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Engenharia da Qualidade Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Dr. Antônio Carlos F. Bragança Pinheiro Revisão Textual: Prof. Ms. Luciano Vieira Francisco Técnicas da Engenharia da Qualidade • Introdução • Técnica da Estratificação • Técnica da Folha de Verificação • Técnica do Diagrama de Pareto • Técnica do Diagrama de Causa e Efeito • Técnica do Histograma • Técnica do Diagrama de Dispersão • Técnica dos Gráficos de Controle · Conceituar e apresentar as técnicas da Engenharia da Qualidade, como a estratificação e a folha de verificação. · Apresentar o diagrama de Pareto e o diagrama de causa e efeito. · Apresentar os histogramas, o diagrama de dispersão e os gráficos de controle. OBJETIVO DE APRENDIZADO Iniciaremos nossos estudos conceituando e apresentando a estratificação e a folha de verificação. Em seguida, aprenderemos o diagrama de Pareto e o diagrama de causa e efeito. Aprenderemos também os histogramas, o diagrama de dispersão e os gráficos de controle. É interessante que você reveja alguns conceitos de gestão, a fim de facilitar seu entendimento dessas definições. Como ajuda, realize a leitura dos textos indicados, acompanhe e refaça os exemplos resolvidos. Não deixe de assistir, também, à apresentação narrada do conteúdo e de alguns exercícios resolvidos. Finalmente – e o mais importante –, fique atento(a) às atividades avaliativas propostas e aos respectivos prazos de realização e envio. ORIENTAÇÕES Técnicas da Engenharia da Qualidade UNIDADE Técnicas da Engenharia da Qualidade Contextualização É importante compreender a relevância das técnicas da Engenharia da Quali- dade. Saber identificar e controlar as causas que afetam os processos produtivos torna-se fundamental para melhorar o atendimento aos requisitos dos clientes e manter as empresas competitivas. As ações para identificação e controle das variáveis que afetam a qualidade dependem de vários fatores. Para cada tipo de organização empresarial existem padrões que permitem aumentar sua competitividade comercial. Contudo, aliar os aspectos econômicos, produtividade e qualidade ainda é uma tarefa árdua para o engenheiro de produção. Aspectos do dia a dia de nossa vida pessoal ocorrem também nas atividades profissionais. Exemplo disso é o nosso trabalho diário, no qual realizamos a avaliação de elementos simples, como no caso da determinação da variável que pode afetar nosso desempenho ao utilizar um microcomputador. É possível perceber que determinados microcomputadores têm processadores mais rápidos, outros têm telas maiores, outros possuem baterias que duram mais tempo e em outros são mais leves. Isso ocorre também nas fábricas, no processo de produção industrial. Em nossa vida pessoal e nas fábricas é necessário prever as variáveis que possam influenciar na produtividade industrial, com o objetivo de atender à produção e garantir altos níveis de produtividade fabril e qualidade. Assim, é realizada a escolha de processos, a fim de garantir os níveis de segurança e produtividade necessários para manter a competitividade das empresas dentro dos padrões da qualidade aceitáveis e nos requisitos dos clientes. Exemplificando com fatos do cotidiano, como podemos avaliar os microcom- putadores mais adequados para realizar nossas atividades profissionais e de lazer? Qual a qualidade de um microcomputador? Tendo essas informações, é possível determinar o microcomputador mais adequado à produtividade desejada. Podem surgir questões pontuais, como variações na resolução da tela, como no caso das diversas situações do cotidiano. Todas essas preocupações são similares quando comparadas às necessidades de uma grande estrutura, como em uma fábrica. A manutenção de níveis da qualidade de uma fábrica pode passar por situações mais complexas como, por exemplo, a variação da qualidade dos produtos elaborados em função de máquinas com manutenção inadequada. Mas, similarmente ao nosso cotidiano com a escolha de um microcomputador, a produtividade industrial precisa estimar as eventualidades inerentes a cada processo de produção para atender aos níveis desejáveis de qualidade. Para cada tipo de estrutura fabril existem questões estabelecidas e eventualidades que devem ser administradas na condução das questões da qualidade. 