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ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL ISQUÊMICO AVC Déficit neurológico com instalação súbita de causa vascular Epidemiologia AVCI AVCH 70% 30% 2010 Global Burden of Disease Study 2010. Lancet. 2014; 383:245–254. Epidemiologia 5,9 milhões de mortes por AVC em 1 ano • ≈50% AVCI • ≈50% AVCH Principal causa de morte após IAM Global Burden of Disease Study 2010. Lancet. 2014; 383:245–254. No Brasil, é a segunda causa de incapacidade permanente. Population-Based Study of Disability and Institutionalization After Transient Ischemic Attack and Stroke. Stroke. 2013;44:2854-2861. 14% 22% 27% 31% 47% 43% 37% 36% 38% 39% 1 mês 6 meses 1 ano 2 anos 5 anos Morte Invalidez Classificação Etiológica AVCI TOAST Aterosclerose de grandes artérias – 20% Cardioembólico (exemplo: fibrilação atrial) – 20% Aterosclerose de pequenas artérias – 25% Outras causas (exemplo: dissecção arterial) – 5% Mecanismo criptogênico/indeterminado – 30% Adams Jr. et al. Stroke 1993;24:35-41 Classificação Etiológica Aterosclerose de grandes artérias Classificação Etiológica Cardioembólico Classificação Etiológica Lacunar Área de penumbra Área de penumbra : • Viabilidade celular preservada • Pode ter função restabelecida Objetivo: • Recuperar a região de penumbra AVC é uma emergência A maioria das pessoas não sabe reconhecer os sinais de sintomas de AVC. Pacientes demoram para procurar socorro ! Educação é importante AVC na emergência Qualquer déficit neurológico de início súbito pode ser AVC Rapidez é fundamental Tratamento inicial • Suporte básico de vida • A+B+C Punção venosa periférica com dois acessos venosos separados Usar apenas solução salina Avaliação neurológica Escala de AVC do NIH (NHISS) Nível de consciência (0-3) Orientação (0-2) Atender comandos (0-2) Olhar (0-2) Campos visuais (0-3) Paresisa facial (0-3) Força muscular • Braço (0-4 cada) • Perna (0-4 cada) Ataxia (0-2) Sensibilidade (0-2) Linguagem (0-3) Disartria (0-2) Extinção ou desatenção (0-2) • Glicemia = hipoglicemia pode mimetizar AVC • Tomografia Computadorizada 2 exames fundamentais ! Exame de imagem TC simples é suficiente na maioria das vezes TC cranio 60% não detecta o AVCI nas 1as 12h Realizado para afastar sangramento Sinais precoces na TC Sinal da ACM hiperdensa Exame de imagem ressonância magnética RM com difusão = diagnóstico muito precoce de lesões isquêmicas TRATAMENTO Medidas Gerais Medidas Específicas multidisciplinar Medidas gerais 1) Ventilação 2) Pressão arterial • Consenso AHA/ASA 2013: ≤220/120 mmHg • Trombolítico: PA< 185/110 mmHg 3) Reposição volêmica (evitar solução hipotônica) 4) Controle da glicemia • > 180 mg/dL: prejudicial – evitar! • 80-110 mg/dL: alto risco de hipoglicemia Medidas gerais 5) Evitar hipertermia 6) Tratar infecções 7) Tratar crises convulsivas 8) Nutrição 9) Profilaxia da LAMG 10) Profilaxia de TVP Tromboprofilaxia CLOTS 1 • Meias de compressão graduada não previnem TVP no AVCI • Lancet. 2009;373:1958-65. CLOTS 2 • Meias até joelho aumentam risco de TVP • Ann Intern Med. 2010;153:553-62. CLOTS 3 • Compressão pneumática intermitente previne TVP no AVCI • Lancet Neurol. 2014;13:1186-92. Anticoagulação Não recorrência precoce do AVCI Não morte ou invalidez hemorragia intracraniana Guidelines for the Early Management of Patients With Acute Ischemic Stroke. Stroke. 