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Anatomia e Fisiologia da Pele Luna Albertini Chagas Médica Dermatologista Membro da sociedade brasileira de dermatologia Docente da UNIC e UNIVAG Mestranda em Ciências da Saúde pela ufmt A pele do ser humano é um órgão que reveste e delimita o organismo, protegendo-o e interagindo com meio exterior. 15% do peso corporal ESTRUTURA E FISIOLOGIA Camada superior: a EPIDERME => constitui-se por epitélio estratificado cuja espessura apresenta variações topográficas. Camada intermediária: a DERME ou CÓRIO => compreende denso estroma fibroelástico no qual situam-se as estruturas vasculares, nervosas e os órgãos anexiais da pele, glândulas sebáceas, sudoríparas e folículos pilosos. Camada profunda: a HIPODERME ou TECIDO CELULAR SUBCUTÂNEO=> compõe-se de tecido adiposo. EPIDERME EPIDERME EPIDERME – Sist. Ceratinocítico 80% das céls epidérmicas Função estrutural Participam de processos inflamatórios e imunológicos: céls alvo, secretores de citocinas, neuropeptideos etc Constante renovação CAMADA CÓRNEA CAMADA GRANULOSA CAMADA ESPINHOSA CAMADA BASAL 14 dias EPIDERME – Sist. Ceratinocítico Citoesqueleto: rede de proteínas estruturais com diferentes diâmetros de espessura Filamentos intermediários: estrutura tridimensional da célula Filamentos de actina: motilidade celular Microtúbulos: transporte intracelular de organelas EPIDERME – Camada Basal Camada mais profunda Única fileira de queratinócitos justapostos com morfologia colunar, citoplasma basófilo e núcleo grande e oval EPIDERME – Camada espinhosa/ Malpighi Céls espinhosas ou de Malpighi: Suprabasais: poliédricas e núcleo arredondado Superior: maiores, mais achatadas e contem grânulos lamelares EPIDERME – Camada espinhosa/ Malpighi Desmossomo (“espinhos”): Modificação da superfície celular responsável pela adesão intercelular – resistência ao estresse mecânico Está presente entre os queratinócitos de toda epiderme EPIDERME – Camada Granulosa Grânulos basofilicos de cerato-hialina Síntese de elementos necessários para surgimento da camada córnea EPIDERME – Camada córnea Mais externo: proteção mecânica, barreira à perda de água e permeabilidade de substâncias solúveis do meio ambiente Céls acidófilas e extremamente planas, em forma de poliedros O núcleo desaparece nas céls da camada córnea EPIDERME – Junção dermoepidérmica Epiderme penetra na derme por meio dos cones interpapilares Derme projeta-se na epiderme pelas papilas epidérmicas Adesão epidérmica Suporte para epiderme Determina a polaridade de seu crescimento Dirige a organização do citoesqueleto das céls basais Barreira semipermeável Hemidesmossomos São complexos juncionais especializados que contribuem para a adesão das células epiteliais à membrana basal subjacente; Outras céls epidérmicas - Melanócito Céls dendríticas produtoras do pigmento intrínseco da pele (melanina – responsável pela absorção da RUV) Célula derivada da crista neural que migra pelo mesenquima até a epiderme. Predominam na camada basal Por meio dos seus dendritos, cada melanócito e relaciona com aproximad 36 queratinócitos para os quais transfere seu pigmento; Outras céls epidérmicas - Melanócito É aproximadamente o mesmo entre raças, o que varia é o nº, morfologia, tamanho, disposição dos melanossomos Outros locais de migração de melanócitos: leptomeninges, trato uveal; cóclea. Outras céls epidérmicas - Céls de Langerhans Células dendríticas desprovidas de tirosina São mais abundantes na cabeça, pescoço, tronco e membros, existindo em menor número nas regiões palmo-plantares, genitais e região sacro-coccígea. Originam-se da medula óssea Céls de Langerhans Componente do sist imunológico Responsável pelo reconhecimento, internalização, processamento e apresentação de antígenos presentes na epiderme Outras céls epidérmicas - Céls de Merkel Localiza-se ao nível da camada basal Presença de grânulos elétron-densos característicos, que contém substâncias neurotransmissoras São encontradas no lábios, dedos, boca e membrana externa de folículos pilosos Mecanoreceptor: São estruturas receptivas de sensações táteis Anexos cutâneos Estruturas que surgem das