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Técnico em Biblioteca Jaime Cavalcanti de Souza Júnior 2015 Técnicas de Atendimento ao Público Coordenação do Curso Hugo Carlos Cavalcanti Coordenação de Design Instrucional Diogo Galvão Revisão de Língua Portuguesa Letícia Garcia Diagramação Izabela Cavalcanti Governador do Estado de Pernambuco Paulo Henrique Saraiva Câmara Vice-governador Raul Jean Louis Henry Júnior Secretário de Educação Frederico da Costa Amancio Secretário Executivo de Educação Profissional Paulo Fernando de Vasconcelos Dutra Gerente Geral de Educação Profissional Josefa Rita de Cássia Lima Serafim Coordenador de Educação a Distância George Bento Catunda Presidenta da República Dilma Vana Rousseff Vice-presidente da República Michel Temer Ministro da Educação Cid Ferreira Gomes Secretário de Educação Profissional e Tecnológica Aléssio Trindade de Barros Diretor de Integração das Redes Marcelo Machado Feres Coordenação Geral de Fortalecimento Carlos Artur de Carvalho Arêas Coordenador Rede e-Tec Brasil Cleanto César Gonçalves INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 3 1.COMPETÊNCIA 01 | DESENVOLVER A ATITUDE PROATIVA NO ATENDIMENTO AO CLIENTE (PRESENCIAL E POR TELEFONE) ............................................................................................ 4 1.1 Atitude proativa no atendimento ao cliente ....................................................... 4 1.2 O processo de comunicação ............................................................................... 6 1.3 O atendimento ao público .................................................................................. 9 1.4 Ética, Moral e Alteridade: as bases para o código de Ética ................................ 14 2.COMPETÊNCIA 02 | ESCLARECER E DIRECIONAR OS CLIENTES NAS DÚVIDAS QUANTO AOS SERVIÇOS E PRODUTOS OFERECIDOS PELA EMPRESA ......................................................... 18 2.1 Esclarecimento e direcionamento do cliente .................................................... 18 2.2 Cultura Organizacional ..................................................................................... 20 2.3 Dicas de atendimento....................................................................................... 23 CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 27 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 30 MINICURRÍCULO DO PROFESSOR ....................................................................................... 31 Sumário 3 Técnicas de Atendimento ao Público INTRODUÇÃO Caro (a) aluno (a), Este caderno apresenta um valioso passeio por temas e assuntos que potencializam o atendimento ao público. Sabemos que essa discussão é de extrema importância para a atuação do Técnico em Biblioteca, tendo em vista as competências organizacionais deste profissional. Desde a programação da disciplina até a elaboração desta literatura optamos por trazer uma discussão atualizada sobre o tema. Não tenho dúvidas de que faremos um prazeroso e produtivo trabalho em prol da reflexão e do aprimoramento das técnicas de atendimento. Nesta disciplina, temos o objetivo de agregar duas competências – a primeira se refere ao desenvolvimento da atitude proativa no atendimento ao cliente, já a segunda está voltada a esclarecer e direcionar os clientes nas dúvidas quanto aos serviços e produtos oferecidos pela empresa, ou seja, teremos a oportunidade de refletir sobre um tema que integra aspectos culturais, os quais se desdobram na discussão sobre ética, comunicação, psicologia organizacional e gestão. Reforço – sejam todos bem-vindos e trilhem esta caminhada com prazer, que, diga-se de passagem, é um importante norteador para atender bem. Outro ponto que anima todo o percurso da nossa disciplina é o especialíssimo fato de este curso ser à distância. Esse detalhe torna o processo de aprendizagem ainda mais dinâmico e contextualizado, como os nossos objetivos. Logo, a nossa proposta é: aprender fazendo. Para tanto, será imprescindível a participação de todos, de maneira que alcancemos o nosso alvo – a construção (colaborativa) do conhecimento. Avante! Prof. Jaime Cavalcanti 4 Técnico em Biblioteca Competência 01 1.COMPETÊNCIA 01 | DESENVOLVER A ATITUDE PROATIVA NO ATENDIMENTO AO CLIENTE (PRESENCIAL E POR TELEFONE) 1.1 Atitude proativa no atendimento ao cliente É cada vez mais recorrente, sobretudo na área de gestão e nas diversas centrais de atendimento, o emprego do termo proatividade. Vejamos o que a Wikipédia mantém publicado na internet sobre este vocábulo: Proatividade é o comportamento de antecipação e de responsabilização pelas próprias escolhas e ações frente às situações impostas pelo meio. O uso da palavra proativo foi limitado ao domínio da psicologia experimental na década de 1930. Grande parte desta teoria foi formada nos campos de concentração nazistas, onde Viktor Frankl perdeu sua esposa, pai, mãe e família, mas decidiu que, mesmo sob as piores circunstâncias, as pessoas podem criar e encontrar um significado para a existência. (WIKIPÉDIA, 2015) De modo geral, o profissional proativo é aquele que mantém a qualidade de um agente que se antecipa nas diversas tomadas de decisão. Seja com o objetivo de solucionar um problema, de atender um cliente, de criar questões sobre um determinado tema, o fator “antecipação” predomina nas iniciativas de um profissional proativo. Sendo assim, não há necessidade ou exigência do estímulo de outras pessoas. Refletir sobre a questão da proatividade no contexto do atendimento ao público é o mesmo que reconfigurar a cultura de atendimento, isso porque o que leva um colaborador a agir de forma proativa ou reativa depende, em grande medida, da cultura organizacional da instituição onde este profissional está lotado. Naturalmente, essa qualidade pode estar associada ao próprio colaborador, independente de como a instituição organiza os seus processos de atendimento. 