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Metodologia Jurídica - Anotações das aulas da primeira prova + Resumos

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Disciplina: Metodologia Jurídica (DIR 3044‐C)                                                                                                                                                                                                                                                                
Professor: Marcus Paulo Rycembel Boeira 
 
"                                                                                                                                                                                              24/04/2015 
 
Sergio Somenzi Junior 
Sumário 
1. ESQUEMA PARA PROVA .................................................................................................................................................. 1 
2. AULAS .............................................................................................................................................................................. 5 
AULA 1 ‐ 11/03/15 ........................................................................................................................................................... 5 
AULA 2 ‐ 18/03/15 ........................................................................................................................................................... 9 
AULA 3 ‐ 25/03/15 ......................................................................................................................................................... 14 
AULA 4 ‐ 01/04/15 ......................................................................................................................................................... 20 
AULA 5 ‐ 08/04/15 ......................................................................................................................................................... 23 
3. RESUMO DOS TEXTOS ................................................................................................................................................... 26 
1. DILTHEY, WILHELM – A CONSTRUÇÃO DO MUNDO HISTÓRICO NAS CIÊNCIAS HUMANAS. .................................... 26 
2. PALOMBELLA, GIANLUIGI – FILOSOFIA DO DIREITO, III. DIREITOS E TRADIÇÕES. IDEIAS EM EVOLUÇÃO (E RE‐
VOLUÇÃO) HISTÓRICA. .................................................................................................................................................. 28 
 
 
1. ESQUEMA PARA PROVA 
1. Projeção das Ciências da Natureza nas Ciências Sociais 
 
O método das Ciências da Natureza (Leis da Natureza + Certeza dos Resultados da Pesquisa) 
extrapolou os limites dessas ciências e se projetou para as ciências sociais. 
 
2. No sec. XVII, a origem das Ciências Sociais identificou analogamente Sociedade e Natureza. 
 
3. Método dialético-histórico: Marx. 
 
Marx constrói o método dialético-histórico. É da relação entre o valor e o trabalho que nascem as 
constatações histórico-dialéticas das relações humanas, tecido que fornece as bases para a econômica 
politica, ciência das ciências. 
Valor Trabalho - O homem se objetiva no produto do seu trabalho. 
4. Método Positivista: Augusto Conte. 
 
Para Augusto Conte a fase Cientifica é uma etapa de superação das fases Metafísica e Teológica. 
Ele toma a ciência e a verificação empírica que lhe é correspondente como método e a previsão dos 
comportamentos sociais como resultado. 
5. Método da Investigação Social: Durkheim 
 
Durkheim expõe a Teoria do Fato Social na qual o método de Investigação social é um meio de explicar 
o sentido da participação dos indivíduos na estrutura social. Deve partir de uma comparação entre 
solidariedade mecânica e solidariedade orgânica. 
 
6. Método Analítico Descritivo: Weber 
 
Parte da observação da prática social e não da teoria social e impõe um tipo de método social, dividido 
em duas etapas: 
1ª Etapa: Responsabilidade Vocacional do Sociólogo em descrever analiticamente as relações 
de causalidade dos fenômenos social. 
2ª Etapa: Separação didática entre caso central e casos periféricos para facilitar o entendimento 
e a descrição analítica. 
 
 
                                                                                                                                                                                                                        
Disciplina: Metodologia Jurídica (DIR 3044‐C)                                                                                                                                                                                                                                                                
Professor: Marcus Paulo Rycembel Boeira 
 
O                                                                                                                                                                                              24/04/2015 
 
7. Método da Compreensão: Dilthey 
 
A distinção entre o método das ciências naturais e o método das ciências humanas está no modo de 
raciocinar: 
 Ciências Naturais x Ciências Humanas 
 Conhecer x Compreender  tem tudo para ser questão de prova 
 Obs. Empírica x Busca de Sentido. 
 Compreender é um esforço hermenêutico (interpretar) de buscar o sentido. 
 Método trabalha com raciocínio, não com objetos. 
 
8. As três Metodologias Sociológicas Atuais 
 
 I - Estudo de Coisas: “Estado de Fatos”; 
 II - Raciocínio logico-analítico; 
 III – História. 
 
9. Método do Estudo de Coisas: 
 
Ponto de partida é a relação entre pessoas e objetos. 
Os objetos provocam apetites, escolhas e/ou decisões nos seres humanos. 
O indivíduo possui três disposições referentes a tais provocações vinda dos objetos: vontade, escolha 
e/ou decisões. 
Essas três disposições são articuláveis, mas não são articulas (interligadas) necessariamente. 
(ver item 12) 
 
10. Método do Raciocínio logico-analítico 
 
O método parte do raciocínio diferenciando três tipos: 
 - Rac. Teórico – Buscar a Essência; 
 - Rac. Prático – Como Agir; 
 - Rac. Técnico – como fazer. 
, pois procura investigar as partes 
componíveis da ação humana: 
 Meios; 
 Fins; 
 Objeto. 
A incidência, por exemplo, das normas jurídicas sobre sociedade ocorre quando as proposições 
normativas incidem sobre as partes. 
11. Método Histórico 
 O grau de confiabilidade do estudo da História depende do tipo de fonte utilizada (1ª ou 2ª). 
 Fontes Primárias: Princípio do método de investigação histórica. 
a) Fontes Primárias Escritas - Fornece Confiança Absoluta. 
b) Tradição Oral - Precisa haver confiança na Sociedade; 
 É o modo como usos e costumes passar de geração para geração. 
 Pressupõe um alto nível de confiança intergeracional. 
Fontes Secundárias - Parte das Fontes Primárias e serve como linguagem de fundo explicativa da 
história. Suas funções são: 
a) Explicar a historia (ex. Livros de Hist. do Ensino Médio.); 
b) Interpretação de fontes primárias; 
c) Conexão de fontes. 
 
12. A Negação de Dilthey da metodologia do Estado de Coisas (item 9) 
Dilthey não reconhece a metodologia do Estado de Coisas, porque há certas coisas que são difíceis 
delimitar. Por exemplo, o indivíduo, por ser um organismo físico-psíquico. 
 Ex. Uso do Instinto Humano é físico ou psíquico? 
 O instinto e outras faculdades usam as duas dimensões. 
                                                                                                                                                                                                                        
Disciplina: Metodologia Jurídica (DIR 3044‐C)Professor: Marcus Paulo Rycembel Boeira 
 
P                                                                                                                                                                                              24/04/2015 
 
Por isso ele nega essa metodologia, pois não concebe divisão exata entre social e natural. 
 
13. Direito Romano 
 
O direito para os romanos era um meio de concretização de uma ordem entendida como a forma ideal 
da cidade. A palavra direito vem do latim “Derectum” que significa direção. 
Como representação da ordem o direito arbitra (julga) os conflitos sociais dirigindo a sociedade para a 
sua forma ideal. Para tanto traz três exigências a partir do conceito de Ulpiano: 
a) Vida Honesta: Ordenação dos próprios atos do indivíduo 
b) Não causar danos aos outros: reconhecer os outros como sujeito de direitos. 
c) Dar a cada um aquilo que é seu: Conferir aos outros aquilo que é devido segundo o direito (ex. 
contrato de compra e venda que foi acordado a entrega de um bem por um $). 
 
14. Direito Romano – Distinção entre o âmbito da ação e da exceção 
 
No âmbito da ação situa-se o direito como instrumento de ordenação social. A concreção da decisão 
jurídica está conectada a execução, isto é, um fundamento do motivo de uma decisão tomada por um 
juiz (iuris-prudenti) que reestabelece a ordem atingida e ao mesmo tempo cria uma instituição do 
direito civil (ciência do direito = iuris prudentia). 
O magistrado (magister = juiz ou professor) constrói o direito porque cumpre as três exigências de 
Ulpiano estando apto a dizer se uma coisa é pertinente ao direito (Res Iudicata) ou irrelevante ao direito 
(exceptio). 
O âmbito da exceção refere-se aos Fatos Sociais excetuados pelo direito, os quais não dizem respeito 
ao direito. 
 