6 7 Nos sistemas de gestão da qualidade, além da utilização das normas técnicas para execução dos produtos, o envolvimento de todas as pessoas é ponto fundamental para a obtenção de níveis superiores de qualidade. Assim, com esse exemplo simples de nosso cotidiano, como a escolha de um microcomputador, lembre-se que na aplicação da normalização da qualidade podem haver situações muito mais complexas em seu dia a dia. Cabe ao engenheiro identificar as características do processo de fabricação, projetar e construir sistemas de produção capazes de atender às demandas das organizações para que possa atender aos níveis previstos de segurança, qualidade e produtividade. Bom estudo! 7 UNIDADE Técnicas da Engenharia da Qualidade Introdução Na Engenharia da Qualidade são utilizadas algumas técnicas de Engenharia que são importantes para a análise de fatores que interferem na qualidade dos proces- sos e consequentemente nos produtos. As técnicas da qualidade são ferramentas que proporcionam às empresas ganhos financeiros por meio da identificação dos fatores que prejudicam o melhor desempenho organizacional na elaboração de seus produtos. Essas técnicas da Engenharia da Qualidade ajudam a promover a melhoria contínua dos processos organizacionais e de seus produtos, possibilitando o aumento de seus lucros no atendimento aos requisitos dos clientes. Técnica da Estratificação A estratificação é uma técnica da Engenharia da Qualidade que realiza a divisão de grupos em diversos subgrupos conforme suas características de segmentação ou de estratificação. As causas mais importantes de variação que ocorrem nos processos de produção são possíveis fatores de estratificação de um conjunto de dados. Por exemplo, os fatores naturais para estratificação de dados podem remeter a pessoas, métodos, equipamentos, insumos, medidas e condições ambientais. Por meio da estratificação de dados é possível identificar como a variação de cada fator interfere no resultado de cada processo da empresa (Figura 1). Alguns exemplos de estratificação são: • Operários: os diferentes operários podem estar associados aos resultados distintos de produção; • Turno de produção: os diferentes resultados de produção podem estar associados aos turnos de produção; • Condições climáticas: os resultados da produção podem ser diferentes em função da estação do ano, ou mesmo variar em função do período do dia – manhã, tarde ou noite; • Linha de produção: a produção pode variar em função do local dessa – região do país – ou da linha de produção na mesma fábrica; • Matéria-prima: os resultados da produção podem variar em função dos fornecedores de matérias-primas que são utilizadas no sistema produtivo. 8 9 PESSOAS • Operários • Chefes de Setores • Gerentes MEDIDAS • Linha de Produção •Região do País INSUMOS • Materiais • Fornecedores MÉTODOS • Turno de Trabalho • Linha de Produção CONDIÇÕES AMBIENTAIS • Estações do Ano • Período do Dia •Local da Fábrica EQUIPAMENTOS • Tipo de Máquina • Manutenção Estrati�cação Figura 1 – Exemplos de perguntas para detectar as causas de resultados indesejados A estratificação é uma técnica da Engenharia da Qualidade que é muito útil quando se realiza a análise de dados. Para que seja realizada a análise de dados de forma estratificada, é necessário que seja identificada a origem dos dados. Itens como o dia da semana e horários em que as coletas de dados foram realizadassão muito importantes. Para haver a rastreabilidade, devem também ser anotadas quais máquinas estavam operando, quais eram os operários e os lotes de matéria-prima. Nessa técnica é recomendado que sejam registrados todos os fatores que so- freram alterações durante o período em que os dados foram coletados. É igual- mente fundamental que os dados sejam coletados durante períodos de tempo não muito curtos, de maneira que se possa analisar a variação dos dados em função do tempo. Técnica da Folha de Verifi cação A folha de verificação é uma técnica da Engenharia da Qualidade que é utilizada para planejar a coleta de dados a partir das necessidades futuras de análise de dados. Essa técnica permite que a coleta de dados seja simplificada e organizada, eliminando-se a necessidade de rearranjo posterior à coleta dos dados. A