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Prévia do material em texto

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
 
 
 
 
DISCIPLINA: TÉCNICAS E ECONÔMIA DE TRANSPORTES 
AULA - 01 
 
 
 
 
 
 
RIBEIRÃO PRETO 
2018 
 
DISCIPLINA – TÉCNICAS E ECONOMIA DE TRANSPORTES 
 
Universidade Paulista – Campus Ribeirão Preto Página 2 
 
PREFÁCIO 
 
 Este material versa sobre aspectos relacionados com os conceitos e 
informações básicas de Engenharia de Transportes, com ênfase especial a 
capacidade e segurança viária, transporte público, polos geradores de viagem e 
mobilidade urbana. 
O texto foi organizado e apresentado tendo como objetivo principal auxiliar o 
aluno da disciplina no aprendizado dos conceitos e técnicas elementares relacionados 
à Engenharia de Transportes, complementando os conhecimentos tratados na 
disciplina Estradas e Aeroportos e supondo que seja o primeiro contato do aluno com 
o tema, servindo como uma referência bibliográfica básica e complementar às aulas 
teóricas. 
Este texto foi elaborado a partir de conhecimentos gerados e difundidos por 
intermédio de outras fontes e publicações especializadas, não se pretendendo 
aprofundar os tópicos além do grau de conhecimento adequado para uma disciplina 
semestral no nível de graduação. 
As obras utilizadas para a compilação deste material estão devidamente 
apresentadas nas referências bibliográficas no final deste material, permitindo ao 
aluno, consultar as obras dos autores originais na íntegra, quando necessário e para 
um estudo mais aprofundado de cada tema aqui abordado. 
Espera-se que através deste material de apoio, que os alunos consigam 
estabelecer os conceitos de capacidade viária, vias urbanas, transporte coletivo, polos 
geradores de viagens e mobilidade urbana. 
Este material será disponibilizado em formato pdf, aos alunos da disciplina 
Técnicas e Economia de Transportes, para que seja livre a impressão individual 
parcial ou integral do material. Dependendo da abrangência do tema, constam no final 
de cada módulo, exercícios propostos, como forma de aprendizagem e fixação dos 
conceitos. 
Boa leitura, bons estudos! 
 
Prof. Dr. Marcelo Augusto Amancio 
Disciplina: Técnicas e Economia de Transportes – Curso Engenharia Civil 
UNIP – Campus Ribeirão Preto 
engcivilunip17@gmail.com 
DISCIPLINA – TÉCNICAS E ECONOMIA DE TRANSPORTES 
 
Universidade Paulista – Campus Ribeirão Preto Página 3 
 
PRINCÍPIOS NORTEADORES DOS SISTEMAS DE 
TRANSPORTES E TRÂNSITO 
 
1–ELEMENTOS ESSENCIAIS DOS SISTEMAS DE TRANSPORTES E TRÂNSITO 
 
O movimento das pessoas e das mercadorias é o reflexo das diferentes 
atividades existentes numa sociedade, é um fator determinante para a qualidade de 
vida das pessoas. Portanto o Transporte é a denominação dada ao deslocamento 
de pessoas e de produtos. 
No sistema de transportes, tem como elementos essenciais o Usuário, o 
Veículo e a Via e todo o equipamento a ela associado, sendo necessária a sua 
concepção baseado nas características físicas e psíquicas do ser humano. A seguir, 
será abordado cada um dos elementos aqui apresentados: 
 
1.1 – O USUÁRIO 
O Usuário necessita de se deslocar para poder desempenhar suas 
atividades (trabalho, estudo, lazer, compras, etc.) que fazem parte do seu cotidiano. 
Para que a qualidade de vida das pessoas não se degrade por limitação de 
acessibilidade aos bens e serviços que procuram é necessário garantir que os 
deslocamentos sejam feitos com rapidez, comodidade e segurança. 
Portanto o usuário pode ser classificado de duas formas: como motorista e 
como pedestre, de acordo com a Figura 01. 
 