 
 
 
15. Qual é o método do Direito Romano? 
 
Um prudente que possui a responsabilidade de dirigir a sociedade para visando uma ordem. Juiz e 
ordem. 
16. Influencia do Direito Romano após queda de Roma 
SISTEMA FONTE DO SISTEMA EVOLUÇÃO 
COMMOM LAW COSTUME PARLAMENTO 
ROMANO GERMÂNICO LEI JUDICIÁRIO 
 
17. Sucessão do Direito Romano com a queda do Império Romano no Ocidente 
1. A continuação do Império em Bizâncio com o correspondente Corpus Iuris Civilis: a unificação 
sistemática do conjunto das fontes do direito romano. 
2. No ocidente a dissolução da unidade do império foi sucedida pela multiplicidade de comunidades 
políticas locais, cada qual com sua cultura e seu direito. 
 Em cada comunidade dessas surgiram Instituições voltadas para dois objetivos: 
a) Criação e preservação do direito local (“Lex Barbarorum”); 
 Nascem as Instituições de direito para garantir a ordem, paz interna. 
b) Preservação da existência da própria comunidade buscando segurança externa: 
Nascem as Intuições Políticas para garantir a segurança externa. 
 
18. Surgimento dos Parlamentos 
Entre sec. XI e XVI nascem e se desenvolvem os Parlamentos (cortes) com o objetivo de representar a 
sociedade e colher para si prerrogativas atinentes às instituições jurídicas e politicas do rei. Tanto na 
GERAL ACTIO (ação) – Coisa Julgável (Res Iudicata)– 
Relação Sujeita ao direito. 
“EXCEPTIO” (exceção) 
PARTICULAR 
JURÍDICO – Ordem Atacada – Executio 
(execução) 
SOCIAL – Fatos sociais 
sem relevância para o direito. 
 
                                                                                                                                                                                                                        
Disciplina: Metodologia Jurídica (DIR 3044‐C)                                                                                                                                                                                                                                                                
Professor: Marcus Paulo Rycembel Boeira 
 
Q                                                                                                                                                                                              24/04/2015 
 
Inglaterra como no continente esse movimento produziu um fortalecimento do parlamento como 
Instituição. 
A sociedade passou a adquirir prerrogativas jurídicas e politicas para a preservação e expansão das 
liberdades civis e politicas. 
Enquanto o parlamento anglo saxônico continuou o seu poder para além do séc. XVI e XVII no 
continente ele sofreu uma reação do poder régio que culminou no nascimento do Estado Moderno. 
19. Qual é o método do direito no direito Anglo-saxônico? 
É o próprio fundamento moral. No sistema de Common Law o método do direito (os limites do objeto 
do direito) é o seu fundamento moral, entende-se “moral” não como uma doutrina ética rígida, mas 
como um conjunto dos costumes sociais expressos no censo comum. 
20. Diferenças entre Parlamentos Continentais e da Inglaterra 
Os Parlamentos Continentais atuaram como órgão de representação absoluta da sociedade e, assim, 
dividido em classes. 
O número de conflitos existente no contexto continental levou a busca por certeza e segurança nas 
relações sociais. Essa busca levou o parlamento a transformar antigos costumes e práticas em Leis 
Fundamentais do reino. 
 
21. A noção histórica de Lei 
Seus primeiros passos foram dados no direito romano, a partir do digesto foi possível constatar uma 
determinada Estrutura composta das seguintes partes: 
a) Regras estabelecendo Medidas de comportamento. 
b) Interpretações possíveis dessas regras adaptando-as a diferentes circustâncias. 
 
22. A Interpretação das Leis 
Início nas Universidades Italianas, sendo feitas pelos estudantes que estabeleciam interpretações do 
digesto como se fossem ficticiamente interpretes de leis. 
Posteriormente os tribunais assumiram a atividade de interpretá-las. 
 
23. Direito no Continente: A busca por Segurança 
No modelo continental o direito passa a ser visto não mais como um conjunto de práticas difusas na 
história da sociedade (como é no Common Law), mas como um sistema de Regras articuladas de 
maneira lógica buscando dar segurana em sentido absoluto. 
 
24. Diferenças entre Common Law e Sistema Romano Germânico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Common Law  Diferenças quanto ao  Sistema Romano Germânico 
Senso Comum  Método  Lei 
Consenso > Conflito  Sociedade  Conflito > Consenso 
História das Instituições.   Direito  Sistema de Leis (regras) 
Atos são remédios.  Atos Jurídicos  Lei é um ato de prevenção 
Empirismo  Filosofia  Racionalista 
                                                                                                                                                                                                                        
Disciplina: Metodologia Jurídica (DIR 3044‐C)                                                                                                                                                                                                                                                                
Professor: Marcus Paulo Rycembel Boeira 
 
j                                                                                                                                                                                              24/04/2015 
 
 
 
 
 
 
2. AULAS 
AULA 1 ‑ 11/03/15 
A disciplina visa aumentar a capacidade de compreensão do Direito. 
Hoje discutiremos a Ementa e falaremos sobre o Ponto 1 – O Problema do método nas Ciências Sociais. 
O Problema do Método nas Ciências Sociais 
A aula de hoje tenta responder as duas perguntas: 
1. Qual o campo da ciência? 
2. E, qual o campo da vida? 
Aristóteles foi o primeiro autor que forneceu meios para discutir a divisãoda ciência e da vida. Ele usou 
exemplos da Botânica e Mineralogia. 
Aristóteles com a Ética Política construída em Atenas + Platão com A República = 
Precursores das Ciências Humanas. 
Séculos depois, no iluminismo, as Ciências Humanas viveram um dilema de serem estudas sob o ponto de 
vista Biológico ou Moral. 
Como surgiu o problema do método nas Ciências Sociais? 
1. Da busca pela Segurança dos Resultados (confiabilidade) – Técnica de Controle; 
2. Quais condicionamentos para delinear o campo (objeto) de âmbito de investigação. 
 
Com desenvolvimento da tecnologia o ser humano aumentou a percepção sob o fenômeno especifico e 
conseguiu aumentar a técnica de controle. 
Houve uma necessidade de verificação empírica e a tecnologia ajudou nisso. 
Common Law  Diferenças quanto ao  Sistema Romano Germânico 
Senso Comum  Método  Lei 
Consenso > Conflito  Sociedade  Conflito > Consenso 
História das Instituições. Identificam‐
se com a própria História das 
Instituições do Reino e assim com 
práticas sociais consolidadas no 
tempo. 
Direito  Sistema de Leis (regras) 
Atos são remédios que conformam as 
relações humanas. Isso decorre dos 
atos serem frutos dos precedentes 
que são posteriores aos costumes. 
Atos Jurídicos  Lei é um ato de prevenção; 
anterior ao fato. 
Empirismo: A prática antecede os 
Atos Jurídicos. 
Filosofia  Racionalista: O legislador com 
crença que pode fazer um sistema 
que abarque todas as 
possibilidades do comportamento 
humano. 
                                                                                                                                                                                                                        
Disciplina: Metodologia Jurídica (DIR 3044‐C)                                                                                                                                                                                                                                                                
Professor: Marcus Paulo Rycembel Boeira 
 
s                                                                                                                                                                                              24/04/2015 
 
Nos sec. XV e XVI não havia um pensador para determinar os limites para estudar as ciências sociais. 
Não havia delimitação do objeto: “Sociedade Humana”. 
Utilizou-se dos métodos da Ciência da Natureza para estudar a sociedade, por ela permitir controle dos 
resultados das pesquisas. 
Técnicas de controle determinando o limite da análise ao determinar o objeto da pesquisa, a sociedade. 
 
 
 
 
 
Nas Ciências Naturais há duas chaves Interpretativas: 
1. A observação dos casos permite fazer diagnósticos da regularidade dos Fenômenos: LEIS DA 
NATUREZA. 
2. Explicação sobre Previsibilidade do Fenômeno. Ex. previsão do Tempo. 
Há a busca da certeza via: Leis + Previsibilidade. 
A habitualidade (costume) e o uso excessivo dessas convenções das ciências da natureza expandiram os 
dois princípios para outras ciências. 
O excesso de uso desses dois axiomas das Ciências Naturais acabou criando uma Mentalidade Cultural: 
 “A mentalidade do homem moderno é mentalidade de previsibilidade*”. (Ortega Garcia) 
(*Previsibilidade entendido como compromisso, agenda). 
ANOTAÇÃO DO PROFESSOR 
As ciências da natureza na Era Moderna constituíram um método particular de investigação, 
concebendo dois princípios universais: 
 Leis da Natureza; e, 
 A busca pela Previsibilidade das causas e dos efeitos do fenômeno: A certeza dos resultados. 
O método das Ciências da Natureza extrapolou os limites dessas ciências e se projetou para 
outros campos científicos dentre os quais as ciências sociais. 
 
