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Praticamente todas as lesões pré-cancerosas submetidas a biópsia eram classificadas como carcinomas e eram tratadas por meio da histerectomia. Com o passar do tempo, ficou claro que nem todas as lesões evoluem para o câncer invasivo. Necessidade de novos esquemas de classificação e opções terapêuticas. O que é o Câncer? Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se (metástase) para outras regiões do corpo. Formação de Tumores – acúmulo de células cancerosas ou neoplasias malignas. Multiplicação acelerada das células. * Tumor benigno – massa localizada de células. Multiplicação vagarosa. O que causa o câncer? •Causas Externas – meio ambiente, hábitos ou costumes. •Causas Internas – geneticamente pré-determinadas, ligadas à capacidade do organismo se defender das agressões externas. Como se comportam as células cancerosas? Multiplicam-se de maneira descontrolada; Têm capacidade para formar novos vasos sanguíneos que as nutrirão e manterão as atividades de crescimento descontrolado; O acúmulo dessas células forma os tumores malignos; Adquirem a capacidade de se desprender do tumor e de migrar; Chegam ao interior de um vaso sangüíneo ou linfático e, através desses, disseminam-se, chegando a órgãos distantes do local onde o tumor se iniciou, formando as metástases; Menos especializadas nas suas funções do que as suas correspondentes normais. Quimioterapia A quimioterapia é o método que utiliza compostos químicos, chamados quimioterápicos, no tratamento de doenças causadas por agentes biológicos. Quando aplicada ao câncer, a quimioterapia é chamada de quimioterapia antineoplásica ou quimioterapia antiblástica. Mecanismos de ação afetam tanto as células normais como as neoplásicas; maior dano às células malignas; diferenças quantitativas entre os processos metabólicos dessas duas populações celulares; crescimento das células malignas e os das células normais; ação nas enzimas, que são responsáveis pela maioria das funções celulares; afeta a função e a proliferação tanto das células normais como das neoplásicas. Classificação das drogas antineoplásicas • Ciclo-inespecíficos - Aqueles que atuam nas células que estão ou não no ciclo proliferativo, como, por exemplo, a mostarda nitrogenada. • Ciclo-específicos - atuam somente nas células que se encontram em proliferação, como é o caso da ciclofosfamida. • Fase-específicos - Aqueles que atuam em determinadas fases do ciclo celular Distribuição proporcional das mortes por grupos de causa, Brasil, 1930-2002 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2002 CAUSAS EXTERNAS NEOPLASIAS DIGESTIVAS RESPIRATÓRIAS CIRCULATÓRIAS INFECTO-PARASITÁRIAS OUTRAS CAUSAS Fontes: MS/SVS/DASIS/CGIAE/Sistema de Informação sobre Mortalidade – SIM MS/INCA/Conprev/Divisão de Informação Magnitude do câncer na mortalidade CÂNCER EM NÚMEROS NO MUNDO Fonte: Relatório do UICC 2005 2006 11 milhões de casos novos 7 milhões de mortes no mundo 2020 16 milhões de casos novos 12 milhões de mortes no mundo 60% DE NOVOS CASOS EM PAÍSES MENOS DESENVOLVIDOS Sobrevida EUA, Canadá e alguns países da Europa – 12 a 16 anos África e alguns países do Oriente Médio - menor que 2 anos Brasil - 2 a 4 anos The Cancer Atlas - UICC Evolução dos gastos 902.859.159 785.318.062 661.229.431 570.383.432 998.870.050 1.158.221.601 1.258.501.591 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Ev olu çã o d e G as tos + 121 % Gasto e sobrevida Evolução do custo dos medicamentos exemplificação com tratamento de câncer 1996 US$ 500 Sobrevida = 11 meses 2005 US$ 250.000 Sobrevida = 24 meses Memorial Sloan-Katering Cancer Center PRINCÍPIOS E POTENCIALIDADES DA NANOTECNOLOGIA NA TERAPÊUTICA NANOFÁRMACOS • fármaco nanoestruturado = nanoparticulado • DELIVERY SYSTEMS = nano/micropartículas MEDICAMENTO NANOESTRUTURADO ensaios clínicos Terapia Cancer diagnosticado Direcionando a medicação Acumulação no tumor Imagem melhorada Terapia localizada Morte das células cancerosas Quantum dots dose 1 Faixa terapêutica Faixa tóxica Faixa sub-terapêutica 1 2 3 4 dias [d ro g a ] s a n g u e dose 2 dose 3 dose 4 FÁRMACOS CONVENCIONAIS (livres) dose 1 Faixa terapêutica Faixa tóxica Faixa sub-terapêutica 1 2 3 4 dias [d ro g a ] s a n g u e dose 2 dose 3 dose 4 FÁRMACOS CONVENCIONAIS (livres) x NANOFÁRMACOS dose única dose 1 Faixa terapêutica Faixa tóxica Faixa sub-terapêutica 1 2 3 4 dias [d ro g a ] s a n g u e dose 2 dose 3 dose 4 FÁRMACOS CONVENCIONAIS (livres) x NANOFÁRMACOS dose única NANOFÁRMACOS: VANTAGENS 1) CONFORTO PARA O PACIENTE: • Administrações mais espaçadas. • Menos efeitos colaterais. 