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Aula 01: Concurso de Pessoas Requisitos para o concurso de agentes: A regra do art. 29, “caput”, CP, só é aplicada aos crimes de concurso eventual, portanto se duas ou mais pessoas concorrerem para o crime, incidirão nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. Pluralidade de agentes/condutas; Relevância causal de cada conduta: Desconsidera-se o agente que não contribui para o cometimento do crime; Liame subjetivo entre os agentes: Pode ser tácito ou expresso e não precisa ser premeditado; Identidade da infração penal: Os agentes desejam praticar a mesma infração penal. Teorias sobre o concurso de agentes: Pluralista: Existem tantas infrações quanto existem autores e participes. Dualista: Existe uma infração penal para os Autores e outra para os partícipes; Teoria monista/unitária: ADOTADA PELO CP – Existe um único crime, atribuído a todos os autores e partícipes, dada a redação do art. 29, CP. Contudo, o final do artigo diferencia a punição baseada na culpabilidade, fazendo com que alguns doutrinadores afirmem que o CP adotou a teoria monista temperada, dentre eles Regis Prado. OBS’:. Alguns tipos penas adotam a teoria dualista, ex: o crime de aborto que prevê um crime para a mulher e outro para quem pratica. OBS’’: art. 121 n.F do art. 29, “caput” CP = homicídio em concurso de agentes. Autoria Teoria restritiva: Autor é quem pratica o núcleo do tipo penal, todo o resto é mero partícipe. Segue atrelada a TEORIA OBJETIVA DA PARTICIPAÇÃO: Pois é possível distinguir objetivamente autoria e participação, a qual possui duas vertentes: Objetivo formal – todos os demais que não praticaram a conduta do verbo são participes; Objetivo material: Autor é quem possui maior contribuição na causa do resultado, ou seja, é quem pratica a ação mais importante. Teoria extensiva: Não faz distinção entre autor e partícipe. Assim, segue atrelada a TEORIA SUBJETIVA DA PARTICIPAÇÃO, pois não é possível distinguir autor e partícipe como na anterior. A teoria subjetiva busca distinguir uma figura da outra mediante análise do elemento anímico (vontade do agente). Há a vontade de ser autor (animus auctoris) e a vontade de ser partícipe (animus socii), quem decide é o magistrado. Teoria do domínio do fato: MAJORITÁRIA, CONTUDO, NÃO APLICÁVEL AO CRIME CULPOSO: Pode ser considerado um mix das anteriores. Autor é aquele que POSSUI O DOMÍNIO FINAL DO FATO, isto é, a ele é confiada o domínio sobre funções que possuem vital importância para o cometimento do crime, que sem ele traria o fracasso do crime. Assim, se mais de uma pessoa tiver esse domínio haverá a chamada coautoria. São requisitos para que ocorra a coautoria: PLURALIDADE DE AGENTES, ACORDO DE VONTADES (pois do contrário será autoria colateral) E DIVISÃO DE TAREFAS. Coautoria Conceito: Wezel ensina que “o domínio do fato unitário é comum a várias pessoas. Assim, coautor é quem possuindo as qualidades pessoais de autor é portador de decisão comum a respeito do fato e em virtude disso toma parte na execução do delito”. Autor Executor: Aquele que pratica a conduta descrita no tipo penal; Autor intelectual/de escritório: Possui o domínio organizacional do fato. Autor funcional: Participa da execução do crime sem realizar a conduta do tipo penal, mas possui o domínio do fato (motorista de fuga, vigia, segura para o outro matar etc). Autoria direta (imediata) x indireta (mediata): Direta: É aquele que executa diretamente a conduta (geralmente esta é a figura que aparece); Indireta: O agente não executa a conduta diretamente, vale-se de terceiros que se torna uma mera ferramenta nas mãos do Autor. Nosso código aceita quatro casos em que pode haver autoria mediata: ERRO DETERMINADO POR TERCEIRO, COAÇÃO MORAL IRRESISTÍVEL, OBEDIÊNCIA HIERÁRQUICA E INTRUMENTO (PESSOA) INIMPUTÁVEL. Crimes de mão própria: Possuem caráter personalíssimo, portanto não admite autoria medita (salvo coação moral irresistível), contudo admite participação. Ex:. Falso testemunho. Crimes próprios: É possível a autoria mediata, desde que o autor mediato possua as qualidades especiais exigidas pelo tipo. Coautoria sucessiva: A REGRA GERAL É TODOS INICIAREM O CRIME JUNTOS. Contudo, pode ocorrer que APÓS CERTO GRUPO INICIAR UM DELITO, UM TERCEIRO DECIDA ADENTRAR NA PRÁTICA CRIMINOSA, unindo-se ao liame subjetivo, passando a praticar juntos a infração. Assim, o terceiro se torna autor. Responsabilidade: O novo agente responde somente pelos atos praticados após a sua entrada do grupo, salvo se for de seu conhecimento os atos já praticados. Autoria colateral, incerta e desconhecida: Autoria colateral: Ocorre quando dois ou mais agentes, com mesmo dolo atuam desprovidos de liame subjetivo, portanto não existe coautoria. Ex: A e B desejam matar C, por mera coincidência, o emboscam, e disparam ao mesmo tempo contra ele (ao mesmo tempo, sem que um soubesse da existência do outro). Assim, como não havia o vínculo psicológico entre A e B, é impossível se falar em coautoria. Autoria incerta: No mesmo caso acima, sabendo quem são os autores, é impossível saber se foi o disparo de A ou de B que matou C. Não sabendo a quem imputar o homicídio consumado. Autoria desconhecida: Não se sabe quem são os autores, havendo impossibilidade de imputar tentativa e consumação a qualquer agente. Participação: É uma causa de diminuição de pena. Teoria da acessoriedade mínima: Há participação punível a partir do momento que o autor realiza uma conduta típica (mesmo que ela seja lítica ou não culpável). Teoria da acessoriedade limitada: Ocorre participação punível se o autor praticar uma conduta típica e ilícita. MAJORITÁRIA. Teoria da acessoriedade máxima: existe participação punível se o autor pratica uma conduta típica, ilícita e culpável. Teoria da hiperacessoriedade: Exige, para que haja participação punível, que o autor realize um fato típico, ilícito, culpável e punível. Espécies de participação: Moral: Ocorre por induzimento (criar uma nova ideia) ou instigação (estimular uma ideia já existente). Neste o partícipe atua sobre a vontade do autor. NÃO HÁ PARTICIPAÇÃO MORAL POR OMISSÃO. Material: O partícipe exterioriza sua contribuição por meio de um comportamento. Admite omissão se o partícipe não era garantidor (se era ele responde por um crime comissivo por omissão). Pode ser subclassificada em: Ex:. Emprestar uma arma a alguém. Cumplicidade: É necessário que ocorra antes da prática do crime para ser caracterizada como participação. Ex:. A oferece um galpão para B esconder sua mercadoria roubada antes do crime ser consumado. Se a oferta ocorrer após a consumação A será autor de um crime independente, art. 349, CP. Punibilidade no concurso de pessoas: Cooperação dolosamente distinta: Impede que alguém responda por algo que não estava em sua esfera de conhecimento/vontade. (caso do motorista da quadrilha que pretendia furtar uma residência e acabam estuprando a dona da casa sem que o motorista soubesse, este responde apenas pelo furto). Participação de menor importância: Pelo art. 29, §1º é causa especial de diminuição de pena = 1/6 até e 1/3. Participação sucessiva: Ocorre quando ocorre o induzimento/instigação/auxílio sucessivo. Multidão delinquente: Quem organiza recebe a agravante do art. 62, e o restante é coautor, já que existe o liame. Concurso em crimes culposos: Coautoria: É aceita. Cada um dos coautores deixa de observar um dever de cuidado que lhe era devido e, com isso, auxilia os demais a causar o dano. Participação: É um assunto muito discutido na doutrina. Contudo, majoritariamente não é aceito. Concurso de pessoas em crimes omissivos: Não há nem coautoria nem participação. Coautoria em crimes omissivos próprios e impróprios: existem duas correntes. 1º Não há coautoria, ambos os agentes são autores diretos individualmente consideráveis. 2º Apesar de não ser possível a divisão de tarefas (pois iria caracterizaro dolo), subsiste o vínculo psicológico. Assim, pode-se imputar o status de coautor a todos que tinham o dever de agir, mas que, unidos com uma identidade de propósito decidiram não o fazer, filiam-se a este entendimento Greco e Bitencourt. Participação em crimes omissivos próprios e impróprios: Também possui duas correntes. 1º Não há participação. 2º É possível a participação. Uma pessoa que não devia nem podia impedir um resultado pode, perfeitamente, induzir ou instigar para que terceiro que possa ou deva agir se omita. Surgindo assim duas situações: A, paraplégico, induz B, surfista experiente, a não socorrer C que se afoga. A – Não podia nem devia socorrer C. B – Não devia, mas podia socorrer C. A e B – Estão impossibilitados de pedir ajuda às autoridades, Assim: B é autor do crime de omissão de socorro, art. 135, CP, e A é partícipe. No mesmo exemplo acima, B é salva-vidas e C morre afogado. Neste caso, B será autor de homicídio n.F do art. 13, §2º, e A é partícipe nesse mesmo crime. Comunicabilidade das circunstancias pessoais – art. 30, CP. As circunstancia de caráter pessoal (qualificadores, localizadas nos parágrafos dos tipos) não se comunicam, salvo se for elementar do crime (parte da definição do tipo penal, vem no “caput”). Contudo, é necessário que a circunstância seja do conhecimento do coautor para que ele a “receba”. Circunstancias Objetivos: Se relacionam com a materialidade do crime (modo de execução, uso de certos meios, lugar, qualidade da vítima etc), IRÁ COMUNICAR SE ENTRAR NA ESFERA DO COPARTICIPANTE. Circunstâncias Subjetivas: Dizem respeito à pessoa do agente. Sem