5 Técnicas de Atendimento ao Público Competência 01 Sendo assim, iniciaremos a nossa reflexão a partir do entendimento sobre cultura. Há inúmeras definições para o termo cultura, aliás, a antropologia tem explorado este conceito com maior recorrência nas ciências sociais. Entretanto, utilizaremos a visão de Santos (2009, p.23), o qual atribui o seguinte sentido para o conceito de cultura: […] cultura diz respeito a tudo aquilo que caracteriza a existência social de um povo ou nação ou então de grupos no interior de uma sociedade. Podemos assim falar na cultura francesa ou na cultura xavante. Do mesmo modo falamos na cultura camponesa, ou então, na cultura dos antigos astecas. Nesses casos, cultura refere-se a realidades sociais bem distintas. No entanto, o sentido em que se fala de cultura é o mesmo: em cada caso dar conta das características dos agrupamentos a que se refere, preocupando-se com a totalidade dessas características, digam elas respeito às maneiras de conceber e organizar a vida social ou a seus aspectos materiais. […]Cultura inclui ainda as maneiras como esse conhecimento é expresso por uma sociedade, como é o caso de sua arte, religião, esportes e jogos, tecnologia, ciência, política. O estudo da cultura assim compreendida volta-se para as maneiras pelas quais a realidade que se conhece é codificada por uma sociedade, através de palavras, ideias, doutrinas, teorias, práticas costumeiras e rituais. Quer dizer, partindo da visão de Santos (2009), podemos elaborar a ideia de que a cultura se materializa nos diversos símbolos que um grupo social compreende e compartilha. Um exemplo pertinente é a nossa própria língua que, assim como qualquer outro idioma, acumula várias particularidades no que diz respeito aos sentidos das palavras, à entonação, ao discurso e às variações possíveis. E os falantes do nosso português brasileiro compartilham desses sentidos, de maneira a decodificá-los sem qualquer ruído de comunicação. 6 Técnico em Biblioteca Competência 01 Dessa forma, e retomando ao contexto do atendimento, é possível constatar que o aspecto cultural tem grande relevância na questão da proatividade e nos demais aspectos que configuram o atendimento. Quer dizer, os processos comunicacionais, a forma como o atendimento deve ser desenvolvido, a maneira de falar e se apresentar, além dos meios de comunicação consolidam o que podemos considerar cultura de atendimento. Segundo a publicação Atendimento Nota 10, (Zemke et al, 2003 , p.30) para proporcionar um atendimento nota 10 é necessário: Criar uma experiência positiva e inesquecível para cada cliente. Corresponde a suprir expectativas e satisfazer necessidades, de tal modo que você é visto como alguém com quem é fácil negociar. Significa procurar oportunidades de surpreender e cativar o cliente de um modo único e inesperado. O cliente a quem você proporcionar tudo isso será seu para sempre. Com o atendimento nota 10, todos ganham: ele, a empresa e você. A principal questão é: o que isso tem a ver com cultura? A resposta é simples: tudo. Se uma determinada empresa se propõe a implantar o modelo de atendimento denominado nota 10 ou qualquer outra nomenclatura que sinalize eficiência e eficácia, ela está implantando, ao mesmo tempo, um procedimento cultural que fará com que todos compartilhem dos variados sentidos que integram uma determinada forma de atender. Ou seja, aquele atendimento que segue técnicas e procedimentos de uma oportunidade de surpreender, de cativar o cliente e, com isso, de contribuir com o sucesso da empresa. Ficou claro? Seguiremos com a reflexão sobre comunicação e as técnicas de atendimento. 1.2 O processo de comunicação A comunicação, além de traduzir uma determinada cultura, é tida como a base de qualquer sociedade. Isso porque a comunicação está presente em 7 Técnicas de Atendimento ao Público Competência 01 todas as possibilidades de interação social e, por esse motivo, pode influenciar no sucesso ou insucesso das relações sociais. Etimologicamente, a palavra “comunicar” vem do Latim “communicare” e apresenta o sentido “tornar comum”. Sendo assim, aquilo que se torna comum entre um emissor e um receptor já caracteriza um processo comunicativo. Atualmente, o sentido “tornar comum” ganhou um termo que é bastante usado nas redes sociais da internet – o “compartilhar”. Seja através da palavra falada ou escrita, dos desenhos ou através dos diversos signos que são comuns ao nosso repertório, o processo de comunicação é tido como um procedimento da natureza humana, no qual nos permite interagir com o mundo onde vivemos. Sendo assim, quando decodificamos os sinais de trânsito, as placas que encontramos