Figura 01 – Classificação quanto ao tipo de usuário 
 
 
 
 
 
 
DISCIPLINA – TÉCNICAS E ECONOMIA DE TRANSPORTES 
 
Universidade Paulista – Campus Ribeirão Preto Página 4 
 
1.1.1 – O USUÁRIO COMO MOTORISTA 
 
A tarefa de dirigir um veículo desenvolve-se obedecendo a uma hierarquia 
funcional, onde se consideram normalmente três níveis de operação: 
- Decisões de trajetos: corresponde ao planejamento e execução do percurso; 
- Pilotagem: corresponde ao conjunto de tarefas necessárias ao domínio do veículo 
na sua interação com a infraestrutura e com os outros utentes rodoviários (por 
exemplo, manobras de ultrapassagem, estacionamento, passagem num cruzamento, 
etc.); 
- Controle do veículo: corresponde à realização de manobras como a manutenção de 
uma trajetória, da velocidade, frear, acelerar, mudanças de trajetos, etc. 
O motorista quando desempenha a tarefa de dirigir tem, em cada 
momento, de realizar uma forma contínua, uma série de processos (Figura 02), que 
lhe permitem interagir com o ambiente rodoviário. Assim a informação recolhida pelo 
motorista é analisada e este decide, em cada instante, qual a ação a tomar. 
 
Figura 02 – Processos realizados durante a realização da tarefa de dirigir 
 
O motorista recolhe a informação recorrendo aos sentidos, sendo 
obviamente o sentido da visão aquele cuja importância é mais elevada. Os fatores que 
captam a atenção do motorista podem-se dividir em três grupos: 
- Fatores relacionados com os elementos da via, que diretamente afetam a 
dirigibilidade do veículo, nomeadamente a sua geometria e sinalização; 
- Fatores relacionados com o tráfego; 
- Outros fatores não relacionados diretamente com o ambiente rodoviário. 
A seguir na Figura 03 é apresentado um esquema da complexidade de um 
usuário no ato de dirigir: 
DISCIPLINA – TÉCNICAS E ECONOMIA DE TRANSPORTES 
 
Universidade Paulista – Campus Ribeirão Preto Página 5 
 
 
Figura 03 – Complexidade de processos na tarefa de dirigir 
 
1.1.2 – O USUÁRIO COMO PEDESTRE 
 
De acordo com o HCM (2000), o corpo de um adulto, visto em planta, 
ocupa uma área de cerca de 0,14 m2 . No entanto, tendo em conta o fato que muitos 
pedestres transportam artigos pessoais e considerando a não existência de contato 
físico entre si, considera-se que o espaço que um pedestre ocupa é representado por 
uma elipse de 0,50 m x 0,60 m, cuja área total é 0,30 m2, conforme Figura 04. 
 
 
Figura 04 – Espaço ocupado por um pedestre (HCM, 2000). 
 
Neste contexto, devemos nos atentar as pessoas com mobilidade 
condicionada, sendo necessário garantir um espaço mínimo para que seja possível o 
seu movimento e deslocamento. Na Figura 05 apresentam-se as larguras mínimas 
necessárias para que seja possível a circulação de pessoas com mobilidade 
condicionada. 
DISCIPLINA – TÉCNICAS E ECONOMIA DE TRANSPORTES 
 
Universidade Paulista – Campus Ribeirão Preto Página 6 
 
 
Figura 05 – Larguras mínimas necessárias para a circulação de pessoas com mobilidade 
condicionada. 
 
