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Trabalho Escola da Ponte NP2 PDTA - Abordagens Educacionais segundo Rubens Alves

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UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA
Instituto de Ciências Humanas
Curso de Psicologia
AMANDA NUNES WIRGUES
CRÍSCIA ALVES DOS SANTOS
ISABELLE CHRISTINA PIRES GARCIA
MARIA CAROLINA DIONÍSIO DO PRADO
“A ESCOLA COM QUE SEMPRE SONHEI SEM IMAGINAR QUE PUDESSE EXISTIR.” 
(RUBEM ALVES, 2001)
ABORDAGENS EDUCACIONAIS
Campus Assis – São Paulo
2017
UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA
Instituto de Ciências Humanas
Curso de Psicologia
AMANDA NUNES WIRGUES
CRÍSCIA ALVES DOS SANTOS
ISABELLE CHRISTINA PIRES GARCIA
MARIA CAROLINA DIONÍSIO DO PRADO
“A ESCOLA COM QUE SEMPRE SONHEI SEM IMAGINAR QUE PUDESSE EXISTIR.” 
(RUBEM ALVES, 2001)
ABORDAGENS EDUCACIONAIS
Trabalho apresentado para disciplina de Psicologia do Desenvolvimento e Teorias da Aprendizagem, sob a orientação da Professora Elaine.
				
Campus Assis – São Paulo
2017
SÚMARIO
	
	Pág.
	INTRODUÇÃO.................................................................................
	4
	RESUMO DO LIVRO.............................................................
	4
	DESENVOLVIMENTO......................................................................
	5
	2.1. ABORDAGEM COMPORTAMENTAL...................................
	5
	ABORDAGEM HUMANISTA E CONSTRUTIVISTA.............
	7
	ABORDAGEM TRADICIONAL..............................................
	9
	ABORDAGEM PSICANALÍTICA...........................................
	10
	ABORDAGEM SÓCIO-HISTÓRICO......................................
	10
	ABORDAGEM DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL.................
	11
	ABORDAGEM DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS..............
	13
	CONCLUSÃO...................................................................................
	14
	REFERÊNCIAS.................................................................................
	15
	
	
	
	
	
	
	
	
INTRODUÇÃO
RESUMO DO LIVRO
A história do livro “A escola com que sempre sonhei sem imaginar que pudesse existir” (2001) cujo o autor é o educador psicanalítico Rubem Alves (1933-2014), baseia-se na experiência que o mesmo vivenciou quando estabeleceu contato com a Escola da Ponte em Portugal; em que percebeu que seus desejos e anseios em relação a educação eram supridos de forma satisfatória, uma vez que o foco desta escola é centrado no aluno, apresentando um ponto de vista do ângulo educacional, diferente e inovador.
Depois de passar um período nesta escola portuguesa, conversando com professores, alunos e pais, Ruben Alves começa a relatar tais experiências através de artigos publicados no Jornal Correio do Povo em Campinas. Todos estes artigos foram reunidos neste livro, em que expõe todo o fascínio por parte do autor em relação aos métodos educacionais aplicados na Escola da Ponte.
Esta escola, por sua vez com uma base pedagógica comprometida com o aluno, tem por intuito desenvolver a autonomia e a satisfação dos mesmos. Ela possui um corpo docente sólido, atuantes há quase vinte e cinco anos na escola, contando no total com 125 alunos.
No decorrer dos anos, essa escola passou por uma construção coletiva de ensaio e erro, em que os educadores juntamente com seus alunos e toda a comunidade desenvolveram uma proposta pedagógica que pudesse visar primeiramente o aluno e o desenvolvimento de sua capacidade criativa, acreditando que acima de tudo a aprendizagem acontece de forma exultante, na qual os trabalhos e pesquisas apenas servem para promover o progresso do raciocínio investigativo. 
Nesse âmbito a escola da Ponte não apresenta a divisão de salas de aulas por séries e nem os espaços detalhadamente organizados como as escolas tradicionais. Sendo os locais de ensino amplos, as salas multisseriadas e o trabalho pedagógico determinado com base em temas de interesse e á gosto dos alunos.
