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Evicção e Distrato de Contratos

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Evicção: é a perda da posse ou propriedade a coisa transferida, por força de sentença judicial ou ato administrativo que reconheceu o direito anterior de terceiro.
Ø  Alienante:
Ø  Adquirente (Evicto)
Ø  Terceiro (Evictor)
Ø  É um instituto de caráter garantista. É cabível somente em contratos onerosos. A ocorrência da evicção não deixa de ser na maioria das situações uma ofensa ao princípio da boa-fé objetiva.     O objeto jurídico tutelado é a proteção contra a alienação da coisa non domino.
Ø  Requisitos:
§  Art. 447. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta garantia ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta pública.
§  Aquisição de um bem; Esta aquisição pode se dar de duas formas, ou por transferência de posse ou propriedade mediante um contrato oneroso, ou em razão da adquirição em hasta pública.
§  Perda da posse ou propriedade; possibilidade de importar prejuízos ao adquirente (evicto), em razão da perda da posse ou propriedade.
§  Prolação de sentença judicial ou execução de ato administrativo; deve haver uma sentença ou ato administrativo que seja o demonstrador do direito anterior de terceiro sobre a coisa causando, portanto, a perda da posse ou propriedade da coisa.
Ø  Direitos do Evicto: o evicto formulará em face do alienante uma pretensão indenizatória.
§  Art. 450. Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto, além da restituição integral do preço ou das quantias que pagou:
§  I - à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir;
§  II - à indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamente resultarem da evicção;
§  III - às custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituído.
§  Parágrafo único. O preço, seja a evicção total ou parcial, será o do valor da coisa, na época em que se evenceu (Evicção Total), e proporcional ao desfalque sofrido, no caso de evicção parcial.
§  Art. 451. Subsiste para o alienante esta obrigação, ainda que a coisa alienada esteja deteriorada, exceto havendo dolo do adquirente.
§  Art. 452. Se o adquirente tiver auferido vantagens das deteriorações, e não tiver sido condenado a indenizá-las, o valor das vantagens será deduzido da quantia que lhe houver de dar o alienante.
§  Além dos direitos assegurados pelo art. 150, conforme o art. 151, o alienante ainda terá o dever de indenizar o evicto, ainda que ela não esteja em perfeito estado de conservação e o evicto venha a perde-la. Contudo se o evicto atuou com dolo dando causa à deterioração, não terá direito de indenização sob a parcela que deteriorou por dolo do mesmo.
§  Logo conforme o art. 452, o adquirente terá por deduzidos os valores referentes às vantagens obtidas pela deterioração.
§  Espécies de Evicção: Total e Parcial
·         Total: a reparação será totalmente, tendo como preço base o vigente na época.
·         Parcial: a reparação será proporcional ao desfalque sofrido.
§  Evicção e Autonomia da vontade:
·         Art. 448. Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou excluir a responsabilidade pela evicção.
·         Art. 449. Não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a evicção, se esta se der, tem direito o evicto a receber o preço que pagou pela coisa evicta, se não soube do risco da evicção, ou, dele informado, não o assumiu.
·         Exclusão Legal da Evicção: Art. 457. Não pode o adquirente demandar pela evicção, se sabia que a coisa era alheia ou litigiosa.
§  Evicção e Benfeitorias:
·         É obra realizada pelo homem na coisa principal com o propósito de melhorar, conservar ou embelezar.
·         Benfeitoria necessária é aquela que visa evitar o perecimento ou deterioração da coisa.
·         Art. 453. As benfeitorias necessárias ou úteis, não abonadas ao que sofreu a evicção, serão pagas pelo alienante.
·         Art. 454. Se as benfeitorias abonadas ao que sofreu a evicção tiverem sido feitas pelo alienante, o valor delas será levado em conta na restituição devida.
EXTINÇÃO DO CONTRATO – DISTRATO O distrato é a rescisão ou anulação de um contrato anteriormente pactuado entre as partes.
Ele pode ser consensual (quando as partes contratantes chegam a um consenso sobre a forma da rescisão) ou unilateral (quando apenas uma das partes contratantes o rescinde).
FORMALIDADE O distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contrato.
A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o permita, opera mediante denúncia notificada à outra parte.
CONDIÇÃO Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das partes houver feito investimentos consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só produzirá efeito depois de transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto dos investimentos.
