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CLÍNICA CIRÚRGICA – 5º ANO ATLS TRAUMA – ABORDAGEM INICIAL: INTRODUÇÃO E EPIDEMIOLOGIA TRAUMA é definido como lesão caracterizada por alterações estruturais ou desequilíbrio fisiológico, decorrente de exposição aguda a várias formas de energia: mecânica, elétrica, térmica, química ou radioativa. Afeta superficialmente partes moles e/ou lesa estruturas nobres e profundas do organismo. O paciente politraumatizado é aquele que apresenta lesões em 2 ou mais sistemas de órgãos Constitui-se como problema de saúde pública a nível mundial – hospitalização, administração de seguros, encargos trabalhistas e redução da produtividade. No Brasil é a terceira maior causa de mortalidade, ficando atrás da DCV e CA. É a principal causa de morte em indivíduos de até 44 anos. DISTRIBUIÇÃO TRIMODAL DOS ÓBITOS DECORRENTES DE TRAUMA TEMPO CAUSAS CARACTERÍSTICA CONDUTA SEGUNDOS-MINUTOS (50%) Lacerações de aorta, traumatismo cardíaco e lesões de tronco cerebral e medula espinhal (apneia) Pacientes não conseguem ser salvos devido à gravidade da lesão Medidas preventivas, como sinalização de estradas, cinto de segurança. MINUTOS-HORAS (30%) Hemorragias, como hemopneumotórax, hematomas sub e epidural Atendimento rápido, com rápida avaliação e medidas de ressuscitação as chances de óbito GOLDEN HOUR! Medidas adequadamente conduzidas HORAS-SEMANAS (20%) Sepse e disfunção sistêmica de múltiplos órgãos Prognóstico depende dos tempos anteriores Depende das condutas tomadas anteriores AVALIAÇÃO E ATENDIMENTO INICIAIS Indivíduo politraumatizado = tratamento imediato avaliação rápida das lesões e aplicação de medidas terapêuticas de suporte de vida. O conjunto de medidas a seguir listado corresponde à AVALIAÇÃO INICIAL. 1. PREPARAÇÃO: a. Pré-hospitalar: - Ambiente seguro para o atendimento - Informar o hospital a respeito da transferência da vítima - Manutenção de vias aéreas, estabilização da coluna cervical, controle da hemorragia externa e imobilização do paciente para transferência – para hospital mais próximo. - Mecanismo de trauma, horário e circunstâncias do trauma b. Hospitalar: - Preparação da emergência – deve haver um líder: supervisionará o preparo da sala e conduzirá o atendimento. 2. TRIAGEM: Classificar o paciente de acordo com o tratamento necessário e os recursos disponíveis: a. Hospital com capacidade para atender todas vítimas: priorizar atendimento daqueles que risco iminente de vida e aqueles com lesões multissistêmicass b. Número de vítimas e a gravidade ultrapassam a capacidade do hospital: vítimas com maior potencial de sobreviver devem ser atendidas primeiro. 3. EXAME PRIMÁRIO: Identificação e tratamento prioritário das lesões que implicam em risco de vida: a. Airway: Estabilização da coluna cervical e avaliação das vias aéreas Coluna cervical: Movimentações intempestivas do pescoço podem comprometer fatalmente a medula espinhal alta em pacientes com fratura. Estas fraturas são amplamente observadas em vítimas de acidentes automobilísticos, homens entre 15 e 35 anos e > 65. Para correta estabilização, deve-se lançar mão do colar cervical + prancha rígida + coxins laterais. O colar cervical pode ser retirado em ambiente hospitalar caso paciente esteja alerta, sem dor cervical, sem abuso de álcool ou drogas e com exame neurológico normal Considerar potencial lesão à coluna cervical em vítimas de traumatismos multissistêmicos, especialmente nas que apresentem nível de consciência alterado ou em casos de traumatismos fechados acima da clavícula. Via aérea: A fonação deve ser imediatamente observada, de modo que pacientes sem prejuízos nesta dificilmente apresentarão obstrução significativa de via aérea. Neste caso, deve-se apenas adm oxigênio sob máscara facial a 11L/min. Hipóxia, letargia ou predominância de hipercapnia são sinais de comprometimento de via aérea. Caso paciente apresente rebaixamento do nível de consciência, deve-se estabelecer via aérea pérvia (chin lift ou jaw trust), mantendo a imobilização cervical. Deve-se realizar inspeção buscando possíveis corpos estranhos, vômitos, acúmulo de saliva ou sangue. VIA AÉREA DEFINITIVA DEFINIÇÃO INDICAÇÕES TIPOS Cânula endotraqueal adequadamente fixada e conectada a um sistema de ventilação assistida com mistura enriquecida em oxigênio Apneia TCE Proteção de aspiração Comprometimento de VA (trauma de face) Incapacidade de manter O2 adequado sob máscara INTUBAÇÃO ENDOTRAQUEAL VIA AÉREA CIRÚRGICA Orotraqueal (preferencial) Nasotraqueal (pct alerta) *avaliar CO2 (confirmará se tubo está bem posicionado) Cricotireoidostomia cirúrgica Crico por punção* Traqueostomia *Caso não tenha conseguido ou não possa ser feita intubação endotraqueal OBSERVAÇÕES: Trauma cervical: usar o guia facilita e acelera a intubação Máscara laríngea: também não é VA difinitiva! Múltiplas IOT sem sucesso ML Via aérea difícil: comitubo (2 tubos – um para ocluir esôfago e outro para conduzir o ar até laringe). Não é VA definitiva! Indicações de via aérea cirúrgica: trauma maxilofacial extenso, trauma no pescoço, incapacidade de visão de cordas vocais - Crico cirúrgica é CI em < 12 anos - Crico por punção não é via aérea definitiva (esta pode ser usada em < 12 anos) - Traqueo é um método de exceção no atendimento inicial Piora inesperada na saturação de oxigênio = DOPE - Deslocamento do tubo (extubação ou intubação seletiva acidental) - Obstrução (tubo/cânula): sangue coagulado ou secreções - Pneumotórax: não identificado ou piorado por ventilação positiva - Equipamento: inapropriado ou não funcionando corretamente b. Breathing: Respiração e ventilação Após conseguir uma via aérea pérvia, é necessário manter uma ventilação adequada. Todas vítimas de trauma devem receber suplementação de oxigênio e monitoração contínua com oximetria de pulso e ECG. Fazem parte desta etapa a inspeção, percussão, palpação e ausculta, além de RX de tórax AP. A ventilação mecânica é indicada se houver lesão grave da parede torácica, pacientes com diminuição do drive respiratório e em casos de hipoxemia com infiltrados no parênquima. TÓRAX INSTÁVEL CONCEITO Fratura de pelo menos 2 ou mais arcos costais consecutivos, com cada arco fraturado em 2 ou mais pontos ou separação dos arcos costais do esterno. Qualquer uma das situações determina uma respiração paradoxal ETIOLOGIA Trauma de grande intensidade, de modo que comumente há lesão de parênquima pulmonar subjacente (contusão pulmonar = sangue nos alvéolos e interstício). Pode gerar IRP. TRATAMENTO Analgesia com opiáceos e derivados (EV ou epidural): para respirar sem dor, melhorando a ventilação e reduzindo a retenção de secreções. Com o tórax expandindo normalmente há alinhamento das fraturas, permitindo sua consolidação. Pacientes taquipneicos e hipoxêmicos suspeitar de lesão abdominal associada ou contusão pulmonar. Nesta situação: IOT + ventilação com pressão positiva Tratamento cirúrgico das fraturas é controverso e a fixação com ataduras é CI! PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO CONCEITO Ar penetrando na cavidade pleural de forma contínua e unidirecional não sai, resultando em um acúmulo de grande quantidade de ar sob grande pressão na cavidade pleural. ETIOLOGIA Mais freqüente nos traumas torácicos fechados. VM com pressão positiva é a principal causa DIAGNÓSTICO É CLÍNICO! Dispnéia importante e ≥ 1 achados: Desvio contralateral da traqueia Enfisema subcutâneo Hipertimpanismo à percussão MV ausente ou diminuído Turgência jugular Hipotensão ou choque CONSEQUÊNCIAS Colapso do pulmão ipsilateral ao pneumotórax Desvio do mediastino com compressão do pulmão saudável = IRP e cuja angulaçãopromove compressão dos vasos da base prejuízo RV redução do DC hipotensão e choque Aumento da pressão intratorácica redução do RV TRATAMENTO IMEDIATO: Toracocentese (punção do HTX acometido) com agulha calibrosa, no 5º EIC, entre as linhas axilares anterior e média. Esta medida transforma em pneumotórax aberto, atenuando as repercussões hemodinâmicas e melhorando a ventilação DEFINITIVO: Toracostomia + drenagem em sele dágua, no 5º EIC, entre as linhas axilares anterior e média. O tubo deve ser insirido na borda superior da costela inferior PNEUMOTÓRAX ABERTO (Ferida torácica aspirativa) CONCEITO Solução de continuidade parede torácica ar atmosférico passa para cavidade pleural. Caso a lesão meça aproximadamente 2/3 do diâmetro da traqueia, haverá uma competição pelo ar entre a via aérea e a ferida quando o doente inspirar IRP rapidamente. TRATAMENTO IMEDIATO: é o salvador! Curativo de 3 pontas (mecanismo valvular: ar sai durante a expiração, mas não entra durante a inspiração). NÃO OCLUIR TOTALMENTE: isso transformaria um pneumotórax aberto em hipertensivo. DEFINITIVO: Toracostomia + drenagem em selo dágua com fechamento cirúrgico da ferida c. Circulation: Circulação com controle de hemorragia Avaliação hemodinâmica Na presença de instabilidade hemodinâmica, a reposição volêmica deve ser feita preferencialmente através de acessos periféricos. Em ordem de prioridade, segue-se o acesso venoso profundo e a dissecção da veia safena. Em crianças < 6 anos, a segunda opção é na verdade o acesso IO (não realizar em áreas de fratura ou infecções, devido ao risco de osteomielite). O acesso IO também pode ser considerado em adultos. Amostras de sangue devem ser colhidas para avaliação laboratorial: bHCG, lactato, gasometria venosa e testes toxicológicos. ATÉ SEGUNDA ORDEM, TODO DOENTE POLITRAUMATIZADO EM