folha de verificação é um formulário no qual os itens que serão examinados já estarão impressos. Podem ser utilizadas diferentes folhas de verificação, sendo as mais comuns: 9 UNIDADE Técnicas da Engenharia da Qualidade • Folha de verificação para a distribuição de um item de controle de processo, com definição do Limite Inferior da Especificação (LIE) e Limite Superior da Especificação (LSE) (Quadro 1); Quadro 1 – Exemplo de folha de verificação de item de controle de processo Dimensões 25 LIE 3 LSE 20 5 15 5 5 1 10 5 5 5 5 1 5 5 5 0 3 5 5 5 5 5 4 1 Frequências 3 6 20 28 16 5 4 1 • Folha de verificação para a classificação de defeitos (Quadro 2). Quadro 2 – Exemplo de folha de verificação para classificação dos defeitos TIPO REJEITADOS Subtotal Incompleto 5 5 5 5 5 2 27 Marcas 5 5 4 14 Trincas 5 4 9 Distorção 5 2 7 Outros 5 5 3 13 TOTAL GERAL 70 Total de Rejeitados 5 5 5 5 5 4 29 Técnica do Diagrama de Pareto O diagrama de Pareto é uma técnica da Engenharia da Qualidade que foi criada por Vilfredo Pareto – sociólogo e economista italiano (1843-1923). Foi adaptado aos problemas da qualidade por Joseph Moses Juran – engenheiro eletricista, advogado e consultor de negócios romeno (1904-2008). 10 11 O diagrama de Pareto é construído a partir do princípio de Pareto, o qual diz que a maior parte da riqueza do mundo (80%) está em posse de poucas pessoas (20% ). Assim, adaptando o princípio de Pareto à Engenharia da Qualidade, tem-se que a maior parte das perdas provenientes de problemas da qualidade é consequência de poucos problemas, mas decisivos. Com essa premissa, por exemplo, caso tenhamos cinquenta problemas relacionados à qualidade – por exemplo, itens com defeito, refugo, retrabalho, gastos com reparos de produtos que estão no prazo de garantia, número de reclamações de clientes, ocorrências de acidentes, atrasos na entrega de produtos etc. –, a solução de apenas oito (16% x 50 = 8) ou dez (20% x 50 = 10) desses problemas poderia representar uma redução de 80% (80% x 50 = 40) a 90% (90% x 50 = 45) das perdas que a empresa tem em todos os seus casos de problemas. Pelo princípio de Pareto, entre todas as causas de um determinado problema, apenas algumas são responsáveis pelas consequências indesejáveis do problema. Assim, se forem identificadas essas poucas causas de grande relevância, que são associadas aos problemas que são enfrentados pela organização, será possível eliminar quase todas as perdas por meio de um número pequeno de ações. O diagrama de Pareto é a ferramenta da qualidade que representa o princípio de Pareto. Esse diagrama é composto por barras verticais, que apresentam as informações de forma a evidenciar visualmente a sequência de importância dos problemas, causas ou outras informações. Devem ser utilizados onde os benefícios obtidos pelo seu emprego sejam de maior impacto nos resultados da qualidade. Exemplos de diagramas de Pareto: • Custo de retrabalho de diferentes tipos de defeitos (Figura 2); Figura 2 – Exemplo de custo de retrabalho devido a defeitos de fabricação 11 UNIDADE Técnicas da Engenharia da Qualidade • Frequência de incidência de defeitos (Figuras 3 e 4); Figura 3 – Exemplo de frequência de problemas em atividades de distribuição e entrega Figura 4 – Exemplo de frequência de defeitos em montagem 12 13 • Causa da ocorrência de um problema (Figura 5); Figura 5 – Exemplo de causas principais para a ocorrência de acidentes • Frequência de incidência de um tipo de defeito, ou problema, em lotes de peças resultantes de manufatura em máquinas similares (Figura 6); Figura 6 – Exemplo da quantidade de defeitos por turno para diferentes máquinas 13 UNIDADE Técnicas da Engenharia da Qualidade • Frequência de incidência de defeito, ou problema, em lotes de peças resultantes de diferentes turnos de produção (Figura 7). Figura 7 – Exemplo da quantidade de defeitos para diferentes turnos A sequência para a construção do diagrama de Pareto é: 1. Seleção dos tipos de problemas, ou causas, que se deseja comparar – por exemplo, frequência de ocorrência de diferentes tipos de resultados de um processo, ou causas para a ocorrência de um problema. A seleção é realizada por meio de dados coletados, ou de discussão em grupo – brainstorming; 2. Seleção da unidade de comparação – por