2) ASPECTOS ECONÔMICOS: • Doses mais baixas do fámaco. • Ressussita medicamentos descartados por sua toxidez. • Aumenta o tempo de patente do medicamento (formulações). • P & D de menor custo (vs descoberta de novas moléculas). NANOFÁRMACOS: DESVANTAGENS • Possível toxidez dos polímeros e seus produtos. • Dependendo do polímero e do processo utilizado, custo mais elevado que medicamento convencional. • Isto, no entanto pode ser compensado pelo menor número de doses utilizadas no tratamento. DIRECIONADOR droga 1 droga 2 Ligantes Ex: anticorpos manana RAR-beta p53 SISTEMAS MÚLTIPLOS ferro coloidal •menor toxidez •maior eficácia CAMPO MAGNÉTICO CAVALO-DE-TRÓIA “Roupa nova para fármacos velhos” Análise e Classificação do Esfregaço Vaginal Nomenclatura: Classificação de Papanicolaou, 1943. Classificar as alterações celulares. Ainda é empregada em muitos laboratórios de diversos países. Nomenclatura: Classificação de Ruth Graham, 1948. Classificação de Dib Gebara, 1950. Nomenclatura: Classificação de Reagan, 1962. Carcinoma “In situ”: lesão precursora de câncer invasivo do colo Displasia: Lesão mal definida, essencialmente benigna ou pelo menos com anormalidade “não maligna”. Nomenclatura: Classificação de Richart, 1967. Propôs que todas as lesões neoplásicas intra-epiteliais indenpendente do seu grau de diferenciação poderia evoluir para câncer invasivo e poderia ser agrupadas sob a denominação NIC. Neoplasia Intraepitelial Cervical (NIC). Citologia Normal Citologiainflamatória NIC = NEOPLASIA INTRAEPITELIAL DO COLO NIC I – Displasia leve NIC II – Displasia moderada NIC III – Displasia acentua e Carcinoma “in situ” Carcinoma invasor Adenocarcinoma Classificação de Richard Nomenclatura: Sistema Bethesda, 1988 Adequação da amostra. Avaliação do esfregaço. Citologia com atípias de significado Indeterminado OBJETIVOS: Introduzir uma classificação uniforme para os esfregaços genitais femininos. Melhorar a comunicação ente os citopatologistas, patologistas e ginecologistas. Oferecer um sistema unificado de relatório, o qual poderia facilitar as análises das informações. Classificação de Bethesda Etapa 1: avaliação geral quanto à qualidade do material Etapa 2: definição se aquele esfregaço adequado encontra-se dentro dos limites da normalidade Etapa 3: determinar como um esfregaço alterado deve ser classificado. Classificação de Bethesda ADEQUAÇÃO DA AMOSTRA Satisfatório Insatisfatório Amostra rejeitada Exemplos: poucas células, má fixação, má preservação, presença de material estranho (lubrificantes), obscuramento parcial (células inflamatórias ou hemácias), ausência de células endocervicais, dados clínicos insuficientes, outros... SUGERIR NOVA COLETA 1) NEGATIVO PARA LESÃO INTRA-EPITELIAL OU MALIGNIDADE ANORMALIDADES DE CELULAS EPITELIAIS A- em CÉLULAS ESCAMOSAS ASCUS – célula escamosa atípica de significado indeterminado LSIL - Lesão intra-epitelial escamosa de baixo grau (LIE-BG) (abrangendo HPV / displasia leve / NIC I) HSIL - Lesão intra-epitelial escamosa de alto grau (LIE-AG) (abrangendo displasia moderada e grave: NICII e NIC III) Carcinoma de células escamosas. Classificação de Bethesda B- em CÉLULAS GLANDULARES AGUS – célula glandulares atípica de significado indeterminado Adenocarcinoma - endocervical - endometrial - sem outras especificações (SOE) Terminologia diagnóstica •Esfregaço negativo: não encontramos células malignas. •Esfregaço positivo: mínimo