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Aula 3 Anatomofisiologia do Sistema Estomatognático

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AULA 3 – ANATOMOFISIOLOGIA DO SISTEMA 
ESTOMATOGNATICO 
 
Sistema Estomatognático - Unidade funcional complexa do corpo humano 
primariamente responsável pela mastigação, pelo discurso e deglutição. 
Também possui componentes participantes da respiração e do paladar. Este 
sistema é composto por ossos, articulações, ligamentos, dentes e músculos. 
O sistema estomatognático encontra-se associado a um sistema 
neuromuscular que regula e coordena todos os componentes estruturais. 
 
ANATOMIA FUNCIONAL 
Dentição e estruturas de suporte 
A dentição humana é composta por 32 dentes, cada um composto por duas 
porções: 
• Coroa – visível externamente à gengiva; 
• Raiz – submerso e circundado pelo osso alveolar. 
Ligamento Periodontal – Fibras de tecido conjuntivo que surgem da raiz, 
ancorando o dente ao osso e trabalhando para dissipação de forças exercidas 
no dente. 
Os 32 dentes distribuem-se por duas arcadas, uma mandibular e uma maxilar 
ligeiramente maior, causando a sobreposição dos últimos em relação aos 
primeiros. Este aumento da arcada deve-se ao facto de os dentes maxilares 
serem maiores que os mandibulares e por os dentes maxilares terem uma 
maior angulação facial, criando um trespasse horizontal e vertical. 
 
COMPONENTES ESQUELÉTICOS 
O Sistema mastigatório agrupa 3 componentes esqueléticos: 
• Dois suportam os dentes – Maxila e Mandíbula; 
• O temporal suporta a mandíbula 
 
 
Maxila 
Embriologia: Forma-se a partir dos processos maxilares e processo frontonasal. 
Na sexta semana os processos nasais começam a dar origem às regiões oral e 
nasal: 
• O processo nasal medial forma na porção interna o septo nasal e no 
bordo inferior o processo globular que origina o centro do lábio superior 
(freio) e a porção anterior do palato 
• Os processos nasais laterais formam as paredes laterais do nariz. 
Descrição: Há duas maxilas unidas pela sutura palatina mediana. Estes ossos 
constituem a maior parte da face. A margem da maxila estende-se 
superiormente para formar o pavimento da cavidade nasal e o pavimento da 
cavidade orbitária. Inferiormente a maxila forma o palato e as margens 
alveolares que suportam os dentes. 
Unida ao zigomático, esfenoide, etmoide, ossos próprios do nariz e palatino. 
Como os ossos maxilares estão intrinsecamente fundidos aos ossos à sua volta, 
os dentes maxilares são considerados estacionários. 
 
Mandibula 
Tem forma de “U” e suporta os dentes inferiores, formando a porção facial 
inferior. Não tem articulações ósseas com o resto da cabeça, estabelecendo 
articulação por ligamentos, músculos e outros tecidos moles, suspendendo o 
osso inferiormente à maxila e conferindo-lhe mobilidade – componente móvel 
do sistema estomatognático. 
• Corpo da mandíbula – Aspeto em arco, consistindo no processo alveolar 
e em dentes, dando área para inserções musculares. Estende-se 
posteriormente para originar o ângulo da mandíbula e póstero-
superiormente para originar o ramo ascendente da mandíbula 
• Ramo ascendente – Apresenta a língula ou espinha de Spix e permite a 
inserção muscular. É formado por uma placa óssea vertical que se 
estende para cima em dois processos, um anterior – processo coronoide 
– e um posterior -Côndilo. 
• Côndilo – Tem forma ovoide, destacando-se numa visão anterior duas 
projeções laterais designadas polos, sendo o medial mais proeminente. 
É a porção da mandíbula que se articula com o crânio, em torno do qual 
ocorrem os movimentos. A superfície articular é maior posteriormente 
do que anteriormente e é mais convexa ântero-posteriormente do que 
latero-medialmente. 
 
