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SISTEMAS DE PARTÍCULAS Nos capítulos anteriores tratamos os objetos em estudo como sendo partículas puntiformes, tendo massa, mas não levamos em conta sua dimensão. Esta restrição não é tão ruim, porque todos os pontos de um objeto em movimento de translação pura se move de maneira idêntica e não faz diferença se o tratamos como partícula ou como um corpo com uma certa extensão. No entanto, nem sempre esta restrição é válida. Por exemplo, quando um objeto tem movimento de rotação e translação simultaneamente ou quando suas partes vibram, umas em relação às outras, não será válido tratar o objeto todo como uma única partículas. Ainda assim neste casos mais complexos, existe um ponto do corpo cujo movimento, sob a ação de forças externas, pode ser analisado como uma única partícula. Este ponto é chamado de centro de massa. ¾ O centro de massa de um sistema de duas partículas Fig1.(a) Fig1.(b) A fig1.(a) mostra duas partículas de massas m1 e m2 separadas por uma distância d. Foi escolhido a origem do eixo x coincidindo com m1. Define-se a posição do centro de massa por: 2 cm 1 2 mx d m m = + 2 cm 1 1 cm 2 1 2 Veja que se 0, só existe uma partícula de massa e a posição do centro de massa coincidi com a posição da particula. Por outro lado, se 0 , posição da massa . Quando cm m x m m x d m m m x ⇒ = = ⇒ = = ⇒ 12 , o centro de massa fica no ponto médio entre elas.d= A fig1.(b) mostra uma situação mais geral em que a origem do sistema de coordenadas foi deslocado para a esquerda. A posição do centro de massa é agora definido por: 1 1 2 2 cm 1 2 m x m xx m m += + Para um sistema de duas partículas a coordenada do centro de massa é: 1 1 2 2 Mass cm a To 1 l 2 ta ; m x m xx M m m M += = +��� �� ¾ O centro de massa de um sistema de n partículas Podemos aplicar a mesma definição do centro de massa a uma situação mais geral em que n partículas estão em diferentes pontos do eixo x. Neste caso: 1 1 2 2 cm cm 1 1 n n n i i i m x m x m xx x m x M M = + + += ⇒ = ∑" 1 2onde é a massa total do sistema.nM m m m= + + +" Quando as partículas estão distribuídas em três dimensões são necessárias três coordenadas para especificar a localização do centro de massa. cm cm cm 1 1 1 1 1 1 ; ; n n n i i i i i i i i i x m x y m y z m z M M M= = = = = =∑ ∑ ∑ A posição do centro de massa de um sistema de partículas pode ser expressa por um vetor posição: cm 1 1 2 2 cm 1 1 1( ) ou n n n i i i r m r m r m r r m r M M = = + + + = ∑G G G G G G" A velocidade do centro de massa: ( ) cm 1 2 cm 1 2 cm 1 1 2 2 cm 1 1 1 1 ou n n n n n i i i d r d rd r d rv m m m dt M dt dt dt v m v m v m v v m v M M = = = + + + = + + + = ∑ G GG GG " G G G G G G" A aceleração do centro de massa: ( ) cm 1 2 cm 1 2 cm 1 1 2 2 cm 1 1 1 1 ou = n n n n n i i i d v d vd v d va m m m dt M dt dt dt a m a m a m a a m a M M = = = + + + = + + + ∑ G GG GG " G G G G G G" Reescrevendo a equação acima na forma: 1 1 2 2 3 3 cmn nm a m a m a m a M a+ + + + =G G G G G" 1 2 3 cmnF F F F M a+ + + + = G G G G G" int cm forças internas forças externas extF F M a+ =∑ ∑G G G� � Todas as forças internas constituem pares de ação e pela terceira Lei de Newton elas se cancelam mutuamente. ¾ Segunda Lei de Newton para um sistema de n partículas: , cm, cm , cm, , cm, ext x x ext ext y y ext z z F Ma F M a F Ma F Ma == = = ∑∑ ∑∑ G G O movimento de translação de um sistema de partículas pode ser analisado aplicando-se as leis de Newton como se toda a massa estivesse concentrada no centro de massa do sistema e a força externa estivesse aplica neste ponto. Para o caso em que 0 :extF =∑ G Se a resultante das forças externas que atuam num sistema de partículas for nula, então o centro de massa do sistema move-se com velocidade constante. Problema 2: Onde está o centro de