de três células malignas em todo o esfregaço. •Esfregaço suspeito: menos de três células malignas em todo o esfregaço ou quando apenas células displásica estão presentes Critérios de Inflamação: Pseudoeosinofilia Halo claro Vacuolização citoplasmática Binucleação Apagamento ou perda de borda citoplasmática Condensação do citoplasma Cariopicnose Rarefação do núcleo/ cariorrexe Núcleos pontilhados Análise Microbiológica Chlamydia sp Bacilos Dooderlein Candida sp esporos e pseudo-hifas Análise Microbiológica Trichomonas vaginalis Gardnerella vaginalis “Clue cell” Herpes Análise Microbiológica HPV Análise Microbiológica Leptothrix vaginalis “bactéria anaeróbia” de bacilos longos Actinomyces sp (Cotton ball) e a bactéria conhecida como Clamydia trachomatis Exames de Biologia Molecular Southern blot PCR (reação da polimerase em cadeia) Processos Reparativos do colo Uterino Hiperplasia: pode ser evidenciada pela proliferação de células basais. Células arranjadas em lençol, pequenas, irregulares, poligonais, limites pouco definidos, fortemente agregadas citoplasma cianofilico, Núcleo pequeno e uniforme e cromatina finamente granular Hiperplasia Metaplasia escamosa: Alteração reversível, na qual um epitélio maduro é substituído por outro e maduro. Proliferação das células e diferenciação em outro epitélio, quando atinge maturação acabam aumentando de tamanho e estocando glicogênio. São poligonais com citoplasma esticado ou ponteado. Descamam isoladas ou em grupos. Bordas citoplasmáticas bem delimitadas. Presença de vacúolo rico em muco. Núcleo oval e central. Cromatina fina e bem distribuída. São muitas vezes acompanhadas de células endocervicais. Processos Reparativos do colo Uterino Metaplasia Escamosa Paraceratose: uma alteração do epitélio estratificado não queratinizado, por queratinizado, representando uma forma patológica de diferenciação do epitélio escamoso. Observa-se: células superficiais (de núcleo picnótico) citoplasma eosinofilico (tendendo a orangeofílico) de tamanho reduzido e geralmente arredondado, com acúmulo de queratina. Processos Reparativos do colo Uterino Paraceratose Ceratose: observa-se quando ocorre aumento dos níveis de estrogênio e epidermização da mucosa cervical. Observa-se células eosinofílicas com citoplasma enrugado denso e homogêneo. Processos Reparativos do colo Uterino Ceratose Critérios de Malignidade Em relação ao núcleo •Espaços vazios: em decorrência do aumento de conteúdo de cromatina e de seu desarranjo no interior de núcleo. •Hipercromasia: Coloração escurecida do núcleo em decorrência do aumento do conteúdo de cromatina. •Halos perinucleares: Halo ou vacúolo nuclear em volta de um ou mais nucléolos. Maior predominância em células de adenocarcinoma. •Figuras aberrantes de mitose: Significam quase sempre sinal de malignidade. Irregularidade do contorno nuclear externo: desenhos anormais do núcleo como lobulações, saliências reentrâncias, formações laterais em botão. È de grande auxílio quando a hipercromasia está presente. •Aumento exagerado do núcleo: importante quando junto com hipercromasia, tendência a diagnóstico errôneo. •Modificações nucleares degenerativas: vacúolo nuclear, membrana nuclear rota ou reabsorção do núcleo (células fantasmas). Em relação ao citoplasma •Coloração do citoplasma: tendência cianófila nos estágios iniciais e a coloração eosinófila pode sugerir carcinoma escamoso da cavidade oral. •Presença de vacúolos anormais: grandes e únicos ou pequenos e múltiplos, com contornos nítidos empurrando o núcleo para a periferia é observado em adenocarcinoma. •Inclusões no citoplasma: inclusões (grânulos, corpos estranhos) no citoplasma de células malignas. Estas possuem atividade fagocitária exaltada. •Queratinização irregular do citoplasma: comumente encontrado em células de tumor invasivo do tipo escamoso •Queratinização exagerada do citoplasma: citoplasma opaco e uniformemente eosinofílico (rosa escuro vermelho). Associado a tumor invasivo. Critérios de Malignidade Displasia Desenvolvimento