Temporal 
Osso par unido intimamente ao zigomático, ao parietal, ao esfenoide, ao frontal 
e ao occipital. Articula-se com o côndilo mandibular na base crânio através da 
porção escamosa do temporal composta pela fossa mandibular côncava 
designada cavidade glenoide ou articular. 
Posteriormente à cavidade está a fissura escamo-timpânica que se estende 
medio-lateralmente e se divide em fissura petro-escamosa anteriormente e em 
fissura petro-timpânica posteriormente. 
Anteriormente à cavidade há uma proeminência óssea – a Eminência articular – 
cuja convexidade é variável, mas importante pois a sua inclinação determina a 
trajetória do côndilo quando a mandíbula está posicionada anteriormente 
O teto posterior da cavidade mandibular é fino, resistindo pouco a forças 
pesadas, enquanto que a eminência articular consiste num osso denso e 
espesso, suportando essa força. 
Apresenta o processo estiloide para inserção de músculos e ligamentos. 
 
Zigomático 
Osso par unido ao temporal, frontal, etmoide, maxila, palatino e vómer. Permite 
inserção de músculos. 
Esfenoide 
Osso ímpar da base do crânio. Une-se ao temporal, frontal, etmoide, maxila, 
palatino e vómer. Permite a inserção de músculos e ligamentos. 
 
Sistema trajetorial 
Consiste num sistema de arcos e pilares ósseos de grande resistência 
distribuídos pelo crânio que dissipam forças pesadas impedindo a fratura dos 
ossos da cabeça. 
Pilares ou colunas (verticais) encontram-se no nasal, zigomático, nos maxilares, 
na mandíbula e no vómer enquanto que os arcos ou vigas (horizontais) 
encontram-se na mandíbula, maxilar, frontal, temporal e zigomático. 
Na mandibula: 
• As colunas mandibulares são 3: 
1. Mentuais – Em forma de sínfise, 
estende-se da margem alveolar à 
margem inferior do osso; 
2. Coronoides – Estende-se do 
bordo do processo coronoide 
pela borda anterior do ramo 
ascendente; 
3. Condilares – Consiste na margem 
posterior do ramo ascendente. 
• Os arcos são 4: 
4. Basal – consiste no bordo inferior 
do corpo da mandíbula; 
5. Alveolar inferior – consiste na área dos alvéolos dentários; 
6. Linhas obliquas internas e externas – Ascendem ao longo das 
faces internas e externas do corpo, respetivamente; 
7. Condilar – Ao longo do côndilo 
Na maxila: 
• Possui 4 colunas: 
1. Frontonasal ou canina 
– desde ao nível do 
canino pela margem 
medial da maxila; 
2. Zigomática – Desde a 
margem alveolar até ao 
processo frontal do 
zigomático; 
3. Pterigoide – Pelos processos pterigoides do esfenoide; 
4. Vomeriano – pelo vómer 
• Possui 5 arcos: 
5. Arcos supra e infraorbitários; 
6. Supra e infranasal; 
7. Zigomático – estende-se ao longo do arco zigomático; 
8. Alveolar superior; 
9. Pterigoide – na região que une as colunas pterigoides na sua 
porção mais alta, ou seja, no corpo do esfenoide, 
10. Abobada palatina – formado pelos processos palatinos. 
 
COMPONENTES LIGAMENTARES 
Ligamentos da ATM 
São constituídos por tecido conjuntivo colagénico. Estes não possuem 
elasticidade conferindo-lhes resistência ao estiramento. 
Têm um papel fundamental na proteção das estruturas, não atuando na função 
articular, mas sim como agentes limitadores ou de restrição de movimentos, 
evitando por exemplo que o côndilo saia da cavidade glenoide durante os 
movimentos. 
• A ATM possui 3 ligamentos principais que suportam a articulação: 
▪ Ligamento colateral; 
▪ Ligamento capsular; 
▪ Ligamento temporomandibular; 
• 2 ligamentos acessórios: 
▪ Ligamento esfenomandibular; 
▪ Ligamento estilomandibular. 
 
