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Introdução à Engenharia de Produção 5º Aula Engenharia da qualidade Caros(as) acadêmicos(as) nessa aula, daremos sequência ao estudo das 10 grandes áreas da Engenharia de Produção, sendo esta a quarta área, Engenharia da Qualidade. Nos dias de hoje, a qualidade não é mais um diferencial competitivo como já foi um dia. Agora é uma obrigação das empresas que desejam manterem-se no mercado, ou seja, é fundamental para as empresas saberem como garantir a qualidade em seus produtos ou serviços. Nesse sentido, abordaremos, nessa aula, conceitos sobre a qualidade e algumas ferramentas que podem ser utilizadas para auxiliar as empresas. Boa aula! Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula, vocês serão capazes de: • Compreender, de forma geral, o que significa o conceito de qualidade para as indústrias; • Entender como a qualidade evoluiu ao longo da história; • Trabalhar as oito dimensões da qualidade como técnica para diferenciação e ganho de mercado; • Conhecer superficialmente as ferramentas da qualidade; • Entender o que é a NBR ISO 9001:2015 e a que ela se destina. 31 1 - As visões sobre a qualidade 2 - A evolução do conceito da qualidade em suas eras 3 - As oito dimensões da qualidade 4 - Ferramentas da qualidade 5 - NBR ISO 9001:2015 Seções de estudo 1 - As visões sobre a qualidade 2 - A evolução do conceito da qualidade em suas Eras Existe uma grande dificuldade em definir consensualmente a palavra qualidade, já que poucos sabem, de fato, seu significado. Porém, todos sabem identificá-la quando estão diante dela, e também sabem quando ela está ausente. Ao longo da evolução dos conceitos e teorias na área da qualidade, muitos autores e teóricos, que tiveram importante contribuição, deixaram registrado na literatura seu entendimento a respeito do conceito de qualidade. Freitas (2009) explica que Juran propôs, em seus estudos, a trilogia da qualidade: planejamento, controle e melhoria, os quais levam a empresa a atingir os novos níveis de qualidade, tornando-a mais competitiva. Em seu livro “Manual de Controle da Qualidade” Juran (2011) argumentou que a qualidade deveria ser incorporada a todos os processos da organização, já que a empresa deve oferecer aos clientes produtos que atendam as suas expectativas, e para isso devem estar livres de defeitos. Ou seja, para Juran (2009) a qualidade é a ausência de deficiências e, assim, quanto menos defeitos, melhor a qualidade. Já Paladini (2012) defende que Crosby, ao lançar o programa Zero Defeito em 1961, deu ênfase ao “fazer certo da primeira vez”. Esse programa teve grande repercussão na época, graças aos programas militares na construção de mísseis. Crosby (1995, p. 31) define que “Qualidade é a conformidade do produto às suas especificações”. As necessidades devem ser especificadas, e a qualidade é possível quando essas especificações são obedecidas sem ocorrência de defeito. Por sua vez, Veras (2009) explica que Feigenbaum tornou- se conhecido por ser o primeiro a tratar qualidade de forma sistêmica nas organizações, dando origem ao sistema de Controle Total da Qualidade (TQC) que exerceu influência fundamental no modelo proposto pela ISO na série 9000. Para Feigenbaum (1999, p. 8) “Qualidade é a correção dos problemas e de suas causas ao longo de toda a série de fatores relacionados com marketing, projetos, engenharia, produção e manutenção, que exercem influência sobre a satisfação do cliente”. Carpinetti, Miguel e Gerolamo (2011) citam que Deming contribuiu para mudar a cultura organizacional e o método de gestão de recursos humanos, lançando os 14 pontos de Deming, com ênfase na liderança e na participação de todos na organização; e juntamente com Shewhart criou também o Ciclo PDCA – ferramenta fundamental, até os dias de hoje, para a melhoria contínua. Deming (2003, p. 56) define que “Qualidade é a satisfação das necessidades do cliente em primeiro lugar”. Paladini (2012) expõem também que Ishikawa acreditava que qualidade total implica em participação de todos no trabalho. Suas maiores contribuições são: o desenvolvimento da visão ampla da qualidade, a ênfase no lado humano, e a difusão de ferramentas, técnicas de análise e solução de problemas – em especial as sete ferramentas da qualidade (MASEJANE, 2012). Ishikawa (1986, apud Paladini, 2012, p. 14) define que “Qualidade é satisfazer radicalmente ao cliente para ser agressivamente competitivo”. Para entender o que a qualidade se tornou hoje e como ela chegou a esse nível de importância e desenvolvimento, é preciso voltar alguns anos na história. Em seu livro, “Gerenciando a Qualidade: a visão estratégica e competitiva”, Garvin (2002) propõe uma evolução da abordagem da qualidade, por meio de quatro eras. Desde sua visão mais tradicional, até chegar ao que hoje conhecemos por qualidade, são elas: a Era da Inspeção, Era do Controle Estatístico da Qualidade, Era da Garantia da Qualidade e Era da Gestão Estratégica da Qualidade. A Era da Inspeção tem início ainda no final do século XIX, quando o trabalho era feito completamente de forma manual e por uma única pessoa, que estava sempre em contato com o seu cliente, fazendo os produtos sobre medida, e, portanto, tinha total conhecimento das necessidades e expectativas do cliente. Os produtos eram todos inspecionados antes da entrega e, com isso, mesmo sem o conhecimento de técnicas apuradas, a qualidade estava garantida (PALADINI, 2012). Após a Revolução Industrial, surgiu um novo conceito de produção. A customização e produção sob medida foram substituídas pela padronização de produtos e produção em larga escala, dando origem a produção em massa. Os postos de trabalho foram desmembrados e cada operador era responsável por apenas uma parte do processo. Os produtos, por serem todos iguais, eram feitos de acordo com especificações, possuindo gabaritos, padrões e tolerâncias. As peças eram intercambiáveis e produzidas por sequências preestabelecidas, agilizando o processo de fabricação (MASEJANE, 2012). O aumento do volume de produção fez com que as peças não pudessem mais ser encaixadas, umas nas outras, manualmente, surgindo a necessidade de inspecionar – de garantir que todas as peças estivessem dentro dos limites da especificação e pudessem ser encaixadas perfeitamente. Ainda no século XIX foi criado um sistema de medidas, gabaritos e acessórios que, posteriormente, com a evolução dos sistemas de produção, tornou-se mais apurado. Frederick Taylor legitimou a atividade de inspeção em sua linha de produção do Ford T, criando a função de inspetor – aquele responsável pela qualidade dos produtos (SILVA, 2007). Sendo assim, a primeira era da qualidade, a de inspeção, foi marcada apenas pela garantia do cumprimento de padrões preestabelecidos. O aumento na quantidade a ser produzida e da complexidade dos novos produtos que iam surgindo, faziam com que o custo para garantir a qualidade se tornasse elevado e as perdas ao longo do processo produtivo se tornavam maior, tal como a quantidade de inspetores necessários. Nesse contexto, surgiu a segunda era, a Era do Controle Estatístico da Qualidade (ROTH, 2011). Barcante (2009) expõem que, no ano de 1931, Shewhart publicou sua obra Economic Control of Quality of Manufactured Product, conferindo pela primeira vez um Introdução à Engenharia de Produção 32 carácter cientifico à matéria. Grandes empresas, como, a Bell Telephone e Western Eletric, se juntaram a ele com o objetivo de desenvolver e adaptar ferramentas estatísticas para o uso no controle da qualidade para uma maior padronização e uniformidade na rede nacional de telefonia. A maior inovação foi o reconhecimento da variabilidade como algo normal ao processo produtivo. A questão agora não era mais a existência de variação, uma vezque essa permaneceria existindo até certo ponto, mas, como diferenciar as variações aceitáveis das flutuações que indicassem problemas (GARVIN, 2002). Pinto e Pinto (2011) expõem que Shewhart definiu o controle estatístico como a previsão, dentro de certos limites, de como um fenômeno pode variar no futuro com base em experiências passadas. Algumas ferramentas para a garantia da qualidade foram desenvolvidas. São exemplos, os gráficos de controle com limites superiores e inferiores, os sistemas de medida, as ferramentas de controle estatístico do processo e, posteriormente, o processo de inspeção por amostragem – deixando de lado a inspeção de 100% dos produtos. Tais conceitos se difundiram durante a Segunda Guerra Mundial consolidando a área de qualidade em vários países (MASEJANE, 2012). Na segunda metade do século XX, durante o