exemplo, número de ocorrências, custos etc.; 3. Definição do período de tempo em que os dados serão coletados – por exemplo, 24 horas; cinco dias, quatro semanas; 4. Coleta de dados no local – por exemplo, defeito X ocorreu 42 vezes; defeito Y ocorreu 34 vezes etc.; 5. Escrever as categorias no eixo horizontal, da esquerda para a direita, na ordem decrescente – frequência, custo etc.; 6. Desenhar um retângulo sobre cada categoria, em que sua altura represente o valor daquela categoria – frequência, custo etc. 14 15 Técnica do Diagrama de Causa e Efeito O diagrama de causa e efeito é uma técnica da Engenharia da Qualidade que foi desenvolvida por Kaoru Ishikawa – químico japonês (1915-1989) – para explicar a engenheiros de uma indústria japonesa como os vários fatores de um processo estavam inter-relacionados. Assim, o diagrama da causa e efeito, ou diagrama de Ishikawa, foi desenvolvido para representar as relações existentes entre um problema, ou um efeito indesejável de um processo e todas as possíveis causas desse problema. Atua como um guia para a identificação da causa de um problema e para a determinação das medidas corretivas que deverão ser adotadas. Esse diagrama é traçado de forma a ilustrar as várias causas que levam a um determinado tipo de problema. A sua estrutura lembra o esqueleto de um peixe, por isso é também conhecido como diagrama “espinha de peixe”. Um exemplo da estrutura básica do diagrama de causa e efeito é apresentado na Figura 8, onde vemos que as causas de um determinado efeito – produtos com defeitos – foram genericamente classificadas em quatro categorias básicas: operário, máquina, método de fabricação, material: Figura 8 – Exemplo da estrutura básica do diagrama de causa e efeito A construção do diagrama de causa e efeito deve ser feita por um grupo de pessoas relacionadas ao processo em estudo. Quanto maior o número de pessoas envolvidas com o processo, melhor será a construção do diagrama, pois esse procedimento diminui a possibilidade de omissão de causas relevantes. Para a realização do trabalho em equipe é aconselhável a utilização da técnica de brainstorming. Essa técnica possibilita que a equipe produza o máximo possível de ideias em curto período de tempo. 15 UNIDADE Técnicas da Engenharia da Qualidade Após a definição do problema a ser estudado, a equipe deve identificar todas as possíveis causas do problema. A equipe deve identificar quais as causas que poderiam afetar a característica da qualidade de interesse, ou resultar no problema em estudo. As causas identificadas pelaequipe podem ser classificadas em categorias identificadas anteriormente, ou em novas categorias criadas para caracterizar as causas básicas. Para cada causa identificada, deve-se verificar sua origem. Ou seja, para cada causa é possível identificar causas que se ramificam à causa anterior. O grau de importância de cada causa relacionada no diagrama deve ser estabelecido com base em dados, tanto as causas como o efeito devem ser mensuráveis. Quando não for possível de ser mensurado, deve-se encontrar variáveis alternativas mensuráveis que sejam substitutivas. A Figura 9 apresenta um diagrama de causa e efeito sobre as possíveis causas para o atraso em um pedido de compra: Figura 9 – Exemplo do diagrama de causa e efeito para o atraso no pedido de compra 16 17 Técnica do Histograma O histograma é uma técnica da Engenharia da Qualidade onde o eixo horizontal é subdividido em pequenos intervalos que apresentam os valores assumidos por uma variável de estudo. Para cada intervalo do eixo horizontal é construída uma barra vertical, cuja área é proporcional ao número de observações na amostra e cujos valores pertencem ao intervalo correspondente. O histograma apresenta as informações de modo que seja possível a visualização de um conjunto de dados, bem como possibilita a percepção da localização do valor central e da dispersão dos dados em torno desse valor central. A comparação de dados, para uma qualidade de interesse, organizados na forma de histograma com os limites de especificação estabelecidos para aquela característica, permite saber se: • O processo é capaz de atender às especificações; • A média da distribuição das medidas da característica da qualidade está próxima do centro da faixa de