O iluminismo foi usando Axiomas das Ciências Naturais para estudar a sociedade para constatarem 
determinadas LEIS, a partir das regularidades. 
Com Weber, as Ciências Sociais, apoiando-se nas Ciências Naturais, buscou uma previsibilidade para o 
comportamento humano. Sociedade como análogo à Natureza. 
Quais Cientistas Sociais usaram esse ferramental? 
Os fundamentais foram: 
Técnicas de 
Controle 
Sociedade 
                                                                                                                                                                                                                        
Disciplina: Metodologia Jurídica (DIR 3044‐C)                                                                                                                                                                                                                                                                
Professor: Marcus Paulo Rycembel Boeira 
 
t                                                                                                                                                                                              24/04/2015 
 
1. Karl Marx; 
2. Augusto Conte; 
3. Emile Durkheim. 
ANOTAÇÃO DO PROFESSOR 
A origem das Ciências Sociais na era “das luzes” (sec. XVIII) procurou partir dos 
dois axiomas naturalistas, identificando por analogia a sociedade com a natureza. 
 
KARL MARX 
Por exemplo, Karl Marx ao se utilizar de dois pontos de partida: 
1. FEUERBACH: O homem deve ser analisado do ponto de vista Naturalista; 
2. HEGEL: da realidade se faz filosofia; 
De 1 + 2 nós temos o Materialismo Histórico  o Método Dialético. 
1. Natureza Humana: O homem retira da sua compreensão o aspecto metafisico para estudar sua 
história. O home é Natureza. 
2. Hegel: Tudo o que existe tem um sentido absoluto, é como se existisse um espirito absoluto eterno. 
3. Marx: História é o próprio espírito; 
O homem não é transcendência, é natureza. 
Qual é a natureza humana? 
Resposta. Para Marx: Conceito Grego  Homo Economicus 
 O homem é um “animal laboral”; 
 O homem é um animal produtivo; 
 Ele produz sua própria subsistência. 
 Por isso, é da natureza do homem produzir para sobreviver. 
Toda a produção que ele produz, ele se materializa no produto. Toda produção adquire um valor que se 
afere no trabalho. 
Teoria do Valor trabalho é a base epistemológica para o materialismo histórico. 
A teoria do Valor Trabalho diz respeito à consciência histórica concreta do homem. 
Um homem se reconhece pelo seu trabalho. 
 Método: Valor Trabalho – Explica relação objeto: Homem via trabalho. 
 Disciplina: Economia Politica – Teia das relações humanas a partir do trabalho. 
 
ANOTAÇÃO DO PROFESSOR 
 Marx utilizou uma noção de método bastante peculiar para erigir sua concepção de método. 
                                                                                                                                                                                                                        
Disciplina: Metodologia Jurídica (DIR 3044‐C)                                                                                                                                                                                                                                                                
Professor: Marcus Paulo Rycembel Boeira 
 
u                                                                                                                                                                                              24/04/2015 
 
Suas bases teóricas são Feuerbach, Hegel e David Ricardo. O ponto de partida dá-se na 
constatação de que o homem se objetiva no produto do seu trabalho (valor trabalho). 
O método de Marx é a relação entre o valor e o trabalho, de onde nascem as constatações 
histórico-dialéticas das relações humana, tecido que fornece as bases para a econômica 
politica,ciência das ciências. 
 
O método sempre parte de um pressuposto, para Marx o pressuposto é: o homem trabalha para sobreviver. 
AUGUSTO CONTE 
O Método das Ciências Sociais permite controle absoluto das ações e reações humanas. 
Ciências Sociais deve conseguir prever todo comportamento humano. 
Será que haverá um dia que a humanidade conseguirá prever o comportamento humano? 
Só a ciência com verificação empírica é o que dará previsibilidade de todos os comportamentos. 
A história tem 3 Idades (Eras ou Momentos) de tentativa de estabelecer o controle. 
1- Era Teológica – Mitos/ Conflitiva/ Guerra; 
2- Era Metafísica – Argumentação/ Retórica/ Assembleia; 
3- Era Científica – Controle e Previsibilidade/ Analítica. 
Existe um destino na história num sentido cada vez mais objetivo; positivo – fase ordem e progresso. 
 Era Teológica: 
 Literatura Grega e Latina; 
 Fase dos Mitos -> Deuses do Olimpo, Deuses da mitologia romana, deuses Persas...; 
 Fase transcendente espiritual; 
 Diversidade de mitos entre sociedades e as guerras existam para provar que o Deus de uma 
sociedade era maior que o de outra. Toda guerra, dessa fase, é justa, ex. Guerra de Tróia. 
 Era Metafísica: 
 Nascimento da Retórica; 
 Assembleias Políticas; 
 “Eu vou provar que minha posição é maior que a de outro porque meu discurso é mais 
articulado”; 
 A guerra deu lugar ao Discurso; 
 Mas ainda havia desconfiança no ideal de previsibilidade do Discurso; 
 Discurso analítico da ciência poderia dar previsibilidade. 
 Era da Ciência 
 Fase de redenção do método; 
 Método era um Porto Seguro; 
 Ciência era o ponto de partida; 
 Comportamento humano passa a ter previsibilidade. 
 
                                                                                                                                                                                                                        
Disciplina: Metodologia Jurídica (DIR 3044‐C)                                                                                                                                                                                                                                                                
Professor: Marcus Paulo Rycembel Boeira 
 
v                                                                                                                                                                                              24/04/2015 
 
ANOTAÇÃO DO PROFESSOR 
 Para Conte a fase Cientifica é uma etapa de superação das fases Metafísica e Teológica. 
Ele toma a ciência e a verificação empírica que lhe é correspondente como método e a 
previsão dos comportamentos sociais como resultado. 
 
Temos que ciência + verificação empírica = Método para prever comportamentos sociais: o 
Resultado. 
O positivismo nasce atrelado ao empirismo social de onde emerge o seu método. 
A noção de Método nas Ciências condiciona o Raciocínio do pesquisador a elaborar seu trabalho. Por 
exemplo, para Marx havia o valor trabalho, para Augusto Conte havia o cientificismo. 
AULA 2 ‑ 18/03/15 
Hoje será estudaremos os seguintes autores: 
1. Émile Durkheim; 
2. M. Weber; e 
3. W. Dilthey. 
ÉMILE DURKHEIM 
A Teoria do Fato social. 
 Fato Social - É uma seleção que implica em algum conceito social; 
 É uma seleção da realidade; 
 “Eu extraio alguma situação social específica e passo a trabalhar como conceito; 
 Ex., em Poa uma quantidade de x pessoas frequentam a redenção. Disso faz-se toda a 
pesquisa: qual perfil das pessoas que frequentam a redenção, o que elas consomem lá...; 
 Fato Social é: 
 Coercitivo e assim Condiciona o agente; 
 Externo ao agente e por isso ele o condiciona, e por isso é coercitivo; 
Disso Durkheim extrai o Método (pelo fato social ser coercivo e externo) há uma relação social específica. 
Ex.: Que tipo de relações sociais existe entre os que frequentam o parque da redenção. 
Então se pergunta: Qual a dificuldade que a sociologia enfrenta? 
 Resposta: Qual é o gênero (modelo) de relação social que existe em qualquer Fato Social. 
O Gênero Social é a relação que existe em todas as relações: a SOLIDARIEDADE. 
A solidariedade é relação social. 
Há dois tipos de solidariedade: 
1. Solidariedade Mecânica (civilizações antigas); 
2. Solidariedade Orgânica. 
                                                                                                                                                                                                                        
Disciplina: Metodologia Jurídica (DIR 3044‐C)                                                                                                                                                                                                                                                                
Professor: Marcus Paulo Rycembel Boeira 
 
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Solidariedade Mecânica 
Solidariedade Mecânica ocorre quando a personalidade Individual é absorvida pelos valores sociais e 
culturais. 
Personalidade Individual é condicionada e a estrutura que as incorpora. 
Ex. Gregos a 500 a. C. possuíam uma Estátua da Deusa Diana. Se dissesse para um deles que era apenas 
uma estátua ele vai lutar até o fim para defender que não é, mas sim é uma deusa, pois ele está 
condicionado. 
Durkheim diz que nessa realidade as ações e expectativas estão sintonizadas. 
Sociedade engessada; se o indivíduo “sai da linha” é punido. Valores sociais e culturais são muito fortes. 
Ocorre uma sanção repressiva. 
Por isso, Durkheim diz que o primeiro direito que surgiu é o penal; “pena para punir quem sai da linha”. 
 Na Solidariedade Mecânica a Sociedade é Punitiva. 
Solidariedade Orgânica 
Parte de um princípio originário que é a Divisão de Trabalho Social; 
Personalidade Individual não é absorvida pelo todo. 
Ideia de Função Social desenvolvida pela divisão de trabalho onde há o princípio da Cooperação. 
As pessoas são convidadas a cooperarem. 
Sociedade cujo Espírito é o trabalho. 
Direito dessa sociedade é o Direito Restitutivo  Direito Civil. 
 