Ligamentos colaterais ou discais 
São dois, ligando as margens laterais 
do disco articular aos polos do 
côndilo: 
• Ligamento colateral medial – 
insere-se na margem medial 
do disco articular e no polo 
medial do côndilo; 
• Ligamento colateral lateral – 
insere-se na margem lateral 
do disco articular e no polo 
lateral do côndilo. 
Dividem a articulação medio-lateralmente em duas cavidades articulares, umasuperior e uma inferior. 
Restringem o movimento do disco para fora do côndilo, atuando passivamente 
nos movimentos rotacionais ântero-posteriores do disco sobre o côndilo. Assim, 
estes ligamentos são responsáveis pelos movimentos de abertura da ATM. 
São vascularizados e inervados, cedendo esta última informação acerca da 
posição articular e do movimento. Esforço nestes ligamentos causa dor. 
 
Ligamento capsular 
O ligamento capsular é lateral ao ligamento colateral e envolve toda a ATM, 
sendo que as suas fibras se inserem: 
• Superiormente ao longo das margens da superfície articular da fossa 
mandibular e da eminência articular; 
• Inferiormente no colo do côndilo mandibular. 
O ligamento tem duas funções: 
• Age como resistência a forças anteriores, mediais ou laterais que tendem 
a separar ou deslocar a superfície articular; 
• Circunscreve toda a articulação, retendo o líquido sinovial nesta. 
O ligamento capsular é inervado e cede respostas propriocetivas relativas à 
posição e ao movimento da articulação. 
 
Ligamento temporomandibular 
O ligamento temporomandibular é composto por fibras fortes e densas, 
reforçando a porção lateral do ligamento capsular. Este é composto por duas 
partes: 
• Porção obliqua externa – estende-se da face 
lateral do tubérculo articular e do processo 
zigomático, póstero-inferiormente até à 
superfície lateral do colo do côndilo. 
• Porção horizontal interna – estende-se da face 
lateral do tubérculo articular e do processo 
zigomático posteriormente até ao polo lateral 
do côndilo à porção posterior do disco articular. 
A porção obliqua externa limita a abertura bucal, impedindo a queda excessiva 
do côndilo. Desta forma, após certa abertura bucal o côndilo não roda mais, 
movimentando-se para baixo e para a frente ao longo da eminência articular 
(rototranslação). 
A porção horizontal interna limita posteriormente o movimento do côndilo e do 
disco articular. Quando é aplicada força, a mandibula desloca o côndilo 
posteriormente. Esta porção do ligamento endurece, impedindo que o côndilo 
se mova para a porção posterior da fossa mandibular. Esta porção também 
protege o musculo pterigoide lateral do estiramento ou sobrextensão. 
O ligamento temporomandibular protege assim os tecidos retrodiscais de 
traumas causados pelo deslocamento posterior do côndilo. 
 
Ligamento esfenomandibular 
Estende-se inferiormente da espinha 
esfenoidal até à língula da mandíbula 
(localizada na face medial do ramo 
ascendente da mandibula). Não tem 
nenhum efeito significativo na limitação do 
movimento mandibular. 
 
Ligamento estilomandibular 
Estende-se ântero-inferiormente do 
processo estiloide até ao ângulo e margem 
posterior do ramo ascendente da 
mandíbula. Limita os movimentos 
protrusivos excessivos da mandíbula. 
 