nas estradas e as várias peças de publicidade que lemos, estamos determinando uma cultura e mantendo viva a interação social. O processo de comunicação acontece quando um emissor (ou remetente) emite uma mensagem (ou sinal) ao receptor (também conhecido como destinatário). Em seguida, o receptor, ao receber a mensagem, deverá interpretá-la e dar o seu feedback. Tendo em vista que o processo é dinâmico, no momento em que o receptor envia sua resposta, ele já atua como emissor de uma nova mensagem. Para que tenhamos sucesso na comunicação é de fundamental importância que as barreiras (ou ruídos) sejam minimizadas, caso contrário, a comunicação não será efetiva. Sobre este assunto, vejamos o que defende Blikstein (2009, p.26), a partir de um exemplo de comunicação entre um gerente e sua secretária: No momento em que o gerente enviou o bilhete à secretária, a fim de obter uma colaboração ou resposta, montou-se aí uma autêntica estrutura de comunicação, formada por remetente, destinatário e mensagem. São justamente as três peças mais conhecidas e visíveis; eis como aparecem na estrutura da comunicação: 8 Técnico em Biblioteca Competência 01 Figura 1 – Ciclo de comunicação Fonte: Blikstein (2009) Ou seja, segundo Blikstein, o processo da comunicação ocorre a partir da transmissão de sentidos, na qual, para ser bem sucedida, é necessário estar atento aos possíveis ruídos (interferências), de maneira que sejam evitados. Nesse sentido, Berlo (1985) desenvolveu o modelo dos ingredientes da comunicação, no qual ele chama atenção às qualidades inerentes a cada elemento da comunicação: Figura 2 – Elementos da comunicação Fonte: Berlo (1985) 9 Técnicas de Atendimento ao Público Competência 01 Assim, os elementos ou ingredientes da comunicação estão estruturados da seguinte forma: Emissor ou Remetente: o que emite a mensagem; Receptor ou Destinatário: o que recebe a mensagem; Mensagem: produto informacional transmitido; Código: Linguagem utilizada na construção da mensagem; Canal: Meio pelo qual é transmitida a mensagem; Contexto: Referência / Situação / Norteador da mensagem. Desta forma, o atendimento ao público se realiza a partir de iniciativas que conduzem uma comunicação eficaz, eficiente, saudável e, sobretudo, que garanta a satisfação do cliente. Sendo assim, é preciso eliminar qualquer possibilidade de ruído e, a partir das técnicas de atendimento que serão exploradas neste caderno, promover uma comunicação que atenda às demandas de atendimento no contexto do exercício profissional do Técnico em Biblioteca. 1.3 O atendimento ao público O atendimento ao público é referenciado de diversas formas e, na maioria das vezes, com predicativos que sinalizam uma porta para o sucesso, uma marca, uma característica pessoal e, quase sempre, uma chance de fazer melhor. Isso se deve ao fato de que no atendimento é possível exercitar a comunicação e suas diversas possibilidades de proporcionar satisfação de quem atende e de quem é atendido. Segundo o raciocínio de Tschohl (1996), todo profissional que lida com clientes, no seu cotidiano, transmite mais confiança e qualidade no desempenho de suas atividades na empresa, já que é na relação com o cliente que o colaborador tem como transmitir sua lealdade com a instituição. Se pararmos para pensar sobre o olhar de Tschohl (1996), podemos refletir 10 Técnico em Biblioteca Competência 01 sobre alguns pontos interessantes: 1. É na oportunidade com o cliente que assumimos o papel de representantes da empresa; 2. A forma como o cliente vê a empresa poderá sofrer mudanças,dependendo do atendimento recebido; 3. O esforço e cuidado direcionado ao cliente determinará o perfil do profissional que atende. Figura 3 – Atendimento ao público Fonte: http://pixabay.com/pt/ Sendo assim, a responsabilidade de quem atende é grande, pois representa toda a instituição que oferta um serviço ou produto, de maneira que não só afeta o aspecto individual do profissional que atende. Baseado em Tschohl (1996) e em outros autores, seguem alguns aspectos característicos do atendimento ao cliente, indispensáveis para quem atende pessoas: a) Tratamento, um “tratamento especial” com encantamento e sinceridade; b) Resiliência, utilizada no momento de administrar reclamações; c) Comunicação corporal deve favorecer o atendimento e reforçar a cordialidade; d) Proatividade, como forma de se antecipar no atendimento da necessidade do cliente; e) Bom senso para estabelecer os limites do atendimento (levando em consideração o que pode e o que não pode na relação entre quem atende e 11 Técnicas de Atendimento ao Público Competência 01 quem é atendido). f) Empatia – arte do entendimento, da interação e da expressão facial e corporal. Figura 4 – Empatia no atendimento ao público Fonte: O autor (2015) Estes aspectos nos levam a compreender o fenômeno do atendimento como um conjunto de ações que prioriza o cliente, ou seja, é preciso entender que o cliente é a nossa oportunidade, o nosso patrimônio, a nossa possibilidade de atendimento de excelência. Segundo o padrão de atendimento HDI, há alguns princípios que devem ser seguidos em prol da eficácia e eficiência no que diz respeito ao atendimento. Os princípios estão organizados da seguinte forma: O primeiro princípio para o bom atendimento, foco no cliente, faz