relação com a materialidade do crime. Não irá comunicar, salvo se for elementar. Aula 02: Concurso de crimes Introdução O tema é regulado nos arts. 69 (concurso material), 70 (concurso formal) e 71 (crime continuado). Ocorre concurso de crimes quando o agente mediante uma ou mais ações comete dois ou mais crimes. Ação: É uma conduta finalisticamente dirigida a um fim. Vários atos podem formar uma única ação. Ex:. A dispara 10 tiros contra B na intenção de matá-lo, foram 10 atos (um por disparo) formando uma ação, a tentativa de homicídio de B. Concurso material: Mais de uma ação resultando em mais de um crime. Aplicação da pena = CÚMULO MATERIAL – SOMA DAS PENAS, aplicando-se primeiro a pena de reclusão. Concurso material e penas restritivas de direitos: É possível que ocorra o cúmulo material de infrações que comportem a substituição, assim, nos termos do art. 69, CP, temos: a) §1º Quando houver sido aplicada pena privativa de liberdade, não suspensa (art. 77, CP), para um dos crimes, a substituição para os demais é possível. b) §2º Se duas ou mais penas restritivas de direito foram aplicadas ao mesmo tempo, o condenado pode cumpri-las simultaneamente, desde que sejam compatíveis. Ex:. Limitação de fim de semana + serviço comunitário. Concurso formal/real de crimes: Requisito: uma ação dois ou mais crimes, classifica-se em formal próprio e impróprio. Concurso Formal Próprio: 1º crime culposo e 2º crime culposo, aplica-se a pena pela exasperação (pega a pena mais grave e a aumenta de 1/6 a 1/2. 1º crime doloso e 2º culposo: PRECISA TOMAR CUIDADO, POIS SE O CÁLCULO PELA EXASPERAÇÃO FOR MAIOR DO QUE PELO CÚMULO, APLICA-SE A PENA PELO SEGUNDO. Isso é justificado, pois a exasperação visa “melhorar” a vida do réu, assim, não faz sentido utiliza-la quando torna a pena mais gravosa. Ex:. Homicídio doloso (art. 121) + lesão culposa (art. §6º), temos: a) Exasperação: Art. 121 – pena 20 anos = 20+1/6 = 30 anos. b) Cúmulo material: art. 129, §6º - pena 1 ano = 20 + 1 = 21 anos. Portanto, como o cúmulo material é mais benéfico ao réu, ele será aplicado. Neste caso chamamos de cúmulo material benéfico. Concurso formal impróprio: 1º crime doloso e 2º crime doloso (chamamos de desígnios autônomos, ou seja, vontades autônomas). Aplicação da pena: Pelo disposto no art. 70, 2º parte, aplica-se a pena pelo cúmulo material. Crime Continuado: Requisitos: MAIS DE UMA AÇÃO OU OMISSÃO; PRÁTICA DE DOIS OU MAIS CRIMES DA MESMA ESPÉCIA = Crimes do mesmo tipo penal; MESMAS CONDIÇÕES DE LUGAR; TEMPO = Limite máximo de 30 dias entre um e outro, HC n° 62.451; MANEIRA DE EXECUÇÃO E OUTRAS SEMELHANÇAS = “Modus operandi”; OS CRIMES SÃO VISTOS COMO CONTINUAÇÃO DO PRIMEIRO. Trata-se de uma causa especial de diminuição de pena. Aplicação da Pena nos crimes culposos, contra mesma vítima, sem violência ou grave ameaça à pessoa: aplica-se a maior pena e exaspera de 1/6 até 2/3. Ex:. A comete 05 furtos n.F do art. 71, CP, sendo condenado, respectivamente, pelos crimes à 2 anos + 3 meses, 8 meses, 2,3 anos e 3 anos. A pena será aplicada da seguinte forma: 3 + 1/6 = 3,5 anos. Aplicação da pena nos crimes dolosos, contra vitimas diferentes, com violência ou grave ameaça à pessoa: O juiz considerando algumas circunstâncias judiciais pode aumentar a pena do maior crime até o triplo, observando a regra do cúmulo material benéfico: Ex:. A comete 05 homicídios dolosos n.F do art. 71, CP, sendo condenado, pelos crimes à, respectivamente, 10 anos, 22 anos, 11 anos, 6 anos e 13 anos. A pena será aplicada da seguinte forma: 22 x 3 = 66 anos. DESTACA-SE QUE O JUIZ NÃO É OBRIGADO A EXASPERAR A PENA, PODENDO APLICAR O CUMULO MATERIAL, MAS, EM AMBOS OS CASOS, DEVERÁ FUNDAMENTAR A DECISÃO. Aula 03: Teoria da Sanção Penal: Introdução: As penas inicialmente tinham um caráter meramente punitivo e eram extremamente cruéis. Entretanto, após o iluminismo passaram por uma humanização, que limitaram o “ius puniendi”. No nosso ordenamento temos o art. 5º, XLVII da CFRB/88, que veda série de penas de caráter desumano e cruel. Finalidade das penas: Teoria Absoluta: Tese da RETRIBUIÇÃO, a pena é um pagamento para compensar pelo mal realizado. Teoria relativa: Tese da PREVENÇÃO, a pena é vinculada ao seu efeito social, e se divide em: Prevenção geral: É dividida em: Intimidação, prevenção negativa: A pena é aplicada e o condenado serve de exemplo para outros não seguirem o mesmo caminho. Integradora, prevenção positiva: A função da pena e infundir o respeito a certos valores. Prevenção especial: É divida em: Negativa: Neutraliza quem praticou a infração, afastando-o da sociedade, através do cárcere. Positiva: Faz o agente desistir da infração penal, e também o caráter ressocializador da pena, ao fazer o agente pensar sobre as consequências