COMPONENTES MUSCULARES 
Os componentes esqueléticos são mantidos juntos e movimentados pelos 
músculos esqueléticos. 
Os músculos são constituídos por numerosas fibras compostas por miofibrilas 
e estas por filamentos. 
No final do musculo, as fibras fundem-se para formar fibras tendinosas¸ e estes 
por sua vez juntam-se em faixas para formar o tendão muscular que se insere 
no osso. Cada fibra muscular é inervada por uma só terminação nervosa, 
localizada mais ou menos a meio do seu comprimento. 
Os vários filamentos das miofibrilas estão dispostos lado a lado. Estes consistem 
em grandes proteínas polimerizadas de actina e miosina. 
Os músculos podem ser: 
• Esquelético – músculo estriado de contração voluntária; 
• Cardíaco – músculo estriado de contração involuntária e autorrítmica; 
• Liso – músculo não estriado de contração involuntária 
As fibras musculares podem ser caracterizadas pela quantidade de mioglobina 
presente: 
• Fibras tipo I ou lentas - Fibras com elevadas quantidades de mioglobina 
são mais pequenas e assumem uma coloração vermelha mais forte. São 
capazes de uma contração mais lenta e contínua. Estas fibras possuem 
uma maior concentração mitocondrial, descrevendo um processo 
metabólico aeróbico (oxidativo) bem desenvolvido. 
• Fibras tipo II– Possuem baixa concentração de mioglobina e de 
mitocôndrias, dependendo assim de metabolismo anaeróbio que lhes 
confere uma contração mais rápida, mas com menor resistência à fadiga. 
Subdividem-se em: 
▪ Tipo IIA ou fibras rápidas – contração rápida com baixa resistência 
à fadiga; 
▪ Tipo IIB ou fibras glicolipidas rápidas – São muito espessas. E 
possuem uma coloração branca. Assumem um mecanismo de 
contração rápido e forte com resistência à fadiga muito rápida 
Todos os músculos contêm uma mistura de fibras rápidas e lentas em 
proporções variáveis, refletindo-se na função de cada músculo. 
 
Músculos da mastigação 
São o motor da dinâmica mandibular e da ATM. Há quatro pares de músculos, 
o masséter, o temporal, o pterigoide medial e o pterigoide lateral. Os músculos 
digástricos, geni-hioideus, milo-hioideus e infra-hioideus não constituem 
músculos da mastigação, mas desempenham um papel importante na função 
mandibular. 
Masséter 
Possui forma retangular, tendo origem no arco zigomático e estende-se 
inferiormente até à face lateral da margem inferior do ramo da mandíbula. 
É constituído por duas porções: 
• Superficial – fibras orientadas para baixo e ligeiramente 
para trás (62-72% fibras tipo I) 
• Profunda – fibras com orientação predominantemente 
vertical (70% fibras tipo I). 
Inserções na mandibula: 
• Feixes superficiais – desde a região do 2º molar ao nível 
do bordo inferior até ao angulo da mandíbula; 
• Feixes profundos – Acima dos feixes superficiais 
As fibras do masséter ao contraírem elevam a mandíbula, pondo os dentes em 
contacto. A porção superficial também pode auxiliar na protrusão da 
mandíbula. Quando a mandíbula está em protrusão e uma força de mastigação 
é aplicada, os feixes superficiais estabilizam os côndilos contra a eminência 
articular. 
 
Temporal 
É um musculo largo em forma de leque com origem na fossa 
temporal e na superfície lateral do crânio. As fibras 
aproximam-se e estendem-se inferiormente entre a arcada 
zigomática e a face lateral do crânio, originando um tendão 
que se insere no processo coronoide da mandíbula e na 
margem anterior do ramo ascendente da mandíbula. 
Pode ser dividido em 3 porções, conforme a direção das 
fibras: 
• Anterior – Direção quase vertical; 
• Média – Direção oblíqua; 
• Posterior – direção quase horizontal, com trajetória acima do ouvido. 
Na contração, o musculo temporal eleva a mandíbula e os dentes entram em 
contacto. Se apenas porções do músculo contraírem, a mandíbula descreve um 
movimento específico: 
• Contração das fibras anteriores eleva verticalmente a mandíbula; 
• Contração das fibras médias causa elevação e retração da mandíbula; 
• Contração das fibras posteriores é controversa. É sugerido por DeBrul 
que eleve a mandíbula sem retração. 
Por causa da angulação das fibras o temporal consegue coordenar movimentos 
de fechamento. 
• Temporal superficial – 92% fibras tipo I e IIA; 
• Temporal profundo: 81% fibras tipo I. 
 
