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Aula 9 Taenia solium e saginata

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Helmintos - Platyhelminthes
Taenia saginata e Taenia solium; 
Profa. Vera
Platyhelminthes
Platyhelminthes (gr. Platy = chato);
Representantes mais inferiores dos helmintos.
Características gerais:
Simetria bilateral, uma extremidade anterior com órgãos sensitivos e de fixação e uma extremidade posterior; ausência de exo ou endoesqueleto; 
São achatados dorsoventralmente, 
sem celoma, 
com ou sem tubo digestivo, sem ânus, 
sem aparelho respiratório, 
sistema excretor tipo protonefrídico, 
com tecido conjuntivo enchendo os espaços entre os órgãos. 
Podem ser de vida livre, ecto ou endoparasitos. 
Seus representantes estão distribuídos, segundo estudos mais recentes, em três classes (Turbellaria, Trematoda, Cestoda),
ou quatro classes (Turbellaria, Monogenea, Trematoda, Cestoda)
2
Taxonomia
Reino: Animalia
Filo: Platyhelminthes
Classe: Cestoda/Cestoidea
Subclasses: Cestodaria e
Eucestoda
Cestoda
Ordem Cyclophyllidea
Família: Taeniidae
Gênero: Taenia
Espécies: Taenia solium e Taenia saginata
Atualmente, acredita-se que existam cerca de 77 milhões de pessoas parasitadas por Taenia saginata no mundo, dos quais, 32 milhões na África, 11 milhões na Asia (excluindo a Rússia), dois milhões na América do Sul e um milhão na América do Norte.
A cisticercose é endêmica no país, particularmente nos Estados de Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Santa Catarina.
Em Santa Catarina dados coletados em clínicas de tomografia computadorizada revelaram no período de 1992 a 1995, 638 casos de neurocisticercose (1,5%). 
No Município de Ribeirão Preto (SP), o coeficiente de prevalência da cisticercose em 1998 foi de 67 casos em 1100 mil habitantes
Morfologia
A T. saginata e T. solium apresentam corpo achatado, dorsoventralmente em forma de fita; 
T. solium - 1,5 a 4m (8m); T. saginata – 4 a 12m (25m???);
São de cor branca leitosa (amarelada ou rosada) com a extremidade anterior bastante afilada de difícil visualização.
Corpo dividido em escólex ou cabeça, colo ou pescoço e estróbilo ou corpo.
6
Morfologia 
Escólex ou cabeça: pequena dilatação, medindo em T. solium de 0,6 a 1 mm. e em T. saginata 1 a 2 mm. de diâmetro, situada na extremidade anterior, funcionando como órgão de fixação do cestódeo à mucosa do intestino delgado humano.
 Apresenta quatro (4) ventosas formadas de tecido muscular, arredondadas e proeminentes. 
A T. solium possui o escólex globuloso com um rostelo ou rostro situado em posição central, entre as ventosas, armado com dupla fileira de acúleos (ganchos), 25 a 50, em formato de foice.
 A T. saginata – tênia inerme: sem rostelo e acúleos.
Morfologia
Colo ou pescoço: porção mais delgada do corpo - células do parênquima atividade de multiplicação (zona de crescimento do parasito ou de formação das proglotes);
Estróbilo ou corpo: restante do corpo do parasito (após o colo);
Cada segmento formado denomina-se proglote ou anel, podendo ter de 800 a 1.000 ou +;
As proglotes são subdivididas em jovens, maduras e grávidas -individualidade reprodutiva e alimentar.
Morfologia 
Hermafroditas
Morfologia 
Proglotes jovens – recém-formadas: mais largas que longas, (com indícios de aparelho genital masculinos = protandria);
Proglotes maduras - larg x compr. =;
possuem os órgãos reprodutores completos e aptos para a fecundação.
Proglotes grávidas: mais compridas do que largas e internamente os órgãos reprodutores vão sofrendo involução enquanto o útero se ramifica cada vez mais, ficando repleto de ovos;
Mais afastadas do escólex;
Ovos: esféricos, morfologicamente indistinguíveis, medindo cerca de 30mm de diâmetro. 
São constituídos por uma casca protetora, o embrióforo, que é formado por blocos piramidais de quitina unidos entre si por uma substância cementante – proteica - que lhe confere resistência no ambiente. 
Internamente, encontra-se o embrião hexacanto ou oncosfera, provido de três pares de acúleos e dupla membrana.
Cisticerco: larva jovem.
Vesícula translúcida, ovóide ou alongada, cheia de líquido no interior receptaculum capitis (invaginação membrana) – contém o escólex invaginando a futura tênia;
Larva com até 12mm c/ 4 meses
Podem se manter viáveis por anos;
Larvas degeneram ou calcificam ao decorrer do tempo (semanas)
15
Biologia - Habitat
Tanto a T. solium como a T. saginata, na fase adulta ou reprodutiva, vivem no intestino delgado humano; 
O cisticerco da T. solium é encontrado no tecido subcutâneo, muscular, cardíaco, cerebral e no olho de suínos e acidentalmente em humanos e cães. 