Um exemplo disto, está no relato do autor, em que existe um quadro na escola onde está mencionado a seguinte frase: "tenho necessidade de..." e que é completada pela resposta do outro que diz: "posso te ajudar", o que de fato instigue a troca constante de conhecimentos e a responsabilização de todos com o seu aprendizado e dos demais colegas. Um outro exemplo relevante relatado pelo autor é que os alunos mais velhos, produzem trabalhos ou pequenos textos para os mais novos, proporcionando assim uma troca de conhecimentos entre os alunos, sem a constrangedora e seriada situação que ocorrem nas escolas tradicionais.
Rubem Alves analisando tal perspectiva, chega à conclusão que a escola da Ponte não tem a cidadania como algo a ser atingido, como afirma a maioria das propostas pedagógicas, mas sim afirma que a escola da Ponte permite que seus alunos vivenciem a cidadania propriamente dita.
Com base nesses aspectos, esse trabalho tem por intuito comparar os relatos realizados por Ruben Alves em seu livro com as abordagens educacionais, abordando os principais pontos que se relacionam ou divergem em contraste com a proposta pedagógica relatada e defendida no livro em questão.
DESENVOLVIMENTO
ABORDAGEM COMPORTAMENTAL
Em contrapartida ao que se refere a abordagem educacional citada no livro de Rubem Alves, uma outra didática utilizada na maioria das escolas, é o dos comportamentalistas ou também chamados behavioristas, que consideram a experiência como base do conhecimento.
Segundo MIZUKAMI (1986), assim o conhecimento adquirido através da experiência e ordem nos eventos do universo serão colocados em códigos simbólicos. Em que cada parte do comportamento, segundo Skinner (1904-1990) é uma função, ou seja, o aluno é considerado como um recipiente de informações e reflexão. Desta maneira, procede-se a análise comportamental de ensino e consequente respostas por parte do aluno e seus componentes comportamentais e a possibilidade de mudanças através de treinamento com objetivos prefixados.
A realidade para Skinner (1904-1990), é um fenômeno objetivo, o mundo já é construído e o é homem produto do meio, sendo que este pode ser modificado conforme a sua função, alterando os elementos ambientais. Nesse sentido, a educação evidentemente deverá transmitir conhecimentos, comportamentos éticos, práticos, sociais, habilidades necessárias para o controle do mundo ambiental, cultural e social. Em que o objetivo do sistema educacional tem finalidade básica para transformações desejáveis e permanentes em que seus próprios esforços são para aquisição de novos comportamentos.
Para MIZUKAMI (1986), dentro deste conceito, a escola deverá adotar formas educacionais de controle para os comportamentos que pretende manter com objetivos de caráter social em função daqueles que conferem o poder. Segundo Skinner (1904-1990), a educação educativa ocidental é voltada para o saber e o conhecimento, e assim um controle aversivo, em que a escola está ligada a variadas agências controladoras da sociedade, como o governo e a política, uma vez que depende delas financeiramente. 
O ensino então, corresponde ao arranjo de contingências para uma aprendizagem eficiente. Assim, para os behavioristas a aprendizagem pode ser definida como uma mudança numa tendência comportamental, na qual os alunos são condicionados e reforçados por elogios, graus, notas, prêmios e entre outros. Dessa forma, a eficiência na elaboração dos sistemas, modelos de ensino depende de habilidades do planejador e do professor, em que a função básica do professor seria de arranjar as contingências de reforço a fim de aumentar o resultado de uma resposta aprendida.
Em relação a metodologia, incluem a tecnologia educacional e estratégias de ensino e formas do relacionamento de professor e aluno. Para Skinner (1904-1990) seria necessário a elaboração de uma tecnologia de ensino, como maneira de planejar, conduzir e avaliar o processo total de ensino e aprendizagem a base de pesquisas em meios humanos e não humanos. Já segundo Majer (1971), a individualização do ensino implica em especificação de objetivos, controle de contingências feedback, á respeito ao ritmo de cada aluno.Em que os objetivos do ensino têm papel importante em todo planejamento do processo instrucional, o que se quer ensinar, em que nível se quer que o aluno aprenda e quais condições os alunos devem responder.
O que diz respeito à avaliação, está ligado diretamente a esses objetivos propostos, pois é assim que se fornece dados para os resultados das contingências de reforços dos próximos comportamentos a serem modelados. Nesse sentido, a educação, ensino, aprendizagem, instrução passam a significar um arranjo de contingências, afim de serem identificadas com métodos e tecnologia. Tal como se prevê o ensino comportamental, foge totalmente do diretivismo estabelecido pela abordagem educacional citada no livro.