1.2 – O VEÍCULO 
Os veículos são fabricados para diferentes usos, diferenciados por 
peso, dimensão, capacidade de executar manobras e são condicionados ao 
traçado e à resistência das vias. 
As atividades da Engenharia de Tráfego que envolve as 
características dos veículos são normalmente: 
- projeto geométrico de vias rurais e urbanas; 
- estudos da capacidade das vias; 
- estudo da segurança de tráfego; 
- estudo da sinalização; etc. 
Uma das características mais básicas quanto aos veículos é a sua 
classificação. Para realizar projetos que envolvem a Engenharia de Tráfego é 
sempre necessário que os veículos estejam classificados segundo um conjunto 
de categorias. 
Os conjuntos de categorias são variados, dependentes de fatores 
como o modo de aquisição de dados e as exigências de projeto. Um exemplo 
de classificação básica de veículos é a seguinte: 
- biciclos: motocicletas e bicicletas com ou sem motor. Não influenciam muito 
na capacidade das vias. Muito envolvidos em acidentes. 
- ligeiros: automóveis e veículos de turismo pequenos, que transportam de 4 a 
9 pessoas. Incluem caminhões e pequenos furgões, com carga útil de até 2 
toneladas.São importantes para o estudo do tráfego pois representam a maior 
porcentagem dos veículos, e assim são os que mais provocam 
congestionamentos. 
DISCIPLINA – TÉCNICAS E ECONOMIA DE TRANSPORTES 
 
Universidade Paulista – Campus Ribeirão Preto Página 7 
 
- pesados: caminhões e ônibus, respectivamente para o transporte de 
mercadorias pesadas e o transporte coletivo de pessoas. 
- especiais: tratores agrícolas, máquinas de obras públicas etc. Possuem 
grandes dimensões e têm lentidão de movimentos. As vias normalmente não 
são dimensionadas para este tipo de veículo, e pode requerer autorização 
especial para a viagem, procurando uma rota adequada. 
A Figura 06 traz exemplos de 7 classes de veículos, das 32 classes 
definidas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). 
 
Figura 06 – Exemplos de classes de veículos. 
 
 
DISCIPLINA – TÉCNICAS E ECONOMIA DE TRANSPORTES 
 
Universidade Paulista – Campus Ribeirão Preto Página 8 
 
1.3 – A Via 
A Engenharia de Tráfego se preocupa com os aspectos geométricos 
das vias. Ideias básicas que devemos ter em mente ao estudar o projeto 
geométrico são o que a via deve: 
- ser adequada para o volume futuro estimado para o cenário em análise; 
- ser adequada para a velocidade de projeto; 
- ser segura para os motoristas; 
- ser consistente, evitando trocas de alinhamentos; 
- abranger sinalização e controle de tráfego; 
- ser econômica, em relação aos custos iniciais e aos custos de manutenção; 
- ser esteticamente agradável para os motoristas e usuários; 
- trazer benefícios sociais; 
- não agredir o meio ambiente. 
Outra ideia básica é a classificação das rodovias. A classificação 
mais importante é a classificação funcional, que diferencia as vias do sistema 
entre vias de trânsito rápido (expressas), arteriais, coletoras e locais. 
- Via de trânsito rápido - aquela caracterizada por acessos especiais com 
trânsito livre, sem interseções em nível, sem acessibilidade direta aos lotes 
lindeiros e sem travessia de pedestres em nível. 
- Via arterial - aquela caracterizada por interseções em nível, geralmente 
controlada por semáforo, com acessibilidade aos lotes lindeiros e às vias 
secundárias e locais, possibilitando o trânsito entre as regiões da cidade. 
- Via coletora - aquela destinada a coletar e distribuir o trânsito que tenha 
necessidade de entrar ou sair das vias de trânsito rápido ou arteriais, 
possibilitando o trânsito dentro das regiões da cidade. 
- Via local - aquela caracterizada por interseções em nível não semaforizadas, 
destinada apenas ao acesso local ou a áreas restritas. 
A Figura 07 ilustra a contrariedade que existe entre a mobilidade e o 
acesso nos sistemas arterial, coletor e local. 
 
DISCIPLINA – TÉCNICAS E ECONOMIA DE TRANSPORTES 
 
Universidade Paulista – Campus Ribeirão Preto Página 9 
 
 
Figura 07 – Classificação Funcional das Rodovias. 
 
Já a Figura 08 apresenta uma interação entre as classificações 
funcionais da via, em que podem retratar opções de caminhos de uma origem 
até um destino de viagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 08 – Interação entre as classificações funcionais das vias. 
 