CHOQUE É PORTADOR DE CHOQUE HIPOVOLÊMICO HEMORRÁGICO. As fontes habituais são lesões intra-abdominais, lesões torácicas que cursam com hemotórax maciço, fraturas pélvicas e múltiplas fraturas de ossos longos. Em pacientes com hemorragia externa, a primeira medida é a compressão da ferida, com a posterior colocação de curativos compressivos, para controle da perda sanguínea. O torniquete voltou a ser recomendado e a roupa pneumática antichoque para pcts instáveis hemodinamicamente devido à fraturas pélvicas está desaconselhado. CLASSIFICAÇÃO DAS HEMORRAGIAS CLASSE I CLASSE II CLASSE III CLASSE IV INFORMAÇÕES GERAIS Não representa risco inicial. PA, FC, FR e pulso não alterados. Paciente levemente ansioso. Taquicardia, taquipneia e redução da pressão de pulso (geralmente devido PAD). Ansiedade moderada. Sinais clássicos de má perfusão: PAS, taquicardia, FR e alterações significativas no estado mental. Ameaçador à vida. PAS, pressão de pulso, nível de consciência, pele fria, cianótica e úmida, anúria CONDUTA Cristalóides se necessário. Mecanismos compensatórios restauram o vol em 24h Reposição de cristalóides Cristalóide e sangue. Parar hemorragia com cirurgia ou embolização. Ácido tranexêmico Rápida transfusão e intervenção cirúrgica imediata. Ácido tranexêmico Para reposição com cristalóides o RL é preferível em relação ao SF, já que grandes volumes deste pode acarretar em acidose hiperclorêmica, principalmente se houver lesão renal associada. A solução escolhida deve ser adm aquecida a 39 graus, de 1 a 2 litros. Na avaliação da resposta à reposição volêmica, deve-se considerar o débito urinário (resposta adequada de 0,5ml/kg/h), nível de consciência, perfusão periférica, BE e lactato. Durante a reposição volêmica, uma elevação rápida da PA sem o controle da hemorragia faz com que a perda sanguínea se exacerbe e o paciente vá a óbito. Conclui-se que a reposição deve ser suficiente para evitar a hipoperfusão de órgãos e ao mesmo tempo, não piorar a hemorragia ressuscitação controlada. Nas classes III e IV é aconselhável a transfusão precoce e a administração de ácido tranexâmico, visto que vítimas de politrauma com hemorragia importante são candidatas à coagulopatia. Além do trauma, a reposição volêmica e a hipotermia são fatores que predispõem a coagulopatia. Transfusão maciça: > 10 concentrados de hemácias/24h ou ≥ 4/h. Neste caso, o óbito deve ser prevenido com a administração de plasma fresco congelado e plaquetas, além da infusão menos agressiva de cristalóides; tratamento da acidose e reversão da coagulopatia. Hipotensão refratária à infusão de volume após o controle da hemorragia: choque cardiogênico e obstrutivo pensar em tamponamento cardíaco, pneumotórax hipertensivo, contusão pulmonar, IAM, embolia gasosa, choque neurogênico e insuficiência suprarrenal. - Tamponamento cardíaco: hipotensão, turgência jugular e abafamento das bulhas cardíacas (tríade de Beck) em vítima de trauma torácico. O tratamento emergencial é a toracotomia ou até pericardiocentese. - Contusão miocárdica: paciente vitima de trauma torácico que apresenta alterações ECG. - Embolia aérea: Fístula entre um brônquio e ramo da veia pulmonar. Conduta é toracotomia de emergência clampeamento do hilo pulmonar lesado + aspirar ar no ventrículo e arco aórtico. d. Disability: Incapacidade, estado neurológico Aferição da escala de coma de Glasgow, observação do tamanho das pupilas e movimentação das extremidades. Alterações no exame neurológico são atribuídas a traumatismos do SNC após exclusão de condições com hipoxemia, hipotensão e uso de drogas ou álcool. e. Exposition: Exposição e controle do ambiente (e prevenção da hipotermia). Despir a vítima e examiná-la dos pés à cabeça. Neste momento lesões em região dorsal e envolvimento do períneo podem ser diagnosticados. Na sequência, aquecer o paciente. 4. REANIMAÇÃO: VA pérvia + ventilação adequada + infusão de fluidos (combate à hipovolemia e choque) 5. MEDIDAS AUXILIARES (ao exame primário e à reanimação): Monitoração ECG: arritmias podem ser sinais de contusão miocárdica, AESP pode ser conseqüência de tamponamento cardíaco ou pneumotórax hipertensivo ou hipovolemia grave. Catéter urinário: avaliação da reposição volêmica através do débito urinário. É CI se houver lesão uretral (sinais como sangue no meato uretral, fratura pélvica). Na suspeita desta, é indicada a uretrografia retrógrada para confirmação diagnóstica. Caso confirmada, a conduta seguinte dependerá do estado hemodinâmico: se estável, optar por cistostomia suprapúbica; se instável, punção suprapúbica. Catéter gástrico: para descompressão gástrica, evitando a broncoaspiração. Monitorar: FR, saturação de oxigênio, gasometria arterial, pressão arterial e débito urinário Exames de imagem: Em vítimas de trauma fechado, deve-se realizar Rx de coluna cervical (incidência lateral), tórax AP e pelve AP. Lavado peritoneal dx e US abd podem identificar sangramento oculto intra abdominal. 6. EXAME SECUNDÁRIO E HISTÓRIA: Somente após medidas de reanimação demonstrando tendência à normalização das funções vitais. Inclui história clínica + EF (exames complementares também). Mecanismo de trauma também pode ajudar! 7. MEDIDAS AUXILIARES AO EXAME SECUNDÁRIO: Exames complementares mais específicos, como incidências adicionais das radiografias já solicitadas, TC cabeça, coluna, tórax e abdome, urografia excretora, ecocardiograma, broncoscopia e esofagoscopia. Por exigirem transporte do paciente pelo hospital, devem ser realizados apenas em pacientes estáveis hemodinamicamente. 8. REAVALIAÇÃO: constante! Isto impede que alterações recentes passem desapercebidas ou agravamento das preexistentes. A monitoração continuada dos sinais vitais e diurese são essenciais. Solicitar gasometrias arteriais e aferiçõesde CO2 expirado nos pacientes em IOT. 9. TRATAMENTO DEFINITIVO: Após identificação das lesões do paciente, da resolução dos problemas que implicam ameaça de vida e obtenção dos exames laboratoriais e complementares. TRAUMA DE PESCOÇO E FACE A maioria das lesões graves se deve aos traumas penetrantes, que provocam hemorragia e/ou comprometimento agudo da via aérea. Importante observar seu houve acometimento do músculo platisma, o que determinará lesão superficial ou profunda, com indicação de intervenção cirúrgica. Exploração cirúrgica imediata no trauma de pescoço (zonas I, II e III – apostila): Sangramento ativo, instabilidade hemodinâmica, hematoma em expansão ou evidência clara de acometimento de via aerodigestiva. Nos demais casos indicam-se primeiramente avaliação complementar por TC, angio-TC, US-doppler, EDA, etc. O trauma fechado, por apresentar inicialmente sintomas discretos, é de difícil diagnóstico e está relacionado a altos índices de mortalidade. A principal estrutura acometida nesses casos é a laringe, que deve ser investigada através da TC de pescoço. Acesso VA no trauma de pescoço: - IOT: hematoma cervical em expansão, hemoptise, enfisema subcutâneo, sopro ou frêmito, déficit neurológico, anormalidade na voz - Via aérea cirúrgica: trauma grave, obstrução no nível ou acima da laringe (ao se tratar de laringe, a traqueo é preferível), distorção anatômica importante Hemorragia: compressão local + reposição volêmica com cristalóides e hemoderivados. Os vasos sanguíneos são as estruturas mais comumente atingidas. As lesões fechadas decorrentes de compressão ou trauma sobre estruturas vasculares podem levar à oclusão trombótica da carótida e déficit neurológico. Indicado TC se lesão, exploração cirúrgica ou terapia endovascular. Caso contrário, devido ao risco de AVE nos dias sujsequentes, está indicada terapia com antiplaquetários ou anticoagulação plena. Nas lesões penetrantes = angio TC imediata para avaliar estruturas lesadas e trajeto do objeto. TRAQUEIA e LARINGE: - Trauma fechado: TC pescoço, laringoscopia e broncoscopia - Trauma penetrante: enfisema subcutâneo, crepitações e hemoptise. o Traqueia: Desbridar lesão e fechar primariamente. o Laringe: Fechamento da laceração da mucosa e redução das fraturas das cartilagens. Se necessário = stents. FARINGE e ESÔFAGO: EDA e esofagografia são os principais métodos complementares para diagnóstico. - Esôfago: Deve-se realizar reparo primário e drenagem da ferida. Se o diagnóstico for realizado > 12 horas = considerar infecção do mediastino ATB sistêmico + esofagostomia para desviar a secreção orofaríngea + alimentação por jejuno/gastrostomia. - Faringe: desbridamento + fechamento primário + dieta zero/5 a 7 dias. TRAUMA MAXILOFACIAL CI à IOT via aérea cirúrgica Intensa hemorragia para orofaringe (artérias maxilar e palatina – ramos da carótida externa). CD é tamponamento, ou ligadura da carótida externa ou embolização angiográfica. FRATURAS DE FACE DIAGNÓSTICO TC = achados ósseos + opacificação dos seios maxilares e etmoidais LE FORT I Separação do suporte dentoalveolar e o palato. Linha de fratura transversa LE FORT II Separa nasal e maxila do frontal. Linha de fratura também é transversa LE FORT III II + estende-se pelo assoalho da órbita para fissura orbitária posterior CONDUTA Preferência por tratar tais fraturas em um segundo tempo, para regressão do edema. O reparo cirúrgico é indicado em casos de perda da função ou por estética. Imediato se afundamento (risco lesão cerebral) TRAUMA TORÁCICO Traumas de região torácica correspondem a 25% das causas de morte no politrauma. - Lesão penetrante: estruturas da periferia dos pulmões hemotórax e pneumotórax - Lesão