Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL GCI016 MECÂNICA DOS SOLOS 11ª PRÁTICA DE RELATÓRIO - ENSAIO DE CISALHAMENTO DIRETO Turma: A Grupo: 2 Alunos: Ana Carolina Alves Vieira 11811ECV046 Frederico Pereira Marques 11711ECV055 Geovanne Pereira Gondim dos Santos 11621ECV013 Guilherme Fernandes Zemella 11511ECV022 Luiz Henrique Fachinelli Filho 11711ECV054 Mariana Mendonça de Oliveira 11521ECV034 Uberlândia, dezembro de 2018. INTRODUÇÃO A resistiência ao cisalhamento de um solo pode ser definida pela máxima tensão de cisalhamento que um solo pode resistir antes da ruptura, ou a tensão de cisalhamento do solo no plano em que estiver ocorrendo a ruptura. O cisalhamento ocorre devido ao deslizamento entre corpos sólidos ou entre partículas do solo. Os principais fenômenos que permitem menor ou maior deslizamento são o atrito e a coesão. É preciso compreender a natureza de resistência ao cisalhamento para que seja possível analisar os problemas de estabilidade do solo, tais como capacidade de carga, estabilidade de taludes e pressão lateral em estruturas de contenção de terra. (PINTO, 2006; DAS, BRAJA M., 2014). A resistência por atrito entre as partículas pode ser definida como a força tangencial necessária para ocorrer o deslizamento de um plano em outro paralelamente a este, sendo proporcional à força normal do plano e dependente do coeficiente de atrito. O ângulo formado entre a força normal e a resultante das forças, tangencial e normal, é chamdo de ângulo de atrito , sendo o máximo ângulo que a força cisalhante pode ter com a normal ao plano sem que haja deslizamento. O ensaio de cisalhamento direto é a forma mais antiga e mais simples de arranjo para o ensaio de cisalhamento e baseia-se no critério de Coulomb. O ensaio se caracteriza pela aplicação de uma tensão normal em um plano e a verificação da tensão cisalhante que provoca a ruptura. O experimento realizado teve como objtivo, ao utilizar de uma caixa de seção quadrada, obter através de da interpretação de uma envoltória lienar, os valores de ângulo de atrito interno do solo e do intercepto coesivo. RESULTADOS E ANÁLISES Dos dados obtidos em laboratório, têm-se as seguintes tabelas: Tabela 1: Dados do corpo de prova Identificação do solo Areia média saturada Massa específica dos sólidos 2,67 g/cm³ Massa de areia seca 408,94 g Área do molde 102,83 cm² Altura do corpo de prova 2,456 cm Volume do corpo de prova 252,55 cm³ Índice de vazios 0,619 -- Umidade de saturação 24,30 % Para obter o índice de vazios, utilizou-se a seguinte fórmula: Onde é a massa específica dos sólidos e é a massa de areia seca dividida pelo volume do corpo de prova. Para obter a porcentagem de umidade de saturação , sabe-se que: Adotou-se Logo, a porcentagem de umidade de saturação será: Sobre os dados do equipamento, segue a tabela 2: Tabela 2: Dados do equipamento Constante do anel dinamométrico 1730,56 N/mm Velocidade de deslocamento horizontal 0,275 mm/min Os dados da tabela 3 representam os dados obtidos e calculados durante o ensaio ao aplicar uma tensão normal de 50kPa. A constante do anel dinamométrico, fornecido na tabela anterior, é necessária para multiplicar com o valor lido no deslocamento no anel dinamométrico, obtendo, portanto, a força de cisalhamento em Newtons. Ao dividir essa força pela área do molde, chega-se ao valor da tensão de cisalhamento (kilo.Pascal) naquele instante. Tabela 3: Dados do ensaio Tempo (min) Deslocamento Horizontal (mm) Deslocamento Vertical (mm) Deslocamento no anel dinamométrico (mm) Força de cisalhamento (kgf) Tensão de cisalhamento (kPa) 0 4,73 8,46 0 0 0 0,5 4,7 8,45 0 0 0 1 5,05 8,45 0 0 0 1,5 5,16 8,45 0 0 0 2 5,17 8,45 0,01 17,3056 16,50393487 2,5 5,17 8,45 0,01 17,3056 16,50393487 3 5,17 8,45 0,01 17,3056 16,50393487 3,5 5,18 8,45 0,01 17,3056 16,50393487 4 5,18 8,448 0,01 17,3056 16,50393487 4,5 5,2 8,445 0,02 34,6112 33,00786973 5 5,33 8,439 0,06 103,8336 99,0236092 5,5 5,44 8,4 0,07 121,1392 115,5275441 6 5,58 8,38 0,11 190,3616 181,5432835 6,5 5,72 8,34 0,12 207,6672 198,0472184 7 5,87 8,31 0,16 276,8896 264,0629579 7,5 6,08 8,29 0,19 328,8064 313,5747625 8 6,15 8,26 0,21 363,4176 346,5826322 8,5 6,3 8,24 