Pterigoide medial (interno) 
Musculo fino com origem na fossa pterigoide, estendendo-se infero-postero-
lateralmente, inserindo-se na face medial do angulo da mandibula. 
Juntamente com o masséter, forma uma alça que suporta a mandíbula no seu 
ângulo. 
Quando as fibras contraem, a mandíbula é elevada e põe os dentes em 
contacto. Também se encontra ativo nos movimentos de protrusão. 
• A sua contração unilateral provocaum movimento mediotrusivo - 
laterotrusão contralateral, isto é, desloca a mandíbula para o ladocontrário da contração; 
• A contração bilateral proporciona um movimento de encerramento e 
protrusão. 
Possui 64% de fibras tipo I. 
 
Pterigoide Lateral (externo) 
Está dividido nos músculos pterigoide lateral superior e em pterigoide lateral 
inferior. 
A maioria das fibras que os constituem são do tipo I, o que significa que são 
músculos resistentes à fadiga, tornando-os aptos para suportar os côndilos por 
longos períodos. 
• Pterigoide lateral inferior (depressor): 
▪ Origina-se na face lateral do processo pterigoide lateral e estende-
se supero-póstero-lateralmente, para se inserir no côndilo. 
▪ A sua contração bilateral provoca a protrusão da mandíbula , uma 
vez que os côndilos são trazidos para baixo, percorrendo a 
eminencia articular. Também baixa a mandíbula quando em 
conjunto com os músculos depressores (estão ativos na abertura); 
▪ A sua contração unilateral provoca um movimento mediotrusivo 
do respetivo côndilo , provocando o movimento da mandíbula 
para o lado oposto – laterotrusão contralateral (contração do 
pterigoideu lateral inferior esquerdo move o côndilo esquerdo e 
move a mandíbula para a direita) 
▪ 70% fibras tipo I. 
• Pterigoideu lateral superior (elevador): 
▪ É menor que o inferior; 
▪ Origina-se na superficie infra-temporal da asa maior do esfenoide 
estendendo-se postero-lateralmente, inserindo-se no disco 
articular, na margem anterior do côndilo e no colo do côndilo. 
▪ Torna-se ativo em conjunto com os elevadores da mandibula 
durante fortes mordidas (ou seja quando há resistência no 
fechamento como na mastigação ou apertamento dos dentes); 
▪ 90% fibras tipo IIB 
 
Digástrico 
É dividido em duas porções: 
• Posterior – origina-se na incisura digástrica, 
medialmente ao processo mastoide, dirigindo-se 
antero-infero-medialmente para se inserir no osso 
hióde pelo tendão intermediário. 
• Anterior – origina-se numa fossa na superfície medial da mandibula, bem 
acima da margem inferior e perto da linha média. As fibras são dirigidas 
infero-posteriormente inserindo-se no osso hiode pelo tendão 
intermediário. 
Durante a sua contração bilateral e da fixação do osso hioide pelos músculos 
supra- e infra-hioideus, a mandíbula baixa e é puxada para trás. Juntamente com 
os supra- e infra-hioideus, eleva a mandíbula quando esta está estabilizada 
(função necessária à deglutição). 
Possui 50% fibras tipo IIA e 50% tipo IIB. 
 
Milo-hioideu 
Insere-se no osso hioide e na 
linha milo-hioideia. Baixa a 
mandíbula. 
 Geni-hioideu 
Insere-se no osso hioide e 
nos processos geniculados 
da mandíbula. 
 
 
Outros músculos influenciam o processo de mastigação, não sendo estes 
considerados músculos da mastigação (como o esternocleidomastóideo para 
além do digástrico) 
 
Agonismo vs Anstagonismo – “Só são recrutadas as fibras musculares 
necessárias para estabilizar ou mover um osso contra a gravidade ou outras 
forças resistentes. 
 
 
 
 
ANATOMIA FUNCIONAL DO SISTEMA NEUROMUSCULAR 
A função do sistema estomatognático é muito complexa, exigindo uma 
contração discriminatória dos vários músculos ca cabeça e do pescoço. Um 
sistema neurológico muito refinado coordena as atividades do sistema 
mastigatório – Sistema Neuromuscular. 
 