período de pós-guerra, enquanto o Japão lutava para reerguer-se, teóricos orientais da área de qualidade deram início ao modelo de gestão japonês, e trouxeram novos conceitos para a área que vão muito além da estatística; sendo essa a terceira era, a Era da Garantia da Qualidade. A prevenção de problemas continuou sendo seu objetivo fundamental, mas agora com foco na redução do desperdício, redução de falhas, melhoria contínua, parcerias com fornecedores e contabilização de custos de produção (BARCANTE, 2009). Na terceira era da qualidade, surgiram os conceitos de quantificação dos custos da qualidade, controle total da qualidade, técnicas de confiabilidade e o programa Zero Defeitos. A quarta e última era da qualidade, a Era da Gestão Estratégica da Qualidade, é marcada pela necessidade de diferenciação, necessidade de mercado e de cliente; pela utilização de planejamento estratégico, metas móveis e mobilização de toda a organização, e por passar a contar também com o envolvimento e a preocupação da alta direção. A qualidade está presente em todos os setores e aspectos da empresa, progressivamente (SILVA, 2007). A Figura abaixo ilustra as fases de evolução do conceito de qualidade abordado. Figura – Evolução das eras da qualidade. Fonte: Adaptado de Polacinski (2006). 3 - As oito dimensões da qualidade Segundo Garvin (2002) podem ser identificadas oito dimensões, independentes e distintas, que formam os elementos básicos da qualidade do produto. São elas: desempenho, características, confiabilidade, conformidade, durabilidade, assistência técnica, estética e qualidade observada. As quais são explicadas detalhadamente, no quadro abaixo, com base na teoria exposta pelo autor. 33 Quadro – Oito dimensões da qualidade. Desempenho Está relacionado com as características operacionais primárias de um produto. O desempenho corres- ponde a características objetivas deste. Cada consu- midor é capaz de associar a qualidade, com um alto desempenho na sua área de interesse imediato. Características São os acessórios do produto, ou seja, os itens secundários. Suas características envolvem atributos mensuráveis. Sua tradução como requisito de quali- dade também depende das preferências individuais de cada cliente. Em geral, o que diferencia os itens de desempenho dos itens secundários, é basicamen- te o grau de importância dado pelo usuário. Confi abilidade É a probabilidade de um produto falhar. Muitos são os indicadores utilizados para medir o índice de confi abilidade, assim como o tempo médio até a primeira falha (TMPF). É uma dimensão com maior aplicabilidade em bens duráveis. Conformidade Está relacionada ao grau de igualdade entre o proje- to e as características operacionais de um produto. Durante o processo produtivo, esta dimensão pode ser medida através do cálculo da incidência de defei- tos ao longo da produção, porém no ambiente exter- no é uma dimensão difícil de ser mensurada. Tanto a confi abilidade como a conformidade são medidas de qualidade relativamente objetivas e menos sujeitas a preferências individuais. Durabilidade Pode ser defi nida como o quanto um produto pode ser usado até deteriorar fi sicamente. Esta dimensão sugere duas implicações, a primeira é que a durabili- dade e a confi abilidade estão intimamente ligadas e a segunda é que os números ligados à durabilidade devem ser interpretados com cuidado, já que um au- mento na vida do produto não necessariamente está relacionado a melhorias técnicas ou uso de matérias mais duráveis, mas o ambiente de uso do produto pode simplesmente ter mudado. Assistência técnica Pode ser traduzido como ‘rapidez, cortesia e com- petência do reparo’. Alguns critérios desta dimensão podem ser medidos objetivamente. Um indicador que pode ser usado para mensurar a efetividade do cumprimento desta dimensão é o tempo médio para consertar (TMPC). Por outro lado, a análise da cortesia e dos padrões de comportamento pessoal são subjetivos e dependem da interpretação pessoal. Estética É a percepção do produto pelos cinco sentidos do ser humano e é formada inteiramente por julgamen- tos pessoais. Esta dimensão pode ser explorada pelo marketing destinando os produtos a um determina- do tipo de público, com preferências semelhantes. Qualidade observada É uma dimensão tão subjetiva quanto à estética. Nesta, os