modificações da epiderme ainda na vida embrionária Anexos cutâneos – Folículo pilossebáceo Composto por: Folículo piloso Glândula sebácea Músculo eretor do pelo Anexos cutâneos - Folículo piloso O folículo piloso tem as seguintes porções: Acrotríquio=> porção intra-epidérmica do folículo Infundíbulo=> situado entre o óstio e o ponto de inserção da glândula sebácea Istmo=> entre a abertura da glândula sebácea no folículo e o ponto de inserção do músculo eretor do pêlo Segmento inferior=> é a porção restante, situada abaixo do músculo eretor. ACROTRIQUIO INFUNDÍBULO GLÂNDULA SEBÁCEA ISTMO MÚSCULO ERETOR DO PELO BULBO Folículo piloso Pele gabra: locais que não há folículo pilossebáceo: região palmoplantar e algumas regiões da genitália Variações regionais: Couro cabeludo e púbis: pelos grossos com gl sebáceas bem desenvolvidas Face: pelo tipo velo ou lanugo com gl desenvolvidas Extremidades: predomínio pelo velo e gl sebáceas pequenas Folículo piloso Em relação aos hormônios andrógenos: Folículo piloso Passa, cíclica e permanente, por 3 fases No couro cabeludo existem aproximadamente 100 mil folículos que crescem em media 0,3mm/dia Queda de ate 70-100 fios/dia Fase anágena: (3-6 anos) Bulbo e papila foliculares bem desenvolvidos com extremidade na derme profunda ou hipoderme Fase Catágena: (2 semanas) As cels da matriz e da bainha interna iniciam processo de apoptose e interrompem suas mitoses Fase telógena: (3 meses) As céls da papila parecem emitir sinais capazes de aumentar atividade mitótica das cels-tronco, com expansão do bulbo e pelo estabelecimento de uma nova fase anágena Anexos cutâneos - Gl sebácea Gl holócrina: as céls se rompem liberando todo seu conteúdo Sebo: esqualeteno, colesterol, esteres graxos, tgl Sebo colabora na formação do manto lipídico com atividade antimicrobiana, emulsificadora de subst e barreira protetora Anexos cutâneos - Gl sudoríparas apócrinas Desenvolve nas regiões axilar, genital e periareolar Andrógeno –dependente Porção secretória, localizada entre derme e subcutâneo, constituída por camada simples de cels cubóides ou cilíndricas que diminuem de tamanho ao secretarem parte de seu citoplasma Anexos cutâneos - Gl sudoríparas écrinas Principal responsável pela termorregulação Distribuída por toda pele, maior densidade nas regiões palmoplantares Estão sob controle hipotalâmico: acetilcolina estimula secreção de suor e contração das céls epiteliais Anexos cutâneos - Unhas Lâminas queratinizadas que recobrem a última falange dos dedos. 4 partes: posterior ou raiz, lâmina, dobras laterais e borda livre. Cutícula: prolongamento da camada córnea que recobre a porção proximal da unha. Hiponíquio: abaixo da cutícula, adere à lâmina ungueal Espessura: 0,5-0,75mm. Crescimento: 0,1mm/dia DERME Camada de tec conjuntivo Acomoda os vasos, nervos e anexos epidérmicos Céls residentes: fibroblastos, histiócitos, céls dendríticas e mastócitos DERME - Divisão Superficial/papilar: grande celularidade; predominam finos feixes fibrilantes de colágeno dispostos verticalmente Profunda/reticular: feixes mais grossos de colágeno, ondulados e dispostos horizontalmente Adventicial: em torno dos anexos e vasos DERME - Colágeno Provê resistência e elasticidade ao tecido Rede finamente ondulada- derme papilar Rede espessa e ondulada- derme reticular 28 tipos de colágeno DERME – Fibras elásticas São microfibrilas envoltas por elastina que formam uma rede que se estende da junção dermoepidérmica ao tec conjuntivo da hipoderme Absorção de choques e distensões Principal fonte: fibroblastos DERME – Substância fundamentalConstituída por proteoglicanos Promove aderência necessária entre diversas estruturas Caracterizam-se por terem em sua composição um eixo protéico ao qual uma ou mais cadeias de carboidratos, os glicosaminoglicanos, ligam-se DERME - Mastócitos Núcleo arredondado, abundantes grânulos escuros no citoplasma Maior qtde na derme papilar, em torno dos anexos, vasos e nervos Papel na reparação de tecido, reação de hipersensibilidade tipo I, defesa contra parasitas, quimiotaxia, ativação e proliferação de eosinófilos, promoção da fagocitose, permeabilidade