MÚSCULOS 
Unidade motora 
Composta por numerosas fibras musculares inervadas por um neurónio motor. 
A junção entre o neurónio e a fibra muscular é feita pela placa motora. 
O mesmo neurónio motor pode inervar várias fibras, sendo este número 
determinado pela função da unidade motora: 
• Quanto menor for o número fibras por placa motora, mais preciso e o 
movimento (como é o caso do pterigoide lateral inferior relativamente ao 
masséter. 
Quando o neurónio é ativado, a placa motora é estimulada a libertar pequenas 
quantidades de acetilcolina que iniciam a despolarização das fibras musculares. 
Esta despolarização provoca a contração muscular. 
 
O músculo 
Consiste num conjunto de milhares unidades motoras com vasos sanguíneos e 
nervos unidos por tecido conjuntivo e fáscias. 
A cabeça não é suportada centralmente pela coluna cervical e se tivéssemos 
uma cabeça óssea isolada de músculos ou ligamentos, esta caia anteriormente. 
Os músculos trabalham no sentido de compensar o peso e o desequilíbrio da 
massa dos componentes esqueléticos da cabeça e do pescoço. 
 
Componentes da contração muscular 
• Sarcolema – membrana celular das fibras musculares. É constituída por 
uma membrana plasmática e por um revestimento polissacárido com 
fibrilhas de colagénio. Nas extremidades da fibra muscular esta camada 
superficial do sarcolema funde-se com uma fibra do tendão que se 
agrupa em feixes para formar tendões dos músculos que se inserem nos 
ossos; 
• Tubos T – invaginações que se estendem até às regiões centrais da fibra 
muscular, propagando os potenciais de ação pelas miofibrilas; 
• Reticulo sarcoplasmático – estrutura que armazena grandes quantidades 
de cálcio; 
• Miofilamentos proteicos – dispostos sequencialmente ao longo do 
comprimento da fibra, formando as miofibrilas, cuja unidade básica é o 
sarcómero 
Contração muscular 
1. Excitação da fibra muscular esquelética; 
2. Acoplamento excitação/contração: 
• Conjunto de mecanismos que desencadeiam a atividade das 
proteínas contráteis em resposta à excitação da fibramuscular: O 
potencial de ação é propagado pelos túbulos T até ai reticulo 
sarcoplasmático, provocando a abertura dos canais de cálcio e a 
sua entrada no sarcoplasma. Assim é permitida a união cálcio-
troponina que altera a forma da tropomiosina e permite a ligação 
actina miosina; 
3. Cria-se o ciclo das pontes cruzadas; 
4. Relaxamento. 
Função muscular 
A unidade motora possui uma só função, a contração ou encurtamento, tendo 
o musculo três funções potenciais: 
• Contração isotónica ou concêntrica – Há um encurtamento muscular 
durante a contração. A força gerada pelo musculo é menor que a força 
máxima (como o masséter na elevação mandibular); 
• Contração isométrica – Tipo de contração sem encurtamento, aquando 
da contração de um numero apropriado de unidades motoras em 
oposição a uma força aplicada. Tem a função de segurar ou estabilizar a 
mandíbula (como o masséter ao suportar um objeto mantido entre os 
dentes sem provocar o levantamento da mandíbula); 
• Relaxamento controlado – Estiramento preciso que ocorre pelo controle 
da diminuição da unidade motora, provocando o relaxamento das fibras 
desta e o seu retorno ao comprimento normal. Permite movimentos 
suaves e deliberados (como no masséter quando abre a boca). 
O uso destas 3 funções mantêm a cabeça estabilizada, funcionando sempre em 
simultâneo. 
Contração excêntrica – tipo de contração que se refere ao alongamento de um 
músculo aquando da sua contração, retratando forças de resistência a forças 
externas. Não existe encurtamento real, sendo frequentemente prejudicial para 
o tecido muscular.

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