anormal do tecido epitelial, são lesões pré cancerosas do colo que vão das mais moderadas(discretas) até o desenvolvimento do carcinoma, lesões lentas que podem regredir ou persistir durante anos. Displasia leve: Displasia moderada: Displasia acentuada: Displasia Displasia acentuada Displasia moderada Displasia leve Carcinoma “in situ” Células com características de displasia acentuada, descamando em fila indiana, células grandes com vários núcleos, citoplasma escasso e polidamente cianofílico, núcleos hipercromáticos e densamente granuloso com espaços intercromáticos , ausência de nucléolos. Esfregaço límpido, núcleo apresenta chanfradura. Carcinoma “in situ” Carcinoma invasor Células características de displasia acentuada, com presença de diátese tumoral. Grupos irregulares com freqüente sobreposição. Tamanho e formas de células variável, com aparecimento de células atípicas. Núcleo varia deforma e tamanho. Cromatina grosseira, espessamento da membrana nuclear, presença de nucléolos freqüentes. Carcinoma invasor Adenocarcinoma Dificilmente observados em esfregaços, células provenientes do canal endocervical, células cilíndricas, discarióticas, com núcleos ovais, por vezes hipercromáticos, com núcleo aparente, citoplasma abundante e cianofílico, pálido ou espumoso; As células cilíndricas parecem, ora com células cúbicas, ora com células metaplásicas; Os esfregaços são caracterizados por numerosos aglomerados de células cilíndricas, revelando uma pseudo estratificação, e as vezes aspecto de paliçado típico e relação núcleo/citoplasma variável. Adenocarcinoma Lesões Intra-epiteliais Escamosas do Colo Uterino (LSIL/HSIL) Esse sistema baseia-se em uma classificação bimodal que divide as lesões intra-epiteliais escamosas em BAIXO (correspondendo à NIC I) e ALTO GRAU (correspondendo ao NIC II e NIC III). Isso é baseado nos aspectos morfológicos aliados à conduta terapêutica e ao HPV. a)Lesão Intra-epitelial escamosa de baixo grau (LSIL) (NIC I/ displasia leve) Historicamente compreende a uma lesão com certa preservação da estrutura do epitélio de origem (epitélio escamoso). Normalmente é um processo autolimitado, causado por vários sorotipos de HPV (tanto de alto como de baixo risco oncogênico). CRITÉRIOS HISTOLÓGICOS (NIC I): Epitélio escamoso ainda com preservação da maturação, embora esta esteja alterada. Associação com efeito citopático pelo HPV principalmente nas camadas superiores do epitélio escamoso. Atipias celulares mais freqüentes: -Disceratose -Bi ou multinucleação -Hiperplasia da camada basal -O fundo do esfregaço, normalmente é limpo. -Correspondendo aos achados histológicos, as células anormais no esfregaço derivam das células maduras superficiais e intermediárias displásicas. -Coilócitos -Aumento discreto na relação núcleo/citoplasma. -Hipercromasia (não intensa). -Cromatina relativamente uniforme. -Contorno nuclear ligeiramente irregular. b)Lesão intra-epitelial escamosa de alto grau (HSIL) (NIC II/ NIC III, displasia moderada , displasia severa, carcinoma in situ) Esse grupo de lesões exibe uma variedade de padrões histopatológicos e citopatológicos capazes de causar controvérsia diagnóstica mesmo nos observadores mais experientes. -CRITÉRIOS HISTOLÓGICOS (NIC II): .Maturação epitelial alterada, com camadas desorganizadas. .Atipias nucleares em todas as camadas, principalmente nas profundas. .Cromatina grosseira .Coilócitos menos freqüentes .Mitoses típicas e atípicas em várias camadas CRITÉRIOS HISTOLÓGICOS (NIC III): .São semelhantes as NIC II, porém mais acentuados. .Perda da maturação e desorganização em todas as camadas do epitélio. .Coilócitos raros ou ausentes. .Células imaturas. .Mitoses atípicas podendo ser observadas em todas as camadas. .O fundo do esfregaço mostra inflamação. .Aumento da relação núcleo/citoplasma. .Núcleo irregular, hipercromático. .Cromatina fina ou grosseira. .Membrana nuclear irregular. .Células isoladas ou em grupos. .Células mais imaturas e menores.
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