transfixante – mediastino: lesão de grandes vasos, coração, pericárdio e esôfago toracotomia - Trauma fechado: fratura de costela, ruptura de aorta, coração ou diafragma, contusão cardíaca ou pulmonar Dentre as conseqüências das lesões torácicas há: - Hipoxemia: contusão pulmonar ou pneumotórax hipertensivo - Hipovolemia e choque hemorrágico - Insuficiência cardíaca: contusão miocárdica Vale lembrar destas situações quando paciente não responsivo à administração de volume. Hemorragia é a principal causa de choque no politrauma, mas há também o tamponamento cardíaco, embolia infarto extenso choque cardiogênico. TORACOTOMIA DE EMERGÊNCIA – INDICAÇÕES Hemotórax maciço: drenagem de 1500 ml por dreno TL ou saída de 200- 300ml/h nas primeiras 2-3h Lesões penetrantes de parede torácica com tamponamento cardíaco Feridas da caixa torácica de grande dimensão Lesões de vasos nobres no tórax + instabilidade hemodinâmica Lesões traqueobrônquicas extensas Evidência de perfuração esofagiana TORACOTOMIA DE REANIMAÇÃO: trauma torácico penetrante + AESP este procedimento deve ser realizado na sala de emergência = Toracotomia anterolateral esquerda 4º ou 5º EIC clampeamento aorta torácica descendente, controle de lesões exsanguinantes, massagem cardíaca aberta e possibilidade de esvaziar o saco pericárdico. TRAUMATISMO DA PAREDE TORÁCICA - No trauma torácico, a fratura do 4º ao 10º arco costal é muito freqüente: Comprometimento de 1 ou 2 arcos sem lesão pleural ou pulmonar: analgesia (tratamento ambulatorial) o Idosos: complacência torácica e/ou doença parenquimatosa pulmonar: acúmulo de secreções, atelectasia, infecção. Devido à dor ao inspirar, pode-se optar por analgesia oral intercostal epidural = melhor expansibilidade e eliminação eficaz de secreções traqueobrônquicas - Lesão do 1º ao 3º arco ou escápula ou clavícula = possível trauma torácico grave + lesão de grandes vasos - Lesão do 10º ao 12º arcos = possíveis lesões hepática ou esplênica. - Crushing injuries (lesão por esmagamento): compressão da veia cava edemas e petéquias na parte superior do tórax, MMSS e face - Fratura de esterno: risco de lesão das estruturas subjacentes = coração, pericárdio e grandes vasos. Possível associação com tórax instável. Tórax instável: Respiração paradoxal é a conseqüência imediata, com aumento do trabalho para respirar e hipoventilação alveolar, cursando com intensa dor. Pode estar associado à insuficiência respiratória, ou levar à ela. O tratamento se baseia na analgesia: opiáceos EV/intercostal/epidural. A melhora da dor permite uma maior expansibilidade torácica = alinhamento das fraturas e evita acúmulo de secreções. Considerar IOT com VM com pressão positiva se: FR > 40, hipoxemia, nível de consciência rebaixado, doença pulmonar crônica ou lesões abdominais concomitantes TRAUMATISMO PULMONAR E PLEURAL Contusão pulmonar: Ocorre em 40% dos traumas torácicos fechados e a mortalidade varia com a idade, comorbidades e lesões associadas. Pneumonia e SDRA são as principais complicações. Na CP o líquido e sangue dos vasos rotos tomam os alvéolos, interstício e brônquios hipoxemia + consolidações do parênquima vistas radiologicamente (RX ou TC) intensa resposta inflamatória comprometimento da função respiratória + inflamação sistêmica SDRA CONDUTA SatO2 > 90% Administrar oxigênio + analgesia (fraturas costais) + monitoração (oximetria de pulso, gasometria arterial e ECG contínuo) SatO2 < 90% IOT + VM *CP x Atelectasia: Esta não ultrapassa as fissuras pulmonares, já a CP não é limitada por segmentos ventilatórios. *DPOC e DRC aumentam risco de evolução com SDRA. Cautela ao infundir volume, para não piorar infiltrados pulmonares e deteriorar o quadro respiratório e gasométrico. Monitoração hemodinâmica invasiva é útil para infusão adequada. A restrição hídrica é CI e a correção da anemia é essencial para melhorar a oferta de O2 para os tecidos. Pneumotórax: SIMPLES Não apresentadesvio do mediastino. Classificado em: - Pequeno (< 1/3 do volume do parênquima é perdido/colapsado) Se FR = drenagem - Grande (colapso de quase todo pulmão) drenagem em selo d´agua HIPERTENSIVO Lesão ar entre as pleuras = válvula unidirecional ar entra, mas não sai Consequências: Desvio de mediastino (comprime pulmão contralateral e pode angular vasos da base, dificultando RV DC hipotensão/choque; e provocando turgência jugular), colapso do pulmão ipsilateral e instabilidade hemodinâmica Irp Clinicamente: dispnéia importante + expansibilidade. Outros = desvio de traqueia, MV, hipotensão, enfisema subcutâneo Dx e tratamento: é clínico, com tratamento IMEDIATO! Agulha no 5º EIC na linha HC. Primeiramente transformar em aberto e então drenar (borda superior da costela inferior). Avaliar débito do dreno ABERTO Tende ao equilíbrio entre as pressões. Se lesão > 2/3 da traqueia IRp Tratamento: pré hospitalar = curativo de 3 pontas (ar sai na expiração e não entra na inspiração). Já em ambiente hospitalar = drenagem + fechamento cirúrgico da ferida Dreno: 4º ou 5º EIC anteriormente à linha axilar média. Retirar quando pulmão se apresentar totalmente expandido e não houver borbulhamento pelo frasco de drenagem por 48-72h Hemotórax: “Todo derrame decorrente de trauma torácico deve ser considerado como hemotórax”. Geralmente decorrente de lesão em vasos intercostais ou artéria mamária interna, sendo na maioria dos casos autolimitado. CD = drenagem em selo d´agua. Hemotórax maciço: acúmulo rápido > 1500 ml ou ≥ 1/3 volume sanguíneo do paciente na cavidade torácica, geralmente como conseqüência de um trauma penetrante. O diagnóstico pode ser feito a partir da associação de choque, MV ausente e macicez à percussão. Jugulares colabadas devido à hipovolemia. A conduta deve ser infusão imediata de cristalóides + dreno no 5º EIC entre a linha axilar anterior e média, de modo que o sangue drenado seja preparado para autoinfusão. Após a drenagem toracotomia. Também são indicações: 200 ml/h nas primeiras 2-4 horas, pacientes que continuam sangrando, paciente que apresenta instabilidade hemodinâmica ou necessidade de hemotransfusão. Quilotórax: Presença de linfa em cavidade pleural, decorrente de obstrução em alguma parte do trajeto do ducto torácico. No RX é visto como DP, sendo diagnosticado apenas pelo exame laboratorial do líquido drenado. Pode ter origem traumática (cirurgias e acidentes) drenagem em selo dágua + reexpansão pulmonar + suporte nutricional (NPT ou dieta de alto valor proteico); ou não traumática (linfoma em fase avançada, câncer metastático. É necessária reposição agressiva de líquidos, eletrólitos e nutrientes. Se necessário: pleurodese (< 500 ml/dia) com ou sem ligadura do ducto torácico (> 1 litro/dia). Traquéia e Brônquios: Pouco comum e potencialmente fatal. Este paciente usualmente apresenta enfisema subcutâneo, hemoptise ou pneumotórax hipertensivo (pensar nesta hipótese quando após a drenagem do pneumotórax houver expansão incompleta do pulmão). Ventilar e oxigenar = IOT seletiva do brônquio saudável. TRAUMATISMO CARDÍACO Lesões entre linha hemiclavicular direita e linha axilar média esquerda e entre fúrcula esternal e extremidades anteriores dos arcos costais. Além de lesões penetrantes, pode ser decorrente de lesões fechadas, cursando com: Contusão Miocárdica: Suspeitar desta lesão em traumas torácicos intensos, nos quais pode haver fratura de esterno ou de arcos costais superiores. O VD é a câmara mais acometida. A contusão consiste na hemorragia subepicárdica, miocárdica e endocárdica, ruptura de fibras musculares, edema, necrose celular e migração leucocitária. Pode entrar em falência ou eletricamente instável IC ou arritmias. O diagnóstico é na verdade AP, mas achados como hipotensão associada a elevação da pressão venosa central, alterações da motilidade na parece miocárdica vistas no ecocardiograma e alterações do ECG (extra sístoles ventriculares múltiplas, taqui sinusal, FA e bloqueio de ramo) são sugestivas. Troponinas elevadas sugerem IAM. A conduta envolve uso de medicações antiarritimicas e medidas para melhorar a função em caso de falência, como drogas inotrópicas, infusão de volume, etc. O comprometimento do miocárdio costuma ser transitório. Tamponamento Cardíaco: Arma de fogo ou arma branca VD é o mais acometido (anterior), seguido por VE. Lesões com laceração de miocárdio e pericárdio cursam com hemotórax maciço e exsanguinação, culminando com morte no local e sem ocorrência de tamponamento cardíaco. No tamponamento, a lesão do pericárdio é tamponada por coágulos ou pelo parênquima pulmonar acúmulo progressivo de sangue (proveniente das câmaras cardíacas) entre os folhetos do pericárdio conseqüência hemodinâmicas graves (100 a 150 ml já provocam os sinais e sintomas): Compressão das câmaras restrição do enchimento diastólico turgência jugular bilateral e congestão pulmonar + redução do débito cardíaco hipotensão e choque. Causas de tamponamento cardíaco: Lesões penetrantes torácicas, dissecções traumáticas de aorta ascendente, ruptura miocárdica em traumas fechados. Manifestações clínicas: - Tríade de Beck (30 a 40%): veias do pescoço distendidas, bulhas abafadas e hipotensão - Cianose em graus variados - Hipotensão e choque - Pulso paradoxal - Sinal de Kussmaul (dilatação acentuada das jugulares – que já estavam túrgidas – na inspiração) Diagnóstico de líquido pericárico: FAST ou ecocardiograma transtorácico Tratamento é a toracotomia em centro cirúrgico. Caso não seja possível imediatamente pericardiocentese subxifoidiana