0,23 398,0288 379,5905019 9 6,44 8,22 0,24 415,3344 396,0944368 9,5 6,59 8,21 0,25 432,64 412,5983717 10 6,74 8,19 0,25 432,64 412,5983717 11 7,03 8,16 0,26 449,9456 429,1023065 12 7,32 8,14 0,26 449,9456 429,1023065 13 7,62 8,13 0,27 467,2512 445,6062414 14 7,92 8,1 0,31 536,4736 511,6219809 15 8,21 8,08 0,34 588,3904 561,1337855 16 8,5 8,07 0,39 674,9184 643,6534598 17 8,79 8,06 0,43 744,1408 709,6691993 18 9,08 8,06 0,47 813,3632 775,6849388 19 9,37 8,07 0,5 865,28 825,1967434 20 9,68 8,09 0,52 899,8912 858,2046131 21 9,96 8,11 0,54 934,5024 891,2124828 22 10,26 8,14 0,55 951,808 907,7164177 23 10,56 8,17 0,55 951,808 907,7164177 24 10,86 8,2 0,55 951,808 907,7164177 25 11,14 8,22 0,55 951,808 907,7164177 26 11,45 8,25 0,55 951,808 907,7164177 27 11,75 8,27 0,54 934,5024 891,2124828 28 12,04 8,29 0,54 934,5024 891,2124828 29 12,34 8,3 0,54 934,5024 891,2124828 30 12,64 8,31 0,53 917,1968 874,708548 31 12,93 8,32 0,53 917,1968 874,708548 32 13,23 8,33 0,53 917,1968 874,708548 33 13,53 8,34 0,52 899,8912 858,2046131 34 13,82 8,34 0,52 899,8912 858,2046131 35 14,1 8,35 0,52 899,8912 858,2046131 36 14,4 8,35 0,52 899,8912 858,2046131 Com estes dados, fez-se os seguintes gráficos: Gráfico 1: Tensão de cisalhamento em função do deslocamento horizontal Gráfico 2: Deslocamento vertical em função do deslocamento horizontal Sabendo que a tensão normal aplicada foi de 50kPa, que a maior tensão cisalhante calculada foi de 907,7164177kPa, pode-se calcular , pois: Como , , têm-se que , assim, a partir desta reta, é possível plotar a resistência do solo e o círculo de Mohr correspondente à condição de ruptura, com auxílio do AutoCad. Figura 1: Envoltória de Ruptura e Círculo de Mohr Fonte: Autores Onde o eixo das abscissas corresponde à tensão cisalhanete e o eixo das ordenadas à tensão normal. Por meio do gráfico, têm-se que , logo, a direção do ângulo de ruptura corresponde à 58º no sentido anti-horário ao plano principal maior. CONSIDERAÇÕES FINAIS Por meio do ensaio realizado, foi possível analisar o deslocamento vertical e horizontal do solo, e assim, chegar à sua resistência e seu plano de ruptura, fatores importantes a serem analisados quando pretende-se evitar a ruptura do solo em campo. Também, foi possível analisar o tipo de areia estudada por meio do gráfico 1 e do gráfico 2. Ao analisar o primeiro gráfico, percebe-se que se trata de uma areia fofa, pois não há um pico de tensão cisalhante com valores discrepantemente menores em seguida, ao contrário, ao atingir a tensão cisalhante máxima, os seguintes valores ainda são próximos, caracterizando uma leve continuidade, típico de areia fofa. Comprova-se isso com o gráfico 2, em que se analisa o deslocamentovertical em função do deslocamento horizontal. No gráfico obtido, o volume do solo diminui após aplicada a tensão, o que significa que o volume de vazios diminui à medida que as partículas da areia se rearranjam ocupando tal espaço. Caso fosse areia compactada, haveria a expansão do solo. Apesar das quebras da linearidade do primeiro gráfico, possivelmente, devido à uma falha do equipamento que parou de funcionar o motor por pequenos instantes, a análise e os resultados não são prejudicados consideravelmente, pois, muitos dados foram coletados durante o ensaio, chegando à análise que durante este trecho, apesar de não representarem o verdadeiro valor da tensão cisalhante em função do deslocamento, sabe-se que o solo ainda não havia chegado à tensão cisalhante máxima, não interferindo, portanto, na análise final do resultado. Trata-se, portanto, de um ensaio simples e útil ao estudar o comportamento do solo em situações críticas, pois é preciso compreender a natureza da resistência ao cisalhamento para que seja possível analisar os problemas de estabilidade do solo, tais como capacidade de carga, estabilidade de taludes e pressão lateral em estruturas de contenção de terra. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA DAS, B. M.; SOBHAN, K. Fundamentos de Engenharia Geotécnica: 8. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2014. PINTO, C. S. Curso Básico de Mecânica dos Solos: 3. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2006. �