Para Durkheim o método é aquilo que explica tanto a solidariedade Mecânica quanto a Orgânica. 
O método é uma forma que explica o sentido e a conexão entre indivíduo e sociedade. 
O método é o canal que dá sentido entre personalidade individual e coletivo. 
 
ANOTAÇÃO DO PROFESSOR 
Para Durkheim, o método de Investigação Social deve partir de uma comparação entre 
solidariedade mecânica e solidariedade orgânica. 
Na mecânica a personalidade individual é absorvida pela estrutura cultural dominante (ex. 
Sociedades Místicas). 
Na orgânica impera a divisão do trabalho social, e por isso, a personalidade individual se 
define pela função desempenhada. 
Para Durkheim o método de Investigação social é um meio de explicar o SENTIDO da 
participação dos indivíduos na estrutura social. 
 
                                                                                                                                                                                                                        
Disciplina: Metodologia Jurídica (DIR 3044‐C)                                                                                                                                                                                                                                                                
Professor: Marcus Paulo Rycembel Boeira 
 
""24/04/2015 
 
MAX WEBER 
 
Tem um “sabor” mais Empiricista. 
Rejeita esquemas mentais (teóricos) para explicar a totalidade social. 
Ele parte da prática social. Seu ponto de partida é a Prática Social e não a Teoria Social. 
Prática Social = “o que se vê”. É o objeto primeiro da investigação social. 
Mas como conseguir explicar a prática social? 
Resposta: Deve-se partir do Efeito e buscar as causas. 
 Identificar quais as razões levaram ao incidente. 
 Busca-se a relação de Causalidade. 
No estudo da Sociedade busca-se o mapeamento das relações de causalidade. 
O sociólogo deve ser capaz de fazer uma descrição analítica nos seus pormenores do mapeamento de 
todas as relações de causalidade. 
 
ANOTAÇÃO DO PROFESSOR 
 Causas - efeitos  Mapeamento das Relações Causalidade; 
 Descrição Analítica  Responsabilidade Vocacional do Sociólogo; 
 Casos; 
 Modelo e Método. 
 
1º Passo de Método de Weber: 
Para Weber, o Sociólogo deve ter responsabilidade vocacional com o máximo de cuidado, rigor e 
clareza dos fenômenos sociais. 
2º Passo da Metodologia 
É facilitar o conhecimento e a descrição analítica para tanto deve se fazer divisão do caso central e 
os casos periféricos. 
 Ex.: Tomar café no bar (caso principal) 
 Na xícara? Estava bom? Bar estava cheio? (casos secundários) 
 Isso facilita o entendimento e descrição analítica 
ANOTAÇÃO DO PROFESSOR 
Para Weber o modelo analítico descritivo impõe um tipo particularíssimo de método social, 
dividido em duas etapas: 
1ª Etapa: Responsabilidade Vocacional do Sociólogo; 
 Em descrever analiticamente as relações de causalidade dos fenômenos social. 
EMPÍRICO 
                                                                                                                                                                                                                        
Disciplina: Metodologia Jurídica (DIR 3044‐C)                                                                                                                                                                                                                                                                
Professor: Marcus Paulo Rycembel Boeira 
 
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2ª Etapa: Separação didática entre caso central e casos periféricos; 
 O que visa facilitar o entendimento e a descrição analítica. 
 
W. DILTHEY 
Conhecer x Compreender 
Ele parte de uma distinção entre ciências naturais e ciências humanas (do espírito) para abordar a noção de 
método. 
Ele parte da separação cientifica entre dois campos (objetos) diferentes: Natureza e o Homem. 
A intersecção entre dois campos é tratar o homem como entidade Psico-Físico (Psico - Ciência Humana e 
Físico - Ciência Natural). 
Se o elemento psicológico provoca alterações no lado físico e vice-versa fica muito difícil distinguir esse dois 
campos. 
Que há interseção existe, não há duvidas. O desafio do cientista é distinguir esses dois mundos. 
Dilthey propõem, para resolver esse problema, especificar o tipo de raciocínio aplicado, e não o homem. 
Como nós conhecemos o mundo da Natureza e do Humano? 
Resposta: 
O modo pelo qual nós conhecemos a natureza não é o mesmo modo que compreendemos o mundo 
do espírito. 
O mundo da natureza nós conhecemos pela extração de dados empiricamente verificáveis. Ou seja, 
o modo pelo qual nós conhecemos o mundo da natureza é via Observação. Sendo observação 
entendida como conhecimento empiricamente verificável. 
O mundo das ciências humanas nós compreendemos. Compreender é buscar um sentido que não é 
empiricamente verificável na maior parte das vezes. 
 
 
 
 
 
Compreender: 
1. O Sentido; 
2. Hermenêutica = Interpretar. 
Hermenêutica é o esforço de compreender e perfurar o obscuro e encontrar o sentido das coisas. 
Ciências Naturais Ciências Humanas 
Conhecer Compreender 
Recolher Dados Buscar um sentido 
Sentido Empírico Sentido Interpretativo 
                                                                                                                                                                                                                        
Disciplina: Metodologia Jurídica (DIR 3044‐C)                                                                                                                                                                                                                                                                
Professor: Marcus Paulo Rycembel Boeira 
 
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Assim, o modo como conhecemos as Ciências Naturais não é o mesmo das Ciências Humanas. 
Porque o empírico nas ciências humanas conta pouco, a interpretação conta mais. 
Conhecer e compreender ajuda a encontrar o método para cada ciência. 
Para Dilthey, o método das Ciências Naturais tem tônica em Conhecer. 
O método das Ciências Humanas tem tônica em Compreender. 
Compreender é o esforço Hermenêutico de buscar o sentido. 
O seu método trabalha com raciocínios (não com objetos). 
 
ANOTAÇÃO DO PROFESSOR 
Para Dilthey a distinção entre o método das ciências naturais e o método das ciências 
humanas está no modo de raciocinar: 
 Conhecer x Compreender 
 Ciências Naturais x Ciências Humanas 
 Observação Empírica x Busca de Sentido 
Possibilidades de Metodologias Sociológicas atuais 
Hoje há três tipos de metodologias sociológicas 
1. Estudo de Coisas: “Estado de Fatos”; 
2. Raciocínio lógico-analítico; 
3. História; 
1.Estudo de Coisas 
Essa metodologia tem como ponto de partida a relação entre pessoas e objetos. 
Problemas: 
 Quais os limites dos objetos? 
 Quais são as disposições* das pessoas quanto ao objeto? 
(*disposição significa Apetite Humano. Escolhas são os meios.) 
Objetos que provocam vontades, escolhas e decisões. 
Pessoas (têm) Objeto
 Disposições (são)
 Vontade
 Escolha
 Decisão 
 
ANOTAÇÃO DO PROFESSOR 
Limite do  
Objeto 
                                                                                                                                                                                                                        
Disciplina: Metodologia Jurídica (DIR 3044‐C)                                                                                                                                                                                                                                                                
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Nesse caminho (estado de coisas) o problema do método parte da constatação universal das 
relações entre pessoas e objetos. 
Há objetos que provocam apetites, escolhas e decisões nos seres humanos. O indivíduo 
possui três disposições relativamente aos objetos: vontade, escolha e/ou decisões. 
Essas três disposições são articuláveis, mas não são articulas necessariamente. 
(exemplo dado em aula, professor que gosta de tomar coca-cola). 
 