Pois, nas escolas comportamentais, enquanto seguem uma teoria que condiciona os alunos a uma aprendizagem predefinida e estabelecida, os reforçando por meio de contingências, a Escola da Ponte em Portugal valoriza a liberdade educacional através do companheirismo, solidariedade, afetividade e responsabilidade entre alunos e professores. Deixando que o aluno expresse a sua individualidade e sinta-se estimulado a procurar os conhecimentos que o interessem, isto é, o ambiente da Ponte apresenta-se como um lugar amigável e respeitoso, dando espaço e voz para a criança exteriorizar opiniões e construir o ambiente educacional junto aos professores.
ABORDAGEM HUMANISTA E CONSTRUTIVISTA
Segundo MIZUKAMI (1986), para Carl Rogers (1902-1987) a abordagem humanista caracteriza-se como um processo não-diretivo, ou seja, defende que o aluno pode aprender sozinho pois, possui um leque de conhecimentos encravados que precisa ser apenas exposto. Em que o professor é apenas um facilitador, e não o detentor de todo o conhecimento podendo, no máximo, orientar caso dúvidas apareçam na aprendizagem de seus alunos.
Enquanto isso, suíço Jean Piaget (1896-1980) desenvolveu estudos sobre a gênese do conhecimento nas pessoas e como elas desenvolvem a inteligência, a Epistemologia Construtivista (como foi chamada) defendia, principalmente, que o fenômeno da aprendizagem se dava pela interação constante que a criança fazia com os objetos, construindo conceitos mais simples que, depois, serviriam de base para os mais complexos. 
Piaget defendia que a interação era a base do aprendizado, cabendo ao professor criar problemas para seus alunos, proporcionar um contato com o problema e estimulando-os a proporem soluções que aumentem a compreensão de seus ambientes (Equilibração Majorante).
Essas duas teorias aproximam-se bastante da proposta da Escola da Ponte. Defendendo o conceito humanista, a Escola permite e estimula que as crianças formem grupos para estudo de um tema. Uma vez que os professores não estimulam essas organizações, os próprios alunos se propõem a servirem-se como guias nos assuntos que compreendem ou como guiados nos assuntos que não dominam, por meio de um quadro dividido com opções de ajudar em algum assunto ou ser ajudado em outro, os alunos demostram um conhecimento de suas limitações e também um domínio de suas habilidades. 
Para MIZUKAMI (1986), baseando-se na teoria Construtivista, esse conhecimento provém da interação e do estabelecimento de contato com o objeto de ensino. Isso se apresenta, no momento em que o autor relata que em sua visita a escola da Ponte os alunos estavam estudando o Descobrimento do Brasil e se interessaram pela construção das Caravelas, o interesse levou à formação do grupo de estudos que com o contato ativo do assunto foi se transformando em um conhecimento de várias facetas.
ALVES (2001) faz uma crítica sobre as obras de Karl Marx há um conceito em relações de produção inserida aos princípios da pratica educacional inserida numa sociedade à luta de classes.
Segundo Marx, é a partir do trabalho que o homem, na relação com a natureza, supera sua condição de animal e desenvolve a produção dos meios de sobrevivência. Nesse caso, em seu sentido de crítica, Rubem Alves apresenta um pensamento similar ao de Carl Rogers sobre a educação. Segundo MIZUKAMI (1986, p. 38) “o homem não nasce com um fim estabelecido, mas conta com a autonomia absoluta e retrata como um planejamento durável e incompleto. Contraria o fruto, cria-se a si próprio”. Através desta fala de MIZUKAMI (1986, p. 38), mostra que a escola tradicional comete erros ao fazer sua “linha de produção pedagógica”, logo nascemos livres para incorporar cada um à sua sabedoria.
Segundo o que percebemos no mundo e nossas demais experiências de vida, inventamos um significado especial para o nosso comportamento diante as circunstancias de cada ambiente, ou seja, aprendemos e usufruímos aquilo que é importante para nós.
A Escola da Ponte surpreende Rubem Alves, pois nela, os alunos não têm um projeto exclusivo com afim de compreender. Cada um, cria sua experiência tal qual tem entendimento.