com que o usuário fique satisfeito com a qualidade dos serviços prestados. O segundo princípio estabelece que o serviço deve atender a uma real necessidade do usuário, isto é, a informação deve ser exatamente como o usuário espera, deseja ou necessita que ela seja. O terceiro princípio diz respeito à manutenção da qualidade dos serviços. Manter a qualidade ao longo do tempo leva à conquista da confiabilidade. É válido ressaltar que, embora a nossa reflexão seja contextualizada com o exercício do Técnico em Biblioteca e, por este motivo, sinaliza um 12 Técnico em Biblioteca Competência 01 atendimento presencial, os aspectos e princípios aqui apresentados também devem ser adotados pelos profissionais que atendem por telefone. Sobre o atendimento telefônico, o atendente assume a responsabilidade pelas informações prestadas a quem está do outro lado da linha, logo, se faz necessário também manter o foco no usuário. Nessa relação (por telefone), a informação adquire o valor capaz se caracterizar o atendimento bem sucedido ou mal sucedido. Por isso, convém: a) Atender rapidamente a chamada (2º toque); b) Dizer o seu nome e identificar a organização ou o setor; c) Ouvir o usuário com atenção, para compreender o que é dito e “como” é dito; d) Prestar informações de forma objetiva, não apressar a chamada; e) Eliminar frases que possam desapontar ou irritar o usuário, como “não sabemos”, “não podemos”, não negar; f) Solucionar o problema, assumir a responsabilidade pela resposta; g) Agradecer ao usuário pela ligação, sorrir, pois um simples sorriso reflete- se na voz; Atualmente, é comum, ao final do atendimento, o cliente ser encaminhado à avaliação e uma questão recorrente se refere ao tipo de informação prestada, ou seja, a avaliação deseja constatar se a informação ajudou o cliente a resolver o seu problema. Neste momento, a imagem positiva da instituição está diretamente ligada à satisfação do cliente e, por este motivo, a responsabilidade do atendente é significativa na relação entre cliente e fornecedor. Isso porque o atendente, no momento de atendimento, representa toda a organização. Logo: a) Prepare-se para a chamada – respire fundo, pare outros trabalhos e se concentre; b) Cumprimente o usuário– as frases corretas ditas na ordem certa 13 Técnicas de Atendimento ao Público Competência 01 causarão uma impressão positiva. As saudações são os primeiros passos para estabelecer um relacionamento com o usuário; c) Resolva o problema; d) Encerre a chamada. Sendo assim, independente do tipo de atendimento, seja ele presencial ou telefônico, é preciso estar atento aos aspectos simbólicos atribuídos à empresa, de maneira que seja possível mantê-los ou intensificá-los a partir de um atendimento efetivo e agradável. Neste caderno, tendo em vista a discussão proposta sobre o processo de comunicação, bem como a reflexão sobre ética da alteridade, destacamos a estratégia de um atendimento caracterizado pela proatividade. Sendo assim, é preciso estar atento aos requisitos que facilitam e encaminham o comportamento proativo: a) Priorizar a necessidade do cliente; b) Observar as ações do cliente, de maneira que seja possível se antecipar nas reações; c) Agir com criatividade e, desta forma, não esperar que o cliente solicite uma demanda; d) Sondar, de maneira discreta, com o objetivo de identificar necessidades específicas. Figura 5 – Atendimento ao público Fonte: http://pixabay.com/pt/ 14 Técnico em Biblioteca Competência 01 1.4 Ética, Moral e Alteridade: as bases para o código de Ética Segundo Valls (1994, p.7), ética é daquelas coisas que todo mundo sabe o que é, mas que tem dificuldade para explicar quando alguém pergunta. O autor complementa: [...] Tradicionalmente ela é entendida como um estudo ou reflexão, científica ou filosófica, e eventualmente até teológica, sobre os costumes ou sobre as ações humanas, podendo abranger também a própria realização de um tipo de comportamento. Desta forma, considerar o fator ‘costume’, nos faz, inevitavelmente, resgatar a discussão sobre cultura, conforme já explorado no capítulo 2 deste caderno. E, desta forma, irmos mais além com a seguinte indagação: considerando que existem várias culturas, é possível pensar em várias éticas? Na verdade, toda discussão que contempla o tema ‘cultura’, nos leva a dar conta de características típicas de um determinado grupo social, levando em consideração as formas de comunicação e organização social. Sendo assim, podemos considerar que a discussão sobre cultura integra a temática ‘ética’ como um aspecto relevante no que diz respeito ao modo de ser e agir. A própria etimologia da palavra nos confirma esse raciocínio, isso porque “ética” vem do Grego “ethos” que significa “modo de ser” ou “caráter”. Em alguns estudos, a discussão sobre ética é vinculada ao conceito de moral. Segundo Pereira (1991, p.11), moral significa: [...] tudo aquilo (ato, comportamento, fato, acontecimento) que realiza o homem, que o enraíza em si mesmo e, por ele e para ele, ganha sentido. Ou seja, a moral é o próprio reconhecimento e exercício da ética que, por sua vez, realiza o homem, enquanto um ser ético. A palavra “moral” é originada do termo latino “morales” que significa “relativo aos costumes”. Considerando que moral compõe um conjunto de regras que são