da infração penal, desencorajando de cometer novos delitos. Teoria adotada pelo CP: Nosso Código, no art. 59, “caput”, invoca a necessidade de reprovar, da teoria absoluta, e a de prevenir, da teoria relativa. Assim, pode-se dizer que o CP adotou a teoria mista/unificada. Princípios das penas: Humanidade: art. 5º, XLVIII e XLIX da CF/88: O Estado, no momento de se utilizar do “ius puniendi”, deve respeitara integridade física e moral do condenado. Legalidade: art. 5º, XXXIX, CF/88: não a pena sem prévia cominação legal. Personalidade: art. 5º XLV, CF/88: A pena não passa da pessoa do condenado. Inderrogabilidade: Salvo as possibilidades de perdão judicial, o Estado não pode deixar de aplicar e executar a pena, pois a mesma deve atingir sua finalidade. Proporcionalidade: art. 5º, XLVI, CF/88 c/c art. 59, CP: A pena aplicada deve ser proporcional a infração/dano/lesão. Individualização da pena: art. 5º XLXI, “caput”, CF/88: O juiz deve aplicar a pena de “per si”, ou seja, cada condenado recebe um apena única NA MEDIDA DE SUA CULPABILIDADE. Aulas 04 e 05: Aplicação da Pena: Introdução: Em todas as etapas o juiz deve se atentar para não cometer BIS IN IDEM (considerar a mesma coisa duas vezes). A circunstância qualificadora estabelece um novo mínimo e máximo penal (escala penal ou pena em abstrato). Causas especiais geralmente vêm em fração. Cálculo da pena: Art. 68, CP. O juiz deverá passar por três fasesdistintas para chegar ao total de pena. a) O juiz, partindo da pena em abstrato, encontra a PENA BASE. O juiz, partindo do mínimo legal, irá valorar as CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS DESCRITAS NO ART. 59, “CAPUT” CP. b) São consideradas as circunstâncias legais, ATENUANTES (ARTS. 65 E 66) E AGRAVANTES (ARTS. 61 E 62). c) São aplicadas as causas especiais de aumento (majorantes) e diminuição (minorantes) de pena. Circunstâncias judiciais – art. 59, “caput”: Culpabilidade: É o grau de reprovabilidade da conduta do agente. Ex:. Um agente que exerce grave ameaça com uma arma apenas apontando recebe aumento de pena X, já o agente que alem de apontar desfere coronhadas, ameaça matar ou escolhe a vítima mais sensível (uma criança) para isto recebe aumento de pena 2X. Antecedentes: Conduta Social: Comportamento do Agente perante a sociedade. Personalidade do agente: Não é um conceito jurídico. Motivos: As razões que levaram o agente a cometer a infração penal. CUIDADO ESPECIAL COM O BIS IN IDEM. Circunstâncias: São aquelas que não constam em nenhum texto legal. O juiz com sua avaliação discricionária decide aumentar ou diminuir a pena. (em minha opinião se for para aumentar fere o princípio da legalidade). Consequência do Crime: O que o crime causou? Comportamento da vítima: A vítima de alguma forma colaborou com o crime. Súmula 444: Veda o uso de inquéritos em andamento para agravar a pena-base Circunstâncias atenuantes e agravantes: São residuais. O Código não trouxe um quantitativo de atenuação ou agravação, contudo, a doutrina e a jurisprudência entendem como razoável o quantum de 1/6 da pena base para ambos. Circunstâncias Agravantes: VÊM DESCRITAS NOS ARTS. 61 E 62 (para o concurso de agentes) DO CP, E SÃO “NÚMERUS CLAUSUS”. Circunstâncias Atenuantes: VÊM DESCRITAS NOS ARTS. 65 E 66 (inominadas, dão certa margem ao juiz) DO CP, “SENDO NUMEUS APERTOS” (EXEMPLIFICATIVA). Súmula 231 STJ: A circunstância atenuante não pode abaixar a pena abaixo do mínimo legal. Na 1º e 2º fase o juiz deve ficar dentro dessa margem. Concurso entre agravantes e atenuantes: Pelo art. 67, CP, o juiz deve se aproxima das circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais: OS MOTIVOS DETERMINANTES DO CRIME; A PERSONALIDADE DO AGENTE (“coisas que são inseparáveis do agente) E A REINCIDÊNCIA. Assim, temos o seguinte: Preponderante x Não preponderante: Se o juiz aumenta ou diminui X pela não preponderante, deve aumentar ou diminuir 2X pela preponderante. Preponderante x preponderante: Não há aumento nem diminuição de pena. Menoridade x qualquer uma: O STF entende que ela prepondera sobre todas (HC 66.605 e 70.783). Causas especiais de Aumento (majorantes) e diminuição (minorantes) de pena: Em regra ficam dentro do tipo penal, alterando a pena em fração. Mas, podem aparecer na parte geral do código. BISU: NA HORA DE “CALCULAR A PENA” PRIMEIRO ANALISA SE AS CIRCUNSTÂNCIAS CABEM AQUI, DEPOIS VAI PARA A 2º FASE. Aula 06: Penas privativas de liberdade Introdução: Espécies: O CP adota dois tipos de pena privativa de liberdade: A Reclusão (mais gravosa) e a detenção (menos gravosa), sendo a principal diferença entre elas o regime inicial de cumprimento. Reclusão: Inicia do fechado, semiaberto ou aberto; Reclusão: inicia do semiaberto ou aberto. Concurso material: se houver soma