 
 
DISCIPLINA – TÉCNICAS E ECONOMIA DE TRANSPORTES 
 
Universidade Paulista – Campus Ribeirão Preto Página 10 
 
Conforme o propósito do projeto, alguma outra classificação também 
pode ser utilizada para diferenciar as rodovias. Outros exemplos de 
classificação úteis são: 
 
A) quanto ao gênero: 
- aerovias; 
- dutovias; 
- ferrovias; 
- hidrovias; 
- rodovias; 
 
B) quanto à espécie: 
- urbana: dentro da área urbanizada; 
- interurbana: ligando duas áreas urbanizadas; 
- metropolitanas: contidas numa região metropolitana; 
- rurais: com os dois extremos localizados fora das áreas urbanizadas; 
 
C) quanto à posição: 
- radiais: vias que convergem dos bairros para o centro; 
- perimetrais: vias de contorno; 
- longitudinais: vias direção norte - sul; 
- transversais: vias na direção leste - oeste; 
- anulares: vias que circundam o núcleo urbanizado; 
- tangenciais: vias que tangenciam o núcleo urbanizado; 
- diametrais: vias que cruzam o núcleo urbanizado ou pólo de interesse, tendo 
suas extremidades fora dele; 
 
D) quanto à altura em relação ao terreno: 
- em nível; 
- rebaixadas; 
- elevadas; ◦ em túnel; 
 
E) quanto ao número de pistas: 
- simples; 
DISCIPLINA – TÉCNICAS E ECONOMIA DE TRANSPORTES 
 
Universidade Paulista – Campus Ribeirão Preto Página 11 
 
- múltiplas; 
 
F) quanto à superfície de rolamento: 
- pavimentadas; 
- em terreno natural. 
 
G) quanto às condições operacionais: 
- sentido único; 
- sentido duplo; 
- reversível; 
- interditada (a alguns ou todos os veículos); 
- com ou sem estacionamento; 
 
H) quanto à jurisdição: 
- federal; 
- estadual; 
- municipal; 
- particular. 
Conhecendo os elementos essenciais que compõe os sistemas de 
transporte e trânsito, temos parâmetros para conhecer alguns conceitos 
básicos e fundamentais no entendimento do ramo Engenharia de Tráfego que 
é apresentado no item a seguir. 
 
2 – FUNDAMENTOS DA ENGENHARIA DE TRÁFEGO 
Divergências nos conceitos de engenharia de tráfego e engenharia 
de transito são muito comuns na literatura. Nenhum dos conceitos, pode-se 
dizer que esteja equivocado, mas a sua utilização varia entre os autores. 
O termo Engenharia de Tráfego pressupõe os deslocamentos veiculares, 
se preocupando apenas com a fluidez dos veículos; 
Por outro lado o termo Engenharia de Trânsito pressupõe os 
deslocamentos dos indivíduos, das pessoas em si, sejam como (motoristas, 
pedestres e ciclistas), se preocupando primeiro com a segurança dos 
indivíduos e depois com a fluidez dos veículos; 
DISCIPLINA – TÉCNICAS E ECONOMIA DE TRANSPORTES 
 