O cisticerco da T. saginata é encontrado nos tecidos dos bovinos.
Ciclo biológico
Os humanos parasitados eliminam as proglotes grávidas cheias de ovos para o exterior ou pode haver ruptura das mesmas, o que facilita a expulsão dos ovos para a luz intestinal e a eliminação com as fezes.
Mais frequentemente as proglotes se rompem no meio externo, por efeito da contração muscular ou decomposição de suas estruturas, liberando milhares de ovos no solo. 
No ambiente úmido e protegido de luz solar intensa os ovos têm grande longevidade mantendo-se infectantes por meses.
Ciclo biológico
Um hospedeiro intermediário próprio (suíno para T. solium e bovino para T. saginata) ingere os ovos;
os embrióforos no estômago sofrem a ação da pepsina, que atua sobre a substância cementante dos blocos de quitina. 
No intestino, as oncosferas sofrem a ação dos sais biliares, que são de grande importância na sua ativação e liberação.
Uma vez ativadas, as oncosferas liberam-se do embrióforo e movimentam-se no sentido da vilosidade, onde penetram com auxílio dos acúleos. 
Ciclo biológico
Permanecem nesse local durante cerca de quatro dias para adaptarem-se as condições fisiológicas do novo hospedeiro. 
Em seguida, penetram nas vênulas e atingem as veias e os linfáticos mesentéricos. 
Através da acorrente circulatória, são transportadas por via sanguínea a todos os órgãos e tecidos do organismo até atingirem o local de implantação por bloqueio do capilar.
Posteriormente, atravessam a parede do vaso, instalando-se nos tecidos circunvizinhos (tecido mole (pele, músculos esqueléticos e cardíacos, olhos, cérebro etc.), mas preferem os músculos de maior movimentação e com maior oxigenação (masseter, língua, coração e cérebro).
Podem se manter viáveis por meses nos músculos ou no no SNC.
Infecção humana
A infecção humana ocorre pela ingestão de carne crua ou malcozida de porco ou de boi infectado. 
O cisticerco ingerido sofre a ação do suco gástrico, evagina-se e fixa-se, através do escólex, na mucosa do intestino delgado, transformando-se em uma tênia adulta;
 Três meses após a ingestão do cisticerco, inicia-se a eliminação de proglotes grávidas. 
A proglote grávida de T. solium tem menor atividade locomotora que a de T. saginata (ânus e raramente pela boca).
A T. solium tem uma longevidade de três anos enquanto a T. saginata. até dez anos. 
Durante o parasitismo, várias proglotes grávidas se desprendem diariamente do estróbilo, 
Três a seis proglotes (individual) de cada vez em T. solium, e oito a nove em T. saginata. 
O colo, produzindo novas proglotes, mantém o parasito em crescimento constante
Ciclo biológico -Teníase
Cisticercose Ciclo biológico
Transmissão
Teníase: o hospedeiro definitivo (homem) infecta-se ao ingerir carne suína ou bovina, crua ou malcozida, infectada, respectivamente, pelo cisticerco de cada espécie de Taenia 
A cisticercose humana é adquirida pela ingestão acidental de ovos viáveis da T. solium que foram eliminados nas fezes de portadores de teníase ;
Transmissão
Os mecanismos possíveis de infecção humana são:
Auto-infecção externa: ocorre em portadores de T. solium quando eliminam proglotes e ovos de sua própria tênia levado-os a boca pelas mãos contaminadas ou pela coprofagia (observado principalmente em condições precárias de higiene e em pacientes com distúrbiospsiquiátricos).
Auto-infecção interna: poderá ocorrer durante vômitos ou movimentos retroperistálticos do intestino, possibilitando presença de proglotes grávidas ou ovos de T. solium no estômago. 
Estes depois da ação do suco gástrico e posterior ativação das oncosferas voltariam ao intestino delgado, desenvolvendo o ciclo auto-infectante.
Heteroinfecção: ocorre quando os humanos ingerem alimentos ou água contaminados com os ovos da T. solium disseminados no ambiente através das dejeções de outro paciente.
Patogenia - Sintomatologia
 
Teníase - hemorragias através da fixação na mucosa;
Competição nutricional – parasito x hospedeiro;
Tonturas, astenia, apetite excessivo, náuseas, vômitos, alargamento do abdômen, dores de vários graus de intensidade em diferentes regiões do abdômen e perda de peso são alguns dos sintomas observados em decorrência da infecção.
Obstrução intestinal provocada pelo estróbilo, ou ainda a penetração de uma proglote no apêndice, apesar de raras, já foram relatadas.
Cisticercose cardíaca pode resultar em palpitações e ruídos anormais ou dispnéia;
Grande no. de cisticercos no músculo esquelético - podem provocar dor, fadiga e cãibras
Nos olhos – descolamento de retina ou perfuração desta e atingindo o humor vítreo deixando-o opaco;
A cisticercose das glândulas mamárias;
A cisticercose no sistema nervoso central pode acometer o paciente por três processos: presença do cisticerco no parênquima cerebral ou nos espaços liquóricos; pelo processo inflamatório decorrente; ou pela formação de fibroses, granulomas e calcificações. 
