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ÉTICA EM PESQUISA ANIMAL ALTERNATIVAS AO USO DE ANIMAIS Prof. Duanne Alves da Silva ARTIGO I “ É primordial manter posturas de respeito ao animal, como ser vivo e pela contribuição científica que ele proporciona.” Usar ou não animais?? Benefícios ao homem Benefícios aos animais... Conflitos éticos!!! HISTÓRIA/ HISTÓRICO • Idade Moderna: ninguém atentou para a realidade do sofrimento animal • 1596 – 1650, René Descartes: animais como meio de se chegar a um fim, ou seja, o homem. • Séc XVIII, Voltaire: dúvidas sobre o direito do homem de tratar os animais como “coisas” HISTÓRIA/ HISTÓRICO • 1789, Jeremy Bentham: animais como seres com sentimentos. “A questão não é se os animais podem raciocinar, nem tampouco se eles podem falar, senão se eles podem sofrer?” • Charles Darwin: “todas as preocupações tidas para com o homem deveriam se estender aos animais” • Albert Schweitzer, prêmio Nobel da Paz de 1952: “a ética é o respeito ilimitado por todo ser vivo.” Princípios Éticos da Experimentação Animal • Princípio dos 3 R’s (RUSSELL & BURCH, 1959) – REPLACEMENT: “alternativas; substituição” ; usar materiais sem sensibilidade (cultura de tecidos, modelos de computador). “Alternativas ao uso de animais em experimentação são procedimentos que ou podem substituir completamente os animais, ou reduzir o número de animais utilizados ou que diminuam o grau de dor ou de sofrimento causado aos animais.” Alternativas absolutas ou relativas. Exigem tempo, dinheiro e paciência para serem desenvolvidos! Princípios Éticos da Experimentação Animal • Princípio dos 3 R’s (RUSSELL & BURCH, 1959) – REDUCTION: “redução”; usar o menor número possível de animais em experimentos, apenas a quantidade necessária capaz de fornecer resultados estatísticos significativos “Um bom delineamento experimental e a análise estatística possibilitam usar um menor número de animais.” Conhecer o estado sanitário e genético. Princípios Éticos da Experimentação Animal • Princípio dos 3 R’s (RUSSELL & BURCH, 1959) – REFINEMENT: “aprimoramento”; somente pessoas bem treinadas devem usar animais! Deve-se priorizar materiais e técnicas menos invasivas. Aprimorar o método experimental de forma que diminua ou elimine a dor e o estresse dos animais e aumente o bem-estar animal A ideia é minimizar o sofrimento dos animais! Princípios Éticos da Experimentação Animal • Princípios de MARSHALL HALL, 1831: • 1) Nenhum experimento deve ser realizado se a mesma informação pode ser obtida por meio de simples observação • 2) O objetivo do estudo deve ser explicado claramente, e as possibilidades de que este objetivo seja alcançado • 3) Não- repetição de experimentos, a menos que haja suspeita de erro ou para confirmação dos resultados • 4) Todo experimento deve ser executado causando o menor sofrimento possível ao animal • 5) Cada estudo deve ser realizado em ambiente em que os dados e a observação sejam seguros, para que não haja necessidade de repetição (PATON, 1984) Alternativas ao uso de animais em pesquisa • Informação obtida no passado • Técnicas físico- químicas • Modelos matemáticos ou computacionais • Organismos inferiores não classificados como animais protegidos (!!) – Larvas de camarão, pulga d’água • Estágios iniciais do desenvolvimento de espécies animais protegidas – CAM – ovo embrionado aos 9 dias • Sistemas in vitro • Estudos epidemiológicos • Voluntários humanos (!!) ARTIGO II “Ter consciência de que a sensibilidade do animal é similar à humana no que se refere a dor, memória, angústia, instinto de sobrevivência, apenas lhe sendo impostas limitações para se salvaguardar das manobras experimentais e da dor que possam causar.” Fatores que podem afetar o bem estar de animais de laboratório Adaptado de HESSLER & LEARY, 2002. Artigo de FRAJBLAT et al., Experimentação Animal, on line. DOR Sensação desagradável que varia desde desconforto leve a excruciante, associada a um processo destrutivo. • A percepção da dor envolve mecanismos