, 0, 1) e v3 = ( 1, 1, 0) . Determine T ( 5, 3, -2) sabendo que T( v1 ) = ( 1, -2), T( v2 ) = ( 3, 1 ) e T(v3 ) = ( 0, 2) . Solução : Expressamos v = ( 5, 3, -2) como combinação linear de v1 , v2 , v3 . Logo: 49 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica II v = a1 v1 + a2 v2 + a3 v3 (5, 3, -2) = a1 (0, 1, 0) + a2 ( 1, 0, 1) + a3 ( 1, 1, 0) Encontramos então : a1 = a2 = a3 = Agora, usamos a propriedade da T.L. T(5, 3, -2) = a1 T(0, 1, 0) + a2 T( 1, 0, 1) + a3 T( 1, 1, 0) Assim, conseguimos, mesmo sem sabermos a lei da T.L., encontrar T(5, 3, -2). 2) Considere T: R³ → R³ uma transformação linear definida por T( x, y, z) = ( x+2y+2z , x + 2y – z , -x + y + 4z) . Determine: a) u ∈ R³ tal que T (u) = ( -1, 8, -11) b) v ∈ R³ tal que T(v) = v 3) Sabendo que T: R² → R³ é uma transformação linear e que T( 1, -1) = ( 3, 2, -2) e T (-1,2) = (1, -1, 3), determine T( x , y ) . 50 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica II 4) Sabendo que T: R² → R² é uma transformação linear e que T ( 1, 0) = ( 3, -2) e T(0, 1) = (1, 4), determine T( x , y ) . Exercícios: 1) Consideremos a transformação linear T : R² → R² definida por T(x,y) = (3x-2y, x + 4y). Utilize os vetores u = ( 1,2) e v = (3,-1) para mostrar que T (3u+4v) = 3T(u) + 4 T(v). 2) Dada a transformação linear T : V → W, tal que T(u) = 3u e T(v) = u – v , calcule em função de u e v : a) T ( u + v ) = b) T ( 3v) = c) T ( 4u – 5v) = 3) Dentre as transformações T : R²→ R² definidas pelas seguintes leis, verifique quais são lineares: a) T(x,y) = ( x-3y, 2x+5y) b) T(x,y) = ( x², y² ) c) T(x,y) = ( x+1, y) d) T(x,y) = ( y, x) e) T(x,y) = ( xy, x-y) 4) Dentre as seguintes transformações , verifique quais são lineares: a) T: R² → R³ ; T(x,y) = ( x – y , 3x – 2y) b) T: R² → R² ; T(x,y) = ( | x | , y) c) T: R² → M2x2 ; T(x,y) = +− 2yy x 3x2y 5) a) Determine a transformação linear T: R² → R³ tal que T(-1,1) = ( 3, 2, 1 ) e T(0,1) = ( 1,1,0). b) Encontre v ∈ R² tal que T(v) = ( -2, 1, -3). 51 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica II 6) a) Determine a transformação linear T : R³ → R² tal que T(1, -1, 0) = ( 1,1 ), T( 0, 1, 1) = ( 2,2) e T(0,0,1) = (3,3) . b) Ache T(1,0,0) e T( 0,1,0). 7) Seja T um transformador linear no R³ tal que T(1,0,0) = ( 0,2,0) , T( 0,1,0) = ( 0, 0,-2) e T(0,0,1) = ( -1, 0,3). Determine T( x, y, z) e o vetor v ∈ R³ tal que T(v) = ( 5, 4, -9). Respostas: 2) a) 4u – v b) 3u – 3v c) 7u + 5v 3) São lineares a, d 4) São lineares: a, c 5) a) T(x,y) = (-2x+y, -x + y, -x) b) v = (3,4) 6) a) T(x,y,z) = ( -y+3z, -y+3z) b) T(1,0,0) = ( 0,0) e T(0,1,0) = ( -1,-1) 7) T(x,y,z) = (-z, 2x, -2y + 3z) v = ( 2, -3, -5) 2. Núcleo e Imagem de uma Transformação Linear: Núcleo: Chama-se núcleo de um Transformação Linear T : V → W ao conjunto de todos os vetores v ∈ V que são transformados em 0 ∈ W. Indica-se por N(T) ou Ker (T). Imagem: Chama-se imagem de uma transformação linear T : V → W ao conjunto de todos os vetores w ∈ W que são imagens de pelo menos um vetor v ∈ V. Indica-se esse conjunto por Im(T) ou T(v). 3. Transformações Lineares : Funções de Rn em R Lembre que uma função é uma regra f que associa a cada elemento de um conjunto A um, e exatamente um, elemento de um conjunto B. Se f associa o elemento b ao elemento a então escrevemos b = f(a) e dizemos que b é a imagem de a por f ou que f(a) é o valor de f em a . O conjunto A é chamado domínio de f e o conjunto B é chamado o contradomínio de f. A imagem de f é o subconjunto de B consistindo de todos os possíveis valores de f à medida que a percorre A . Para funções mais elementares, A e B são conjuntos de números reaise então dizemos que f é uma função real de uma variável real. Outras funções comuns ocorrem quando B é um conjunto de números reais e A é um conjunto de vetores em R² ou R³ ou, mais geralmente, em Rn . Alguns exemplos são dados na tabela abaixo: 52 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica II Fórmula Exemplo Classificação Descrição f(x) f(x) = x² Função real de uma variável real Função de R em R f( x, y ) f( x, y ) = x² + y² Função real de duas variáveis reais Função de R² em R f( x, y, z ) f(x,y,z) = x² + y² + z² Função real de três variáveis