com agulha romba (15 a 20 ml já aliviam os sintomas). TRAUMATISMO DA AORTA Aorta descendente (nível do ligamento arterioso) Arco aórtico Aorta descendente (nível do diafragma) Maioria das vítimas morre de imediato. Em 20% o sangramento é contido por tecidos paraórticos pleurais ou túnica adventícia ainda íntegra ( aneurisma traumático). Reconhecimento é essencial = em 24h, 25% podem ter a ruptura. Poucos achados clínicos. Lembrar deste diagnóstico diferencial em pacientes politraumatizados, cujo mecanismo de trauma envolve desaceleração. Rx do tórax pode sugerir comprometimento aórtico e dos vasos da base: - Alargamento do mediastino (> 8 cm) - Perda do contorno aórtico - Desvio de estruturas para direita Proceder investigação com TC helicoidal de tórax contrastada: Se houver lesão angio TC ou aortografia. Caso contrário, não há necessidade de métodos complementares. Tratamento de pacientes estáveis: reparo cirúrgico, stents, drogas (anti HAS). Prioridade para lesões mais graves para então tratar lesão da aorta (no paciente estável!). TRAUMATISMO DO DIAFRAGMA Todo paciente com lesões penetrantes abaixo dos mamilos e acima da margem costal deve ser investigado para possível acometimento do diafragma. Achado tardio dessas lesões é hérnia traumática. Investigar com: - Lavado peritoneal (feridas penetrantes de epigástrio) - Videotoracoscopia (se pneumo ou hemotórax) - VDLP (lesões na transição toraco-abdominal) No traumatismo fechado, causado por desacelerações rápidas ou forças intensas de compressão (principal causa é o aumento súbito da pressão intra abdominal). Lesões grandes costumam estar relacionadas com lesões de arcos costais. Achados possíveis são as herniações de vísceras para o tórax Hipoxemia e IRp Conduta: Redução da hérnia e rafia do diafragma. TRAUMA ABDOMINAL ÓRGÃOS MAIS LESIONADOS: - Fechado: Baço > fígado > delgado > hematomas retroperitoniais - Penetrante: o Fogo: Delgado > cólon > fígado > estruturas vasculares abdominais o Branca: Fígado > delgado > diafragma > cólon O acometimento de vísceras abdominais pode determinar sangramento importante: acometimento de víscerassólidas e grandes vasos; ou irritação peritoneal, pelo conteúdo de alças intestinais ou grande quantidade de sangue. A abordagem inicial pretende identificar se há realmente algum acometimento indicação de cirurgia? - Tipo de trauma - Instabilidade hemodinâmica ou sinais de irritação do peritônio COMO INVESTIGAR: TC é o melhor exame: avalia o retroperitônio e classifica lesões (Obrigatória estabilidade hemodinâmica). É o principal exame para avaliação detalhada do trauma abdominal!!! Lavado peritoneal: Indicado no trauma fechado para avaliar lesões de vísceras abdominais em pacientes não responsivos ou hipotensos sem causa aparente. É o mais sensível para encontrar sangue na cavidade. NÃO avalia retroperitônio. Fazer anestesia infra umbilical -> incisão -> cateter de diálise peritoneal: Primeiramente aspirar: Se houver > 10ml sangue ou restos alimentares = LPD positivo Se negativo, infundir 1 L de solução cristalóide aquecida. Esperar 5 minutos, coletar e enviar ao labratório. Nesse caso será positivo se Hemácias > 100.000, leucócitos > 500, amilase > 175 ou presença de bile. Apesar de poder ser feito em paciente com instabilidade hemodinâmica, está em desuso porque leva tempo. FAST: Permite encontrar líquido na cavidade abdominal. Não sabe se é sangue, urina, etc... Não consegue ver sangramento retroperitoneal de uma fratura de pelve. Pode ser usado em pacientes instáveis hemodinamicamente e é mais rápido que o lavado. Coleções superiores a 250 ml. Locais de análise (losango): saco pericárdico, hepatorrenal, esplenorrenal, pelve/fundo de saco FAST estendido: pleura pneumo ou hemotórax Videolaparoscopia: trauma penetrante na transição toraco-abdominal. É muito específico, mas permite # entre abdome e tórax. É Dx e terapêutico (se houver lesão de diagragma). COMO INDICAR LAPAROTOMIA No trauma penetrante: Abdome cirúrgico se tiver: choque, peritonite ou evisceração. Abdome não cirúrgico, a conduta dependerá se a lesão foi por arma branca ou de fogo Lesão por arma de fogo: - Normalmente Cx (90%): violação da cavidade peritoneal o Pacientes com sinais ou sintomas abdominais o PAF claramente penetrou abdome, lesando estruturas viscerais o Trajeto do projétil determinará exploração cirúrgica - Flancos ou dorso: TC (se estáveis hemodinamicamente) o Avalia peritônio e retroperitônio Lesão por arma branca: - No abdome cirugico: Laparotomia exploradora se o Instabilidade hemodinâmica o Evisceração o Peritonite - No não cirúrgico exploração digital da ferida o Alta se não violou peritônio (aponeurose do reto abdominal íntegra) o Se duvidosa ou violou o peritônio: Observar 24h: EF seriado + Hb 8/8. Se não houver alteração, reiniciar a dieta e dar alta! Sinais peritoneais ou instabilidade hemodinâmica: laparotomia exploradora Estabilidade hemodinâmica + leucocitose ou redução de Hb> 3g/dL: TC, LPL, FAST Laparotomia exploradora caso seja confirmada lesão abdominal Lesões por arma branca no flanco ou dorso hemodinamicamente estáveis e sem sinais de peritonite imagem = TC de triplo contraste. Nestas regiões a exploração digital, USG e laparoscopia diagnóstica são pouco sensíveis. Lesão na transição toracoabdominal (PAF ou PAB): Diafragma é a estrutura mais comumente acometida neste tipo de lesão hérnias traumáticas. A lesão também dependerá da fase do ciclo respiratório e do trajeto do objeto. Conduta se houver dúvida: VDLP diagnóstica No trauma fechado: Houve lesão intra-abdominal? O abdome é realmente a fonte da hemorragia? Quando o EF não ajuda a responder estas perguntas, o diagnóstico pode ser feito com o lavado peritoneal ou o FAST: - Vítimas de contusão abdominal com EF não confiável devido ao rebaixamento da consciência - Politrauma, no qual o abdome é uma fonte possível de sangramento - Hipotensão ou choque no politrauma sem causa aparente Abdome cirúrgico se: peritonite, retropneumoperitonio ou pneumoperitonio (rotura de víscera oca -> vai para cavidade e vai matar paciente) Abdome não cirúrgico: TC (mas preciso ter estabilidade hemodinâmica) - Estável: TC abdome com contraste. 30% instabiliza durante a TC. Devido a isso é indicado FAST por segurança! Na TC devo avaliar o grau da lesão - Instável dependerá: o Não politrauma: apenas abdome com lesão (distensão ou escoriação) -> laparotomia o No politrauma: preciso provar que a instabilidade é do abdome para poder ir para laparotomia, através de FAST ou lavado LESÕES ORGÂNICAS ESPECÍFICAS CONDUTA CONSERVADORA: Só com estabilidade hemodinâmica e com condições de observação/intervenção como médico, TC, angioembolização e sem outras indicações de laparotomia! CIRUGIA NO TRAUMA: SEMPRE FAZER A MENOR CX POSSIVEL. LIMITE-SE AO TRAUMA! Baço: É o mais lesado em traumas fechados! Suspeitar quando houver fraturas de arcos costais à esquerda ou sinal de Kehr (dor subescapular à esquerda). FAST + e paciente estável hemodinamicamente TC = extravasamento de contraste próximo ao hilo esplênico, delinear lesão do baço? CONDUTA DO TRAUMA ESPLÊNICO CONSERVADORA CIRÚRGICA INDICAÇÕES Estabilidade hemodinâmica EF abdominal negativo para irritação peritoneal Ausência de indicações precisas para laparotomia Ausência de lesões associadas que necessitem cirurgia Ausência de condições associadas que risco sangramento Lesões esplênicas I e II (lesão III, se isolada) Estabilidade hemodinâmica + irritação peritoneal Instabilidade hemodinâmica com LPD ou FAST + Coagulopatia TC com lesão grau IV (desvascularização > 25%) ou V (pulverizado) CONDUTA UTI por 48 a 72 horas + repouso absoluto + SNG Medidas seriadas do Ht e EF abdominal - Se queda do Ht TC - Se estável enfermaria dieta e caminhada Esplenorrafia Esplenectomia parcial/total. Não esquecer de vacinar: meningo, pneumo e haemophilus (14º PO) *contrast blush: contraste formando imagem hiperdensa no parênquima esplênico embolização angiográfica Fígado O acometimento hepático é classificado de acordo com sua localização e profundidade. Acometimento das veias hepáticas e da VCI = pior prognóstico. CONDUTA DO TRAUMA HEPÁTICO CONSERVADORA CIRÚRGICA INDICAÇÕES Estabilidade hemodinâmica Nível de consciência preservado Ausência de indicações precisas para laparotomia Necessidade < 2 unidades de concentrado de hemácias Paciente que não se enquadra nos quadros anteriores CONDUTA Repouso absoluto/5 dias (primeiras 48h na UTI) Acompanhamento sinais vitais e Ht seriados (TC se Ht ) Sutura, clipes cirúrgicos, coagulação com feixes de argônio, colágeno, compressas, ligadura vascular, cirurgia para controle de dano e ressecção Embolização angiográfica: extravasamento de contraste para o parênquima hepático Sangramento profuso Manobra de Pringle (campleamento do ligamento hepatoduodenal = Colédoco, A. hepática e V porta). Se não houver melhora, o sangramento não é dessas estruturas e sim da cava inferior (retro hepática) e veias hepáticas. Se houver melhora, permite abordagem da fratura hepática, identificação e ligadura dos vasos sangrantes Cirurgia de controle de danos: Manobra de Pringle insuficiente tamponamento com compressas (lesão deve ser potencialmente corrigível) peritoneostomia + UTI/24-48h para correção da hipotermia, acidose e coagulopatia reabordar Lesão grau V: compressas + cirurgião de transplante Lesão grau VI (avulsão hepática): hepatectomia total com anastomose portocava até 36h para Tx hepático Trauma da via biliar extra hepática: ductos