produtos são avaliados, não em função de duas características objetivas, mas em função de suas imagens, publicidade ou marketing. Fonte: adaptado de Garvin (2002). A divisão do conceito de qualidade em oito dimensões, do ponto de vista estratégico, é importante para que a empresa saiba como competir por mercado e qual critério dar enfoque para tornar-se diferenciada no segmento, e também para que elas se coloquem no mercado e participem competitivamente, como se estivessem em um mercado inexplorado (VERAS, 2009). As novas empresas que visam estabelecer negócios em um determinado segmento têm que encontrar um meio de se destacar frente àquelas que já estão consolidadas. A estratégia indicada é encontrar alguma das dimensões da qualidade que ainda não tenha sido bem explorada pelas empresas já existentes, e desse modo a nova empresa pode ter um diferencial – uma vez que competir com as empresas já consolidadas pode ser muito mais complicado, e opta- se por realizar as mesmas atividades, da mesma forma que o concorrente. Segundo Garvin (2002), as empresas devem buscar competitividade no mercado voltando suas ações para uma dimensão ainda não explorada. A próxima estratégia, após a escolha da dimensão da qualidade a ser explorada, é estruturar a organização e os processos produtivos para atender os fins desejados, e para não correr o risco de dar maior atenção aos departamentos errados. 4 - Ferramentas da qualidade As Ferramentas da Qualidade são técnicas que podem utilizadas com a finalidade de mensurar possíveis problemas que estejam comprometendo o desempenho do processo produtivo e simultaneamente propor soluções para eles. Cada vez mais, tem se mostrado como fundamental para os sistemas de gestão, por se tratar de ferramentas estatísticas para melhoria de produtos, serviços e processos. (MAGALHÃES, 2010) As 7 principais Ferramentas do Controle de Qualidade são: Folha de Verificação, Diagrama de Pareto, Diagrama de causa e efeito (Espinha-de-Peixe), Diagrama de Dispersão, Histograma, Fluxograma e Gráfico de Controle. A seguir, cada ferramenta será detalhada se acordo com a teoria contida em Magalhães (2010). 4.1. Folhas de Verificação – são planilhas utilizadas para facilitar a coleta e análise de dados ao longo do processo produtivo e, com isso, economizar tempo. São formulários planejados, nos quais os dados coletados são preenchidos de forma fácil e concisa, permitindo, assim, uma rápida percepção da realidade e uma imediata interpretação da situação, ajudando a diminuir erros e confusões. 4.2.Diagrama de Pareto – tem como finalidade expor a importância de todas as situações não conformes identificadas ao longo do processo produtivo, a fim de escolher o ponto de partida para solução dos problemas, identificar a causa básica do problema e monitorar o sucesso. 4.3. Diagrama Causa e efeito (Espinha-de-Peixe) – tem como finalidade explorar e indicar todas as possíveis causas de um problema. Foi desenvolvido para representar a relação entre o efeito e todas as possibilidades de causa que podem contribuir para esse efeito. Também é conhecido como Introdução à Engenharia de Produção 34 Diagrama de Ishikawa. 4.4. Diagrama de Dispersão – demonstra a variação de elementos referentes ao processo produtivo de acordo com alterações ocasionadas no meio em que esse elemento está inserido de modo a testar as possíveis relações de causa e efeito. 4.5. Histograma – é um gráfico de representação com uma série de dados, que mostra a distribuição dos dados por meio de um gráfico de barras. 4.6. Fluxograma – tem como finalidade identificar o melhor caminho para um produto ou serviço ao longo de um processo produtivo, evitando perdas por transporte excessivo. É uma ilustração sequencial de todas as etapas de um processo. Uutiliza símbolos facilmente reconhecidos para denotar os diferentes tipos de operações. 