Universidade Paulista – Campus Ribeirão Preto Página 12 
 
São vários os elementos fundamentais na área de transporte e 
trânsito. Quando falamos em deslocamento de pessoas é referido como 
transporte de passageiros e o de produtos como transporte de carga. 
O termo transporte urbano é empregado para designar os 
deslocamentos de pessoas e produtos realizados no interior das cidades. O 
transporte realizado entre cidades é denominado transporte interurbano. 
Também são utilizados os termos transporte suburbano (entre bairros distantes 
e a região central das grandes cidades), regional (entre cidades de uma 
região), interestadual (entre estados) e internacional (entre países). 
Os motivos que levam as pessoas a viajar são diversos: trabalho, 
estudo, compras, lazer (recreação) e outras necessidades específicas como 
ir ao banco, prefeitura, correio, hospital, médico, dentista, residência de 
outra pessoa, etc. 
O movimento de carga ocorre pelas seguintes e principais razões: 
transporte da safra agrícola, abastecimento das fábricas com insumos, saída 
de produtos acabados das indústrias, chegada e saída de mercadorias dos 
estabelecimentos comerciais, movimentação de terra e de entulhos, coleta de 
lixo, transporte de mudanças, etc. 
A facilidade de deslocamento de pessoas, que depende das 
características do sistema de transporte de passageiros, é um fator importante 
na caracterização da qualidade de vida de uma sociedade e, por consequência, 
do seu grau de desenvolvimento econômico e social. Também associado ao 
nível de desenvolvimento econômico e social está à facilidade de 
deslocamento de produtos, o que depende das características do sistema de 
transporte de carga. 
As atividades agrícolas, comerciais, industriais, educacionais, 
recreativas, etc, que são essenciais à vida moderna, somente são possíveis 
com o deslocamento de pessoas e produtos. Assim, um sistema de transporte 
adequado é essencial para o desenvolvimento econômicoe social. 
Essas afirmações valem em todos os contextos geográficos, ou 
seja, em nível de país, estado, região, município, cidade, bairro, etc. A 
palavra modo é empregada para caracterizar a maneira como o transporte é 
realizado. 
DISCIPLINA – TÉCNICAS E ECONOMIA DE TRANSPORTES 
 
Universidade Paulista – Campus Ribeirão Preto Página 13 
 
Existem vários modos de transporte de passageiros: a pé, bicicleta, 
montado em animal, charrete, motocicleta, carro, perua, ônibus, trem, bonde, 
embarcação, avião, etc. O transporte de carga é realizado por caminhões, 
camionetas, peruas, trens, embarcações, dutos, aviões, etc. Também são 
utilizados: automóvel (para carga de baixo peso e pequeno volume, como, por 
exemplo, alimentos), carreta rebocada por trator, carroça puxada por 
animal, carriola empurrada por pessoa (em pequenas distâncias), etc. 
A maior parte do transporte de passageiros e de carga é realizada 
na superfície da Terra, através das vias urbanas (ruas, avenidas, 
alamedas, etc.) e rurais (rodovias), ciclovias, calçadões (vias exclusivas 
para pedestres), ferrovias, etc., originando o tráfego (trânsito) de veículos 
(carros, ônibus, caminhões, motocicletas, bicicletas, bondes, trens, etc.) e 
pedestres. 
Em geral, o trânsito (tráfego) realizado nas cidades é denominado de 
urbano e o realizado fora das cidades, nas estradas pavimentadas ou não 
(rodovias), de rural. Transporte é a denominação dada ao deslocamento de 
pessoas e de produtos. 
 
3 – RACIONALIDADE NO TRÂNSITO 
O principal objetivo da Engenharia e das outras ciências no trânsito 
é fazer com que com que o deslocamento de veículos e pedestres seja 
realizado de maneira racional, isto é, com segurança, fluidez e comodidade. 
3.1 – Segurança 
A segurança está relacionada com os índices de acidentes. A meta é 
minimizar a frequência de ocorrência dos acidentes, principalmente dos mais 
graves, mas é importante perseguir o ideal de eliminar por completo os 
acidentes. 
 
3.2 – Fluidez 
A fluidez está associada ao deslocamento com velocidades e 
esperas normais, sem excessiva lentidão ou congestionamentos. Em algumas 
situações é impossível evitar a ocorrência de lentidão e congestionamentos, 
cabendo, contudo, à Engenharia de Tráfego utilizar todas as estratégias 
para minimizar a frequência desses fatos, bem como a amplitude dos mesmos. 
DISCIPLINA – TÉCNICAS E ECONOMIA DE TRANSPORTES 
 