2. Raciocínio Lógico - Analítico 
Parte da dimensão epistemológica para estudar o assunto. 
Que tipo de operação cognitiva o método corresponde? 
Teoria radicada em Aristoteles. 
Para ele existiatrês tipos de raciocínio humano. 
 1 – Raciocínio Teórico: (razão) 
 Responde a pergunta: O que é? 
 Busca saber a essência das coisas. Contemplar. 
 A razão lógica 
 2 – Raciocínio Prático: (meios) 
 Responde a Pergunta: Como Agir? 
 Quais os objetivos. Os meios para perseguí-los. 
 Quais os meios disponíveis e/ou adequados para os fins correspondentes. 
 3 – Raciocínio Técnico: 
 Responde a pergunta: Como fazer? 
 Produzir 
 Instrumento. 
Para cada raciocínio existe um método específico. 
 
AULA 3 ‑ 25/03/15 
 
Raciocínio Teórico: Contemplação, Lógico e Abstrato. 
Raciocínio Prático: Ação 
Raciocínio Técnico: Fazer 
 
                                                                                                                                                                                                                        
Disciplina: Metodologia Jurídica (DIR 3044‐C)                                                                                                                                                                                                                                                                
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A ciência jurídica e o seu método correspondente usa os três raciocínios, mas prevalece o saber Prático. 
Isso se explica pq estamos falando do tipo de estrutura das ações humanas, as quais são compostas por 
três partes: 
1. Fim específico; 
2. Meio específico; 
3. Objeto específico. (objeto é a descrição do ato) 
 
As Normas Jurídicas refletem uma proposição representativa ou imaginativa das ações humanas. 
Exemplo: Finalidade de uma ação econômica: 
 Finalidade é o lucro; 
 Meio é colocar produção no mercado; 
 O objeto é a ação econômica. 
ANOTAÇÕES DO PROFESSOR 
 O método segundo o raciocínio pode ser visto em três tipos diferentes de raciocínio. 
Para a ciência do direito o raciocínio pratico é mais relevante, pois procura investigar as 
partes componíveis da ação humana: 
 - Meios; 
 - Fins; 
 - Objeto. 
A incidência, por exemplo, das normas jurídicas sobre sociedade ocorre quando as 
proposições normativas incidem sobre as partes. 
3. História 
Qual o grau de confiabilidade do estudo da História? 
 Isso depende do tipo de fonte utilizada. 
 Fontes Primárias: Princípio do método de investigação histórica. 
 Narrativa Histórica x Narrativa Literária: Diferença está em utilizar ou não fontes primárias. 
 Fontes Primárias Escritas – Fornece Confiança Absoluta. 
 Tradição Oral – Precisa haver confiança na Sociedade. 
 Estabilidade do direito e das instituições sociais. 
 No oriente ela tem relevância maior que a escrita 
 È o modo como usos e costumes passar de geração para geração. 
 Enquanto a literatura fica presa entre ficção e realidade a história fica presa a realidade. 
 
                                                                                                                                                                                                                        
Disciplina: Metodologia Jurídica (DIR 3044‐C)                                                                                                                                                                                                                                                                
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Fontes Secundárias- Parte das Fontes Primárias e serve como linguagem de fundo explicativa da 
historia. 
 Serve para explicar a historia (ex. Livros de Hist. do Ensino Médio.) 
 Serve como Interpretação de fontes primarias 
 Serve como conexão de fontes 
O método histórico pressupõe uma distinção entre narrativa histórica e literária. 
Na história o apego a fontes primárias aparece como principio metodológico. 
Esse nível (fontes 1ª e 2ª) trata da clássica dicotomia Tradição escrita x oral. 
A tradição oral pressupõe um alto nível de confiança intergeracional. As fontes secundárias trabalham com a 
linguagem de fundo dos acontecimentos humanos procurando explicar a historia. Dois tipos de perspetivas 
surgem nesse âmbito: 
1 – Interpretação das Fontes 
2- Conexão das Fontes. 
 
Metodologia Segundo o Estado de Fato 
Sociedade x Natureza 
Dilthey: não reconhece o Estado de Fato porque certas coisas que são difíceis delimitar exatamente. Por 
exemplo, os indivíduos são organismos físico-psíquico. 
 Ex. Uso do Instinto Humano é físico ou psíquico? 
 O instinto e outras faculdade usam duas dimensões. 
 Por isso ele nessa esse MTF, pois não concebe divisão exata entre social e natural. 
 
Ponto 2 da Ementa: Método e História do Direito 
Veremos em duas partes: 
 1 – Direito Romano – Método 
 2 – Duas Tradições Jurídicas: 
 Common Law 
 Continental (romano-germânica) 
As duas escolas usam o método romano. 
Busca-se responder: Qual método implícito ou explicito nessas duas tradições? 
 
                                                                                                                                                                                                                        
Disciplina: Metodologia Jurídica (DIR 3044‐C)                                                                                                                                                                                                                                                                
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1 – Direito Romano: Método 
 - Qual é o método do Direito Romano? 
Roma foi uma das poucas civilizações que tem lugar no tempo e no Espaço. Ela é um exemplo histórico de 
uma Fundação. A fundação de Roma simboliza um apreço ao Território que é um elemento Central. 
Podemos recorrer aos mitos para dizer “Terra é Sagrada”. 
Esquema em Roma era diferente de outras sociedades >> Ações >> Terras e não ações>> Mitos. Porque 
mitos se sacralizavam na natureza. 
Os Deuses Romanos estão imantados na Terra. Ex.: enterrar antepassados na terra (pois era o Lugar onde 
os Deuses habitavam). 
Do ponto de vista cultural quanto mais delimitação do domínio de terra, mais perto do sagrado ou 
encontrava-se. 
Havia conflitos entre o que é meu e teu. Para resolver conflitos surgiu o IUS( direito). 
Direito nasce para arbitrar relações e conflitos de propriedade das terras. Por isso direito privado veio antes 
do direito publico. 
O que os romanos queriam com o direito? 
 - Resolver conflitos e buscar uma Ordem ( união de partes); 
 - Romanos se viam como a civilização mais propensa a expansão e para a expandir de uma ordem. 
Quando dominava outro povo era pretendido uma implementação da sua ordem. 
Direito entendido como um “Directun” (direção) para concretização dessa ordem. 
Ulpiano – Digesto I1.1.10 “IURIS Praecepta Sunt Haec: Honeste Vivere, Alterum Non Laedere, Suum 
Quicque Tribuere”. 
“Os preceitos do direito são: Viver honestamente, Não causar danos a outros, dar a cada um o que é 
devido” 
“Direito é um esforço para concretizar essa ordem, um mecanismo e uma representação da ordem”. (tornar 
aordem presente e concreta) 
E o direito traz certas exigências para essa ordem: 
1. Honeste Vive - Viver honestamente; 
Viver de acordo com a ordem 
Incorporar essa ordem nas suas relações privadas 
Ordem que ele espera da sua nasce sociedade 
 
2. Alterum Non Laedere - Não causar danos a outros 
Não fazer para outros o que não quer pra si 
                                                                                                                                                                                                                        
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Reconhecer os outros como sujeitos de direito 
A ordem do indivíduo relativamente aos outros 
 
3. Suum Quicque Tribuere – Justiça 
Conferir ao sujeito de direito o que é de direito. 
Ex., Contrato de compra e venda. Compra casa e pago $, vendo a casa e recebo $. 
As relações humanas são relações de direito, “ directun” em direção a uma ordem. 
Se todos em Roma cumprirem os preceitos a ordem na cidade seria perfeita. 
A noção de direito para os romanos toma o direito como: 
a) Legítimo; 
b) Válido; 
c) Razoável. 
 
ANOTAÇÃO DO PROFESSOR 
O direito para os romanos é um meio de concretização de uma ordem entendida como a forma 
ideal da cidade. 
 Ou seja, a palavra direito vem do latim “Directun” que significa direção. 
Como representação da ordem o direito arbitra (julga) os conflitos sociais dirigindo a 
sociedade para a sua forma ideal. Para tanto traz tês exigências a partir do conceito de 
Ulpiano: 
1. Vida Honesta: Ordenação dos próprios atos do indivíduo 
2. Não causar danos aos outros: reconhece-los como sujeito de direitos. 
3. Dar a cada um o que é seu: Conferir aos outros o que é devido segundo o direito (ex. 
contrato de compra e venda que foi acordado a entrega de um bem por um $). 
 
GERAL 
ACTIO (ação) – Coisa Julgável (Res Iudicata)– 
Relação Sujeita ao direito. 
“EXCEPTIO” (exceção) 
PARTICULAR 
JURÍDICO – Ordem Atacada – Executio 
(execução) 
SOCIAL – Fatos sociais 
sem relevância para o direito. 
 
