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Qual a relação fisiopatológica entre Miastenia Grave e Doença de Alzheimer? Quais os mecanismos farmacológicos que envolvem o diagnóstico e tratamento dessas doenças?

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Qual a relação fisiopatológica entre Miastenia Grave e Doença de Alzheimer? Quais os mecanismos farmacológicos que envolvem o diagnóstico e tratamento dessas doenças?
A complexidade estratégica dos sistemas do corpo humano retém uma teia incrível de dependências, estabelecendo diversas relações de causas e consequências, sendo todos estes interligados diretamente pelo sistema nervoso, o qual rítmica e controla todos em perfeita sincronia, a simbiose perfeita entre cada sistema independente e o nervoso central e periférico garante a manutenção da vida, através não só dos movimentos conscientes, mais através dos movimentos musculares inconscientes, como a contração do diafragma que possibilita a respiração, os batimentos cardíacos, os quais promovem a circulação sanguínea, entre tantos outros, os quais são indispensáveis para a continuidade da vida, tanto humana quanto animal.
Todos estas ações indispensáveis, tem início no sistema nervoso central, onde são criados os impulsos elétricos que se propagam através das células nervosas do sistema nervoso periférico, até atingir seu destino e culminar em uma ação muscular, todas estes impulsos elétricos são transmitidos por meio de sinapses entre uma célula nervosa e outra, dando caminho assim a estes.
Doenças do sistema nervoso como a Doença de Alzheimer e a Miastenia Grave atacam as células nervosas atrapalhando seu funcionamento, sinapses e ciclos enzimáticos provocando assim a debilidade progressiva do paciente o qual perde os movimentos conscientes gradativamente, (SCHESTATSKY, ROTTA, KRUG e AMARAL, et al; 2010) relata que um terço dos pacientes apresenta dificuldade de mastigação e deglutição, podendo haver inclusive, emagrecimento associado e com o tempo disfunções nos movimentos inconscientes assim ocasionalmente os pacientes podem apresentar insuficiência respiratória por fraqueza diafragmática e de músculos respiratórios configurando crise miastênica cada vez mais agravada. Existindo muitas outras doenças degenerativas do sistema nervoso central assim como a Adrenoleucodistrofia, podendo levar à morte em estágio final da doença.
A Doença de Alzheimer é causada por uma debilidade do nucleus basalis de Meynert, glândula a qual tem papel extremamente essencial no ciclo da sinapse, uma vez que esta gera a colina acetiltransferase, o que consequentemente implica nos níveis da acetilcolina disponíveis para o acontecimento da sinapse em sistemas parassimpáticos neurais como diz (MINETT e BERTOLUCCI, et al; 2000), a deficiência de ACh é produzida na DA pela atrofia do nucleus basalis de Meynert, o qual é a fonte produtora da enzima colina acetiltransferase que é transportada para estruturas do sistema nervoso central como a formação hipocampal, córtex cerebral e amígdala, nessas regiões ela catalisa a síntese da ACh a partir da colina e da acetil coenzima A e Depois de formada é liberada na fenda sináptica onde poderá ser acoplada, uma vez os níveis de ACh baixos há o aparecimento dos sintomas com diminuição da capacidade física e cognitiva gradual.
Já a Miastenia Grave, atua em outro campo do mesmo ciclo da ACh, sendo esta podendo causada por diversos fatores o mais comum é é imunológico, sendo causada devido ao sistema imunológico reconhecer como organismo invasor o AChRs, receptor de acetilcolinas, ocorrendo então o ataque e destroimento pelos linfócitos, nas bases dos sistemas parassimpáticos do neurônios como demonstra: 
“Na MG, os anticorpos ligam-se aos AChR induzindo sua internalização e degradação. Assim, quando a ACh é liberada na JNM, a chance da molécula de ACh encontrar um receptor antes de ser hidrolisada pela AChE torna-se menor visto que a densidade de AChR está reduzida. Além disso, algumas mudanças morfológicas, tais como a alteração na geometria da placa motora, a redução das dobras juncionais e o alargamento da fenda sináptica, levam à difusão da ACh para longe da fenda e diminuem ainda mais a probabilidade da ACh interagir com receptores funcionais ainda presentes. Todas essas mudanças interferem na transmissão nervo-músculo, já que a ACh torna-se menos eficaz na estimulação da placa motora e, como resultado, o músculo esquelético não se contrai adequadamente” 
(CARVALHO, SILVA, ORTENSI, FONTES e OLIVEIRA, et al; 2005). 
O que diminui a quantidade de sinapses recebidas pelos músculos, e preserva a capacidade cognitiva do paciente, juntamente com seu reflexo, porém deteriora sua resposta mecânica.
Sendo assim possível notar-se que ambas as doenças são decorrentes da diminuição do número de sinapses, seja em sua base receptora, como na MG ou em seus impulsos, como na DA, visto que a principal diferença é a incapacitação cognitiva causada em paciente com DA, uma vez que esta diminui a quantidade de sinapses totais, e deteriorando assim não só o movimento.
Uma vez visto que as causas são parecidas, os tratamentos podem ser realizados com medicamentos que agem em campos em comum com as duas etapas distintas, e ajudam assim a impedir o avanço da doença, como é o caso do anticolinesterásicos, composto o qual suprime a formação da acetilcolinesterase (AChE), enzima a qual degrada a ACh de volta em colinas para ser completado o ciclo, sem haver assim a quebra da ACh, o níveis aumentam gradativamente,o que nos casos de DA, voltam a aumentar o número de sinapses, e no tratamento da MG aumenta a efetividade das sinapses tornando-as assim de maior ocorrência (CARVALHO, SILVA, ORTENSI, FONTES e OLIVEIRA, et al; 2005) descreve que os anticolinesterásicas são usados para o alívio sintomático que raramente é completo e não alteram a evolução da doenças, essas drogas permitem a ACh uma disponibilidade maior na fenda sináptica e assim uma maior probabilidade de se fixarem aos receptores remanescentes, sendo ministrado juntamente a um imunossupressor que inibem o ataque e deterioração dos AChRs pelos linfócitos, esta classe de medicamento inibe a proliferação celular suprimindo assim a imunidade celular e humoral e sendo que os mais conhecidos a azathioprina, ciclofosfamida e metotrexato com efeitos colaterais limitados ao uso prolongado dessas drogas e aumentando significativamente o número de sinapses efetivas.
Os afligidos por estes tipos de doenças neurais, possuem ainda um longo caminho a trilhar, as drogas supressoras estão em estudo e testes, tentando assim chegar a um cura definitiva a problemas relacionados às sinapses neurais.
Referências:
Farmacologia envolvida no tratamento da Miastenia Grave e Doença de Alzheimer (MINETT e BERTOLUCCI, 2000; BRANCO et al., 2011);
Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (SCHESTATSKY, ROTTA, KRUG e AMARAL, et al; 2010);
Miastenia grave autoimune: aspectos clínicos e experimentais (CARVALHO, SILVA, ORTENSI, FONTES e OLIVEIRA, et al; 2005);
CASTELLO BRANCO, Alessandra et al. Atualizações e Perspectivas na Miastenia gravis. Revista Brasileira das Ciências da Saúde, [S.l.], v. 15, n. 4, p. 493-506, jan. 2011.

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