Universidade Paulista – Campus Ribeirão Preto Página 14 
 
3.3 – Comodidade 
A comodidade corresponde à existência de condições de 
deslocamento com conforto para condutores, passageiros e pedestres. Isso 
significa: vias e calçadas (passeios) revestidas com superfícies regulares e 
em bom estado de conservação; faixas veiculares e passeios com largura 
adequada; raios de curvatura das guias compatível com a velocidade da via 
ou dispositivo viário; cruzamentos com geometria e condições de 
operação adequadas, sinalização de trânsito apropriada; guias rebaixadas 
nas esquinas para os portadores de deficiência e pessoas que empurram 
carrinhos ou têm dificuldade em subir degraus; facilidade de encontrar 
vaga para estacionamento relativamente próximo do local de destino; etc. 
Três aspectos importantes com relação ao planejamento e projeto 
do sistema de trânsito são: economia, estética e impacto ambiental. As 
soluções devem ser o mais barato possível, uma vez que os recursos 
econômicos são escassos. As obras viárias e a sinalização de trânsito devem 
estar integradas de forma harmônica com a paisagem urbana ou rural, 
apresentando uma estética adequada. Também importante é que as soluções 
não degradem o ambiente natural e o ambiente construído. Obras viárias e 
trânsito intenso podem trazer grandes prejuízos para as áreas verdes, as áreas 
residenciais, as áreas históricas, etc. 
 
4 - AÇÕES PARA UM TRÂNSITO RACIONAL 
Para que o trânsito de veículos e pedestres seja realizado de 
maneira racional, isto é, apresente segurança, fluidez e comodidade, são 
necessárias ações em três áreas: Engenharia, Educação e Esforço Legal 
(fiscalização e punição dos infratores). Como as três palavras começam com a 
letra E, é comum o emprego do jargão que um bom trânsito depende de três 
“Es”. 
A seguir são discutidos os diversos aspectos relativos a essas três 
áreas envolvidas na obtenção de um trânsito racional. 
 
 
 
 
DISCIPLINA – TÉCNICAS E ECONOMIA DE TRANSPORTES 
 
Universidade Paulista – Campus Ribeirão Preto Página 15 
 
4.1 - Engenharia 
A área de engenharia contempla a infraestrutura viária, o sistema de 
circulação e estacionamento, a sinalização, o gerenciamento do trânsito e a 
gestão da segurança viária. 
A infraestrutura trata da construção e manutenção de vias, viadutos, 
pontes, dispositivos viários, etc. O sistema de circulação e estacionamento 
envolve a definição da hierarquia das vias, dos sentidos de percurso das ruas, 
dos locais de estacionamento, do tipo de estacionamento (normal, em 
ângulo, com limitação de tempo tipo zona azul, etc.), da forma de operação 
dos cruzamentos (com parada obrigatória, semáforo, etc.). 
A sinalização de trânsito diz respeito à implantação e manutenção 
da sinalização vertical, horizontal e semafórica. O gerenciamento do trânsito 
engloba as seguintes atividades: planejamento e implementação de estratégias 
de operação visando otimizar o sistema, detecção de incidentes na via e 
intervenção em tempo real (''online") de modo a minimizar o prejuízo dos 
incidentes ao trânsito, projeto de desvios no caso da necessidade de 
interrupção de vias devido a obras ou outros motivos, etc. 
A gestão da segurança viária compreende os seguintes pontos: 
elaboração das estatísticas de acidentes, mapeamento dos acidentes no 
tempo e no espaço, utilização de técnicas auxiliares no diagnóstico da 
segurança no trânsito (auditoria e técnicas de conflito), implementação de 
ações físicas para redução dos acidentes (alteração de geometria da via, 
implantação de dispositivos de traffic-calming, eliminação de outdoors que 
desviam a atenção dos condutores em pontos críticos, eliminação de 
obstáculos que prejudicam a visibilidade, etc.) e outras ações. 
4.2 – Educação 
A educação no trânsito tem dois objetivos. 
1º - Conscientizar as pessoas da importância do respeito às leis e à sinalização 
de trânsito para evitar acidentes, obter maior fluidez no fluxo e maior 
comodidade para condutores, passageiros e pedestres. 
2º - Segundo, preparar (capacitar) as pessoas para que possam conduzir 
veículos (carros, motocicletas, bicicletas, charretes, etc.), ou se locomover a 
pé, com segurança e eficiência. 
DISCIPLINA – TÉCNICAS E ECONOMIA DE TRANSPORTES 
 