reais Função de R³ em R No caso especial em que as equações são lineares, a transformação é dita linear. Assim uma transformação linear T : Rn → Rm é definida por equações da forma: w1 = a11 x1 + a12 x2 + a13 x3 + ... + a1n xn w2 = a21 x1 + a22 x2 + a23 x3 + ... + a2n xn w3 = a31 x1 + a32 x2 + a33 x3 + ... + a3n xn . . . wm = am1 x1 + am2 x2 + am3 x3 + ... + amn xn ou então em notação matricial: = n 3 2 1 mnm3m2m1 3n333231 2n232221 1n131211 n 3 2 1 x . . . x x x . a ... a a a . . . a ... a a a a ... a a a a ... a a a w . . . w w w ou bem mais simples: w = A x ou [ T ] = A x Obs.: A matriz A = [ aij ] é chamada matriz canônica da transformação linear T e a transformação T é chamada multiplicação por A . Exemplos: 1) Uma transformação do R² em R³: - as equações w1 = x1 + x2 w2 = 3x1 + 2x2 w3 = - x1 + x2 definem uma transformação T: R² → R³. A imagem do ponto ( x1 , x2 ) por esta transformação é o ponto T ( x1 , x2 ) = (x1 + x2 , 3x1 + 2x2 , - x1 + x2 ) . Assim, por exemplo,. T ( 1,-2) = 53 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica II E a matriz canônica desta transformação é : A = 2) Uma transformação linear do R4 em R³ definida pelas equações w1 = 2x1 - 3x2 + x3 – 5x4 w2 = 4x1 + x2 - 2x3 + x4 w3 = 5x1 - x2 + 4 x3 pode ser escrita na forma matricial como = 4 3 2 1 3 2 1 x x x x . 0 4 1- 5 1 2- 1 4 5- 1 3- 2 w w w de modo que a matriz canônica de T é: 0 4 1- 5 1 2- 1 4 5- 1 3- 2 A = A imagem do ponto ( x1 , x2 , x3 , x4 ) pode ser calculada diretamente das equações definidoras ou da matriz por multiplicação matricial. Por exemplo: se o ponto for (1, -3, 0, 2) , e substituirmos nas equações inicias, teremos w1 = 1, w2 = 3 e w3 = 8 Ou então, de forma alternativa, usando a forma matricial teremos: = = 8 3 1 2 0 3- 1 . 0 4 1- 5 1 2- 1 4 5- 1 3- 2 w w w 3 2 1 Exercícios: 1) Encontre a matriz canônica da transformação linear T: R³ → R³ dada por w1 = 3x1 + 5x2 – x3 w2 = 4x1 - x2 + x3 w3 = 3x1 – x3 + 2x2 e em seguida calcule T(-1, 2, 4) por substituição direta nas equações e também por multiplicação matricial. 2) Encontre a matriz canônica do operador linear T definido pela fórmula: a) T ( x, y ) = ( 2x – y, x + y) 54 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica II b) T ( x, y) = ( x, y) c) T ( x, y, z) = ( x + 2y + z, x + 5y, z) d) T ( x, y, z) = ( 4x, 7y, -8z) e) T(x,y) = ( y, –x, x + 3y, x – y) f) T ( x, y, z, t) = ( 7x + 2y – z + t, y + z, -x) 3) Em cada parte é dada a matriz canônica [ T ] de uma transformação linear T. Use a matriz para obter T (x). Expresse as respostas em forma matricial. a) [ T ] = 4 3 2 1 ; x = 2- 3 b) [ T ] = 5 1 3 0 2 1- ; x = 3 1 1- c) [ T ] = 1- 0 6 7 5 3 4 1 2- ; x = 3 2 1 x x x d) [ T ] = 8 7 4 2 1 1 - ; x = 2 1 x x Respostas: 1) 1- 2 3 1 1- 4 1- 5 3 ; T(-1, 2, 4) = ( 3, -2, -3) 2) a) 1 1 1- 2 b) 1 0 0 1 c) 1 0 0 0 5 1 1 2 1 d) 8- 0 0 0 7 0 0 0 4 e) 1- 1 3 1 0 1- 1 0 f) 0 0 0 1- 0 1 1 0 1 1- 2 7 3) a) 1 1- b) 13 3 c) ++ ++ 31 321 321 x- 6x x7 x5 3x x4 x 2x- d) + + + 21 21 21 8x 7x x4 2x x x- 55 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica II 4. A geometria das Transformações Lineares: Dependendo de como encaramos uma n-upla , se como um ponto ou um vetor, o efeito geométrico de um operador T : Rn → Rn é o de transformar cada ponto ( ou vetor) de Rn em algum novo ponto ( ou vetor). T(x) T(x) x x T leva pontos em pontos T leva vetores em vetores O operador identidade: Se I é a matriz identidade n x n, então, para cada vetor x em Rn temos TI (x) = I x = x de modo que a multiplicação por I leva cada vetor em Rn em si mesmo. Nós chamamos esta transformação em operador identidade de Rn . Entre os operadores lineares mais importantes de R² e R³ estão os que produzem reflexões, projeções e rotações. Vejamos estes operadores: a) REFLEXÕES: Considere o operador T: R² → R² que aplicada cada vetor na sua imagem simétrica em relação ao eixo y . y ( -x, y) (x, y) x -x x Se escrevermos w = T(x), então as equações relacionando os componentes de x e de w são : 56 Elaborado pela Professora Mirian Bernadete Bertoldi Oberziner – Disciplina Álgebra Linear e Geometria Analítica II w 1 = -x = -x + 0y w 2 = y = 0x + y Ou em formato matricial: = − =
Compartilhar