Quando uma ação é uma Res Iudicata ela precisa ser restabelecida na usa ordem por um juiz que precisa 
fundamentar o motivo da decisão. Para poder julgar o juiz precisa ter sabedoria prática (em que ponto a 
ordem precisa ser estabelecida), a qual é chamada de Prudência. 
Acto – Norma (abstrata) 
                                                                                                                                                                                                                        
Disciplina: Metodologia Jurídica (DIR 3044‐C)                                                                                                                                                                                                                                                                
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Executio – Aplicação da Norma no caso concreto; 
 Onde o conjunto das prudências se representa em decisões para restabelecer a ordem; 
 A IURIS (conjunto de decisões) – Prudência. 
O Dir. Romano é o grande projeto de civilizar as sociedades. 
ANOTAÇÃO DO PROFESSOR 
Os romanos partem de uma distinção entre o âmbito da ação e da exceção. No 1º situa-se o 
direito como instrumento de ordenação social. A concreção da decisão jurídica está 
conectada a execução, isto é, um fundamento do motivo de uma decisão tomada por um juiz 
(iuris-prudenti) que restabelece a ordem atingida e ao mesmo tempo cria uma instituição do 
direito civil (ciência do direito = iuris prudentia). 
O magistrado (magister = juiz ou prefessor) constrói o direito porque cumpre as três 
exigências de Ulpiano estando apto a dizer se uma coisa é pertinente ao direito (Res Iudicata) 
ou irrelevante ao direito (exceptio). 
---//--- 
Qual é o método do Direito Romano? 
 Um prudente que possui a responsabilidade de dirigir a sociedade para a sua ordem. 
 Juiz e ordem. 
 O juiz constrói o direito em Roma. 
---//--- 
 
Sistemas de Direito 
SISTEMA FONTE DO SISTEMA INFLUÊNCIA DO DIR. ROMANO EVOLUÇÃO 
COMMOM LAW COSTUME SIM PARLAMENTO 
ROMANO GERMÂNICO LEI SIM JUDICIÁRIO 
Tabela 1 ‐ Sistemas de Direito 
 
 
Direito Romano virou costume para países dominados por Roma. 
Legislação dos povos bárbaros são consuetudinárias (constituições locais). Por legislação entende-se leis e 
costumes, não havia diferenciação. 
O Corpus Iuris Civilis começa separar os mundos de Leas e dos Costumes. 
CORPUS IURIS CIVILIS 
                                                                                                                                                                                                                        
Disciplina: Metodologia Jurídica (DIR 3044‐C)                                                                                                                                                                                                                                                                
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AULA 4 ‑ 01/04/15 
1 – Direito Romano 
2 – Direito no Ocidente 
A. Sistema Romano-Germânico – Continental 
B. Sistema de Common Law – anglo-saxão 
1. Elementos Comuns; 
2. Diferenças; 
3. Método jurídico. 
 
1. Elementos Comuns 
a. Direito Romano; 
b. Iuris Prudent; 
c. Construção das Instituições. 
 
 O Império Romano unificou o conjunto das fontes do Direito Romano. 
 As fontes (decisões e interpretações dos Jurisconsultos) adquiriram unidade no Corpus Iuris Civilis 
(Digesto de Justiniano). O Digesto foi compilado numa ordem racional. 
 
 No Oriente – Império Bizantino – há uma nacionalidade jurídica; 
 No Ocidente – Cada Povo (comunidades locais) cria o próprio direito misturando antigas fontes do 
Direito Romano com aspectos internos de sua cultura. Nem todos os povos utilizaram as fontes de direito 
romano num primeiro momento, mas foram incorporando com o tempo, por exemplo os Visigodos (Norte da 
Espanha). 
 
 A mistura das fontes nas comunidades do ocidente e para que seja aplicado e preservado levou a 
criação de instituições. Instituições estas que serviam: 
1. Preservar o próprio direito; 
2. Preservar a segurança do Reino. 
 O surgimento de Instituições jurídicas no fim do Impe´rio Romano coincidiu com a criação de 
Instituições Políticas para dar segurança e garanti preservação do reino. 
 Ex. Instituição Política – A corte Real de Carlos Magno. Um corpo de magistrados para resolver 
conflitos particulares para não gerar uma onda de violência de falta de ordem no reino. Para não deixar 
afetar a ordem interna. 
O mediador foi o Império 
Romano com a Tradição do 
Direito Romano.Disciplina: Metodologia Jurídica (DIR 3044‐C)                                                                                                                                                                                                                                                                
Professor: Marcus Paulo Rycembel Boeira 
 
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ANOTAÇÃO DO PROFESSOR 
 Com a queda do Império Romano no Ocidente duas situações históricas se sucederam: 
A continuação do Império em Bizâncio com o correspondente Corpus Iuris Civilis, isto é , 
unificação sistemática do conjunto das fontes do direito romano. 
No ocidente a dissolução da unidade do império foi sucedida pela multiplicidade de 
comunidades políticas locais, cada qual com sua cultura e seu direito. 
Em cada comunidade dessas surgiram Instituições voltadas para dois objetivos: 
1. Criação e preservação do direito local (“Lex Barbarorum”); 
Nascem as Instituições de direito para garantir a ordem, paz interna. 
2. Preservação da existência da própria comunidade buscando segurança externa: 
a. Nascem as Instituições Políticas para garantir a segurança externa. 
 
REI 
COMUNIDADE MEDIEVAL 
INSTITUIÇÕES JURÍDICAS (de direito) INSTITUIÇÕES POLÍTICAS (de Poder) 
PAZ INTERNA SEGURANÇA EXTERNA 
ORDEM INTERNA ORDEM EXTERNA 
RESOLUÇÕES DE CONFLITO RESISTÊNCIA À GUERRA 
 
 Os medievais chamavam as Instituições de direito de Iurisdictio, cuja função era criar e aplicar o 
direito). A função era exercida pelas Cortes/Tribunais de magistrados vinculados aos reis. 
E as instituições políticas eram chamadas “Gubernaculum”, cuja função era exercida por uma ordem 
militar vinculada ao Rei. 
Ambas Instuiçoes não representavam a sociedade, mas sim o Rei. 
Mas a partir do século XI há uma reação da sociedade ao poder do rei. A sociedade cria instituição 
para fazer frente ao rei: Parlamento (Inglaterra) e a Corte (no continente). 
Houve uma proliferação de Constes: cortes gerais de Espanha, Aragon, Coimbra, Castella... 
 Há uma passagem do Poder do Real de Potestas para Atutoritas 
 
ANOTAÇÃO DO PROFESSOR 
Entre séc XI e XVI nascem e se desenvolvem os Parlamentos (cortes) com o objetivo de 
representar a sociedade e colher para si prerrogativas atinentes as instituições jurídicas e 
                                                                                                                                                                                                                        
Disciplina: Metodologia Jurídica (DIR 3044‐C)                                                                                                                                                                                                                                                                
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políticas do rei. Tanto na Inglaterra como no continente esse movimento produziu um 
fortalecimento do parlamento como Instituição. 
Em outras palavras, a sociedade passou a adquirir prerrogativas jurídicas e políticas para a 
preservação e expansão das liberdade civis e políticas. 
Enquanto no contexto anglo saxônico o parlamento continuou o seu poder para além do dex 
XVI e XVII no continente sofreu uma reação do poder régio que culminou no nascimento do 
Estado Moderno. 
---//-- 
Por que isso é tão imporante? 
Na Inglaterra a continuidade do fortalecimento do parlamento gerou o direito. No continente a reação gerou 
o direito. 
--//-- 
2 – Diferenças entre Common Law e Direito Romano Germânico 
Inglaterra Parlamento <=> Rei. 
O parlamento atuava como resistência política em contrates com o poder político do rei. 
Mas o parlamento não ofereceu resistência jurídica ao Rei. Por isso Instituições Jurídicas (corpo magistrado) 
que criam e aplicam o direito continuam ligados ao rei. Instituições jurídicas resolviam conflitos via Decisões 
de Julgamentos que serviam de Precedentes “stare Decisis” (estado de decisão) e serviam de parâmetro 
para decisões de casos futuros. 
Na Ing. As Decisões são conhecidas como reproduções dos costumes sociais. Eles ratificam/ constituem 
costumes sociais como fonte do Direito. 
Fatos Sociais- Fatos Jurídicos, pois via precedentes os fatos sociais entram no direito. 
Essa transposição do FS FJ via precedente foi mantida independente das disputas de Poder entre o 
Parlamento e o Rei. 
Na Ing. O direito é criado e aplicado pelos juízes que tornam os FS (costume) em fonte de direito. 
Daí vem a origem do nome Common Law, direito consuetudinário com um fundamento mais social-moral e 
menos político. 
Significa dizer que o direito tem uma consistência maior que o poder. 
Os ingleses costumam dizer que a sua constituição é uma história viva de como o direito foi resistindo as 
relações do poder. 
Quanto mais a historia da Inglaterra vai se alargando o direito vai ampliando sua autoridade (auctoritas). Ele 
foi ampliando e resistindo ao poder. 
Eles usam a expressão “Rules of Law”, cujo significado apropriado seria Estado de Direito). 
                                                                                                                                                                                                                        