4.7. Gráficos de Controle – são usados para acompanhar o comportamento de variáveis ao longo do processo produtivo, ou seja, as tendências dos pontos de observação em um período de tempo. Esse gráfico possui limites de normalidade, dentro do qual podem ocorrer variações sem que seja uma anormalidade, esses limites, conhecidos como limites de controle são calculados aplicando-se fórmulas simples aos dados do processo. Resumindo as 7 principais Ferramentas da Qualidade Quadro – Resumo das ferramentas da qualidade Ferramentas O que é? Quando utilizar? Folha de Verifi cação Uma planilha para coleta de dados. Quando se fi zer necessário dados referentes a um problema para que o mesmo seja com- preendido e melhor analisado. Diagrama de Pareto É um diagrama de barras que ordena as ocorrências do mais frequente para o menos. Para priorizar os problemas ou acontecimentos mais frequentes. Diagrama de Causa e Efeito Uma estrutura, de fácil visualização, que expressa, a série de causas para um efeito. Para ampliar a quan- tidade de possíveis causas para um problema. Diagrama de Dis- persão Um gráfi co cartesia- no que apresenta a relação entre duas variáveis. Para verifi car a cor- relação entre duas variáveis. Histograma Um diagrama de bar- ras que representa a distribuição de uma variável. Para verifi car o com- portamento de um processo em relação a uma determinada especifi cação. Fluxograma São fl uxos que facili- tam a visualização do processo como um todo. Para conhecer melhor o processo e determinar os me- lhores caminhos ao longo do processo produtivo. Gráfi co de Controle É um gráfi co que estabelece limites para a variação dos processos. Para facilitar a verifi - cação se o processo está sob controle. Fonte: adaptado pelo autor. Quando cada uma das 7 Ferramentas da Qualidade são aplicadas de maneira correta, na ocasião correta e por um profissional qualificado, elas poderão trazer diversos benefícios à empresa, como aumentar os níveis de qualidade por meio da solução eficaz de problemas; diminuir os custos; executar projetos melhores; melhorar a cooperação em todos os níveis da organização; identificar problemas existentes nos processos, fornecedores e produtos; identificar causas dos problemas e solucioná-los de forma eficaz, entre outros (MAGALHÃES, 2010). 5 - NBR ISO 9001:2015 A sigla ISO tem origem no termo International Organization for Standardization, em português Organização Internacional para a Padronização – uma organização fundada no ano de 1987 (MANDERS, 2015). No Brasil, o órgão regulamentador da ISO chama-se Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). A ISO foi criada com a intenção de remover as barreiras comerciais existentes devido à falta de compatibilidade de documentos estritamente nacionais de sistemas da qualidade, mas tornou-se mais popular pelas normas que tratam do Sistema de Gestão da Qualidade, e sobretudo, pela série 9000 (VINUESA, 2013). O sistema da qualidade estabelecido pela NBR ISO se destina a dois tipos de empresas – àquelas que precisam de um Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) por exigências de um ou mais clientes, para demonstrar a sua capacidade de atender os requisitos dos mesmos de forma sistemática (nesse caso a organização precisa de um certificado de gestão da qualidade para atender as exigências dos clientes); e àquelas que simplesmente pretendem melhorar sua eficiência e eficácia no atendimento de seus clientes (assim, a instituição pode prescindir do certificado, ainda que implementem, completa e rigorosamente, o sistema da qualidade estabelecido pela ISO (PRIEDE, 2012). O principal objetivo com a implementação da NBR ISO 9001:20015 é alcançar a satisfação do cliente e, para alcançar tal objetivo, baseia-se em oito princípios. Esses, são detalhados no Quadro a seguir, com base nos conceitos de Carpinetti, Miguel e Gerolamo (2011). 35 Retomando a aula Parece que estamos indo bem. Então, para encerrar essa aula, vamos recordar: Foco no cliente O atendimento dos requisitos dos clientes e o esforço contínuo para exceder suas expectativas, sendo necessário comunicar- se e entender quais são seus desejos e suas necessidades. Liderança O desenvolvimento de líderes dentro da empresa para praticar os princípios da qualidade e estimular o pessoal a atingir os objetivos da empresa. Envolvimento das pessoas O envolvimento dos trabalhadores permite maior aproveitamento deste recurso em prol da organização, fazendo com que todos os colaboradores deem o melhor de si para as atividades da empresa. Abordagem por pro- cessos O gerenciamento das atividades por pro- cessos permite que as empresas atinjam seus objetivos de maneira mais efi caz, já que abordar as atividades da empresa divi- didas por processos contribui para