Universidade Paulista – Campus Ribeirão Preto Página 16 
 
Algumas ações importantes na área da educação no trânsito são: 
inclusão do tema no currículo das escolas em todos os graus, implementação 
de programas permanentes de educação nas empresas e organizações 
sociais, implantação de cidade mirim para educação de trânsito (local onde o 
sistema viário é reproduzido em escala menor para se ministrar aulas 
práticas ao público infantil, utilizando velocípedes, bicicletas ou outros 
tipos de veículos adequados), treinamento adequado dos futuros condutores 
e reciclagem de infratores, que envolve a existência de local adequado 
(centro de treinamento e reciclagem), apoio psicológico, etc., campanhas 
educativas permanentes utilizando todas as formas de comunicação de 
massa, cursos de direção defensiva, etc. 
 
4.3 - Esforço legal 
No âmbito do esforço legal incluem-se a fiscalização e a punição dos 
infratores.A fiscalização corresponde à verificação da obediência das 
pessoas às leis e regras de trânsito, utilizando agentes ou equipamentos 
automáticos. A punição consiste na aplicação de multas e outras sanções 
previstas nas leis para aqueles que infringem as leis e normas de trânsito. 
Algumas ações importantes na área do esforço legal são: possuir 
contingente policial suficiente e treinado, ter equipamentos (viaturas, radares, 
bafômetros, etc.), utilizar equipamentos automáticos para a fiscalização 
contínua em locais críticos, empregar penas alternativas mais fortes com 
a obrigatoriedade da realização de serviços de relevância social, etc. 
O novo Código de Trânsito Brasileiro (Lei número 9.503 de 
23/09/1997) representou um grande avanço no sentido de reduzir 
significativamente as infrações de trânsito no país e, em consequência, o 
número de acidentes. As multas e as penalidades aplicáveis aos infratores 
são muito mais severas em relação ao código que vigorava anteriormente. 
A Figura 09 apresenta a interação entre as três ações aqui 
abordadas, voltadas a um trânsito racional. 
DISCIPLINA – TÉCNICAS E ECONOMIA DE TRANSPORTES 
 
Universidade Paulista – Campus Ribeirão Preto Página 17 
 
 
Figura 09 – Interação entre ações que visão um trânsito racional 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DISCIPLINA – TÉCNICAS E ECONOMIA DE TRANSPORTES 
 
Universidade Paulista – Campus Ribeirão Preto Página 18 
 
REFERÊNCIAS BIBLIIOGRÁFICAS 
 
COELHO, A. H.; GOLDNER, L.G. Engenharia de Tráfego: Conceitos Básicos. 
Universidade Federal de Santa Catarina, Departamento de Engenharia Civil, 2016. 
COSTA. A. H. P.; MACEDO, J. M.G. Engenharia de Tráfego: Conceitos Básicos. 
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, 2008. 
FERRAZ, A.C.C.P.; JUNIOR, A. A. R. Segurança no Trânsito. Escola de Engenharia 
de São Carlos – USP, 2005. 
DNER. Manual de projeto geométrico de rodovias rurais. Departamento Nacional 
de Estradas de Rodagem, Diretoria de Desenvolvimento Tecnológico, Divisão de 
Capacitação Tecnológica, Rio de Janeiro, 1999. 
DNIT/IPR. Manual de estudos de tráfego. Departamento Nacional de Infraestrutura 
de Transportes. Diretoria de Planejamento e Pesquisa. Coordenação Geral de Estudos 
e Pesquisa. Instituto de Pesquisas Rodoviárias. Publicação IPR - 723. 384 p. Rio de 
Janeiro, 2006. 
DNIT/IPR. Manual de sinalização rodoviária. Departamento Nacional de 
Infraestrutura de Transportes. Diretoria de Planejamento e Pesquisa. Coordenação 
Geral de Estudos e Pesquisa. Instituto de Pesquisas Rodoviárias. Publicação IPR - 
743. 412 p. Rio de Janeiro, 2010 
HIGHWAY CAPACITY MANUAL - (HCM); Transportatio Research Board, National 
Resarch Council, 2000.