2013;44:870-947 Anticoagulação Sugerida: • Prevenção de recidiva de AVCI cardioembólico • Dissecção carótida • Estados de hipercoagulabilidade • Trombose de seio venoso cerebral • Oclusão da artéria basilar • Estenose sintomática de carótida Antiagregantes Plaquetários Prevenção secundária • AAS ou clopidogrel • Aguardar 24 horas se usar trombolítico AAS + Clopidogrel • Risco hemorragia Estatinas • Reduz recorrência Lancet 2002; 360: 7-22 NEJM 2006; 355: 549-559 Anticonvulsivantes • Profilático Não recomendado • Se crises convulsivas Tratar Trombólise venosa • ≥18 anos • Tempo < 3 - 4,5 horas • Déficit funcional incapacitante • Ausência de evidência de sangramento (TC) Critérios de inclusão Trombólise venosa Checklist Afastar coagulopatias Afastar anticoagulantes Glicemia > 50 mg/dL Pressão arterial • PAS < 185 mm Hg • PAD < 110 mm Hg Trombólise venosa Contraindicações Hemorragia em atividade Infarto extenso na TC (>1/3 do hemisfério cerebral) • Risco aumentado de hemorragia intracraniana Hemorragia intracraniana, neoplasia, MAV ou aneurisma Cirurgia intracraniana, TCE grave ou AVCI nos últimos 3 meses Punção arterial em local não compressível nos últimos 7 dias • Ex: cateterização prévia da veia subclávia ou jugular interna (potencial acidente de punção arterial) Importante!! Trombólise venosa • 4 critérios de exclusão a mais (ECASS III) Janela extendida (3 → 4,5h) >80 anos DM + AVC prévio NIHSS >25 Uso de ACO Trombólise venosa Critérios de exclusão relativos Gestação Convulsão na instalação do quadro com deficits neurológicos pós-ictais residuais Grande cirurgia ou trauma grave (últimos 14 dias) Trombólise venosa Critérios de exclusão relativos Hemorragia gastrointestinal ou urinária (últimos 21 dias) IAM (últimos 3 meses) • Embolização de trombo ventricular devido à fibrinólise • Hemorragia pericárdica (pericardite pós-IAM) • Rotura cardíaca pela lise de coágulo em parede miocárdica necrótica Controle da PA ≤ 180/105 mmHg Metoprolol Esmolol Nitroprussiato de sódio • ↓FSC • ↑PIC Cada 15 min nas 2h de rtPA; q30 min 6h; q1h 16h Reservar p/ qdo CI a BB Trombólise venosa Alteplase (rtPA ) Dois acessos venosos periféricos (jelco 18) 0,9 mg/kg (até dose máxima de 90 mg) EV • 10% em 1 min; restante em 60min Atentar para sinais de sangramento (HIC) • Cefaleia severa, hipertensão aguda, náuseas ou vômitos, piora neurológica • Descontinuar e obter TC de urgência Trombólise venosa cuidados pós-trombólise Evitar nas 1as 24 hs • Heparina, anti-plaquetários ou anticoagulante oral (usar compressão pneumática ) • SNG, cateterização venosa central ou punção arterial Evitar sonda vesical até pelo menos 30 min pós-infusão CT de crânio, Hb/Htc, TAP/ TTPA entre 6-24 horas Monitorização neurológica Complicações dos trombolíticos • Sangramento • Angioedema Aumentam o risco de sangramento Hiperglicemia NIHSS > 22 AVC extenso Idade > 70 HAS Leucoaraiose AVCI maligno Leucoaraiose 1,7 a 8,0% dos pacientes tratados Suspeita clínica: • Rebaixamento da consciência • Piora do déficit neurológico • Cefaléia, naúseas, vômitos • Bradicardia, hipertensão, bradipneia (tríade de Cushing) Sangramento Sangramento Na suspeita • Interromper trombólise e solicitar TC de crânio • Retornar trombolítico se hemorragia for descartada Se confirmado • Solicitar: Hemograma, TAP/TTPa, fibrinogênio • Após resultados: usar plasma, plaquetas ou crioprecipitado • TC de controle • Considerar cirurgia Angioedema • Língua, lábios, face ou pescoço • 1 a 5% dos doentes tratados • Sintomas leves e resolução rápida • Corticoides e anti-histamínicos Infarto maligno da ACM >50% do território ACM • Edema potencialmente fatal Reperfusão de grande área infartada • Acelera edema citotóxico nas primeiras 24 h CraniectomiaDescompressiva (≤ 48h) Metanálise craniectomia descompressiva no infarto maligno de ACM Cuidam-se sozinhos mortalidade pcts s/ invalidez grave Infarto Maligno da ACM Craniectomia Descompressiva Pacientes > 60 anos: DESTINY II Menor mortalidade às custas de > invalidez severa Juttler E et al. N Engl J Med 2014;370:1091-1100. Trombectomia Mecânica Se contraindicação ou se não respondem rtPA EV Paciente com oclusão de grandes vasos Em centros especializados: solicitar angiotomografia durante a infusão de trombolíticos para avaliar indicação de trombectomia mecânica associada Trombectomia Mecânica MR CLEAN EXTEND-IA ESCAPE SWIFT PRIME REVASCAT NEJM 2015 Combinação de stent cerebral removível e dispositivos de remoção de trombos Trombectomia Mecânica Paciente com oclusão de grandes vasos • ACI intracraniana • Segmento M1 da ACM Alteplase EV seguido de trombectomia mecânica < 6 horas do início dos sintomas Sem aumento na taxa de sangramento cerebral sintomático Trombectomia Alteplase Odds ratio (IC 95%) Odds ratio ajustado (IC 95%) mRS 0-2 em 90d 46% (291/633) 26,5% (171/645) 2,35 (1,85- 2,98); p<0,0001 2,71 (2,07- 3,55); p<0,0001 Duplicou a independência funcional em 90 dias the HERMES collaborators. Lancet 2016; 387: 1723–31 Trombectomia Mecânica AMIB Trombectomia Mecânica 6-24h DAWN N Engl J Med 2018; 378:11-21 Trombectomia Mecânica Recomendação NE Avaliação por time específico I CT em até 20 min > 50% I AngioCT/RNM pré-trombectomia I Apenas glicemia antes de trombólise I Sat > 94% I PA ≤ 180/105mmHg para trombólise I Stroke. 2018;49:e46–e99 Recomendação NE Alteplase < 3-4,5h I Alteplase + HBPM <24 III Somente AAS I PA < 180/105mmHg por 24h Stroke. 2018;49:e46–e99 AMIB LEMBRETE 1 Infarto maligno da artéria cerebral média • Alta mortalidade • Craniectomia descompressiva nas primeiras 48 horas pode beneficiar os pacientes mais jovens LEMBRETE 2 Hipoglicemia pode mimetizar AVC ! PONTOS CHAVES Qualquer déficit neurológico de início súbito pode ser AVC Dois exames fundamentais: glicemia e TC crânio • Objetivo principal da TC é excluir sangramento Anticoagulação aumenta risco de transformação hemorrágica Iniciar AAS precocemente Anticonvulsivante profilático não indicado PONTOS CHAVES A trombólise venosa deve ser considerada se: • Sintomatologia <4,5 horas • Ausência de evidência de sangramento (TC) • Déficit funcional incapacitante Se AVCI entre 3h a 4,5h evitar trombolítico se: • Muito idoso, déficits neurológicos muito graves, diabético com AVC prévio, uso de ACO Controlar hipertensão arterial antes do trombolítico Evitar trombolítico se risco elevado de sangramento PONTOS CHAVES A trombectomia mecânica está indicada em paciente com oclusão de grandes vasos e contraindicação ou ausência de resposta ao rtPA EV • Duplica a independência funcional sem aumento na taxa de sangramento cerebral sintomático A craniectomia descompressiva no AVCI maligno apresenta benefícios notórios apenas em pacientes até 60 anos
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