a rápida identifi cação das causas dos desvios, e para o estabelecimento de metas. Visão sistêmica O entendimento de que os processos estão inter-relacionados, e portando o resultado de um infl ui diretamente no resultado do outro, assim, para ter uma boa gestão, todos os processos devem atender seus objetivos. Melhoria contínua O objetivo permanente da empresa de melhorar continuamente seu desempenho e a busca pela satisfação do cliente. Decisão baseada em fatos A tomada de decisões deve ser com base em informações quantitativas ou qualitati- vas decorrentes de análises e diagnósticos, para que a gestão da qualidade seja efi caz. Relação mutuamente benéfi ca com fornece- dores A qualidade dos produtos de uma empresa está diretamente relacionada com os pro- dutos ou serviços dos seus fornecedores. Quadro – Oito princípios da NBR ISO 9001:2015 Fonte: adaptado de Carpinetti, Miguel e Gerolamo (2011). Segundo Lucena (2003), um sistema certificado é a evidência de que a empresa trabalha de maneira estruturada e que seus empregados têm a noção clara de como obter a qualidade, considerando que a certificação de um produto garante a padronização e o atendimento dos critérios técnicos estabelecidos. 1 - As visões sobre a qualidade Nessa aula, entendemos que o conceito de qualidade é algo muito difícil de definir com apenas uma frase, portanto, vimos o que os importantes autores ao longo da história entendem por qualidade, levando em consideração o enfoque de cada um. 2 - A evolução do conceito da qualidadeem suas eras Vimos também como a qualidade, enquanto ciência, evoluiu ao longo dos anos, de acordo com a necessidade imposta pelos novos meios de produção e pela demanda do mercado consumidor. 3 - As oito dimensões da qualidade Conhecemos as Oito Dimensões da Qualidade, que são muito importantes para o posicionamento estratégico de uma empresa dentro do mercado competitivo e também para que ela conquiste cada vez mais os seus consumidores. 4 - Ferramentas da qualidade Aprendemos quais são as sete principais Ferramentas da Qualidade, as quais ajudam na gestão de um processo produtivo. Vimos onde cada uma delas pode ser aplicada e quais os seus benefícios. W5 - NBR ISO 9001:2015 Por fim, entendemos o que é a NBR ISO 9001:2015 e como ela pode contribuir para o crescimento de uma empresa, já que o principal objetivo com a sua implementação é alcançar a satisfação do cliente, e para alcançar tal objetivo, baseia-se em oito princípios, os quais também foram abordados e descritos ao longo desta aula. Até a próxima aula, na qual abordaremos a quinta grande área da Engenharia de Produção: a Engenharia do Produto. Espero que estejam gostando cada vez mais dessa profissão a cada aula! CARPINETTI, Luis Cesar Ribeiro. Gestão da qualidade: conceitos e técnicas. 2. ed. São Paulo: Atlas S.A., 2009. Disponível em: <http://www.pg.utfpr.edu.br/ dirppg/ ppgep/dissertacoes/arquivos/60/Dissertacao.pdf>. Acesso em: 16 de fev. 2016. CARPINETTI, L. C. R.; MIGUEL, P. A. C; GEROLAMO, M. C. Gestão da qualidade ISO 9001:2008: princípios e requisitos. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2011. GARVIN, David. Gerenciando a qualidade. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2002. PINTO, José Castro; PINTO, Ana Lúcia. A importância da certificação de sistemas de gestão da qualidade em Portugal. Revista Portuguesa e Brasileira de Gestão, Lisboa, v. 10, n. 1-2, p. Vale a pena Vale a pena ler Introdução à Engenharia de Produção 36 32-37, jan. 2011. VERAS, Carlos Magno dos Anjos. Gestão da qualidade. 2009. 59 f. Tese (Doutorado em Engenharia Industrial Elétrica) – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão, São Luis, 2009. Ferramentas da qualidade: <http://edsonjosen.dominiotemporario.com/doc/ Ferramentas_para_Qualidade_Total.pdf>. NBR ISO 9001:2015: <http://www.logfacilba.com.br/iso/iso2015_versao_ completa.pdf>. As eras da qualidade em 5 partes: < h t t p s : / / w w w . y o u t u b e . c o m / watch?v=7pNp152ZIlA>. <https://www.youtube.com/ watch?v=llbti4fzmA8>. < h t t p s : / / w w w . y o u t u b e . c o m / watch?v=IpG1cdhaHvk>. < h t t p s : / / w w w . y o u t u b e . c o m / watch?v=Onea5n5SvL4>. <https://www.youtube.com/ watch?v=ijfn34ZZ0rU. Vale a pena acessar Minhas anotações
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