de pana de reclusão com detenção, começa a executar a pena pela reclusão. Fixação do Regime Inicial Com fulcro no art. 59, III, CP, o Juiz estabelecerá o regime para o cumprimento inicial da pena. Segundo art. 33,§2º, CP, As penas privativas de liberdade (PL), deverão ser aplicadas em forma progressiva, fixando critérios para a definição do regime inicial. Regime fechado: Condenado a pena de reclusão (pois o “caput” do art. 33, CP, diz que a detenção deverá ser cumprida do semiaberto em diante), superior a 8 anos Regime semiaberto: Condenado NÃO REINCIDENTE, com pena PL entre 4 e 8 anos; Regime aberto: Condenado NÃO REINCIDENTE, com pena PL inferior a 4 anos. Lei n° 8.072/90 – Crimes Hediondos: O art. 1º enuncia os crimes que são hediondos. O art. 2º, §2º diz que os crimes hediondos e os que ali são equiparados, serão cumpridos inicialmente no REGIME FECHADO. Assim, independente do quantitativo de pena, vão para o fechado. Regras do Regime Fechado: Exige exame criminológico para classificação do condenado. Local de cumprimento: Penitenciária, art. 87, “caput” da lei n 7.210 (LEP); Trabalho: Diurno, dentro da penitenciária, e isolamento noturno, o trabalho é um direito do preso de acordo com o art. 41, II, LEP. Regras do Regime semiaberto: Exame criminológico: o “caput” do art. 35 do CP, aduz que também é necessário o exame criminológico. Local de cumprimento: Colônia agrícola ou industrial. Guia de recolhimento: Título V da LEP, sem ela ninguém poderá ser recolhido para cumprir pena PL (art. 107, LEP). Regras do Regime aberto: Local de cumprimento: Casa do Albergado. Funcionamento: O indivíduo fica fora do estabelecimento e sem vigilância para trabalhar e estudar, sendo recolhido no período noturno e de folga, exigindo a guia de recolhimento. Requisitos: O preso deve provar que possui condições de se manter com alguma atividade lícita, sendo esta uma condição “sine qua non”. O MP e o conselho da comunidade deverão fiscalizar este trabalho, arts. 67 e 81 da LEP. Progressão de regime: Conceito: o art. 33, §2º, CP, diz que as penas PL devem ser executadas progressivamente, elencando dois critérios para tal. A PROGRESSÃO É UMA POLÍTICA CRIMINAL QUE ESTIMULA O PRESO COM A POSSIBILIDADE DE MIGRAR PARA REGIME MENOS RIGOROSO, VISANDO SUA REINSERÇÃO AO CONVÍVIO SOCIAL. Critério objetivo: Segundo o art. 112 da LEP, o condenado deve ter cumprido 1/6 da pena no regime anterior. Critério Subjetivo: É o mérito do condenado, verificado mediante seu bom comportamento carcerário, ratificado pelo diretor do estabelecimento, art. 112, LEP. Crimes Hediondos: Dada a inconstitucionalidade do art. 2º, II, §1º, que, inicialmente, dizia que os crimes do “caput” deveriam ser CUMPRIDOS INTEGRALMENTE NO REGIME FECHADO, devemos olhar com atenção a linha do tempo abaixo. 1/6 -> 29.03.07 -> 2/5 / 3/5 Publicação da nova lei – primário / reincidente Vide súmula vinculante nº 26. Regressão: É descrita no art. 118, LEP. Estão sujeitos à regressão aquele que: PRATICAR FATO DEFINIDO COMO CRIME DOLOSO OU FALTA GRAVE, DEVENDO CONDENADO SER OUVIDO; SOFRER CONDENAÇÃO, POR CRIME ANTERIOR, CUJA PENA, SOMADA AO RESTANTE DA PENA EM EXECUÇÃO, TORNE INCABÍVEL O REGIME. Crime Anterior: Nova condenação que ao ser somada à atual (sendo executada) torna incabível o regime que está sendo cumprido. Pois a determinação do regime é feito pela unificação (soma) das penas. Direitos e deveres do preso: O preso conserva todos os seus direitos não atingidos pela pena PL, art. 38, CP. Os deveres do preso são descritos no art. 39, LEP. Remissão: Pelo trabalho: É admitido apenas para o regime fechado e semiaberto, pois o trabalho é um requisito para o regime aberto. 3 dias de trabalho = -1 de pena Como o trabalho é um dever/DIREITO do preso, nos termos dos arts. 41, II e 31 da LEP, caso o preso seja impossibilitado de trabalhar por incompetência do Estado, ele deve fazer jus ao benefício da remissão. Pelo Estudo: Regimes fechado, semiaberto e aberto. 12 hrs de estudo (presencial ou EAD) = -1 dia de pena Se concluir um ciclo de ensino (ens. fundamental, médio, graduação……) recebe mais ⅓ do tempo remido pelo estudo. Art. 126, §5º, LEP. Em caso de falta grave, o juiz pode revogar até ⅓ da pena remida, observando os arts. 57 e 127, LEP. Detração: É o instituto jurídico pelo qual se computa na pena PL e na MS o tempo de PRISÃO PROVISÓRIA, no Brasil ou não, o de prisão administrativa e o de internação em quaisquer estabelecimentos do art.41, CP. Considera-se pena provisória aquelas que são aplicadas antes do trânsito em julgado, sendo elas PRISÃO EM FLAGRANTE, PRISÃO PREVENTIVA E PRISÃO TEMPORÁRIA. Aula 07: Penas Privativas de Direitos Introdução: Surge com os ideais iluministas, humanização das penas. Espécies: art. 43, CP: I - Prestação