seguidas por todas as pessoas de um determinado grupo, estas regras orientam o grupo quanto à noção de certo, errado, bom ou mal, etc. 15Técnicas de Atendimento ao Público Competência 01 Resumindo, os propósitos da ética e da moral são semelhantes, visto que ambas são responsáveis por consolidar bases que vão guiar a conduta do homem, de maneira a desenhar o seu caráter, suas virtudes e suas formas de agir em sociedade. Tendo em vista que a discussão sobre ética permite inúmeros desdobramentos e ainda considerando que a ética está fundamentada na ciência e na filosofia, proponho fazer um recorte e apresentar um conceito que facilitará o estudo relacionado às questões de atendimento ao público. Você, caro (a) estudante (a), já ouviu falar no vocábulo alteridade? De acordo com o filósofo Levinas, a alteridade é a ética, na qual a responsabilidade se remete ao outro. Trata-se do respeito, enquanto ação proativa, ao outro e suas possibilidades de diferença. Desta forma, o conceito de Ética da Alteridade nos leva a exercitar a responsabilidade com o próximo e a desenvolver a disposição para ir mais além do “existir”, ou seja, o outro passa a ser uma prioridade, uma meta, uma responsabilidade. Figura 6 – Ética da Alteridade Fonte: http://pixabay.com/pt/ Continuando a reflexão: qual a relação de toda esta discussão com o atendimento ao público? É fato, estamos nos referindo ao exercício de atendimento à pessoa que precisa de ajuda, de atendimento, de apoio e de 16 Técnico em Biblioteca Competência 01 atenção. Sendo assim, ter o compromisso com a ética, na perspectiva da alteridade, é o mesmo que contemplar a responsabilidade como fruto de um compromisso e, naturalmente, desenhar uma moral que deve ser reconhecida como traço cultural no contexto do atendimento. Contextualizando este tema ao cenário empresarial, é importante ressaltar que a reflexão sobre ética nas empresas tem avançado na sociedade, de modo a contribuir com a formulação da identidade e cultura organizacional, além de garantir boa reputação e resultados significativos. A empresa atenta à construção de sua identidade organizacional (a partir do encaminhamento da ética) tem agregado lucros de ordem econômica, assim como de responsabilidade social, além de favorecer clientes, fornecedores, colaboradores e a própria sociedade. Isso porque o fator ético (nas organizações) é capaz de elaborar uma imagem positiva, pela qual os clientes atribuem mais confiança e respeito aos respectivos fornecedores de serviços e produtos. Pensar na ética, no âmbito da empresa, é também um procedimento de gerência, que deve ser tido como um encaminhamento que visa fortalecer a ‘razão de existir’ da instituição, já que esse motivo traduz a própria manutenção da empresa. Portanto, a Ética Organizacional funciona como um componente que qualifica a gestão e o relacionamento com os parceiros, as instituições públicas, os fornecedores e, sobretudo, os clientes com os quais estabelecem uma relação. Uma vez documentado os encaminhamentos da ética numa determinada empresa, formaliza-se o que concebemos como sendo o Código de Ética Institucional. Faz parte deste documento todo o planejamento estratégico e sua relação com os parâmetros de ética adotados. 17 Técnicas de Atendimento ao Público Competência 01 Figura 7 – Ética e conduta Fonte: Brasal 18 Técnico em Biblioteca Competência 02 2.COMPETÊNCIA 02 | ESCLARECER E DIRECIONAR OS CLIENTES NAS DÚVIDAS QUANTO AOS SERVIÇOS E PRODUTOS OFERECIDOS PELA EMPRESA 2.1 Esclarecimento e direcionamento do cliente O foco no cliente e na sua satisfação tem ganhado cada vez mais relevância. Em um momento onde a concorrência entre as empresas buscam formas inovadoras de atrair clientes potenciais e, dessa forma, procuram atender e superar expectativas, um bom atendimento é, hoje, o mínimo que um cliente espera de uma empresa onde compra um produto ou toma um serviço. Dentro desse contexto, múltiplos fatores são decisivos no momento em que uma organização é avaliada pelo seu cliente de forma positiva ou negativa. Um dos fatores essenciais que fazem com que o cliente tenha uma experiência satisfatória comprando ou utilizando o serviço de uma empresa é ter pleno conhecimento do produto ou serviço que ele está adquirindo. Figura 8 – Comunicação com o cliente Fonte: http://pixabay.com/pt/ Exemplo: Imagine que você queira comprar um carro, que informações você consideraria importantes na hora de ir a uma loja ou concessionária para adquiri-lo? Poderíamos citar o valor, a forma de pagamento, o ano, os acessórios que acompanham o veículo, consumo de combustível, se é novo, 19 Técnicas de Atendimento ao Público Competência 02 se é usado, etc. Agora imagine que você compra o carro e depois percebe que o valor da parcela não foi o acordado com o vendedor. Ou que depois de ter pesquisado e de ter ido à loja mais de uma vez você se dá conta de que um dos acessórios que acompanhariam o veículo não está devidamente instalado conforme o prometido. Qual seria sua reação e a sua percepção em relação à empresa onde o veículo foi comprado? Da mesma maneira, imagine que você esteja se organizando para tirar férias daqui a um ano. Desde hoje você começa a se planejar e pensa que poderia ser uma ótima opção durante esse período fazer uma viagem. Você compra as