Disciplina: Metodologia Jurídica (DIR 3044‐C)                                                                                                                                                                                                                                                                
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O fortalecimento do direito coincidiu com fortalecimento da sociedade. 
Entretanto para tal foi mantido a Estratificação social. Mas essa estratificação é social e não econômica. 
Esse mecanismo fortaleceu o direito. 
O Parlamento faz Status  Atos Administrativos e Normativos que podem se tornar precedentes. 
O Parlamento serve para fiscalizar o Gabinete do 1º Ministro e a Corte real. 
Na Inglaterra o desenvolvimento do Common Law ocorreu pelo aumento progressivo da autoridade do 
direito sobre a política: Rule of Law. 
Os juízes preservam a função de criar e aplicar o direito transfigurando o costume em regra jurídica (não é 
lei) através do precedente. 
No common law o fundamento moral do direito é tomando como o método de construção do direito. 
No direito romano germânico a lei é prevenção, orienta o comportamento. 
No direito anglo-saxão o direito é um Remédio, fortalecimento da Tradição Oral 
ANOTAÇÃO DO PROFESSOR 
 Qual é o método do direito no direito Anglo-saxônico? 
É o próprio fundamento moral. No sistema de CL. O método do direito (os limites do objeto do 
direito) é o seu fundamento moral, entende-se “moral” não como uma doutrina ética rígida, 
mas como um conjunto dos costumes sociais expressos no censo comum. 
AULA 5 ‑ 08/04/15 
 
1. Analisar o Sistema Método Jurídico do Sistema Romano Germânico 
2. Comparação Sistema Romano Germânico (SEG) com o Common Law (CL) 
Na aula anterior foram traçadas as linhas gerais do desenvolvimento das Instituições do Common Law. E, nesta aula, 
faremos o mesmo para o Sistema RomanoGermânico que prevaleceu no Continente.  
1. Método Jurídico do SRG 
O Parlamento: 
  Na Inglaterra – Era representação política; 
  No Continente‐ Era representação da Sociedade. 
Na Inglaterra não houve uma negação absoluta ao rei. O que ocorreu foi que surgiram limitações ao Rei. Houve uma 
disputa por poder entre Parlamento e o Rei, de maneira que o Parlamento acabou limitando os poderes reais. A 
oposição ao poder real foi moderada. O parlamento tornou‐se um órgão político, restrito à política; não adentrando 
no direito. Natureza Política foi única e exclusiva. 
No continente o Parlamento teve função de representação política e de toda a sociedade. De forma que se ocupou de 
funções Políticas e de Direito. A sociedade falava através do parlamento e por isso o parlamento precisava ter 
                                                                                                                                                                                                                        
Disciplina: Metodologia Jurídica (DIR 3044‐C)                                                                                                                                                                                                                                                                
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composição das estruturas sociais‐econômicas. Em sendo o Parlamento uma imagem da sociedade o conflito entre 
classes adentrou no Parlamento.  
Parlamento Inglês – Atuação Moderada ‐ Estável  Costumes mais estáveis, logo era mais confiável; 
Parlamento Continental – Conflito de Classes  Costumes menos estáveis, logo menos confiáveis. 
No Continente a segurança foi obtida com a transformação dos Costumes em Leis. As relações eram pautadas por 
regras (leis) que definem e dão a medida aos comportamentos (no CL quem dava a medida para os comportamento 
era o senso comum). 
Obs: A luta de classes existia tanto no Continente quanto na Inglaterra, entretanto era mais visível no Continente. 
ANOTAÇÃO DO PROFESSOR 
Os Parlamentos Continentais da Europa se diferenciam muito do parlamento inglês, pois atuam como órgão 
de representação absoluta da sociedade e, assim, dividido em classes. 
O número de conflitos existente no contexto continental levou a busca por certeza e segurança nas relações 
sociais. Essa busca levou o parlamento a transformar antigos costumes e práticas em Leis Fundamentais do 
reino. 
Existem duas questões que precisam ser entendidas para compreender o SRG e assim conseguir entender o método 
dele: 
1. Qual a noção Histórico Jurídico; 
2. Encontrar Justificativas filosóficas da Lei. 
1. A noção Histórico Jurídico 
Qual a origem Histórico Jurídico da noção de Lei com a qual os parlamento continentais trabalharam? 
Resp. História propriamente dita e mais a segurança. 
Por trás da Lei está todo o direito Romano. O Digesto chega com toda a carga Interpretativa. Digesto deu à Lei uma 
estrutura e abertura para interpretação.  
A competência para Interpretar as Leis passou das Universidades (glosas – interpretações autênticas dos enunciados) 
para os tribunais.  
Ou seja, o Direito Romano teve papel muito importante: o Digesto. Ele possibilitou o vínculo de Lei mais Interpretação 
e assim originou o Sistema de Direito. 
ANOTAÇÃO DO PROFESSOR 
A noção histórica de Lei tem seus primeiros passos no direito romano, a partir do digesto foi possível 
constatar uma determinada Estrutura composta das seguintes partes: 
    1 – Regras estabelecendo Medidas de comportamento 
    2 – Interpretações possíveis dessas regras adaptando‐as a diferentes circunstâncias. 
Nas primeiras universidades os estudantes estabeleciam interpretações do digesto como se fossem 
ficticiamente interpretes de leis. Mais tarde os tribunais assumiram essa atividade de interpretá‐las. 
                                                                                                                                                                                                                        
Disciplina: Metodologia Jurídica (DIR 3044‐C)                                                                                                                                                                                                                                                                
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Oj                                                                                                                                                                                              24/04/2015 
 
Quando os tribunais começam a assumir o monopólio de interpretação das leis? 
Resp. Tão logo os parlamentos começam a produzir as leis. 
Até o séc. XVIII os Tribunais eram vinculados aos reis. Não eram independentes. Eram só interpretadores de regra. 
No CL, a palavra “sistema” é ambígua, pois o direito está aberto à história. Enquanto no SRG entendeu o direito como 
um Sistema de Regras (validade, vigência e eficácia) e não como o costume aberto à história como fonte do direito. 
ANOTAÇÃO DO PROFESSOR 
No modelo continental o direito passa a ser visto não mais como um conjunto de práticas difusas na história 
da sociedade (ex. CL), mas como um sistema de Regras articuladas de maneira lógica buscando dar 
segurança em sentido absoluto.  
2.Justificativa Filosófica para Noção de Lei 
Precisamos ir para escola Jusracionalista ou escola moderna de direito natural, a qual dizia que: “toda lei como tal tem 
origem na razão humana”. Ou seja, toda a lei é racional.  
Os homens autorizados a criar Leis são aqueles que possuem a razão política para tal. Por isso na cabeça do legislador 
a vontade é sempre racional. O legislador está sempre certo, não erra, com vontade apoiada na razão. 
Os parlamentares seriam representantes da sociedade e a elite intelectual encarregados de fazer leis. A ideia passa ser 
que  o legislador era perfeito, isso devido a sua vontade racional. 
A lei é o próprio epicentro da racionalidade humana. Ela tem conteúdo absoluto; ela é incontestável.  
Isso foi decisivo para que a Lei ganhasse legitimidade social e acadêmica.  
No SGR a Lei é um método técnico social racional e metafísico. 
1. Técnico – Segurança para sociedade; 
2. Social ‐ Previsibilidade de resultados 
3. Racional – Feita via razão do legislador 
4. Metafísico – assentada na noção de ração universal. 
A Lei é universal e geral porque é feita por uma razão universal. 
No modelo SRG a lei é compreendida como principio de método de direito. Ou seja, como o parâmetro metodológico 
do sistema jurídico e do raciocínio jurídico.  
Por seu método a lei é compreendia em 4 sentidos: 
1. Técnico: A lei é uma técnica de segurança social (técnica vem de tecné = Produção) 
2. Social: A lei confere certeza quanto a previsibilidade das consequências dos atos sociais 
3. Racional: A lei é racional pois é produzida por um legislador  
4. Metafísica: A lei é expressão da razão universal 
 
