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Micologia Candida spp.

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Micologia- Candida spp.
É um fungo leveduriforme de origem saprofídica, estando presente no ambiente e dependendo de algumas condições pode torna-se patogênica. Está presente em mucosas, como a mucosa vaginal, prepúcio, dobras de pele, etc. A cândida têm uma relação de equilíbrio com outros microrganismos presentes em mucosas, como bactérias. Este equilíbrio está relacionado ao uso/disposição de nutrientes. Quando em desequilíbrio ou devido a um estado de imunossupressão, causa a candidíase ou candidose. O uso de corticoterápicos e HIV propiciou o aumento de casos de candidíase, devido à imunossupressão.
Histórico: Hipócrates- Estomatite (sapinho, comum em recém-natos)/ Associação à aftas
Cristine Marie Berkhout- Micologista alemã, identificou que a cândida não forma ascósporos.
A cândida está distribuída em 3 grupos ecológicos e 12 grupos fisiológicos (cerca de 400 espécies). Existem menos de 20 espécies de importância na clínica humana e veterinária. Dos grupos fisiológicos, o grupo 6 é o mais interessante para medicina.
Grupos ecológicos:
1-Espécies associadas ao homem e aos animais;
2-Espécies ocasionalmente associadas ao homem e aos animais;
3-Espécies isoladas do solo, vegetais, animais de sangue frio, fontes inanimadas, produtos de fermentação, água...
Hospedeiros animais e patologias promovidas por Candida albicans
	Animais
	Patologias
	Frangos, perus, pombos e outras aves
	Infecção da boca, esôfago ou papo
	Eqüinos
	Isolada de lesões ulceradas no estômago
	Éguas e garanhões
	Infecções genitais
	Filhotes de gatos e de cães
	Candidíase pneumônica, entérica e generalizada
	Cadela adulta
	Mastites
	Caninos em geral
	Estomatite micótica
	Felinos adultos
	Infecção generalizada com lesões nos músculos, ossos e pele (rara)
	Pequenos primatas e mamíferos marinhos
	Candidíase mucocutânea
Por vezes, a alta proliferação da cândida, por algum outro motivo, leva à obstrução do canal urinário.
Candidíases superficiais:
Mucosa oral (crianças, adultos e neonatos)
-Candidose pseudomembranosa crônicaSobre infecções fúngica nas unhas geralmente as causadas por cândida começam no dedo, na matriz da unha. Já os fungos dermatófitos começam de baixo (do final da unha) para cima.
-Candidose em placa crônica
-Quelite por cândida albicans
-Candidíase intertriginosa
-Candidíase mucocutânea
-OnicomicoseO tabagismo, alcoolismo, diabetes, deficiências nutricionais, HIV, doenças imunossupressoras, gravidez e outras condições podem deixar o indivíduo susceptível à candidíases.
Mucosa vaginal e do pênis
-Balanite crônica 
-Intertrigo 
Candidíases profundas:
-Encontradas em órgãos internos e circulantes no sangue
Fatores de virulência de Candida:
-Proteases e fosfolipases;
-Adesão;
-Alternância de forma de levedura para a formação de pseudohifas e hifas;
-Adaptação a condições fisiológicas extremas (pH do sangue ou pH vaginal);
-Genes PHR1 e PHR2 (responsáveis pela adaptação da cândida à variação de pH);
-Competição com a microbiota da mucosa
Reprodução assexuada por brotamento pode ser de dois tipos:
-Ocorre o brotamento em uma célula, este então se desprende (sofre fissão);
-Ocorre o brotamento, mas a nova célula continua aderida à célula mais antiga e então aparece um novo brotamento. O arranjo formado então é denominado de pseudohifas.
OBS.:
A cândida albicans e cândida dubliniensis formam hifas verdadeiras. A maioria, no entanto faz pseudohifas.
Candidíase aviária
A candidíase nas aves localiza-se preferencialmente no ingluvio/Papo. Acomete principalmente aves jovens. Os fatores predisponentes dessa infecção são:
-Retardo do esvaziamento ingluvial;
-Uso de antibióticos por tempo prolongado;
-Deficiência de vitamina A;
-Debilidade e doenças infecciosas (tricomoníase, poxvirose)
Sinais clínicos:
-Falta de apetite, diarreia, perda de peso e fraqueza;
-Pele avermelhada e úlceras, principalmente ao redor do bico;
-Regurgitação, depressão, retardo do esvaziamento do inglúvio (pode ser uma causa ou consequência da infecção);
-Impactação ingluvial (impactação do inglúvio);
-Lesões em forma de placas brancas e salientes, com muco na boca;
-Necrose lingual, lesões cutâneas, anormalidades no bico, infecções cloacais, etc
Diagnóstico das infecções por Candida spp.:
-Citologia (células filamentadas);
-Necropsia e histopatologia em caso de óbito
-Materiais: Pele, unhas, escarro, lavados gástricos e brônquicos, secreção de mucosas...