Pecuniária; II - Perda de bens e valores; IV - Prestação de serviços à comunidade ou entidade pública; V - interdição temporária de direitos; VI - limitação de final de semana. Requisitos: art. 44, CP Objetivo: Pena PL inferior a 4 anos, crime sem violência ou grave ameaça à pessoa para os crimes dolosos, ou crime ser culposo. Não ser o réu reincidente em crime doloso. Subjetivo: Culpabilidade, antecedentes, conduta social, personalidade, motivos e circunstâncias que indicarem que a substituição será suficiente (pois a finalidade da pena RD é evitar o cárcere desnecessário). Duração das penas RD: Com fulcro no art. 55, CP, as penas RD terão a mesma duração das penas PL. Prestação pecuniária: Conceito: Consiste no pagamento em dinheiro à vítima, seus dependentes ou a entidade pública/privada com finalidade social, em importância fixada pelo juiz entre 1 e 360 salários mínimos. O valor deverá ser abatido em uma eventual reparação civil. O beneficiário prioritário sempre é a vítima ou seus descendentes. O § 2º do art. 45, CP, diz que se a vítima concordar pode a prestação consistir em uma de outra natureza. Greco entende que seria qualquer prestação de natureza econômica/financeira, como a prestação de cesta básica. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: O ART. 17 DA LEI N° 11.340/06 (Mª DA PENHA) VEDA A SUBSTITUIÇÃO DE PENA RD DE CARÁTER PECUNIÁRIO OU PAGAMENTO ISOLADO DE MULTA, existindo os demais requisitos do art. 44, CP, as demais penas RD podem ser aplicadas. Perdas de bens e valores: Conceito: Bem = qualquer coisa móvel ou imóvel; Valores = moeda, títulos, ações etc. Não se confunde com o confisco de instrumento/lucro do crime (art. 91, II, CP). Possui como destinatário o Fundo Penitenciário nacional. Pode ser executada contra os herdeiros dentro do limite da herança, art. 5º, XLV, CFRB/88. OBS:. FLÁVIO GOMES ENSINA QUE A PENA RD DE PERDA DE BENS E VALORES, BEM COMO A DE PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA É UMA ANTECIPAÇÃO DA REPARAÇÃO DOS DANOS, POSSUINDO CARÁTER CIVIL E NÃO PENAL. Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas: Conceito: Consiste na prestação de tarefas gratuitas, que serão atribuídas de acordo com as aptidões do condenado. Escolas, orfanatos, hospitais, entidades de assistência etc. 1 hora por dia de condenação, de forma que não atrapalhem a jornada laborativa normal. Art. 46, § 1º. 2º e 3º do CP. Requisitos: o “caput” do art. 46, CP, aduz que somente pode aplicar em penas PL maiores que 06 meses. O art. 46, § 4° do CP garante o direito do condenado a cumprir a pena em menos tempo, com dois requisitos: PENA MAIOR DE 1 ANO E CUMPRIR NO MÍNIMO ½ DO TEMPO. Interdição temporária de direitos: Proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato efetivo; Proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, de licença ou de autorização do poder público; Suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo: Admitida apenas em crime culposo, se doloso aplica o art. 92, III, CP, para a condenação surtir o efeito de inabilidade para dirigir; Proibição de frequentar certos lugares; Proibição de prestar concurso público. NESTA O JUIZ DEVE SE ATENTAR PARA QUAL SUBSTITUIÇÃO VAI ESCOLAR PARA QUE O CARÁTER PEDAGÓGICO DA PENA SURTA MELHOR EFEITO. Limitação de final de semana: Consiste na obrigação de permanecer, sábado e domingo, por 5 horas/dia, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado. Aula 08: Exercícios de Revisão – AV1 Aula 09: Ação Penal Introdução: Conceito de ação: Humberto Júnior – é um direito público subjetivo exercitável pela parte para exigir do Estado a obrigação da tutela jurisdicional, sem importar se a pretensão possui amparo legal. É abstrata, autônoma e instrumental. Greco resume em UM DIREITO SUBJETIVO PÚBLICO DE SE INVOCAR DO ESTADO SUA TUTELA JURISDICIONAL PARA DECIDIR SOBRE DETERMINADO FATO TRAZIDO AO SEU CRIVO, RETOMANDO A PAZ SOCIAL, CONCEDENDO OU NÃO O PEDIDO TENTADO EM JUÍZO. Conceito de Ação Penal: É o exercício de uma acusação, que indica o autor de certo crime, responsabilizando-o e pedindo sua punição conforme a lei. Condições genéricas da ação penal: Legitimidade das partes: Em regra o MP, admitindo-se o particular em certos casos, divide-se: - Ativa: É subdividida em PRIMÁRIA E SEGUNDÁRIA (ação privada subsidiária da pública); -Passiva: É aquele em face do qual se propõe a ação, atribuindo-lhe o fato criminoso, mesmo que venha a ser absolvido no futuro. Interesse de agir: É a necessidade do titular da ação penal de se valer do Estado, Greco classifica em dois: - Interesse/necessidade: o ius puniendi pertence ao Estado, portanto, sempre será necessária a intervenção estatal para a aplicação de sanção penal; - interesse/utilidade: Vale ingressar com a