 
 
                                                                                                                                                                                                                        
Disciplina: Metodologia Jurídica (DIR 3044‐C)                                                                                                                                                                                                                                                                
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Os24/04/2015 
 
Esquema de diferenças entre CL e SRG 
 
 
 
 
 
Common Law  Diferenças quanto ao  Sistema Romano Germânico 
Senso Comum  Método  Lei 
Consenso > Conflito  Sociedade  Conflito > Consenso 
Identificam‐se com a própria 
História das Instituições do 
Reino e assim com práticas 
sociais consolidadas no 
tempo. 
Direito  Sistema de Leis (regras) 
Atos são remédios que 
conformam as relações 
humanas. Isso decorre dos 
atos serem frutos dos 
precedentes que são 
posteriores aso costumes. 
Atos Jurídicos  Lei é um ato de prevenção; 
anterior ao fato. 
Empirismo: A prática 
antecede os Atos Jurídicos 
Filosofia  Racionalista: O legislador 
com crença que pode fazer 
um sistema que abarque 
todas as possibilidade do 
comportamento humano 
 
3. RESUMO DOS TEXTOS 1. DILTHEY, WILHELM – A CONSTRUÇÃO DO MUNDO HISTÓRICO NAS CIÊNCIAS HUMANAS. 
 
WILHELM DILTHEY (1833‐1911) 
1. Nascido em Wiesbaden na Alemanha, lecionou filosofia na Universidade de Berlim; 
2. Foi um filosofo empirista1, isso contrastava com o idealismo2 dominante na Alemanha em sua época; 
                                                             
1  Empirismo  na filosofia, é  uma teoria  do  conhecimento que  afirma  que  o conhecimento é  gerado  a  partir  da 
experiência  sensorial. Enfatiza  o  papel  da  experiência e  da  evidência,  especialmente  experiência  sensorial,  na 
formação de ideias, sobre a noção de ideias inatas ou tradições.  
É  uma  parte  fundamental  do método  científico que  todas  as hipóteses e teorias devem  ser  testadas 
contra observações do mundo natural, em vez de descansar apenas em um raciocínio a priori, a intuição ou revelação. 
 
2  Idealismo  é  uma corrente  filosófica que  emergiu  com  o  advento  da modernidade,  e  tem  como  seu  oposto 
o materialismo.  Iniciou  com Descartes,  mas  é  com  pensadores alemães que  o  Idealismo está  em  geral  associado, 
desde Kant até Hegel.  A  verdadeira  realidade  está  no mundo das  ideias,  das  formas  inteligíveis,  acessíveis  apenas  à 
razão. 
 
Common Law  Diferenças quanto ao  Sistema Romano Germânico 
Senso Comum  Método  Lei 
Consenso > Conflito  Sociedade  Conflito > Consenso 
História das Instituições.   Direito  Sistema de Leis (regras) 
Atos são remédios.  Atos Jurídicos  Lei é um ato de prevenção 
Empirismo  Filosofia  Racionalista 
                                                                                                                                                                                                                        
Disciplina: Metodologia Jurídica (DIR 3044‐C)                                                                                                                                                                                                                                                                
Professor: Marcus Paulo Rycembel Boeira 
 
Ot                                                                                                                                                                                              24/04/2015 
 
3. Para  Max  Weber, Dilthey  foi  responsável  pelo  o  primeiro  estudo  sério  no  qual  se  aborda  o  problema 
metodológico das chamadas ciências humanas. 
4. Foi  o  primeiro  a  formular  a  dualidade  de  ciências  da  natureza  e  ciências  humanas  (do  espírito), que  se 
distinguem por meio de um método analítico esclarecedor e um método de compreensão descritiva; 
5. Estes  dois métodos seriam  opostos  entre  si:  Explicação  (próprio  das ciências  naturais)  e  Compreensão 
(próprio das ciências do espírito ou ciências humanas): 
"Esclarecemos por meio de processos intelectuais, mas compreendemos pela cooperação de todas as 
forças sentimentais na apreensão, pelo mergulhar das forças sentimentais no objeto." 
6. Na obra “Introdução ao Estudo das Ciências Humanas” ele procurou assegurar uma  INDEPENDÊNCIA de 
MÉTODO às ciências humanas em relação às ciências naturais. As ciências humanas (ou do espírito) teriam 
como  objeto  o homem e  o comportamento  humano;  para  Dilthey  é  possível  adotar  uma  atitude  de 
"compreensão pelo  interior" diante do mundo humano. Os meios necessários à  compreensão do mundo 
histórico‐social podem ser retirados da própria experiência psicológica, e a psicologia, deste ponto de vista, 
é a primeira e mais elementar das ciências do espírito.  
7. O procedimento  hermenêutico3  tornou‐se  a metodologia  das  ciências  humanas.  Os  eventos  da  natureza 
devem  ser  explicados,  mas  a  história,  os  eventos  históricos,  os  valores  e  a  cultura  devem  ser 
compreendidos. Compreensão é apreensão de um sentido, e sentido é o que se apresenta à compreensão 
como conteúdo.  
8. Na  obra  “A  construção  do mundo  histórico  nas  ciências  humanas”  é  outro  trabalho  no  qual  Dilthey  se 
mostra preocupado em estabelecer uma relação saudável entre as ciências naturais e humanas.  
Fundamentalmente,  o  filósofo  pretende mostrar  o  quanto  dependemos  de  uma  apreensão  do  lugar  do 
homem na própria constituição da vida histórica, esta que, por sua vez, se engendra imediatamente a partir 
da percepção de uma conjuntura histórica específica. Sem dúvida, com Dilthey, o tema do mundo histórico 
encontra  no  homem  base  para  ser  problematizado,  pois  segundo  o  filósofo  são  as  vivências  humanas  o 
ponto de conexão de um determinado tempo e das visões de mundo que pertencem ao mesmo.  
9.  
10. Deste modo, o homem é o ser sobre o qual se assentaria primordialmente a vida histórica da totalidade. 
11. Para Dilthey, a historicidade é essencial ou constitutiva do homem e, em geral, do mundo humano. Na 
sua  concepção  o  mundo  histórico  é  constituído  por  indivíduos  que,  enquanto  "unidades  psicofísicas 
vivas", são os elementos fundamentais da sociedade: é por isso que o objetivo das ciências humanas (do 
espírito)  é  "o  de  reunir  o  singular  e  o  individual  na  realidade  histórico‐social,  de  observar  como  as 
concordâncias  (sociais) agem na  formação do singular". Por  isso, no domínio das ciências do espírito, a 
historiografia tem um carácter individualizante e tende a ver o universal no particular; 
 
 
                                                             
3
    Hermenêutica é  um  ramo  da filosofia que  estuda  a  teoria  da  interpretação,  ou  a  teoria  geral  da  compreensão.  O 
termo significa que alguma coisa é "tornada compreensível" ou "levada à compreensão". 
                                                                                                                                                                                                                        
Disciplina: Metodologia Jurídica (DIR 3044‐C)                                                                                                                                                                                                                                                                
Professor: Marcus Paulo Rycembel Boeira 
 
Ou                                                                                                                                                                                              24/04/2015 
 
2. PALOMBELLA, GIANLUIGI – FILOSOFIA DO DIREITO, III. DIREITOS E TRADIÇÕES. IDEIAS EM EVOLUÇÃO (E RE‑VOLUÇÃO) HISTÓRICA. 
 
1. O constitucionalismo: Tradição e Inovação 
Mundo Medieval 
 Havia um conjunto das limitações ao poder: sociedade fortemente comunitária, “coletiva”; 
 Direitos e liberdade dizem respeito aos grupos* e não ao indivíduo; 
*Feudos, cidades, estratos sociais. 
 Os direitos Individuais são uma reivindicação da Modernidade, introduzida pelos períodos revolucionários

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