A criança não entende o que é disciplinar-se, pois ao mesmo tempo que ela quer aprender, ela não sabe como aprender, portanto, ela não é capaz de realmente saber por falta de experiências ainda não vividas, por isto a escola deve produzir o contrário, deve florescer a capacidade e autonomia de cada indivíduo.
 ABORDAGEM TRADICIONAL
Segundo MIZUKAMI (1986), a Abordagem Tradicional de ensino não é fundamentada em teorias empiricamente validadas, é fundamentada em uma pratica educativa e na sua transmissão no decorrer dos anos. Dentro desta abordagem, para BECKER (1992), a educação é tida como um produto onde nada se cria apenas se transmite, não há uma exploração de assuntos do interesse das crianças, pois simplesmente são obrigadas a seguir um padrão.
Pode-se dizer que há uma breve referência do livro “Pinóquio às Avessas” (Rubem Alves, 2005), em que o aluno tem instinto investigativo e curioso aguçado, mas é minimizado a aprender o necessário e suficiente segundo o contexto tradicional. Diferente da escola da Ponte em que a aprendizagem é obtida por meio de um percurso não em um caminho predeterminado. 
Nesta escola a forma de aprendizagem é coletiva, todos se apoiam e se ajudam, não existe separação de séries, idades, todos são responsáveis pelos assuntos que escolheram estudar. Isso remete uma crítica a abordagem tradicional “a memória é um escorredor de macarrão” o escorredor serve para deixar passar o que não será usado, ou seja, os estudantes são forçados a estudar por meio decoração de conteúdo, de modo que logo esquecem, não pela falta de memória, mas pelo fato de não terem realmente apreendido, e sim apenas memorizado. Essa circunstância seria um modo de dizer que a imposição feita ao aluno deve ser repensada.
ABORDAGEM PSICANALÍTICA 
Dentro da abordagem psicanalítica, segundo KUPFER (1995), a relação professor e aluno não é apenas uma transmissão de conhecimentos, para a psicanálise há outra lógica para a inteligência, já que procura uma ligação com os aspectos cognitivos e afetivos com relação a educação. 
O professor age sobre a criança e tenta ensinar mais no nível inconsciente do que no consciente, ele não ensina apenas no que diz ou pelo que é, mas procura ensinar pelo que é. Sendo assim, não basta a criança ter uma saúde física e uma inteligência satisfatória para se desenvolver. É necessário também que tenha uma educação afetiva que permita uma sensibilidade relacional com os outros.
Segundo Freud (1856-1939), os seres humanos têm fases e essas devem ser tratadas com diferenças, na escola da Ponte não existe essa separação por idades, ao contrário, existem um conjunto onde há a relação aluno e professor e aluno e aluno, pois esses também assumem um papel de professor. A forma de aprendizado dessa escola aproxima-se de uma pedagogia relacional, considerando mestre e aluno. Nesse sentindo, a diferença se dá pois, como pedagogia não diretivista, a abordagem psicanalítica defende que o professor não deve interferir no processo de aprendizagem do aluno transferindo maior parte do processo para uma “função inata” presente em todos.  
Por outro lado, alguns professores da Escola da Ponte dão a mesma autonomiadefendida pela abordagem psicanalítica aos seus alunos. Agindo como orientadores, eles não dão caminhos prontos ou externam o conhecimento para seus alunos, mas permitem que a criança desenvolva interesses próprios e traga suas próprias conclusões.
ABORDAGEM SÓCIO-HISTÓRICA
A abordagem Sócio histórica, assim como a Construtivista e Humanista, apoia que a interação é um processo adequado para educação, em que uma pessoa pode basear sua cidadania totalitária quando se une e compreende a cultura em que habita, sendo assim, o papel educacional é mostrar a cultura a estes indivíduos para que os mesmos exercem sua autonomia.
O surgimento da Escola da Ponte se relaciona com o surgimento da Pedagogia Histórico-Cultural, pelo fato de haver uma necessidade de suprir as carências que a escola tradicional não supria, tendo como princípio o estudante, para formá-lo em um ser civilizado que realize na sociedade, de forma consciente, tarefas com um olhar ético e moral, visando um melhor convívio social, se igualando a ampla forma da pedagogia de Paulo Freire (1921-1997), em razão de que esta vem com o objetivo de formar sujeitos com a capacidade de senso crítico, produzindo no meio social o requerimento dos seus direitos de forma crítica e clara, e essa é a finalidade da Escola com base nos conceitos de Paulo Freire (1921-1997) a da Escola da Ponte.