vascular, ação antitumoral e angiogênese DERME - Vascularização Leito microcirculatório composto por 3 segmentos: Arteríolas; Capilares arteriais e venosos; Vênulas Distribuídos em 2 redes horizontais ligadas por vasos comunicantes DERME - Vascularização Em áreas como sulcos e leitos ungueais, orelhas e centro da face, o aparelho vascular apresenta formações especiais, os glômus, ligadas funcionalmente à regulação térmica. Os glômus são anastomoses diretas entre arteríola e vênulas. DERME - Inervação Todos os nervos da pele provêm da medula espinhal- mistos: sensoriais(fibras dorsais) e simpáticas(gânglios simpáticos) Nervos sensitivos (mielínicos)- terminam em delicadas arborizações Nervos autônomos(amielínicos e colinérgicos)- inervam glândulas sudoríparas, (colinérgicos e adrenérgicos) músculo eretor do pelo Glândulas sebáceas não recebem inervação autônoma – regulação por hormônios androgênicos circulantes DERME - Inervação Sensibilidade tátil: distribuição ponteada, mais sensíveis no nariz, lábios e extremidades digitais. Sentido de adaptação rápida, estímulos repetidos tornam-se ineficazes Sensibilidade térmica: distribuição ponteada, pontos para frio e calor Sensibilidade dolorosa: sensação de queimadura transmitidas por fibras amedulares e de frio por fibras medulares Corpúsculos nervosos Vater-Pacini Formada por lâminas concêntricas de tecido fibroso, e um nervo mielínico. Pressão Hipoderme das regiões palmoplantares DERME - Inervação Meissner Estruturas cônicas Constituído por: cápsula conjuntiva e células nervosas, espiralados Ao longo das papilas dérmicas Situam-se nas mãos e pés, principalmente na pontas dos dedos Sensações táteis DERME - Inervação Ruffini Encontra-se em toda a pele, sendo mais numerosos na superfície plantar Grande fibra que se ramifica difusamente Sensibilidade calórica DERME - Inervação Krause sensibilidade do frio Áreas transicionais da pele e mucosa Lábios, clitóris, glande e prepúcio HIPODERME HIPODERME Camada mais profunda da pele. Espessura variável. Composta exclusivamente por tecido adiposo. Depósito nutritivo de reserva. Isolamento térmico. Proteção mecânica do organismo. Funções neuroendócrinas. Adipócitos: arredondadas e grandes, grandes vacúolos com núcleos pequeno e rechaçado para a periferia Pode ser unilocular ou multilocular FUNÇÃO DA PELE FUNÇÕES DA PELE Termorregulação A pele processa o controle homeostático da temperatura orgânica graças à sudorese, constrição e dilatação da rede vascular cutânea. As glândulas sudoríparas, sob estimulo colinérgico, aumentam a sudorese que por evaporação esfria a superfície corpórea. FUNÇÕES DA PELE Percepção A pele é o órgão receptor sensitivo do calor, frio, dor e tato através da complexa e especialidade rede nervosa cutânea. Secreção A secreção sebácea é importante para a manutenção eutrófica da própria pele, particularmente da camada córnea, evitando a perda de água. O sebo tem propriedades antimicrobianas, é uma barreira de proteção, emulsifica substâncias e contem substâncias precursoras da vitamina D. FUNÇÕES DA PELE Proteção Proteção para as estruturas internas do organismo à ação de agentes externos e, ao mesmo tempo, impede perdas de água, eletrólitos e outras substâncias do meio interno. Proteção imunológica: Atuam intensamente componentes da imunidade humoral e celular. FUNÇÕES DA PELE Proteção A principal função da melanina é proteger a pele das radiações do sol através da absorção da energia irradiante. Os melanócitos não só absorvem como difundem a radiação ultravioleta. FUNÇÕES DA PELE Administração de medicamentos As propriedade físico-químico-biológicas da pele permitem a administração percutânea de medicamentos pela capacidade de absorção da pele. A penetração se processa através dos orifícios adanexiais, dos espaços intercelulares da camada córnea ou diretamente através das células corneificadas. A melhor maneira de se obter ação tópica com maior penetração do medicamento é o curativo oclusivo. FUNÇÕES DA PELE Metabolização Sintetiza hormônios (testosterona e di-hidrotestosterona) Síntese e metabolização de vitamina D
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