ação? Ex:. Se já prescreveu o direito de punir não vale. Destaca-se que essa classificação é cumulativa, ou seja, na falta de um não existe interesse de agir. Possibilidade jurídica do pedido: Consiste na formulação da pretensão que em tese, exista como possível no Direito brasileiro. Ex:. Posso Pedir a condenação de uma pessoa morta? Ressalta-se que o pedido impossível não deve nem ser apreciado, pois não pode ser objeto de sentença de mérito. Justa Causa: É o LASTRO MÍNIMO DE PROVAS QUE DÊ SUPORTE AOS FATOS NARRADOS NA INICIAL, QUAIS SEJAM: - Indício de autoria; - Existência material de uma conduta típica; - Prova de ilicitude e culpabilidade. O art. 395,III, CPP reza que a inicial será rejeitada se faltar justa causa para o exercício da ação penal. Espécies de Ação Penal: A regra é ser PÚBLICA INCONDICIONADA – ART. 100, CP. Ação Penal de Natureza Pública: Incondicionada: O MP pode, sabendo da existência do crime e possuindo as condições para o exercício da ação penal (item 2) ingressar com a denúncia. Vide art. 27 CPP. Condicionada à Representação do Ofendido ou do Ministro da Justiça: Em certos tipos penais, a Lei entendeu por bem condicionar o oferecimento da denúncia à vontade do ofendido. Sem a manifestação do ofendido ou do Ministro o MP nada pode fazer. Por força do art. 102, CP, A REPRESENTAÇÃO É IRRETRATÁVEL. Princípios Informadores da Ação Penal de Natureza Pública: Obrigatoriedade/legalidade: O MP tem o DEVER de iniciar a ação penal se o fato praticado for, em tese, típico, ilícito e culpável + possuir as condições genéricas para o exercício da ação. Indisponibilidade: O MP é vedado de desistir da ação penal por ele iniciada, podendo somente pugnar pela absolvição do Réu (o que não é desistir). Oficialidade: O persecutio in judicio (perseguição em juízo) será procedida por órgão oficial (MP). Art. 129,I, CRFB/88 – Compete privativamente ao MP promover ação penal pública, na forma da lei. Indivisibilidade: Se o fato for praticado em concurso o MP deve ingressar com a ação em face de todos os agentes. - Consequência do princípio da obrigatoriedade (ou legalidade): Se o MP é obrigado a ingressar com a Ação, ele não pode escolher contra quem se for em concurso (art. 29, caput, CP). Intranscendência: A ação penal só pode ser proposta em face de quem praticou a infração. Ação Penal no crime complexo: Crime complexo = Dois ou mais crimes simples que formam um tipo penal a parte: Ex:. Lesão Corporal + Furto = Roubo. Nos termos do art. 101, CP: Quando a lei considera como elemento ou circunstâncias do tipo legal fatos que, por si mesmos, constituem crimes, cabe ação pública em relação àquele, desde que, em relação a qualquer destes, se deva proceder por iniciativa do Ministério Público. Ação Penal de NaturezaPrivada: O ius actiones (direito de agir) pertence ao ofendido ou quem o represente, classifica-se em: OBS:. O CP ADOTOU QUE, EM REGRA A AÇÃO É PÚBLICA, ASSIM, SOMENTE SERÁ PRIVADA NOS CASOS EM QUE A LEI DIZER EXPRESSAMENTE. Propriamente dita: São as promovidas mediante queixa do ofendido/seu representante. Ex:. art. 145, CP. Subsidiária da pública: Art. 100, § 3º, CP; art. 29, CPP; art. 5º, LIX, CRFB – Ocorre quando o MP não oferece a denúncia no prazo legal. SOMENT EPOR INÉRCIA DO MP, SE ELE PUGNAR PELO ARQUIVAMENTO O PARTICULAR INCONFORMADO NÃO PODERÁ FAZER A QUEIXA, TENDO EM VISTA QUE NÃO GOUVE INÉRCIA DO PARQUET. Personalíssima: Somente o ofendido, e mais ninguém, pode propor a queixa A infração causa tamanho dano à vítima que somente ela pode exercer o direito de ação. Ex:. art. 236, parágrafo único. Princípios Informadores da Ação Penal de Natureza Privada: Oportunidade/Conveniência: O particular pode ou não oferecer denúncia, depende de seu julgamento (ao contrário do MP); Disponibilidade: Após iniciar a ação penal o particular pode dispor dela através de alguns institutos, a exemplo a perempção. Indivisibilidade: Mesma da pública. Aula 10: Suspensão Condicional da Pena (sursis) e Livramento Condicional: Objetivo: Evitar o aprisionamento dos condenados à penas de curta duração. Surge para preservar o condenado as mazelas do cárcere, preservando, assim, a dignidade da pessoa humana que, não obstante o fato de ter cometido uma infração penal, não merece ser jogado em um lugar que corromperá sua personalidade. Direito subjetivo x faculdade do juiz? Apesar do código dizer que o juiz “pode”, o entendimento moderno é que seja um DIREITO SUBJETIVO DO PRESO, VIDE HC 63.038-3-SP-2ª TURMA, JULGADO EM 18/06/1985. Aplicação do Sursis: Após a aplicação da pena, o juiz analisa se o condenado cumpre/possui os requisitos (legais e judiciais) para receber o sursis. Sendo possível, deve concede-lo na própria sentença condenatória, na qual especificará quais condições o condenado