anátomo- fisiológicos sendo transmitida por neurônios via receptores da dor • Tato • Temperatura • Pressão Como saber se um animal tem dor? Espécie/ raça Idade/ sexo Estado nutricional O que a dor pode provocar? • Mudanças comportamentais • Imunossupressão • Aparecimento de doenças oportunistas • A memória da dor aguda é guardada no córtex cerebral: – Mecanismo de defesa. • A dor constante – perda do poder de reação muscular para evitá-la. DOR AGUDA X DOR CRÔNICA Órgão vomeronasal • Feromônios - há neurônios específicos para detectar as moléculas que induzem ao medo. • Proteínas Majoritárias da Urina (MUP), que são secretadas na urina, na saliva, no suor e no sangue Como saber se o seu procedimento esta causando dor em um animal? • Aumento do tempo de sono • Postura encurvada ou até decúbito (se mostram tristes, apáticos) • Perda de peso e desidratação • Vocalização • Pêlo eriçado • Olhos lacrimejando Como evitar e tratar a dor? • POPs eficientes • Treinamento adequado • Quando a dor é inevitável: usar anestésicos. ARTIGO IX “Se os procedimentos experimentais determinarem dor ou angústia nos animais, após o uso da pesquisa desenvolvida, aplicar método indolor para sacrifício imediato” EUTANÁSIA • Morte do animal por método reconhecidamente indolor e rápido. • Não usar a palavra sacríficio, pois denota religiosidade ao processo. • Como deve ser: primeiro gerar inconsciência antes de se realizar (depressão física do SNC ou por medicamentos). Habilitação para realizar • Médico veterinário ou profissional treinado para realizar a eutanásia. Quando realizar: • Fim do experimento: um animal não deve ser utilizado em outro experimento, mesmo que tenha sido usado como grupo controle. • Animais doentes/ velhos (+ de 1 ano e 8 meses) • Animais agressivos/ canibais • No experimento: toda vez que o animal se mostre doente/ sem se alimentar ou beber água. Treinamento para realizar a eutanásia • 1. A capacidade de provocar a perda de consciência e morte sem dor ou apenas com dor, desconforto ou ansiedade momentâneos • 2. Confiabilidade e irreversibilidade • 3. Compatibilidade com os objetivos da pesquisa • 4. Proteção contra o impacto emocional Eutanásia - Métodos Físicos • Deslocamento cervical: camundongos e ratos (<200g) • Decapitação - exigência do experimento • Exsanguinação - animal previamente anestesiado • Congelamento rápido - somente utilizado para fetos e pequenos neonatos (< 4g) • Traumatismo craniano - técnico muito treinado / técnica muito agressiva • Eletrocussão - suínos, cães (pouco apropriado) • Arma de fogo - cavalos e bovinos/ técnica de alto risco Métodos químicos • Agentes inaláveis • Um bom agente causa menor desconforto entre o início da eutanásia até a perda de consciência • Equipamentos devem estar em boas condições: risco de morte lenta e desconfortável. • Riscos para o manipulador: • Éter e Clorofórmio: Explosão. (muco- S. respiratório) • Halotano, Enfluorano e Isoflurano – deprimem o sistema respiratório e cardiovascular. Gases inaláveis • CO, CO2, Nitrogênioe Cianeto • Número de animais dentro da câmara • Sempre limpar a câmara após o uso: odores • Evitar a hipoxemia: fonte de ar ou se a caixa for suficientemente grande não é necessário Dióxido de Carbono • Causa depressão rápida do SNC • Deve ser usado com 30% de oxigênio • O CO2 é mais pesado e fica no fundo da câmara • Vantagens: – Rápido efeito e anestésico – Relativamente barato Agentes anestésicos • Éter • Clorofórmio • Halotano • Metoxiflurano • Isoflurano • Sevoflurano • Desflurano • Enflurano Éter e Clorofórmio • Induzem lentamente a anestesia • Irritantes para os olhos e vias respiratórias • Causam salivação excessiva e aumento da secreção brônquica • Inflamáveis e explosivos. “Ainda que não saibamos exatamente que direitos possuem os animais para que sejam respeitados pelo homem, o que não admite dúvidas é o fato de que o homem, por ser homem, tem obrigação de respeitar os animais” Dr. SÁNCHEZ GONZÁLEZ
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