passagens, reserva o hotel, separa uma quantia para gastos pessoais e ainda escreve nas redes sociais que estará fora por um período para um merecido descanso. Passado um ano, as tão sonhadas férias se aproximam e você está prestes a realizar a sua viagem. Quando você chega ao aeroporto para embarcar, o atendente da empresa aérea lhe informa que seu voo saiu há 2 horas e que o próximo para o mesmo destino só sairá no dia seguinte. O atendente, então, explica que houve mudança na malha aérea da empresa e reforça que irá lhe alocar no voo do dia seguinte e pede desculpas pelo ocorrido. Nos dois cenários apresentados, há uma questão importante a ser analisada – a falta de comunicação. Focando no segundo exemplo, o possível cliente estava de férias, mas poderia estar cumprindo sua agenda profissional ou, ainda, poderia ter tentado ir ao casamento de um familiar, ou quem sabe, ele estivesse prestes a se submeter a uma cirurgia, ou um concurso. O fato é que nesses casos há uma expressiva possibilidade de prejuízos que, em algumas vezes, são incalculáveis, dependendo da finalidade da viagem. O mesmo poderia ocorrer com uma infinidade de produtos ou serviços com os quais podemos lidar todos os dias. Portanto, é fundamental que a organização esteja muito atenta em passar ao cliente, de forma clara e minuciosa, todas as informações acordadas previamente. 20 Técnico em Biblioteca Competência 02 É importante observar que, nos casos exemplificados acima, tanto o comprador do veículo como o passageiro devem ter usado critérios racionais para escolherem a empresa que iriam lhes vender o carro e a empresa onde iriam adquirir a passagem. Porém, ambos não esperavam que, por falta de informações e uma comunicação mais efetiva, iriam acabar tendo uma percepção negativa das respectivas empresas. Sendo assim, experiências como essas podem levar o cliente a procurar na concorrência algo que o atenda de forma mais satisfatória. Além disso, um cliente insatisfeitoreproduz uma propaganda negativa sobre determinada empresa influenciando outros potenciais clientes. Portanto, o esclarecimento do cliente sobre o produto ou serviço e seu direcionamento devem ser encarados como tão importantes quanto o principal produto em si. Atitudes mais proativas em relação ao atendimento e direcionamento do cliente evitam falhas e fidelizam o cliente. 2.2 Cultura Organizacional Figura 9 – Teambuilding Fonte: http://pixabay.com/pt/ A cultura organizacional é uma expressão muito comum dentro do contexto empresarial. Ela se refere ao universo de valores, práticas, crenças, expectativas e normas que são adotados dentro de uma determinada organização. Detalhando mais, a cultura organizacional está presente não 21 Técnicas de Atendimento ao Público Competência 02 apenas na forma como o produto final da empresa é produzido ou como um serviço é entregue, mas se encontra presente também no entorno. A cultura da organização representa o universo simbólico das pessoas que fazem parte de determinado ambiente organizacional. Cada organização possui uma cultura própria ou, de forma análoga, cada organização possui uma identidade própria. Essa personalidade interfere na forma como uma organização produz e entrega seus serviços, mas também no comportamento das pessoas ligadas a esta organização e em seus clientes. A cultura organizacional vai além das normas escritas da empresa e, por esse motivo, ela ultrapassa a missão e visão de uma determinada empresa. Isso porque ela representa as normas informais que orientam o comportamento dos membros da organização e que direcionam seus objetivos organizacionais. De acordo com Chiavenato (1996, p.39) : “a cultura organizacional consiste em padrões explícitos e implícitos de comportamentos adquiridos e transmitidos ao longo do tempo que constituem uma característica própria da empresa”. Cada empresa possui uma cultura própria que pode ser influenciada pela missão e visão, definidas pela área estratégica da instituição. A gestão define os parâmetros que a organização deverá seguir com os clientes, funcionários, parceiros, fornecedores e órgãos governamentais. Essa definição tem um grande impacto nas pessoas ligadas à organização, visto que ela influencia a forma como as pessoas trabalham, agem e até se comportam. Enfim, a cultura organizacional faz com que as pessoas tenham um sentimento de pertencimento a determinada organização. 22 Técnico em Biblioteca Competência 02 Figura 10 – Rede corporativa Fonte: http://pixabay.com/pt/ Como foi dito anteriormente, ela é a personalidade da organização e sua identidade determina como as pessoas se identificam e se adequam ao ambiente de trabalho. Portanto, a cultura organizacional pode ser uma eficaz ferramenta de incentivo nas organizações, na medida em que ela é utilizada para incluir e incentivar as pessoas a terem um sentimento de equipe, de engajamento e superação. Trata-se de uma realidade em qualquer organização. Contudo, é importante ressaltar que ela não é estática e, por este motivo, com o decorrer do tempo e frente às mudanças na sociedade onde uma organização está inserida, ela pode sofrer alterações para poder se adequar a novas realidades ou desafios. Muitas vezes a visão e missão da empresa precisam mudar por uma série de razões. Algumas delas se referem à