hepáticos direito, esquerdo e comum + colédoco Paciente crítico: 1º tempo ligadura simples + 2º tempo correção cirúrgica definitiva Paciente estável: - Lesão < 50% da circunferência do ducto: reparo primário+ dreno em T (Kehr) - Transecções: anastomose biliodigestiva Lesão da vesícula biliar = colecistectomia Pâncreas: É retroperitoneal = pouco acometido. Se acometido, 90 a 95% tem indicação cirúrgica. Indicação de laparotomia na maioria das vezes, porque costuma estar associado a outras lesões graves. O diagnóstico pode ser feito por TC helicoidal ou CPRE. A dosagem da amilase é pouco específica. O tratamento do trauma pancreático é sempre Cx, que depende da presença ou não de envolvimento do ducto pancreático e da lesão do parênquima. Não há lesão do ducto: Aqui SEMPRE TEM QUE DRENAR, devido à natureza cáustica dos produtos pancreáticos. Nesse caso, drenagem e reparo Há lesão do ducto: Corpo e cauda (esquerda da veia mesentérica superior)– drenagem e pancreatectomia distal Cabeça (direita da veia mesentérica superior) – Se lesão simples, fazer drenagem e reparo. Se graves ou junto com duodeno, fazer drenagem e duodenopancreatectomia (duodeno e pâncreas compartilham a mesma vascularização, logo, se retirar um, tem que retirar o outro também). Cirurgia de Whipple indicações = hemorragia de difícil controle, lesões graves do duodeno ou pâncreas. Principal complicação das cirurgias para tratamento do trauma pancreático = fístula pancreática, com ou sem abscesso do pâncreas. Duodeno: Víscera oca (20 cm) maior parte retroperitoneal Laceração causa retropneumoperitônio: Clínica - escoliose antálgica, dor lombar irradiando até região escrotal e crepitação ao toque retal. Sinais radiológicos – ar delineando rins Conduta – Lapatotomia Contusão: Clínica – “hematoma da parede duodenal” obstrução gástrica (náuseas e vômitos) Sinais radiológicos – RX contrastado com imagem de empilhamento de moedas (é o que cai na prova). Na prática a TC é melhor. 50% dos casos tem amilase . Conduta – Manter paciente em dieta 0 por 14 dias, mas com nutrição parenteral. Se não houver melhora operar Intestino delgado: Clínica – sinal do cinto de segurança (equimose na área correspondente), pneumoperitônio (RX), peritonite Cx – Rafia primária (suturar a lesão quando a lesão é pequena, ou seja, equivale a menos de 50% da circunferência) ou enterectomia (ressecção com anastomose primária se acometimento > 50% da circunferência). Intestino Grosso: A cx dependerá do segmento mais afetado. O mais comum é o transverso (> cólon direito e ceco > esquerdo, sigmóide e reto). Redução de complicações infecciosas se realizada até 2 horas e pela técnica correta. A lesão da alça é geralmente acompanhada de peritonite laparotomia! Ráfia primária se: - Menos 50% parede - A cirurgia deve ser precoce (4 a 6h) e não deve haver contaminação da cavidade - Estabilidade hemodinâmica - Sem lesão vascular colônica - Necessidade de menos de 6 concentrados de hemácias Resseccao com anastomose primária: Estabilidade hemodinâmica, mas não preenche todos acima Em ambas não posso deixar fezes passar pela sutura. Faço colostomia e depois volta ao normal Hartman ou controle de danos se instabilidade hemodinâmica Reto A maioria é por empalamento No reto utiliza os mesmos critérios: Se no terço distal, nas faces lateral ou posterior, fazer colostomia de proteção e drenagem pré sacra BZD, ráqui anestesia e cx TRAUMA CRANIOENCEFÁLICO Impacto na saúde da população: - 15 a 20% das mortes entre 5 e 35 anos (especialmente entre 14 e 35 anos) - 50% das mortes associadas ao trauma - 1% de todas as mortes - 60% com sequelas importantes (80 a 90 mil inválidos por ano) - Causas: acidentes automobilísticos, quedas, violência inter pessoal. ANATOMIA Envolvendo o encéfalo e o tronco cerebral há: - Meninges: o Dura mater: 2 folhetos contato com periósteo e aracnóide Folheto externo frouxamente aderido à tábua interna do crânio acúmulo de sangue hematoma extradural Folheto interno determina os dois hemisférios cerebrais e a tenda do cerebelo Veia sagital na linha média o Aracnóide: LCR corre no espaço entre aracnóide e projeções dela para a pia mater Várias pequenas veias unem a aracnóide à dura lesões = hematoma subdural o Pia-máter - Crânio o Abóbada: atenção para fraturas temporais possível acometimento da artéria meníngea média (hematoma extra dural) o Base: lesões por acelerações e desacelerações - Couro cabeludo (rica irrigação). AVALIAÇÃO: ABCDE como medida inicial, seguida por um exame neurológico mínima: 1. Nível de Consciência: Avaliação quantitativa através da GCS. Afastando outras causas, como intoxicação por drogas, álcool, a alteração do nível de consciência é sinal de lesão intracraniana. 2. Avaliação da função pupilar: Simetria e reflexo motor. Lesões expansivas cerebrais PIC herniação do úncus compressão do nervo oculomotor midríase ipsilateral à lesão. 3. Déficit motor lateralizado: contralateral à lesão expansiva e também decorrente da herniação do úncus, que comprime o trato corticoespinhal assimetria nos movimentos voluntários ou estímulos dolorosos TCE grave = pupilas assimétricas, assimetria motora, fratura aberta de crânio com perda de líquor ou exposição de tecido cerebral, GCS <9 ou queda > 3 na realiação, fratura de crânio com afundamento UTI + neurocirurgião DIAGNÓSTICO: - TC de crânio: após estabilização hemodinâmica. Repetir de 12 a 24h se contusão ou hematoma. As lesões de maior gravidade são hematoma intra craniano, contusões e desvio da linha média. - RX crânio: Traumas penetrantes ou suspeita de fratura temporal (risco de hematoma extradural associado) - EF + inspeção local: Trauma contuso TIPOS DE LESÃO: - Lesão primária: pode levar à morte imediata do paciente - Lesão secundária: tendência no atendimento inicial é a prevenção destas lesões o Manter PA (evitar hipotensão) o Manter PIC (evitar hipertensão intracraniana) Fratura O principal significado das fraturas é o maior risco de hematomas. A lesão cerebral > importante do que a fratura - Fraturas lineares simples: Observar se cruza território vascular (risco de hematoma) - Fraturas com afundamento: Tratamento da lesão cerebral subjacente - Fraturas abertas: Rompimento da dura desbridamento e sutura - Fraturas de Base de crânio: o Olho guaxinim: equimose periorbitária o Equimose retroauricular: Sinal de Battle o Fístula liquórica: rinorreia ou otorreia o Paralisia nervos (VII e VIII): paralisia facial e perda da audição Principais responsáveis pelos altos índices de morbidade e mortalidade no TCE: Hipertensão Intracraniana e Isquemia Cerebral Lesão intracraniana: Difusas: São produzidas pela desaceleração súbita do SNC dentro do crânio, com interrupção da função cerebral: - Contusões múltiplas - Isquemia - Concussão: Perda temporária da função neurológica (amnésia ou confusão), podendo apresentar perda de consciência temporária - Lesão axonal difusa (ruptura de axônios): Coma > 6h, decorrente de TCE. Diagnóstico pela TC, que exclui lesões expansivas e HIC. Tratamento é o suporte clínico. o Leve: Entre 6 e 24h de coma o Moderada: Coma > 24h, sem postura de descerebração o Grave: Coma > 24h + postura de descerebração Focais: São lesões restritas a uma determinada área do encéfalo. Podem ter efeito de massa ou levar à HIC. É essencial o diagnóstico precoce, visto que o tratamento é cirúrgico. - Hematoma Subdural agudo: é o mais comum e a principal causa de efeito de massa. Idosos e pacientes em uso de drogas anticoagulantes constituem população de risco. Ocorre devido a lesão de pequenas veias entre dura e aracnóide, com acúmulo progressivo de sangue. Em 80% é unilateral e a localização mais comum é na região frontotemporoparietal. o Tríade de Cushing: HAS + bradicardia + bradipneia (comum na HIC grave) o Diagnóstico: TC Imagem hiperdensa que acompanha a convexidade cerebral. Edema e desvio da linha média podem ocorrer. o Conduta: Drenagem por craniotomia ampla - Hematoma Epidural: Acúmulo de sangue decorrente de lesões dos ramos da artéria meníngea média que cruzam o osso temporal. Não costuma ser acompanhado de dano significativo do parênquima cerebral subjacente. Instalação imediata devido à origem arterial. o Complicações: HIC e herniação do uncus. o QC: Perda da consciência – intervalo lúcido – piora neurológica o Diagnóstico: RX com fratura em trajeto que cruza vasos. TC é o exame de escolha lesão hiperdensa biconvexa. Localizações mais comuns: temporal, frontotemporoparietal. o Tratamento cirúrgico se sintomático ou assintomático > 15 mm craniotomia + tratamento da lesão com retirada do hematoma + coagulação das áreas de hemorragia - Contusão e Hematomas Intercerebrais: A contusão é um comprometimento da superfície cerebral, com graus variados de hemorragia, edema e destruição tecidual. É mais comum nos lobos frontal e temporal em fenômenos de desaceleração (golpe e contra golpe). A formação de cicatrizes está relacionada à epilepsia pós traumática. Repetir TC em 24h. Lesão de pares cranianos: - I par (olfatório): Fratura do frontal anosmia - II par (Óptico): Fratura do esfenóide. Pupila não reativa, mas reflexo consensual presente - IV par (Troclear): Fratura da asa menor do esfenóide. Diplopia - VII par (Facial): Fratura de base do crânio. Paralisia facial. - VIII par (Vestibulococlear): Fratura do osso petroso. Perda da audição, vertigem e nistagmo Gravidade - Leve: 13-15 (80%) - Moderado: 9-12 (10%) - Grave: 3-8 Avaliação Neurológica (D) - Escala Glasgow - Exame das pupilas - TC: Hematoma, Contusão, Desvio de linha média (>5mm – cir) ATENDIMENTO TCE LEVE (80%): História de desorientação, amnésia ou perda temporária da consciência, mas no momento paciente já se apresenta alerta e falando normalmente. - TC se: o Perda consciência (>5’) o Amnésia retrógrada o Vômitos (>2 episódios) o GCS < 15 o Sinais focais o Fratura base de crânio o Mecanismo de trauma o Anticoagulante oral/diátese hemorrágica Na persistência dos sintomas, paciente deve ser reavaliado por neurocirurgião. Se paciente assintomático, alerta e normal ao ser reexaminado = alta, com orientação a retornar se cefaléia, declínio de consciência em 24h ATENDIMENTO TCE MODERADO Apresentam-se confusos ou sonolentos e podem apresentar déficit neurológico focal - Para todos TC e avaliação do Neurocirurgião - Internação em UTI - Nova TC dentro de 12 a 24 horas ATENDIMENTO TCE GRAVE ABC: Instabilidade hemodinâmica, hipoxemia e retenção de CO2 são condições que afetam diretamente lesões cerebrais graves, piorando o quadro neurológico e o prognóstico. Estabilização cardiopulmonar é essencial do atendimento primário. Pacientes hipotensos devem ser ressucitados com infusão de volume e hemoderivados. Caso não haja resposta à infusão de volume, pesquisar fontes de sangramento: LPD ou FAST em todos pctes em coma e com PA baixa (C tem preferência: tto sgto antes da TC – PAs < 100) Os cuidados intensivos pretendem prevenir lesões secundárias: - IOT + VM - Catéter para avaliação da PIC - Se evidência de massa intervenção durante a laparo (sem TC) - PAM deve ser mantida > 90 mmHg (sistólica) - Cabeceira elevada 30 graus - HIC: Aumento da PIC > 20 por mais de 5’ (conduta nesta ordem caso não haja melhora) o Drenagem liquórica o Bloqueio JNM + sedação o Manitol (1 g/Kg em bolus) ou Lasix: Pode ser associado ao manitol (0,3 a 0,5 mg/Kg) Não pode em hipotensos o Hiperventilação (moderada): PaCO2 = vacoconstrição = PIC Fluxo para SNC = PPC e isquemia do encéfalo o Barbitúricos: proibido em hipotensos o Anticonvulsivante (fenitoína): prevenção de convulsões pós traumáticas o Indução de hipotermia leve: tolera PIC por mais tempo FLUXO SANGUÍNEO CEREBRAL: Teoria de Monro-Kelly adaptada por Borrows: A PIC é dependente do volume dos seus constituintes: - Pressão de perfusão cerebral PPC = Pressão arterial média (PAM) - Pressão intracraniana (PIC) Conclusão: TCE causa importante de morbi-mortalidade, principalmente em jovens. O tratamento se baseia em evitar as lesões secundárias. Conduta de acordo com a gravidade. TC cerebral Patologia cirúrgica Hematoma extradural Hematoma subdural Contusão cerebral Afundamento do crânio Lesões Difusas do Encéfalo Lesão axonal difusa Edema cerebral Centro cirúrgico Monitoração + Tratamento intensivo HÉRNIA DE PAREDE ABDOMINAL Aponeurose: tecido conjuntivo denso fixação do músculo em sua inserção óssea. Pode ser ponto de reparo Fáscia: tecido conjuntivo frouxo que envolve os músculos REGIÃO INGUINAL - ANATOMIA PELE TECIDO CELULAR SUBCUTÊNEO - Fáscia de Camper: superficial, delicada e bem vascularizada - Fáscia de Scarpa: Sobre o músculo oblíquo externo. Se continua em direção à bolsa escrotal APONEUROSE DO MÚSCULO OBLÍQUO EXTERNO (borda anterior) - Ligamento lacunar (borda medial): Espessamento da borda livre da aponeurose apresenta um espessamento, o ligamento inguinal. O ligamento lacunar corresponde à inserção dele no púbis. - Anel inguinal externo CANAL INGUINAL - Passagem entre musculatura da parede abdominal, de direção oblíqua, que segue de lateral para medial e da profundidade para os planos mais superficiais - Funículo espermático: cremáster, vaso cremastérico, ducto deferente com sua artéria e veia, artéria e veia testiculares, artéria e veia espermáticas externas, conduto peritoneovaginal obliterado, plexo pampiniforme, ramo genital do nervo genitofemoral, nervo cremastérico e vasos linfáticos; + nervo ilioinguinal + nervo íleo-hipogástrico. - MÚSCULO OBLÍQUO INTERNO + MÚSCULO TRANSVERSO DO ABDOME (com aponeuroses) (borda superior e posterior) - Anel inguinal interno - Fáscia transversalis (sob o transverso): Triângulo de Hasselbach – ligamento inguinal, vasos epigástricos e borda do reto abdominal. Trata-se do ponto de maior fraqueza da parede. o Tecido gorduroso pré peritoneal o Peritônio o Cavidade abdominal Aponeurose do músculo oblíquo externo + interno inserem-se juntas no tubérculo púbico = Área conjunta Anatomia – de dentro para fora: - Alças intestinais: com freqüência constituem o conteúdo de uma hérnia - Peritôneo cobrindo as alças intestinais - Gordura pré peritoneal - Canal inguinal: Parede posterior: Fáscia transversalis: Anel inguinal interno marcando o início do canal inguinal Canal femoral: abaixo do ligamento inguinal Músculo transverso do abd Músculo oblíquo interno Parede anterior: Aponeurose do músculo oblíquo externo (fixa o músculo à uma estrutura rígida) Anel inguinal externo/superficial marcando o fim do canal inguinal Ligamento inguinal/Poupart (é a própria aponeurose que faz uma reflexão sobre ela mesma, formando uma região mais espessa) - Subcutâneo - Pele Canal inguinal: do anel inguinal interno ao externo - Homem: funículo espermático (músculo cremaster – tração do testicular, plexo pampiniforme – drenagem venosa do testículo e conduto peritônio vaginal – obliterado) - Mulher: ligamento redondo do útero *Em geral, hérnias são mais comuns em homens A. Inguinal Hérnia mais comum Homens, especialmente no lado DIREITO (atrofia mais tardia do conduto peritônio vaginal Prevalência aumentada com a idade Hérnia inguinal indireta (é a MAIS COMUM) Anuncia-se através do canal inguinal interno, devido à patência do conduto peritôneo-vaginal – defeito congênito; típica dainfância. Anuncia-se lateralmente aos vasos epigástricos inferiores. Quando volumosa, pode se insinuar para dentro da bolsa escrotal = hérnia inguinoescrotal. Hérnia inguinal direta Anuncia-se pelo triângulo de Hasselbach (empurra a parede posterior do canal inguinal). Defeito adquirido, devido ao enfraquecimento da parede posterior – fáscia transversalis. Há uma área específica desta que apresenta o enfraquecimento, formando o triângulo Hasselbach: - Ligamento inguinal - Vasos epigástricos inferiores (direta é medial) - Borda lateral do músculo reto Fatores bioquímicos e ambientais também têm relação com a gênese desta hérnia: tabagismo, alterações do colágeno e fibroblastos. Avaliação: O exame clínico é o principal, de modo que USG e TC ficam reservados. A principal queixa é a dor/peso na região inguinal, especialmente aos esforços. Pode haver abaulamento da região: - Redutível: saco herniário retorna à cavidade abdominal - Irredutível/Encarcerada: não é possível redução manual - Estrangulada: encarceramento levando ao comprometimento vascular, dor intensa + sinais flogísticos Tanto na encarcerada, quanto na estrangulada pode haver obstrução intestinal se alguma alça fizer parte do conteúdo herniário. Buscar hérnia contralateral, em outros orifícios e fatores desencadeantes ( pressão intra abdominal hérnia): HPB, ascite, tosse crônica, constipação. Devem ser minimizados no pré operatório a fim de evitar recidivas. O EF deve ser realizado em pé (repouso + Valsalva) e deitado, através da palpação através do escroto do anel inguinal interno ao externo (direta x indireta). Massas inguinais têm como diagnóstico diferencial hidrocele, varicocele, linfonodomegalias inguinais, lipomas e tumores de testículo e epidídimo. Classificação de NYHUS (inguinal e femoral) - DECORAR I. Indireta com anel inguinal interno normal II. Indireta com anel inguinal interno dilatado III. Defeito na parede posterior a) Direta b) Indireta c) Femoral IV. Recidivante a) Direta b) Indireta c) Femoral d) Mista Hérnia da criança: indireta em 95% das vezes, não havendo necessidade de reparo da parede. É mais comum em prematuros do que em nascidos de termo. Tem alto índice de acometimento bilateral e de encarceramento/estrangulamento. Por não apresentar fechamento espontâneo, a cirurgia é indicada para todos – ligadura alta do saco herniário. Hérnia do adulto: Incisão transversa ou oblíqua na região inguinal, abertura do subcutâneo e oblíquo externo. Isolamento do cordão em relação à parede posterior e ao saco herniário. Diagnóstico do tipo de hérnia – relação com vasos epigástricos. É feita a redução do conteúdo do saco, ligadura alta e ressecção. A forma de reforço da parede posterior é o que difere cada técnica. VDLP não adiciona nenhuma vantagem, aumenta o custo e risco anestésico. É indicada em hérnias recidivadas. Vantagem de menos dor no pós-operatório e retorno mais rápido às atividades. B. Femoral ou Crural Canal inguinal: Ligamento de Cooper, veia femoral e trato ileopúbico. Nestas hérnias o saco se anuncia medialmente aos vasos femorais. Tratamento através da técnica de McVay. DIRETA INDIRETA Defeito adquirido Medial aos vasos epigástricos inferiores Ao exame físico: paciente faz a manobra de valsalva e o conteúdo empurra a polpa do dedo do examinador Defeito congênito – comum da infância Lateral aos vasos epigástricos inferiores Ao exame físico desloca a ponta do dedo do examinador ao realizar Valsalva Maior risco de encarceramento Anuncia-se abaixo do ligamento inguinal Epidemiologia: - Mais comum em mulheres (a mais comum é a inguinal indireta) - Mais comum à direita (à esquerda tem o sigmóide “protegendo”) - Maior risco de encarceramento (anuncia-se pelo canal femoral – rígido e estreito) Tipos de cirurgia: Abordagem