No caso de amostras de pele e unha, é realizado o exame direto com KOH ou NaOH (20 a 30% em solução aquosa). Deve-se verificar a proporção de leveduras típicas e de formas.
Cultivos:
-Ágar Sabouraud dextrose com cloranfenicol, penicilina ou estreptomicina;
-Ágar malte com extrato de levedura;
-Ágar bile de boi;
-Candida médium;
-Meio de Pagano-levine;
-Meio de Nickerson;
-Ágar Sabouraud dextreose com cloranfenicol e ciclohexemida (inibe Candida tropicalis, C. krusei e C. parapsilosis).
Identificação:
-Crescimento (aspecto, cor, odor e velocidade)/ São colônias convexas, de cor branca, com velocidade de crescimento rápido (24-48horas) com odor de cerveja;
-Produção de tubo germinativo por Candida albicans e cândida dudliniensis
-Na figura ao lado tem-se uma amostra de exudato vaginal em que quase não se observam células de Candida, a maior parte é formada de filamentos. Nesse caso, não há dúvidas de uma candidíase.
A C. dubliniensis é bem menos patogênica do que a C. albicans.
Produção de tubo germinativo por Candida albicans e Candida dubliniensis
Antes de formar a hifa verdadeira, há a formação do precursor da hifa. Para saber se há a formação desse tubo germinativo, peg-se soro sanguíneo (preferencialmente soro de cavalo/carneiro/galinha), coloca-se em um tubo de ensaio e adiciona-se a Candida. Incuba-se à 37 graus por 2-3 horas, preferencialmente agitando esporadicamente para que não haja precipitação no fundo.
Após essas três horas, já houve tempo suficiente para a formação do tubo germinativo. Com isso, pega-se um pouco do líquido e coloca-se na lâmina com Nigrosina ou Azul de Algodão, observando na microscopia. Não deve haver septações, se houver, trata-se de uma pseudohifa. Se isso for observado, só poderá ser C.albicans ou C.dubliniensis. Provavelmente é C.albicans, pois é a que possui relatos na medicina veterinária.
Formação de clamidoconídios (clamidósporos) em 90% das cepas de C. albicans e C. tropicalis que também pode formar. Os clamidósporos são formas de resistência, são formadas em meios pobres em nutrientes.
Meios de cultivo:
-Ágar fubá + tween 80
-Ágar arroz
-Ágar bilis de boi
-Meio ZLT 
-Clamidospore ágar
Auxanograma: Assimilação de carbono por meio de um tipo de açúcar. É um teste de assimilação de fontes carbonadas ou nitrogenadas. É uma placa dividida em várias partes.
Zimograma: Fermentação em meio com determinado tipo de açúcar e formação ou não de gás.
Outros métodos de identificação:
-Biotipagem killer (toxinas killer: Toxinas produzidas por leveduras que inibem o crescimento de outras espécies de leveduras. Em torno da toxina killer, fica um halo, indicando a resposta padrão de certa espécie de levedura para tal toxina);
-Morfotipagem;
-Testes comerciais;
-Chromagar (meio diferencial. Ao invés da levedura crescer branca, cada espécie assume uma cor. Importante primeiro saber se realmente é Candida, pois qualquer fungo pode ganhar uma cor e gerar um resultado equivocado).
-Candida glabrata: Cultivos de 48 horas a 37ºC. Colônias rosas escuras 
-Candida parapsilosis: Cultivos de 48 horas a 37ºC. Colônias rosas pálidas
-Candida albicans: Cultivos de 48 horas a 37ºC. Colônias verdes com extremidades mais pálidas 
-Geotrichum spp: Cultivo idêntico, mas não é Candida.
-Candida tropicalis: Cultivo de 48 horas a 37ºC. Colônias azul escuras com bordas púrpuras 
-Trichosporon spp: Cultivo de 48 horas a 37ºC Colônias de cor rosa
-Candida krusei: Cultivos de 48 horas a 37ºC Colônias rugosas, espraiadas,pálidas 
-Candida norvegensis: Cultivos de 48 horas a 37ºC Colônias assemelhando C. krusei
Ágar niger: Usado para Cryptococcus para substituir o meio DOPA. Porém, foi usado para diferenciar C. albians de C.dubliniensis, devido a cor esverdeada em ambas colônias no meio Chromagar. Em volta da colônia de C.dubliniensis, encontraria-se uma espécie de nuvem, que não é encontrada em volta de C.albicans. Contudo, na prática, não funciona devido à subjetividade da análise.
Aparelho VITEK: Sistema de identificação de leveduras automatizado. Injeta-se a hemocultura. Contém diversos tipos de testes. Antigo tinha cerca de 30 testes, os mais atuais contém cerca de 60. Em 24 horas ele informa qual é a levedura, fazendo também testes de sensibilidade a antifúngicos. Mostra relatório de quais testes complementares devem ser feitos.
Alguns cultivos- deve-se ter cuidado na identificação, que se assemelha a outras espécies:

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