própria existência da empresa, de maneira que mudar passa a ser uma questão de necessidade. Mudam para que uma organização possa sobreviver em um ambiente de concorrência e inovação e para poder lidar com uma nova realidade ou desafios. Vale frisar que não é necessário que a visão e a missão sejam modificadas para que a cultura organizacional seja alterada. O movimento contrário é também possível. As pessoas ligadas à organização podem também influenciar novas tendências nas organizações causando 23 Técnicas de Atendimento ao Público Competência 02 mudanças substanciais nos objetivos definidos pela gestão. Segundo Kissil (1998, p.12), para que a organização possa sobreviver e se desenvolver, para que existam revitalização e inovação, deve-se mudar a cultura organizacional. No dia a dia uma organização precisa lidar com clientes, funcionários, parceiros, fornecedores, órgãos governamentais, etc. Nessa relação muitas empresas, por exemplo, enfrentam situações peculiares com pessoas onde ela atua. Exemplo: há empresas em que os funcionários são proibidos de aceitarem presentes na época de festas de final de ano. Essa atitude que a empresa impõe pode evitar que seu funcionário cometa algum ato que venha a comprometer de forma negativa a empresa ou mesmo evitar que seu funcionário venha a cometer um ato ilícito. Percebe-se que o ambiente onde a organização está inserida se adequou com novas normas e regras tornando essa proibição parte da cultura organizacional. 2.3 Dicas de atendimento Neste tópico, apresentaremos algumas dicas de atendimento, retiradas das publicações – Atendimento Nota 10 e Por que os clientes não fazem o que você espera. A ideia é fazer uma leitura atenta e comprometida com a nossa realidade de técnico em biblioteca. Sendo assim, o grande desafio deste capítulo é adequar as dicas às diversas situações peculiares ao atendimento ao público no contexto da biblioteca. A forma mais eficiente de descobrir o que o cliente realmente deseja á fazer com que ele mesmo descreva suas necessidades. A responsabilidade por coletar essas informações é sua e quanto maior for sua habilidade em fazer as perguntas corretas, mais você aprofundará o perfil do cliente e, como consequência, aumentará seu resultado de vendas” (FOURNIES, 2003) Quando o cliente diz: ‘não preciso disso’, na verdade está dizendo ‘não preciso disso agora’. Ele até usa o tipo 24 Técnico em Biblioteca Competência 02 de produto ou serviço que você oferece, mas como naquela ocasião não está precisando de nada (os negócios vão mal ou há um grande estoque), a negativa se refere ao momento. (FOURNIES, 2003) É comum o cliente não ter consciência dos próprios problemas porque já se acostumou com a situação e, no fundo, acredita que eles não podem ser resolvidos – pelo menos não totalmente. É quase certo que alguns dos processos e sistemas utilizados por eles estejam precisando de um bom upgrade, assim como algumas planilhas de custos talvez necessitem de cortes urgentes, mas o que ele não sabe é se o produto/serviço que você apresenta pode atendê-lo. (FOURNIES, 2003) Os relacionamentos entre clientes e vendedores funcionam em dois níveis: profissional e social. No nível profissional estão incluídos todos os aspectos do trabalho do cliente que se relacionam ao produto/serviço que você vende. Já no nível social, o que vale é como você e o cliente interagem, se relacionam pessoalmente, se ele gosta de sua forma de agir, de falar e, em geral, se existe o que se chama de camaradagem. (FOURNIES, 2003) Por mais inacreditável que pareça, uma das razões mais comuns para a não-concretização de uma venda é o desconhecimento dos clientes sobre o que você espera deles para que o processo avance. (FOURNIES, 2003) Como geralmente ninguém quer aparecer estúpido, é comum a pessoa demonstrar que está entendendo o que está sendo explicado quando, na verdade, não está. Não é fácil dizer: “Vocêpode explicar mais devagar? Não estou acostumado a lidar com esses termos técnicos”. (FOURNIES, 2003) Numa situação em que o cliente entende e acredita no 25 Técnicas de Atendimento ao Público Competência 02 que você diz sobre o produto, e está seguro de que ele atenderá às suas necessidades, o único senão possível é quando ele pensa que a compra pode trazer consequências negativas a longo prazo. Antecipar problemas é realmente uma estratégia seguida por muitos profissionais, mas há casos em que esses ‘problemas’ são apenas fruto da nossa imaginação (FOURNIES, 2003) Nunca prometa demais só para fechar uma venda. Na economia atual, sensível ao atendimento, a transação não termina nesse momento, Nessa hora ela apenas começa. Confiabilidade significa honrar as promessas feitas e só fazer as que podem ser cumpridas. (Performance Research Associates, 2003) Quando um profissional de atendimento se identifica com algo ruim que possa ter acontecido ao cliente, há duas vítimas em vez de uma só. Atuando nessa área, você precisa ver com clareza a diferença entre o que se passou e com quem – e trabalhar com o fato para fazer com que as coisas voltem ao normal. (Performance Research Associates, 2003) Ao ajudar um cliente a avaliar o valor de uma compra, seja um novo aparelho de som, seja um carpete para o quarto, escreva os cálculos em folha com o seu nome, telefone e e-mail. Ele gostará de guardar isso como referência e se lembrará facilmente de quem prestou um atendimento tão espetacular. (Performance Research Associates, 2003) Tome cuidado especial com o tempo de espera quando os clientes estiverem fora de seu campo de visão, seja do outro lado da linha telefônica, seja em qualquer outra parte da cidade ou em estado diferente. Clientes que estão longe dos olhos dão muito mais trabalho. (Performance Research Associates, 2003) 26 Técnico em Biblioteca Competência 02 Quando identificar os clientes, fale com eles sobre o que apreciam e não apreciam no atendimento prestado por você. Use esse feedback para melhora a qualidade do seu trabalho. (Performance Research Associates, 2003). 