anterior: de fora para dentro - Herniorrafia anterior + reforço posterior (criança não precisa fazer este reforço) o Bassini: sutura do tendão conjunto e o arco músculo aponeurótico do transverso no ligamento inguinal. É a que apresenta maior índice de recidivas. o Shouldice: imbricação de músculos (suturar um músculo sobre o outro). É muito difícil e pode dar dor no pós-operatório. Menor índice de recidivas. o Lichtenstein: tela livre de tensão – é a de escolha atualmente (menor índice de recidiva). É mais fácil – suturada ao longo do ligamento inguinal, no tendão conjunto e sob o oblíquo interno. Abertura na tela para passagem do funículo espermático (“gravatinha”) o Mc Vay: boa para hérnia femoral (sutura do tendão conjunto no ligamento Cooper, desde o tubérculo púbico até os vasos femorais – sutura no ligamento inguinal, até o anel inguinal interno). VDLP é vantagem para hérnias femorais. Reparo com tela é preferível Abordagem posterior: de dentro para fora - Ideal para hérnia bilateral ou recidiva (Stoppa) Complicações: São na verdade infreqüentes: - Ferida operatória: hematoma, seroma e infecção (cefalozina DU se reparo com tela, 30 a 60’ antes da incisão) - Isquêmicas: Orquite isquêmica (trombose do plexo pampiniforme) - Neurológicas: Lesão de nervos da região inguinal - Recidivas: usualmente pode ocorrer nos primeiros 2 anos. Não varia se técnica é aberta ou fechada, mas é menor em casos com uso de tela. Recidiva tem mais chances de ocorrer em pacientes com HPB, DPOC e obesos. Para correção é indicado uso de tela em cirurgia por técnica diferente da anterior. C. Umbilical Defeito no fechamento da cicatriz umbilical – persistência do anel umbilical sem o fechamento de sua camada aponeurótica após o nascimento. Caracteriza-se por uma protusão anormal do peritônio contendo tecido gorduroso pré peritoneal e omento. A técnica consiste na redução com fechamento simples do anel herniário. D. Epigástrica Protusão de gordura pré-peritoneal ou do próprio peritônio na linha Alba, entre o apêndice xifóide e a cicatriz umbilical. Geralmente assintomática, ou com dor mal definida no local. Fechamento simples do defeito na linha Alba é a forma de tratamento. E. Incisional Desenvolve-se em área de cicatriz cirúrgica prévia. Deiscência da sutura da camada aponeurótica, relacionada à obesidade e infecção de FO, além de DM, ascite, gravidez, QT. Falha da técnica. Pode ser realizado o reparo primário ou necessitar reparo com tela. TRATAMENTO DA HÉRNIA INGUINO-FEMORAL Tratamento deve ser cirúrgico, já que todas hérnias tendem a crescer. REDUTÍVEL ENCARCERADA ESTRANGULADA Cirurgia eletiva Redução manual Se houver sinais de sofrimento isquêmico (mais de 6 horas +/-) ou em caso refratário, deve-se fazer cirurgia de urgência! Isquemia Cirurgia de Emergência (risco de peritonite) E se reduzir na anestesia ou irritação peritoneal? Laparo xifo-pub (víscera isquêmica na cav) CRIANÇA ADULTO Congênito – tendência ao fechamento espontâneo até os 2 anos Indicações cirúrgicas: - Concomitante à hérnia inguinal - Defeito > 2 cm - Associção à DVP - Não fechou após 4 a 6 anos Adquirida ( da pressão intra-abdominal) Indicações cirúrgicas: - Sintomática - Grande anel - Complicações - Ascite volumosa F. Spiegel Entre a borda lateral do reto abdominal e a linha semilunar (esta também é chamada de linha de Spiegel). Diagnóstico difícil, necessitando USG ou TC. Reparo com aproximação dos tecidos adjacentes ao defeito ou tela. G. Lombar Defeito na fáscia fibromuscular da parede posterior do abdome. Não tendem a encarcerar. Sutura simples do defeito aponeurótico ou uso de telas. - Superior (abaixo da 12ª costela): Grynfeltt - Inferior (acima da crista ilíaca): Petit H. Obturadora Fraqueza da membrana obturadora – compressãodo nervo obturador com algia na face interna da coxa. Denominações especiais das hérnias: Amyand: Apendicite aguda no interior de uma hérnia inguinal. Richter - Pinça borda antimesentérica (isquemia sem obstrução) - Mais comum na hérnia femoral Littré - Conteúdo é o divertículo de Meckel - Pode também evoluir com estrangulamento e necrose sem sinais de obstrução COMPLICAÇÕES EM CIRURGIA FEBRE NO CONTEXTO OPERATÓRIO PER-OPERATÓRIO 24-72H DE PÓS-OPERATÓRIO >72H DE PÓS OPERATÓRIO Infecção pré-existente Atelectasia Infecção de FO (S aureus), ITU, PNM Reação a droga ou transfusão Infecção necrosante de ferida (S aureus OU Clostridium perfrinfens) Parotidite supurativa** (S aureus) Hipertermia maligna* TVP Como interpretar pico febril no pós-operatório? Levar em consideração: - Tipo de cirurgia - Infecção o ITU, PNM, FO o Fasceiíte necrosante: febre, FO com bordas necróticas e crepitação à palpação no entorno - Síndromes inflamatórias - Uso de drogas ou hemoderivados o Reação transfusional: febre alta, hipotensão e hemoglobinúria - Dispositivos invasivos - Outras causas: sinusite, colecistite alitiásica, TVP ou TEP, IAM, pancreatite aguda Nas primeiras 36h, pensar em lesão inadvertida de alça intestinal, ocasionando extravasamento para cavidade abdominal, com peritonite difusa. Febre, distensão abdominal, recusa alimentar e vômitos. 4º dia: deiscência anastomótica e contaminação peritoneal 5º ao 8º dia: origem infecciosa – foco urinário (cateter?) 7º ao 10º dia: infecção de FO Hipertermia maligna: Síndrome muscular hereditária fármaco-induzida: - Exposição aos anestésicos inalatórios - Succinilcolina Estas drogas induzem abertura de canais de Ca no músculo, gerando um imenso influxo deste íon na fibra muscular, resultando em uma intensa contração – hipermetabolismo muscular, gerando: - Hipertermia (elevação muito intensa e rápida) - Hipercapnia (altera capnografia e gera acidose) - Rabdomiólise (K) Anestesista deve estar alerta para reconhecer esta situação e intervir rapidamente: - Cessar exposição (ao fármaco indutor) - Resfriamento (para tentar compensar a hipertermia) - HCO3 (acidose e hipercalemia) - Dantrolene é o “antídoto” (BCC do músculo) Parotidite supurativa é mais comum em homem, idoso e com má higiene bucal (edema, eritema, febre e leucocitose) COMPLICAÇÕES DE FERIDA OPERATÓRIA Lembrar que todos os planos que foram abertos e então fechados durante a cirurgia fazem parte da FO e que a infecção pode acometer 1 ou mais planos. 1. SEROMA Coleção de linfa e soro no SC. É a complicação mais simples que existe e não evolui mal. Manifesta-se como abaulamento indolor e sem sinais flogísticos da FO, com eventual drenagem de líquido de aspecto claro. Tratamento com compressão ou aspiração com agulha grossa tentativa de obliterar os linfáticos. Se reacumular após duas drenagens = drenagem aberta e cicatrização de FO por segunda intenção. A prevenção é feita com drenos. 2. HEMATOMA Trata-se da coleção de sangue e coágulo sob a FO, no TCS na maioria. É decorrente de hemostasia inadequada – falha na técnica cirúrgica ou coagulopatia. Manifesta-se com dor local, coloração azulada na pele, na área de cicatriz. As complicações podem ser compressão aérea (hematomas cervicais), surgimento de hérnias incisionais e necrose tecidual. Tratamento reabrindo, se volumoso, com limpeza da ferida e ressutura da pele. Caso pequeno será reabsorvido. O mais importante se refere à prevenção (cuidados pré operatórios – suspender determinadas drogas, identificar coagulopatias). 3. DEISCÊNCIA APONEURÓTICA Incisão é feita plano a plano. Esta complicação se deve a um defeito músculo-aponeurótico. A principal complicação relacionada é a evisceração, ou quando mais simples – hérnia incisional. Dentre os FR, pode-se citar QT ou RT, técnica cirúrgica incorreta, obesidade, infecção profunda da FO. 4º ao 14º dia: líquido serohemático extravasando pela ferida e dor é a primeira manifestação Tratamento é reoperar, ressuturando, refazendo a integridade da camada aponeurótica 4. INFECÇÃO DA FO Até 30 dias (ou 1 ano se prótese) após procedimento, com drenagem purulenta, cultura positiva ou outras manifestações. Dentre os FR, pode-se citar a idade avançada, desnutrição, DM, obesidade, imunossupressão, infecção, RT prévia, presença de drenos. Técnica cirúrgica adequada é essencial para evitar esta condição – tricotomia apenas se necessário e no momento da cirurgia, preparo da pele do campo cirúrgico, preparo da equipe cirúrgica. SUPERFICIAL (pele e TCS) PROFUNDA (fáscia e músc) ÓRGÃOS E CAVIDADES Febre, dor, flogose, pus Febre, dor, fogose, pus Febre, distensão, toxemia, abscesso Tto: retirar pontos, drenar e lavar *NÃO envolve ABT! Tto: retirar pontos, drenar, lavar e acrescentar ATB Tto: ATB e drenagem (punção guiada por exame de imagem) O tratamento deve eliminar o foco infeccioso, com desbridamento de tecidos desvitalizados, drenagem de coleções purulentas, abordagem de perfurações. Lembrar de outras complicações no pós-operatório: GASTROINTESTINAIS CARDIOVASCULARES PULMONARES Deiscência de anastomose Fístulas gastrointestinais Obstrução intestinal HAS IAM Atelectasia e PNM Broncoaspiração EAP e SDRA TEP REMIT Para SOBREVIVER, o que o ser humano precisa? - GLICOSE - ÁGUA - OXIGÊNIO Frente ao trauma os estoques são quebrados para garantir estas substâncias ao organismo. É um metabolismo essencialmente catabólico – METABOLISMO INTERMEDIÁRIO: PERÍODO PÓS PRANDIAL: Glicemia e insulina insulina joga glicose para célula Sobrou glicose? Insulina inicia o ANABOLISMO – construção de estoque (2 formas): - Glicose é armazenada no fígado e no músculo, sob a forma de glicogênio = GLICOGENOGÊNESE - A insulina também transforma a glicose em uma forma de mobilização