especificação; • É necessário adotar alguma medida para reduzir a variabilidade do processo. As etapas para a construção do histograma são: 1. Coletar os dados (n) referentes à variável, cuja distribuição será analisada. É importante que a quantidade de dados (n) seja maior do que cinquenta para que se possa obter um padrão de representatividade da distribuição; 2. Escolha do número de intervalos ou classes (k). Uma sugestão para a escolha do número de intervalos é apresentada no Quadro 3: Quadro 3 – Número de intervalos em função do tamanho da amostra Tamanho da amostra (n) Número de intervalos (k) < 50 5 – 7 50 – 100 6 – 10 100 – 250 7 – 12 > 250 10 – 20 3. Calcular a amplitude total dos dados (Expressão 1): R = MAX – MIN ...(1) Onde: • MAX – maior valor da amostra; • MIN – menor valor da amostra. 4. Calcular o comprimento de cada INTERVALO (Expressão 2): h R k = ...(2) 17 UNIDADE Técnicas da Engenharia da Qualidade Importante! O valor de h deve ser arredondado para que seja obtido um número conveniente. Esse número deve ser um múltiplo da unidade de medida dos dados da amostra. Importante! 5. Calcular os limites de cada intervalo. O limite inferior do primeiro intervalo corresponde ao menor valor da amostra. O limite inferior do segundo intervalo corresponde ao menor valor (MIN) mais a largura do intervalo h. O primeiro intervalo está na Expressão (3): MIN ≤ K1 < (MIN + h) ...(3) O segundo intervalo está na Expressão (4): (MIN + h) ≤ k2 < (MIN + 2h) ...(4) Os demais intervalos são similarmente obtidos, até que seja alcançado um intervalo que contenha o maior valor da amostra (MAX) entre os seus limites; 6. Construção de tabela de distribuição de frequências, constituída pelas seguintes colunas: • Número de ordem de cada intervalo (i); • Limites de cada intervalo; • Ponto médio de cada intervalo. 7. Construção de escala no eixo horizontal para representar os limites dos intervalos e de escala no eixo vertical para representar as frequências de ocorrências dentro de cada intervalo; 8. Desenhar um retângulo em cada intervalo, com base igual ao comprimento h e altura igual à frequência fi do intervalo. Exemplo: construir um histograma dos dados apresentados no Quadro 4: Quadro 4 – Dados do exemplo Dados 9,9 (2) 10,1 (2) 10,0 (2) 12,0 (5) 10,2 (2) 9,3 (1) 9,8 (2) 10,0 (2) 10,1 (2) 10,2 (2) 10,1 (2) 9,3 (1) 9,8 (2) 10,0 (2) 9,7 (2) 11,3 (4) 9,8 (2) 10,5 (3) 9,7 (2) 9,6 (2) 9,7 (2) 10,0 (2) 8,9 (1) 10,5 (3) 10,0 (2) 10,4 (3) 10,6 (3) 11,1 (4) 9.0 (1) 9,5 (1) 18 19 Solução: A amostra tem tamanho n = 30, de modo que serão utilizados 5 intervalos (k = 5). A amplitude da amostra é: R = 12 - 8,9 = 3,1 O comprimento do intervalo é: h = R/k = 3,1 / 5 = 0,62, de modo que será adotado h = 0,7. Na Quadro 4 está entre parênteses o número do intervalo que pertence o dado. A frequência de distribuição de dados é apresentada no Quadro 5: Quadro 5 – Intervalos e frequência Intervalo Limites Frequência 1 8,9 ≤ x < 9,6 5 2 9,6 ≤ x < 10,3 18 3 10,3 ≤ x < 11,0 4 4 11,0 ≤ x < 11,7 2 5 11,7 ≤ x < 12,4 1 Total 20 O histograma é construído a partir do Quadro 5 (Figura 10): Figura 10 – Histograma Na maioria dos casos é necessário, também, apresentar um sumário dos dados sob forma numérica. 19 UNIDADE Técnicas da Engenharia da Qualidade Técnica do Diagrama de Dispersão O diagrama de dispersão é uma técnica da Engenharia da Qualidade que é utilizado para a visualização do tipo de relacionamento existente entre duas variáveis. Geralmente é utilizado para relacionar causa e efeito como, por exemplo, a intensidade de iluminação de um ambiente e os erros em inspeções visuais. Alguns padrões de relacionamentos entre duas variáveis podem ser: • Relação positiva – o aumento de uma variável conduz ao aumento da outra variável (Figura 11): Figura 11 – Exemplo de correlação positiva entre variáveis • Relação negativa – o aumento de uma variável conduz à diminuição da outra variável (Figura 12): Figura 12 – Exemplo de correlação negativa entre variáveis 20 21 • Relação inexistente – a alteração de uma variável não conduz à alteração sistemática na outra variável (Figura 13): Figura 13 – Exemplo de correlação inexistente entre variáveis Para a construção do diagrama de dispersão devem ser coletados, pelo menos, trinta pares de observações (x, y) das variáveis cujo tipo de relacionamento se deseja estudar. A variável no eixo horizontal deve ser aquela que é considerada a causa que prediz a outra variável, que será marcada no eixo y. A escalas das variáveis se alteram conforme a melhor visualização do padrão de dispersão dos pontos. Para diferentes intervalos de variação, os resultados encontrados podem não ser os mesmos. Portanto, o resultado da existência da correlação entre duas variáveis depende dos intervalos de alteração das variáveis. Na análise do diagrama deve ser verificado se não existem pontos atípicos, que são denominados outliers. Outliers são pontos não condizentes à maioria dos dados. Podem ser consequência de registros incorretos de dados, ou a presença de um defeito no instrumento utilizado para a medição. Os outliers devem ser corrigidos ou eliminados do conjunto de dados. Os outliers também podem representar observações incomuns. Nesse caso, podem fornecer informações importantes sobre o processo que é analisado. Essa análise pode resultar em melhorias em processos ou em novo conhecimento sobre a forma de atuação, cujos efeitos na variável y ainda eram desconhecidos. 21 UNIDADE Técnicas da Engenharia da Qualidade Assim, um outlier somente poderá ser eliminado da base de dados quando exis- tir uma forte evidência de que resultou de um erro de registro, de medição, do fun- cionamento inadequado de um equipamento ou de outras circunstâncias parecidas. Quando existirem um ou mais fatores de estratificação envolvidos no estudo realizado, podem ser obtidas informações importantes do gráfico de dispersão se os diferentes níveis desses fatoresforem identificados. Técnica dos Gráficos de Controle Os gráficos de controle correspondem a uma técnica da Engenharia da Qualidade que tem por objetivo garantir que o processo ocorra na sua melhor condição de operação. As comparações das médias de amostra para amostra e das amplitudes de amostra para amostra indicam como o processo está variando. Quando um processo está em controle estatístico, isto é, quando apenas as causas crônicas de variabilidade estão presentes, o resultado do processo, conforme sua evolução temporal, deve-se distribuir aleatoriamente segundo um padrão de distribuição normal, variando dentro de limites previsíveis em torno de um ponto central. Assim, quando é registrada a média e a amplitude das amostras em gráficos cujos limites e linha central correspondam ao modelo estatístico de variabilidade da média e da amplitude da amostra, os pontos do gráfico devem se distribuir aleatoriamente em torno da linha central e dentro dos limites definidos (Figura 14). Figura 14 – Exemplo de gráfico de média e amplitude em controle estatístico 22 23 Quando o processo não se encontra em controle estatístico, isto é, quando causas esporádicas, além das causas crônicas, estão interferindo na estabilidade do processo, a distribuição dos pontos no gráfico apresentará pontos fora dos limites do gráfico, ou com uma distribuição não aleatória, indicando que está presente algum problema que causa uma piora na qualidade do resultado do pro- cesso (Figura 15): Figura 15 – Exemplo de gráfi co de média e amplitude fora do controle estatístico 23 UNIDADE Técnicas da Engenharia da Qualidade Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Gestão de Qualidade, Produção e Operações: Inclui a ISO 26000 BALLESTERO-ALVAREZ, M. E. Gestão de qualidade, produção e operações: inclui a ISO 26000. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2012. Introdução à Engenharia de Produção BATALHA, M. O. (Org.). Introdução à Engenharia de Produção. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. Gestão da Qualidade: Tópicos Avançados OLIVEIRA, O. J. (Org.). Gestão da qualidade: tópicos avançados. São Paulo: Cengage Learning, 2013. Administração da Produção e Operações RITZMAN, L. P.; KRAJEWSKI, L. J. Administração da produção e operações. São Paulo: Prentice Hall, 2004. 24 25 Referências CARPINETTI, L. C. R. Gestão da qualidade: conceitos e técnicas. São Paulo: Atlas, 2010. CARVALHO, M. M. Gestão da qualidade: teoria e casos. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. MELLO, C. H. P. Gestão da qualidade. São Paulo: Pearson, 2011. 25
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