As localizações mais frequentes dos cisticercos no SNC - leptomeninge e córtex (substância cinzenta); cerebelo e medula espinhal: mais raras
Manifestações clínicas - crises epilépticas, síndrome de hipertensão intracraniana, cefaléias, meningite cisticercótica distúrbios psíquicos, etc.
Patogenia
Frequentemente assintomática;
Infecção por T. saginata e T. solium
Alterações da motricidade e redução da secreção digestiva da mucosa;
Perturbações gastrintestinais – dor epigástrica – estômago vazio e passando ingestão alimentos;
Perda de peso, eosinofilia de 5 a 34% 
Exame de fezes – presença de proglotes e ovos.
Método da fita gomada;
Diferenciar espécies pela forma do proglote ;
Presença de antígenos nas fezes podem ser detectados na ausência de ovos; 
Clínico - procedência do paciente, criação inadequada de suinos, hábitos higiênicos, serviço de saneamento básico, qualidade da água utilizada para beber e irrigar hortaliças, ingestão de carne de porco malcozida, relato de teníase do paciente ou familiar, são relevantes.
Exame oftalmoscópico de fundo de olho ou ainda pela presença de nódulos subcutâneos no exame físico.
Imunológicos; 
Neuroimagens.
Sedimentação espontânea: método de Hoffman, Pons e Janer, também conhecido como método de Lutz. Permite o encontro de ovos e larvas de helmintos e de cistos de protozoários;
Sedimentação por centrifugação: método de Blagg (também conhecido por método de MIFC), método de Ritchie, Coprotest. Usados para a pesquisa de ovos e larvas de helmintos, cistos e alguns oocistos de protozoários;
Flutuação espontânea: método de Willis. Indicado para a pesquisa de ovos leves (principalmente ancilostomídeos);
Centrífugo-flutuação: método de Faust usado para a pesquisa de cistos e alguns oocistos de protozoários, permitindo, também, o encontro de ovos leves.
Exames coprológicos
Epidemiologia
hábito de comer carne de porco ou de boi, crua ou malcozida 
dejetos humanos contaminando fontes de água para beber ou utilizadas para regar hortaliças;
disseminação de ovos de T. solium por moscas e baratas (gaivotas na Inglaterra);
precárias condições de higiene de grande parte da população,
métodos de criação extensiva dos animais
criação de porcos livres ou confinados em pocilgas precárias, ou próximas das habitações;
contaminação de rios ou córregos que fornecem água aos animais, por esgotos in natura
Heteroinfecção dejetos humanos contaminando fontes de água para beber ou utilizadas para regar hortaliças; disseminação de ovos de T. solium por moscas e baratas; acidentes de laboratório, quando o técnico ao manipular material fecal ou vidraria se infecta acidentalmente; transmissão através de práticas sexuais orais
Tratamento 
Teníase: Albendazol; Niclosamida; Praziquantel.
Neurocisticercose: Albendazol Praziquantel, Isoquinodinapirazina acilada,
Controle da cura
Só destruição ou a expulsão do escólex assegura a cura da teníase;
Observação prolongada após tratamento (4 meses)
Verificar liberação do escólex.
Profilaxia
Medidas definitivas que permitem a profilaxia desses parasitos são:
impedir o acesso do suíno e do bovino as fezes humanas;
melhoramento do sistema dos serviços de água, esgoto
ou fossa;
tratamento em massa dos casos humanos nas populações-
alvo;
instituir um serviço regular de educação em saúde,
envolvendo as professoras primárias e líderes comunitários;
orientar a população a não comer carne crua ou malcozida;
estimular a melhoria do sistema de criação de animais;
inspeção rigorosa da carne e fiscalização dos matadouros.
Observações sobre a teníase/cisticercose 
O suíno não causa cisticercose no homem. O homem é que causa cisticercose no suíno. 
Um homem com teníase é uma importante fonte de transmissão de cisticercose e de teníase. 
O suíno não é fonte de transmissão, apenas participa do ciclo da doença que é transmitida a ele pelo homem. 
O homem não adquire cisticercose ao ingerir carne bovina ou suína crua ou mal passada, mas pode adquirir a teníase se não tomar o s devidos cuidados. 
Os suínos e bovinos não possuem a tênia ou “solitária”, apenas o homem possui a fase adulta. 
Se não houver pessoas com teníase, não haverá cisticercose nos suínos e bovinos
Referências 
CIMERMAN, B.; FRANCO, M. A. Parasitologia Humana: e seus fundamentos gerais São Paulo: Atheneu, 2005. 
NEVES, David P.. Parasitologia humana. 11 ed. SÃO PAULO: Atheneu, 2010. 
REY, Luiz. Parasitologia: parasitos e doenças parasitárias do homem nos Trópicos Ocidentais. 4.ed. RIO DE JANEIRO: Guanabara, 2008. 882p.

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