Cláusula Resolutiva A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita depende de interpelação judicial.
A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos.
Exceção de Contrato não Cumprido Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro.
Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe compete ou dê garantia bastante de satisfazê-la.
Resolução por Onerosidade Excessiva Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação.
A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar equitativamente as condições do contrato.
Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das partes, poderá ela pleitear que a sua prestação seja reduzida, ou alterado o modo de executá-la, a fim de evitar a onerosidade excessiva.
Resilição Bilateral:É quando as partes, por mútuo acordo, resolvem por fim ao contrato, fazendo um novo instrumento (que deve ter a mesma forma do contrato original, sob pena de nulidade). Este novo instrumento contratual tem o nome de Distrato.
Resilição Unilateral:Somente acontece nos casos em que a lei permite (por exemplo: na locação, na prestação de serviços, no mandato, no comodato, no depósito, na doação, na fiança, etc). A resilição unilateral é fato jurídico em que uma das partes do contrato, por exercício de um direito potestativo (ou seja, sem contestação da outra parte), notifica a outra dizendo de sua desistência em continuar na relação contratual. São casos de resilição unilateral:
– A denúncia cheia ou vazia: nos casos de locação de bens móveis e imóveis do Código Civil e da Lei de Locações, bem como também do contrato de prestação de serviço por tempo indeterminado (artigo 599 do Código Civil);
– A revogação: nos casos de quebra de confiança, nos contratos em que esta se faz presente como fator predominante (mandato, comodato, depósito etc.). A revogação é feita sempre pelo mandante, pelo comodante, pelo depositante etc.
– A renúncia: nos casos também de quebra de confiança, porém como comportamento abdicativo, em que uma das partes se auto elimina do contrato. A renúncia é feita sempre pelo mandatário, pelo comodatário, pelo depositário etc.
– A exoneração por ato unilateral: é uma novidade da legislação a respeito do fiador, que pode se exonerar da fiança, nos contratos por prazo indeterminado, apenas notificando o credor, ficando responsável pelos 60 dias que correrem após esta notificação. Nos casos de fiança locatícia, assim que o contrato de locação assumir prazo indeterminado, pode também o fiador se exonerar, apenas notificando o locador, respondendo, neste caso,por 120 dias após tal notificação.
– Extinção dos contratos por morte: Cessação.
Por fim, existe a extinção dos contratos pela morte de um dos contratantes, chamada de cessação.
Pela regra geral, as obrigações assumidas por um contratante se transmitem a seus herdeiros a partir do momento de sua morte. Ocorre que existem algumas obrigações que, por serem personalíssimas, geram a extinção do contrato de pleno direito (ou seja, sem a necessidade de decisão judicial) quando uma das partes falece.
Como exemplo existe o contrato de fiança, que não transmite aos herdeiros a obrigação de continuar como fiadores no contrato principal. Também é um exemplo o contrato de prestação de serviços artísticos, por exemplo, que com a morte do artista contratado (cantor, pintor etc.) extingue-se o contrato, devendo serem devolvidos os valores eventualmente pagos, deduzidos das despesas já efetuadas, pois o contrato se extingue no exato momento da morte do contratante nestes caso
b) condicional – é a doação subordinada à ocorrência de evento futuro e incerto, ou seja, ao implemento de condição; (art. 546, 547 e 545 do CC). 
c) modal ou com encargo – é aquela que sujeita o donatário à realização de certa tarefa (CC, arts. 553, par. Único, 562 e 1.938 CC); 
d) remuneratória – Ocorre quando visar remunerar, a título de 
agradecimento, serviços prestados. Ex: gorjeta. (art. 540, 2ª parte CC) 
e) meritória – Ocorre nos casos em que o doador queira contemplar o 
merecimento do donatário. Ex: pai que presenteia filho p or passar no 
vestibular. 
f) Inter vivos e causa mortis – No direito brasileiro, como regra, a 
doação é negócio jurídico inter vivos. Fala-se, entretanto, em doação causa mortis 
na doação propter nuptias, que é a doação feita a um dos cô njuges, com a 
condição de valer depois da morte do doador. Caso o donatário morra 
antes dele, seus filhos aproveitarão o benefício. A doação propter nuptias 
não depende da morte do doador, mas apenas do casamento. 
g) Indenizatória – terá lugar quando tive r por objetivo compensar alguém pelos prejuízos ou pelo estorvo causado. 
 