Portanto, independente dos pressupostos epistemológicos na atuação do professor em sala de aula serem completamente diferentes em alguns aspectos entre a abordagem Sócio histórica e da forma educacional ministrada da Escola da Ponte. O professor é considerado apenas um facilitador, sendo procurado pelo os alunos quando sentem que precisam de ajuda e suporte, de forma que possam explicar os modos de pesquisa. A abordagem Paulo Freire, também pode ser relacional, fazendo com que o professor levante uma questão problemática sobre algum tema e aspecto. 
O mais relevante é que ambas são voltadas para o indivíduo com o intuito de transformá-lo a partir da sua subjetividade e de suas necessidades reais, como também as mesmas necessidades do grupo, desenvolvendo o senso comum, solidariedade e consecutivamente, voltando-se para as causas sociais, de forma crítica e impondo o conhecimento de forma proveitosa para que assim não sejam exerçam método antiquado, os tornando dessa forma, o indivíduo em um ser social que participe ativamente dos movimentos socioculturais e políticos, que manifestem e preservem os seus direitos autônomos. 
ABORDAGEM INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
Por muito tempo as sociedades apresentaram preferência pelas habilidades lógicas e racionais dos indivíduos, como o conhecimento, a prática e a demonstração, uma vez que acreditavam que o sucesso estava definido somente pelo domínio desses conhecimentos. Essa ideia ainda permeia na sociedade, entretanto ela vem sendo confrontada e de certa forma moldada pelo conceito da Inteligência Emocional desenvolvida por Daniel Goleman, que acreditava ser necessário o estabelecimento de um equilíbrio entre o conhecimento prático e o conhecimento emocional.
 Conhecimento emocional, para GOLEMAN (1996), seria a consciência por parte do indivíduo de suas variações pessoais, isto é, emocionais. Possuindo um bom relacionamento interpessoal e intrapessoal. Segundo Goleman, a inteligência emocional poderia ser trabalhada em cinco domínios:
Autoconhecimento Emocional: O indivíduo que está emocionalmente estável, e que sabe reconhecer e relacionar claramente suas emoções.
Controle Emocional: O indivíduo que possui a habilidade de controlar suas emoções sabendo adaptá-las aos determinados contextos, não tomando decisões precipitadas, ou responsabilizando outras pessoas pelas suas emoções sentidas, isso demonstra responsabilidade emocional.
Automotivação: O indivíduo usa suas emoções como motivação, resistindo às adversidades que o mundo impõe e não se deixando abalar por elas.
Reconhecer Emoções Alheias: Está relacionada ao indivíduo que além do domínio de suas próprias emoções, sabe identificar as variações emocionais dos outros, sabendo reconhecer e ouvir quando estes precisam.
Habilidade em Relacionamentos Interpessoais: Está relacionada com o bom desempenho do indivíduo em reconhecer as emoções em outras pessoas.
Atualmente há uma crise nestes quesitos emocionais, a ideia de felicidade é apresentada a todo tempo como algo alcançável, no entanto a maioria das pessoas não são preparadas para lidar com situações em que não consigam alcançar tal almejo, o que ocasiona decepções e frustações. Alguns pais, tentando proteger excessivamente seus filhos, os tornando emocionalmente frágeis, o que pode acarretar em sérios distúrbios emocionais.
O ensino baseado na abordagem da Inteligência Emocional, segundo GOLEMAN (1992), combate o “analfabetismo emocional”, de forma que promove o reconhecimento dos atuais padrões que as crianças vivem, na qual o professor trabalha o autoconhecimento, auxiliando o aluno a verbalizar o que sente, e assim promovendo o equilíbrio com as práticas lógicas. 
Esse método, está amplamente relacionado aos professores da Ponte, na qual Rubem demonstra que os alunos possuem um conhecimento emocional desenvolvido, sabendo lidar com outros alunos e professores, um exemplo disso está no papel que assumem na hora de ensinar conteúdos e de tomar decisões.