mais lenta = LIPOGÊNESE JEJUM OU TRAUMA: Não há necessidade de hipoglicemia (< 50) para iniciar o catabolismo. Em uma situação em que há queda da glicemia (em torno de 65), a insulina começa a cair também. Evolutivamente, este é o momento de “correr ou lutar”, necessitando de hormônios contra insulínicos, iniciando o CATABOLISMO – destruição de estoque (2 formas): - GLICOGENÓLISE: capaz de manter glicemia estável de 12 a 24 horas no jejum e trauma leve. O glicogênio tem maior reserva no músculo do que no fígado. No grande queimado, por exemplo, isso é consumido em cerca de 2 a 3 horas, porque nele o metabolismo está cerca de 200% aumentado. - GLICONEOGÊNESE: Radicais não glicídicos serão transformados em glicose no fígado através de proteólise e da lipólise. A proteólise libera aminoácidos: glutamina e alanina. Já na quebra da gordura há liberação de glicerol e ácidos graxos. Além disso, proveniente do metabolismo anaeróbio, o lactato também é utilizado para formar esta nova glicose. o Tendo estes componentes, o músculo é capaz de utilizar o ácido graxo como fonte primária de energia. Porém, ele também é metabolizado ao passar pelo fígado, formando corpos cetônicos. o No fígado, glutamina, alanina, glicerol e lactato formam a glicose. Alanina glicose: Ciclo de Felig Lactato glicose: Ciclo de Cori Paciente grave chega a um momento em que quebra tanta proteína, que não tem mais músculo. Isso dificulta tirar da ventilação mecânica. Quebra também muita gordura, produzindo corpos cetônicos, gerando disfunção de múltiplos órgãos e sistemas. ADAPTAÇÃO DO JEJUM/TRAUMA: Reduz a proteólise, priorizando a lipólise. Energeticamente parecer ser uma troca sem vantagens, porque deixo de aproveitar os 2 nutrientes que obtive e passo utilizar só 1. Entretanto é melhor, visto que o ácido graxo pode ser diretamente usado pelo músculo.Além disso, a glicose produzida também é direcionada prioritariamente para o músculo. Isto explica a eficácia do jejum intermitente: prioriza consumo de gordura, poupando massa magra. O cérebro é o local que mais consome energia. Em uma situação de jejum ou trauma, ele da preferência da glicose para o músculo. Utiliza como energia os corpos cetônicos. Antes de uma cirurgia o paciente fica em jejum. Deve-se fornecer 400Kcal/24hr (100g glicose = 2000ml SG 5%) para que o paciente vá para o centro cirúrgico com os estoques intactos, para quando o trauma ocorrer, ele estar preparado. COMO MODULAR A REMIT? Quanto mais rápido chegar a um paciente vítima de trauma, instituindo tratamento precoce, maiores as chances de recuperação deste paciente, de modo que a REMIT será menor. Em um procedimento eletivo, para reduzir a REMIT, preciso reduzir a dor e a lesão (são os iniciadores do catabolismo): A anestesia epidural reduz a resposta endócrina. A cirurgia laparoscópica reduz a resposta imune. Esta Íleo adinâmico? Oligúria? Alcalose mista? Hiperglicemia? temperatura? Anorexia? cirurgia faz com que o paciente sinta fome mais precocemente, permite que o paciente deambule também precocemente. O resultado estético é um bônus, mas não é este o objetivo. CATABOLISMO no trauma é iniciado por DOR + LESÃO: Resposta ENDÓCRINA: Hipotálamo CRF Hipófise Adrenal e Pâncreas CORTISOL/Aldosterona/ADH/GH - O CORTISOL é o responsável por estimular a gliconeogênese e também permite ação das catecolaminas (da adrenal). Por exemplo, pessoa em choque séptico, pode colocar um caminhão de adrenalina, mas é só após uma injeção de corticóide que ela fará seu efeito. Permite ação das catecolaminas broncodilatação, FC, vasoconstrição, atonia intestinal (o sangue é direcionado para áreas de maior necessidade e além disso, sem estar em atividade consome menos energia). - ALDOSTERONA = Retém Na e água, libera K e H, participa da alcalose mista - ADH = Oligúria. Não fazer volume no POI porque este excesso de volume vai fazer uma sd compartimental no abdome, vai edemaciar a feriada operatória. Entender que a oligúria é uma resposta esperada - GH Pâncreas = glucagon e insulina = glicose disponível Resposta IMUNE: IL1, 2 e TNF alfa: - Temperatura: através do tremor paciente consegue aumentar a temperatura, favorecendo a hemostasia - Anorexia: Sem fome o intestino não precisa trabalhar, poupando energia GASTRO DOENÇAS DO ESÔFAGO O esôfago conduz o alimento da boca ao estômago e impede que de lá ele retorne. Estas duas funções exigem força, através da contração de sua musculatura – estriada no 1/3 proximal e lisa nos 2/3 distais. O SNC controla a parte voluntária da deglutição. O nervo vago, glossofaríngeo e hipoglosso controlam o arco reflexo. A musculatura lisa é controlada por um sistema nervoso próprio do esôfago Na região distal do esôfago há um “esfíncter”, cuja organização é problemática: pode contrair demais ou de menos. É também importante por dividir o epitélio esofágico (escamoso) e gástrico (colunar). FUNÇÕES DO ESÔFAGO: - Conduzir o alimento da faringe ao estômago (peristalse e relaxamento dos esfíncteres) - EES: evitar deglutição de ar durante a deglutição - EEI: evitar que o alimento retorne do estômago DISFAGIA – dificuldade na deglutição Será mecânica quando se relacionar a um estreitamento anatômico do conduto ou volume desproporcional de bolo alimentar e motora quando o problema se relacionarcom a coordenação da motilidade do conduto. Transferência: Engasgo/disfonia/sialorreia (fase orofaríngea) ESOFAGOGRAFIA BARITADA - Relacionada ao músculo estriado o Neuro: AVC o Anatômicas: Lesões inflamatórias o Musculares: Polimiosite Condução: entalo (fase esofágica) - Sólidos e líquidos: obstrução mecânica severa ou distúrbio motor (acalasia) - Apenas sólidos: lesão anatômica obstrutiva (CA, compressão extrínseca ou estenose péptica) - Disfagia progressiva: pensar em neo de esôfago - Relacionada à musculatura lisa – doença do esôfago ou do sistema nervoso dele: EEI PRINCIPAIS SINAIS E SINTOMAS ESOFAGIANOS - Disfagia - Odinofagia - Pirose - Regurgitação - Sialorreia - Cólica esofagiana: dor retroesternal em aperto - Hematêmese: vômito + sg (vivo ou coagulado) DISTÚRBIOS MOTORES – Doenças da PERISTALSE A. ACALÁSIA – peristalse de menos Relacionada ao sistema nervoso autômono – plexo submucoso (Meissner - controla as glândulas e camada muscular da mucosa) e o plexo mioentérico (Auerbach - entre as camadas musculares. Este é que responsável pela força, a peristalse). Acalásia é a destruição exclusivamente do plexo mioentérico FISIOPATOLOGIA Não relaxamento, caracterizado por: - Déficit do relaxamento fisiológico do EEI durante a deglutição - Graus variados de hipertonia do EEI - Substituição total da peristalse normal do corpo esofageano por contrações anormais. - Primária: Por um fator endógeno, o plexo de Auerbach deixa de funcionar. o É idiopática o Principal causa de acalasia no mundo - Secundária: decorrente de infecção o Causada pela doença de Chagas: T cruzi causa destruição dos interneurônios responsáveis pelo relaxamento do EEI e lesa neurônios importantes para a peristalse. Diagnóstico sorológico (ELISA) o Afeta ambos plexos – Meissner e Auerbach o Outras etiologias: amiloidose, sarcoidose CLÍNICA TRÍADE: disfagia progressiva + regurgitação + perda ponderal - Disfagia de condução, progressiva ao longo de anos - Regurgitação de alimentos não digeridos (incompetência do EEI) pode broncoaspirar (pneumonia, abscesso e bronquiectasias) - Perda de peso - Longo período de evolução (anos) o Material estagnado no corpo do esôfago irritação da mucosa metaplasia neoplasia DD: CA esôfago (CEC) Frente a este QC, deve-se pensar 1º em câncer. Isto porque acalasia não é tão comum e nem tão importante quanto o CA. Pensar em acalasia quando houver: DISFAGIA + PERDA DE PESO + REGURGITAÇÃO + TOSSE CRÔNICA. DIAGNÓSTICO - Esofagografia baritada: é um RX contrastado do esôfago. Na acalasia será visto um mega esôfago, com afilamento distal gradual – esfíncter distal que não está funcionando. o Sinal do “bico de pássaro”/chama de vela/ponta de lápis o É utilizado na classificação de gravidade - Rezende (é um guia terapêutico) - Endoscopia digestiva alta: Deve ser o primeiro exame solicitado (afastar CA ou alguma obstrução mecânica). Lembrar que a acalásia é considerada uma alteração pré maligna Bx esôfago distal e cárdia. - Esofagomanometria (GS): Acalásia é uma doença da peristalse. O exame que fecha o diagnóstico deve avaliar a peristalse. A peristalse é uma onda de relaxamento, seguida por contração. O EEI está sempre fechado e deve relaxar quando o alimento chega. Nesta doença este EEI passa a não relaxar (é o achado mais importante e o que permite confirmar o diagnóstico), havendo hipertonia (P>35mmHg), ou seja, a peristalse é anormal (ondas de contração menos intensas). Avaliar na manometria: o Localização EEI e EES o Tonicidade o Peristalse corpo esofageano TRATAMENTO Classificação Rezende/Mascarenhas (gravidade de acordo com a esofagografia baritada) - Grau I - ANECTÁSICO: Normal a < 4 cm o Medicamentos que relaxam a musculatura lisa: Nitrato, toxina botulínica na musculatura por endoscopia de 6 em 6 meses, BCC, sildenafil - Grau II - DISCINÉTICO: 4-7 cm + atividade motora reduzida. A partir daqui já é megaesôfago o Dilatação pneumática por balão (pode tentar até 3 vezes) Esta forma de tratamento também é indicada em pacientes refratários ao tto clínico - Grau III – MEGAESÔFAGO CLÁSSICO: 7-10 cm o Cardiomiotomia a Heller (por videolaparoscopia) + Fundoplicatura parcial (para
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