27 Técnicas de Atendimento ao Público CONCLUSÃO Caro (a) aluno (a), Como você bem sabe a globalização, bem como o desenvolvimento das tecnologias da informação e comunicação tem redesenhado a sociedade e ressignificado a noção de espaço físico. Um pertinente exemplo é a quebra das fronteiras culturais e econômicas que, de alguma forma, tem redimensionado o planeta. Consequentemente, estes fatos reconfiguram as relações sociais, de maneira a exigir das pessoas novos procedimentos comunicacionais. Um exemplo interessante é a própria possibilidade de aprender a distância. Ou seja, a concepção da EAD também segue o mesmo raciocínio de quebra de fronteiras e inaugura novas perspectivas comunicacionais mediadas por artefatos tecnológicos, bem como códigos de ética próprios e atentos ao atendimento eficiente e eficaz. É nesse cenário de transformações sociais e culturais que surge o cidadão mais atento aos seus direitos e deveres e, consequentemente, mais exigente com relação ao atendimento por parte de seus provedores de serviços. Ouvidorias, SACs e os diversos códigos regulamentadores entram em cena e passam a exigir uma comunicação mais comprometida, humanizada e, sobretudo, profissionalizada. Considerando a nossa estratégia de estudo, a qual se iniciou com o entendimento sobre proatividade, passando pelos processos de comunicação e contemplando a reflexão sobre ética, vimos que o atendimento vincula todas essas questões e determina a responsabilidade com a instituição. O nosso estudo também assegura uma reflexão sobre o código de ética empresarial e a cultura organizacional, já que alguns modelos de atendimento surgem da própria estratégia empresarial, de maneira a garantir o 28 Técnico em Biblioteca alinhamento e a prosperidade da instituição. Tendo em vista a importância que o aspecto “atendimento” tem agregado às empresas, muitas publicações estão surgindo e contribuindo com o avanço na discussão sobre o atendimento ao público. Para complementar a discussão neste caderno, sugerimos a leitura de algumas publicações: Performance Research Associates. Atendimento Nota 10. Rio de Janeiro: Sextante, 2008. WEIL, Pierre; TOMPAKOW, Roland. O corpo fala: A linguagem silenciosa da comunicação não verbal. Petrópolis: Vozes, 2014. 29 Técnicas de Atendimento ao Público FOURNIES, Ferdinand F. Por que os clientes não fazem o que você espera. Rio de Janeiro: Sextante, 2003. Esperamos que com a disciplina Técnicas de Atendimento ao Público você tenha sido estimulado a refletir sobre os diversos aspectos que corroboram para um efetivo atendimento ao público. Sendo assim, esperamos que todo aprendizado construído sobre as técnicas de atendimento possa agregar valor a você, técnico em biblioteca, de maneira a intensificar a sua comunicação comprometida com o diálogo, com a participação, com sua capacidade organizacional e ainda, com sua conduta ética. Sucesso! 30 Técnico em Biblioteca REFERÊNCIAS BERLO, D. K. (1960). O Processo da Comunicação. São Paulo: Livraria Martins Fontes, 1985. BLIKSTEIN, Izidoro. Técnicas de comunicação escrita. 21. Ed.. São Paulo: Ática, 2005. CHIAVENATO, Idalberto. Recursos humanos na empresa. 5.ed. São Paulo: Atlas, 1997. FOURNIES, Ferdinand F. Por que os clientes não fazem o que você espera. Rio de Janeiro: Sextante, 2003. KISSIL, Marco. Gestão da Mudança Organizacional. São Paulo: Instituto para Desenvolvimento da Saúde / Universidade Federal de São Paulo, Faculdade de Saúde Pública, 1998. (Saúde e Cidadania ; 4). PEREIRA, Otaviano. O que é Moral. São Paulo: Brasiliense, 1998. SANTOS, José Luiz. O que é Cultura. São Paulo: Editora Brasiliense, 1987. TSCHOHL, J. A satisfação do cliente: como alcançar a excelência através do serviço ao cliente. São Paulo: Makron books, 1996. VALLS, Álvaro L.M. o que é ética. São Paulo: Brasiliense, 1998. ZEMKE, Ron; ANDERSOM, Kristin (Performance Research Associates). Atendimento Nota 10. Tradução de Cintia Braga. Rio de Janeiro: GMT Editores Ltda, 2008. 31 Técnicas de Atendimento ao Público MINICURRÍCULO DO PROFESSOR Jaime Cavalcanti é jornalista, professor de Português, especialista em Gestão Pública e Gestão de Tecnologias da Informação e Comunicação. Mestre em Gestão nas Organizações Aprendentes pela UFPB, concentrado na área de Gestão e Aprendizagem. Na condição de docente, atua no ensino superior nos cursos de Comunicação e Gestão em diversas IES de Pernambuco. Dispõe de experiência com EaD como Tutor e Professor Formador no IFPE e na SEE-PE. Na área de Gestão, atua como Consultor em Tecnologia Educacional na Secretaria Estadual de Educação – SEE-PE.