ABORDAGEM DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS
Howard Gardner formalizou suas descobertas na teoria das Inteligências Múltiplas, em defende que a mente deve ser tida como uma estrutura com vários lados, onde diversos conhecimentos se relacionam, assim ampliou a visão do homem para uma visão mais pluralista.
Segundo GARNER (1995), sua teoria identificou sete inteligências: Verbal, Lógico-Matemática, Corporal-Cinestésica, Espacial, Musical, Interpessoal, Intrapessoal e Naturalista, em que mais tarde viriam a ser adicionadas mais duas (Pictórica e Social) pelo psicólogo Goleman (da abordagem Inteligência Emocional).
No que diz respeito a aprendizagem, a abordagem das inteligências múltiplas, para ANTUNES (2006), a escola deve diversificar as formas de resolução de problemas, fornecendo caminhos variados, de forma que identifique as aptidões de cada aluno. GARDNER (1995), assim como outros, admite que cada um tem determinado ritmo de aprendizagem e defende, acima de tudo, que os alunos não possam ser muito estimulados. Os teóricos dessa abordagem defendem que todas as inteligências devem ser desenvolvidas e que não pode existir uma substituição de funções.
Relacionado a Escola da Ponte, pode-se observar que a formulação de grupos com base na escolha dos temas pelos alunos, proporciona um meio de fornecer o caminho para os estudantes, afinal de contas, eles acabam aprendendo assuntos que tendem a ter maior preferência. Essa dita preferência acaba sendo ditada por alguma inteligência específica das crianças, e a Escola da Ponte apenas viabiliza este processo.
 
CONCLUSÃO
Segundo LOPES et. al. (2015), o livro aborda uma concepção diferente ao que se refere a um novo método de aprendizagem, apresentando uma abordagem distinta e inovadora, que entrelaça a educação e o adquirir de conhecimentos no simples fato de estimular o gosto de aprender nos alunos, ao mesmo tempo que faz críticas a algumas abordagens epistemológicas dentro do campo educacional.
Dessa forma, conclui-se, que a reflexão crítica é conduzida a imediata e necessária missão de revolucionar o ensino, por meio da extensão dos resultados da pesquisa na educação. De forma que comprova, que uma escola diferente, onde se buscam ferramentas e soluções em conjunto para uma convivência em grupo, sintonia de ideias, harmonia ao que diz respeito as emoções e o desenvolvimento do espírito investigativo e indiligente; é possível.
Nesse cenário, a Escola da Ponte liga-se ao prazer de aprender, onde está repleta do lúdico, demonstrando que nas escolas à dança, à música, à poesia, à compreensão dos valores, lidando com as emoções e com as descobertas, pode ser atingida por intermédio de pesquisas sobreo método mais adequado.
De forma que possibilite uma forte relação entre ser, viver e conviver; ou que até mesmo sobreponha os melhores e mais beneficentes conceitos de cada abordagem, ponderando o cenário e a situação de cada grupo à qual se quer ensinar. Para que assim, se possa alcançar uma educação que viabilize a autossuficiência e a liberdade.
REFERÊNCIAS
ALVES, Rubem. A Escola com que sempre sonhei sem imaginar que pudesse existir. Ed. 5°- Campinas, SP; Papirus, 2001.
ANTUNES, Celso. Inteligências Múltiplas – Introdução. Coleção Inteligências Múltiplas e seus jogos. São Paulo: Vozes, 2006.
BECKER, Fernando. Modelos pedagógicos e modelos epistemológicos. Disponível em: <http://www.marcelo.sabbatini.com>. Acesso em: 30 de outubro de 2017.
GARDNER, Howard. Inteligências múltiplas: a teoria na prática. Trad. de Maria Adriana Veríssimo Veronese. Porto Alegre: Artmed, 1995.
GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional. Trad. de Marcos Santarrita. 5ª ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 1996.
KUPFER, M C. A. Freud e a Educação. O mestre do impossível. 3ª ed.São Paulo, Scipione, 1995.
LOPES, Felipe et. al. Abordagens do Livro: A Escola com que sempre sonhei sem imaginar que pudesse existir – Rubem Alves. São Paulo: Relatório de Pesquisa, 2015.
MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 1986. (Coleção Temas básicos de educação e ensino).

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