INVALIDADE 
 
Ocorrerá nas seguintes hipóteses: 
a) Em casos de nulidade comuns aos contratos em geral (CC art. 166 e 541); 
b) Presença de vícios de consentimento e de vícios sociais; 
c) Existência de vícios que lhe são peculiares (CC art. 548, 549 e 550); 
d) Doação universal, sem reserva de usufruto ou de bens suficientes para a subsistência do doador. 
 
REVOGAÇÃO 
 
Os casos em que pode ser revogada a doação são os seguintes: 
a) descumprimento do encargo (art. 562 CC), que pode ser exigido pelo doador, pelo terceiro beneficiário, ou pelo MP. Não obstante a única 
pessoa que poderá revogar a doação é o doador; 
b) por ingratidão do donatário (CC arts. 555, 1ª alínea, 557, I a I V, 561, 558, 564, I a IV, 546, 1.639, 563, 1360, 556). 
 
OBS: Não são, contudo, revogáveis por ingratidão as doações 
remuneratórias, a indenizações, as propternuptias e as que tiverem o objetivo 
de cumprir obrigação natural. 
 
Considera-se não escrita a cláusula em que o doador renuncie de antemão a seu direito de revogar a doação.
COMODATO E DEPÓSITO
Conceito de Comodato: O comodato é o empréstimo de coisas infungíveis (móveis ou imóveis) a título gratuito.
O Código Civil trata no capítulo VIII “Do Empréstimo”. Segundo Coelho da Rocha, “o empréstimo é contrato pelo qual uma pessoa entrega a outra, gratuitamente, uma coisa, para que dela se sirva com a obrigação de restituir”.
Comodato “é contrato unilateral, gratuito,pelo qual alguém entrega a outrem coisa infungível , para ser usada temporariamente e depois restituída”.
Trata-se, portanto de um contrato, unilateral porque obriga tão somente o comodatário; gratuito(“Gratuitum debet esse commodatum”) porque somente este é favorecido; real porque se realiza pela tradição, ou seja, entrega da coisa. enão-solene , pois a lei não exige forma especial para sua validade, podendo ser utilizada até a forma verbal.
Comodante = quem entrega a coisa infungível
Comodatário = quem usa a coisa. 
Quem entrega a coisa infungível é o comodante, quem a usa é o comodatário .
Comodato é empréstimo, é de uso (“prêt a usage”); No comodato os objeto são bens infungíveis (são encarados de acordo com as suas qualidades individuais, em espécie). No comodato em que se tem apenasuma transferência da posse (propriedade). O comodatário só se exonera restituindo a própria coisa emprestada. O comandatário não assume os riscos, de modo que, se o bem se perder por força maior ou caso fortuito, o comodante é quem sofrerá com isso. Ao comodatário é proibido de transferir a coisa a terceiro, pois poderá incorrer nas penas do crime de estelionato ( art. 171 , CP – “disposição decoisa alheia como própria”.
Tais modalidades contratuais são bastante utilizadas em nosso cotidiano afinal, quem não já emprestou um CD, uma fita de vídeo etc. (exemplos de comodato).
DEPOSITÁRIO:
Guarda um bem móvel; Recebe ou não um valor “$”; Devolve quando solicitado.
Obs. O bem é entregue para ser guardado e não para uso. 
Contrato de depósito: Quando uma pessoa encarrega, por escrito, outra, deguardar uma coisa móvel, com segurança, faz surgir o contrato de depósito. O fim precípuo do depósito é, então, a guarda da coisa, não a transferência da propriedade nem o uso da coisa.“Pelo contrato de depósito recebe o depositário um objeto móvel, para guardar, até que o depositante o reclame” (CC, art. 627). Aquele que entrega a coisa chama-se depositante e o que a recebe, depositário. Art.627. Pelo contrato de depósito recebe o depositário um objeto móvel, para guardar, até que o depositante o reclame.
O depositário recebe a coisa móvel para guardar, ficando, porém, com a obrigação de restituí-la quando o depositante lhe pedir. Portanto, o objeto do contrato de depósitosó pode consistir em coisas móveis, corpóreas, enfim, um bem suscetível de ser guardado e de ser restituído.Porexemplo, os títulos de crédito ou as ações pertencentes a um acionista estão na categoria das coisas corpóreas que podem ser objeto de contrato de depósito. Outra característica do contrato de depósito é a devolução da coisa quando reclamada. Se o depositário se negar a devolver a coisa em depósito, será compelido a fazer mediante prisão, não excedente de um ano, sujeitando-se, ainda, a ressarcir osprejuízos que, por acaso, venha a sofrer o depositante (CC, art. 652).
Art. 652. Seja o depósito voluntário ou necessário, o depositário que não o restituir quando exigido será compelido a fazê-lo mediante prisão não excedente a um ano, e ressarcir os prejuízos.
Classificação do contrato de depósito:
a)Contrato real – o depósito só se torna contrato perfeito e acabado, com a entrega da coisa;b)Contrato Unilateral ou Bilateral - Unilateral quando gratuito, e Bilateral quando oneroso;
c)Contrato gratuito –é gratuito por excelência, mas nada impede que seja oneroso por convenção, ou resultante de atividade negocial, ou ainda se o depositário o praticar por profissão.

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