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A História das Coisas

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Gestão Ambiental
Joyce Araújo Pinto
Elaborar um texto dissertativo que teça relações entre o vídeo História das Coisas (https://www.youtube.com/watch?v=Q3YqeDSfdfk) e o texto Educação no processo de gestão ambiental: uma proposta de educação ambiental transformadora e emancipatória (p.113140) - http://www.mma.gov.br/estruturas/educamb/_arquivos/livro_ieab.pdf
O vídeo A história das Coisas faz uma reflexão crítica sobre de onde vem as coisas que compramos e pra onde vão quando desfazemos delas? Pois as coisas, segundo os livros, se deslocam ao longo de um sistema, partindo da extração, para a produção, para a distribuição, para o consumo e para o tratamento de lixo. Isso tudo se chama a Economia de materiais. É um sistema em crise, por conta de ser linear em um planeta finito. Sendo que todas as etapas interagem com sociedade, culturas e ambientes diferentes tendo limites.
Neste sistema não é dado ênfase nas pessoas, onde muitas são mais importantes que outras devido ao poder de decisão, começando pelo governo. A função do governo é olhar e cuidar da população (mesmo que mais de 50% dos impostos em vários países irem para os militares). Segundo o artigo 225 da Constituição Federal brasileira, o Poder Público e a coletividade devem defender e preservar o meio ambiente (ecologicamente equilibrado), essa mesma coletividade tem o direto de viver no ambiente que lhe ofereça uma boa qualidade de vida. 
Logo depois vem as corporações, que são maiores que o governo, atualmente das economias da Terra a maior parte são das corporações. Como foi dito anteriormente, o governo deveria cuidar das pessoas, mas a medida que a corporação vem crescendo o governo cuida mais do bem-estar dela. Devido aos jogos de interesses dos atores sociais no meio físico-natural e construído, que podem escolher entre a defesa ou controle da área, é nítido que o governo anda abrindo brechas pra as corporações.
Estamos ficando sem recursos naturais, o consumo dos Estados Unidos é tão grande, que se todos os países consumissem igual aos EUA seria necessário de três a cinco planetas. A solução encontrada pelos países de “Primeiro Mundo” foi a extração nos “Países de Terceiro Mundo”, lê-se atualmente Países em Desenvolvimento. As zonas de pescas e florestas originais estão acabando. Das sete incumbências que existem no artigo 225 que responsabiliza o Poder Público, mostram que os direitos da população estão sendo violados, devido aos excessos e falta fiscalização. 
Consequentemente, acaba impactando o ecossistema e dentro dele, as pessoas que estão dentro, o que retorna a falta de ênfase nas pessoas dentro da economia de materiais, pois o governo e as corporações não consideram que os residentes daquele local não tenham valor por não serem donos dos meios de produção ou por não comprarem muitas coisas. Por conta disso é importante a educação ambiental, muitas pessoas estão com direitos violados sem saber que podem e devem fazer algo para mudar a triste situação, fazendo-se necessário que órgãos ambientais com profissionais qualificados eduquem a população tanto ecologicamente quanto politicamente. 
As matérias-primas ainda são misturadas com produtos tóxicos na produção, atualmente há 100.000 químicos sintéticos e muitos não foram testados. Sendo desconhecidos os impactos na saúde. Onde várias coisas que usamos são misturadas com neurotóxicos, essas toxinas vão se acumulando, o leite materno como exemplo é o alimento com mais elevado de químicos tóxicos. As mudanças do meio físico natural possuem total relação das mudanças nas relações da sociedade, como também as decisões da sociedade interferem no meio físico. As pessoas que mais sofrem com os produtos químicos são os trabalhos das fabricas, onde muitas são mulheres que não tem outra alternativa. 
A extração de recursos naturais move pessoas para as cidades por falta de emprego, vivendo em condições precárias e aceitando oportunidade, assim comunidades inteiras são desfeitas. As toxinas entram e saem, muitas saem como subprodutos, ou seja, a poluição das fábricas. Mudando fábricas de locais para outros países, porém com os ventos. Com o exemplo anterior, é possível compreender que não é apenas um caso de uma única ciência, como estudos biológicos, mas ele se relaciona com outras áreas. 
Logo após os recursos naturais virarem produtos, pois o ser humano valorou tudo, eles vão para as lojas, no caso a distribuição. O objetivo é vender os produtos com preços baixos e isso só é possível pois pagam valores baixos para os trabalhadores das lojas, restringindo os acessos aos seguros de saúde. Tudo se resume em exteriorizar os custos. Não se paga o que se compra, nem o transporte, o aluguel, quem acaba pagando são as pessoas que perderam os recursos naturais, os que estão diretamente expostos às toxinas e os que estão perdendo os direitos. Nenhum produto é verdadeiramente barato. É dever do poder público monitorar e fiscalizar todas ações que ocorrem, pois ocorre um efeito dominó quando ele é inadimplente.
Nesse sistema linear, o mais protegido é o consumo. O governo e as corporações manipulam a população para serem consumidores. Modificam o design dos produtos forçando a compra de novos, isso é a obsolescência planejada. Já a obsolescência perceptiva induz a população aprender que é algo antiquado, fora de moda e assim também força a população a consumir para entrar no padrão. Todos os dias e várias vezes por dia, os anúncios potencializam a obsolescência perceptiva, ensinando que é infeliz com o que tem e que a felicidade pode ser garantida através de compras. Mas as pessoas não estão realmente felizes, elas trabalham mais do quê nunca para poder ter dinheiro e consumir, encurtando o tempo para curtir com familiares e amigos, o tempo que livre que se tem é usado para assistir televisão (anúncios) e fazer compras. Ou seja, um círculo vicioso. 
Então chega no final do sistema, devido ao ritmo de consumo, a maioria das coisas viram lixo. Onde todo esse lixo é despejado no aterro ou incinerado, consequentemente é liberado mais poluição. Nem mesmo a alternativa de reciclar garante a diminuição da poluição, pois não é suficiente para suprir todo o impacto. É importante uma boa gestão ambiental, para beneficiar e não prejudicar a ninguém.
O homem e a natureza caminham lado a lado, mesmo que a humanidade tenha se esquecido disso. Pensar e praticar boas atitudes para que nenhum dos dois saíam prejudicados é uma das ações que o poder público deve ter. Enquanto houver pessoas para lutar contra todas as etapas do sistema linear, é uma chance para frear os impactos que o planeta está sofrendo.

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