massa das três partículas mostradas na figura abaixo. m1 m2 m3 Solução 1 2 3Massa Total: 15M m m m kg= + + = 1 1 2 2 3 3 cm 1 1 2 2 3 3 cm 3 0 8 1 4 2 1,1 15 3 0 8 2 4 1 1,3 15 m x m x m xx m M m y m y m yy m M + + × + × + ×= = = + + × + × + ×= = = O vetor posição é dado por: cm ˆ ˆ(1,1 ) (1,3 )r m i m j= +G ¾ Centro de Massa do objetos Sólidos Para determinarmos o centro de massa de objetos sólidos é conveniente substituímos os somatórios das expressões anteriores por integrais: cm cm cm 1 1 1 ; ; x xdm y ydm z zdm M M M = = =∫ ∫ ∫ Na forma vetorial, podemos escrever o vetor posição do centro de massa por: cm 1r r dm M = ∫G G Exemplo1: Determine o centro de massa de uma vareta uniforme de massa M e comprimento L. Solução: Uma vez que M é a massa total da vareta, a massa de um elemento de comprimento dx é: dx Mdm M dx dx L L λ= = = 2 cm 0 0 1 1 1 2 2 L LM x Lx xdm xdx M M L L = = = =∫ ∫ cm Como esperado, devido a simetria. 2 Lx = Exemplo2: Uma tira de um material é curvada na forma de um semicírculo de raio R. Determine seu centro de massa. Solução: Uma vez que o comprimento total do arco é πR, a densidade de massa è λ = M /πR. ( / ) . O elemento tem coordenada . Logo dm ds Rd M d dm y Rsen λ λ φ π φ φ = = = = cm 0 cm 0 1 1 ( ) 2 0,637 My y dm Rsen d M M R Ry sen d R π π φ φπ φ φπ π = = = = = ∫ ∫ ∫ O centro de massa não está no arco e fica fora dele. ¾Momento Linear de uma partícula O momento linear de uma partícula é um vetor p definido como o produto de sua massa pela sua velocidade. p mv=G G Segunda Lei de Newton: A taxa de variação do momento linear de um corpo é igual à força resultante que atua neste corpo e tem a mesma direção e sentido desta força. R d pF F dt = =∑ GG G Para uma única partícula de massa constante, temos ( ) d p d d vF mv m F ma dt dt dt = = = ⇒ = G GG GG G Energia Cinética: 2 21 2 2 pK mv K m = ⇒ = ¾Momento Linear de um sistema de partículas Considere agora um sistema de n partícula, cada uma com sua massa, velocidade e momento linear. As partículas podem interagir umas com as outra e podem também estar sujeitas a forças externas. O sistema como um todo possui um momento linear total P, definido por: 1 2 1 1 2 2 2 cm n nP p p p m v m v m v P M v = + + + = + + + = G G G G G G G" "G G Derivando em relação ao tempo, temos: cm cm d vdP M M a dt dt = = G G G Segunda lei de Newton para uma sistema de partículas. ext d PF dt =∑ GG ¾ Conservação do Momento Linear Suponha que a soma das forças externa que agem sobre um sistema seja nula (isto é, o sistema seja isolado) e que o número de partículas que compõem o sistema seja constante (isto é, o sistema é fechado). Da equação 0 constanteext d P d PF P dt dt = ⇒ = ⇒ =∑ G GG G Este importante resultado, chamado Lei de Conservação do Momento Linear, também pode ser escrito na forma: (sistema isolado e fechado)i fP P= G G Problema 39: Uma bala de 3,45 g é atirada horizontalmente sobre dois blocos em repouso sobre uma mesa sem atrito, como mostra a figura abaixo. A bala passa através do primeiro bloco, de 1,22 kg de massa, e fica cravada no segundo bloco, de massa 1,78 kg. Os blocos adquirem as velocidades de 0,630 m/s e 1,48 m/s respectivamente, conforme figura. Desprezando a massaremovida do primeiro bloco pela bala, determine (a) a velocidade da bala imediatamente após emergir do primeiro bloco e (b) sua velocidade original. 0bv 1m 2m 2 2 2 2 3 3 ( ) 3, 45 10 1,78 1,48 / 3,45 10 746 / i f b b b b b b b b P P m v m m v m mv v m kg kgv m s kg v m s − − = = + += × += × ≅ b) Usando a conservação do momento na colisão entre a bala e a massa m2 Solução a) Usando a conservação do momento na colisão entre a bala e a massa m2 0 1 1 2 1 0 2 1 0 1 963 / i f b b b b b b b b P P m v m v m v m mv v v v m s m m = = + = + + ⇒ ≅
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