deverá se sujeitar. Espécies de sursis: Simples: Previsto no art. 78, §1º, CP. Determinado o período de prova (tempo em que a pena ficará suspensa e o indivíduo sujeito as condições), no 1º ano o condenado deve ou se submeter à limitação de fim de semana ou prestar serviços à comunidade (arts. 48 e 46, CP). Especial: Previsto no art. 78, §2º, CP. Caso o condenado tenha reparado o dano, salvo impossibilidade, e as circunstâncias judiciais (art. 59, CP), forem favoráveis, o juiz pode substituir as condições do §1º pela aplicação cumulada das 03 alíneas do §2º. Além disso, com fulcro no art. 79, CP, o juiz pode impor outras condições, desde que adequadas ao fato criminoso. Etário: Previsto no art. 77, §2º, CP. Concedido ao maior de 70 anos de idade com PENA PL NÃO SUPERIOR A 04 ANOS, A PENA PODE SER SUSPENSA DE 04 ATÉ 06 ANOS. Humanitário: Também previsto no art. 77, §2º, CP: Condenado a PENA NÃO SUPERIOR A 04 ANOS, PODE TER A PENA SUSPENSA DE 04 A 06 ANOS POR MOTIVO DE SAÚDE. Requisitos para a suspensão condicional da pena (sursis): Art. 77, CP. Natureza objetiva: - Sursis simples: Art. 77, caput: PENA PL NÃO SUPERIOR A 02 ANOS. - Sursis etário/humanitário: Art. 77, §2º, CP: PENA PL NÃO SUPERIOR A 04 ANOS. Natureza subjetiva: - Não reincidência em CRIME doloso; - Circunstâncias do art. 59, CP, favoráveis (geram a presunção de que o agente está apto ao convívio social). - Não indicação de substituição de pena Art. 44, CP. Revogação Obrigatória do Sursis: Condenação, transitada em julgado, por CRIME DOLOSO. Frustra, ainda que solvente, a execução da pena de multa, sem motivo justificado. Como a pena de multa virou dívida de valor a ser executada pela fazenda pública, se aplica somente na reparação do dano. Revogação Facultativa: art. 81, §1º, CP: Descumprimento de qualquer condição: Antes, o juiz deve intimar o condenado para que se justificar. Arts. 194 a 196 LEP. Condenação, transitada em julgado, por crime culposo ou contravenção penal, à pena PL ou RD. Multa isolada não é fundamento para revogação. Prorrogação do sursis/período de provas: Quando Facultativa a revogação: Com Fulcro no art. 81, §3º, CP, pode o juiz, no lugar de revogar, prorrogar o período de provas de este já não foi fixado. Processo por outro crime/contravenção: Havendo processo, o sursis será prorrogado até que haja decisão final. Cumprimento das condições: Nos termos do art. 82, CP, expirado o prazo sem que tenha havido revogação, considera-se o pena PL extinta (“pelo cumprimento”). Suspensão condicional do Processo: Lei n° 9.099/95. Ocorre parecido com a transação penal, possui como objetivo a economia processual e a despenalização, dando celeridade ao processo criminal. Requisitos: art. 90, Lei n° 9.099/95: - Crime com PENA MÍNIMA DE 01 ANO, INDEPENDENTE DA PENA MÁXIMA. O MP pode propor a suspensão do processo por 02 a 04 anos, devendo o indivíduo dizer se aceita. - Acusado sem nenhuma condenação ou processo penal em andamento; - Demais requisitos da suspensão da pena, art. 77, CP. Revogação Obrigatória: Vir a ser processado por outro crime ou não efetuar, sem justificativa, a reparação do dano, art. 89, § 3º. Revogação Facultativa: Vir a ser processado por contravenção ou descumprir outra condição imposta pelo juiz, art. 89, §4º. Cumprimento das condições: Findo o prova sem ocorrer revogação, extingue a punibilidade. Obs:. Não corre prescrição durante a suspensão do processo; Se o acusado não aceitar a proposta, o processo segue naturalmente. Livramento condicional da penal: É uma medida de política criminal. Permite ao condenado abreviar sua reinserção no meio social, cumprindo parte da pena em liberdade, desde que preenchido determinados requisitos. Trata-se de um direito do preso e não uma faculdade do Juiz. Requisitos: O art. 83, CP, impõe alguns requisitos de cunho objetivo e subjetivo, dos quais: - Pena PL igual ou superior a 02 anos, é o total de pena, mesmo que seja a soma de infrações. Art. 83, caput c/c 84, CP. - Ter cumprido mais de 1/3 da pena se o condenado não for reincidente em crime doloso, sem maus antecedentes; - Ter cumprido mais de ½ da pena se o condenado for reincidente; - Ter cumprido mais de 2/3 da pena nos casos de condenados por crime hediondo, prática de tortura, tráfico de drogas, de pessoas e terrorismo, se o condenado não for reincidente específico (condenação em crime hediondo que fera o mesmo bem jurídico protegido pelo CP); - Ter comportamento satisfatório durante a execução da pena, bom desempenho no trabalho atribuído e aptidão para se manter de forma lícita. NATUREZA SUBJETIVA; - Ter reparado o dano, salvo impossibilidade. Condições para o cumprimento: Nos termos do art. 132, LEP, o juiz ao deferir o pedido irá fixar as condições, que se dividem em obrigatórias (§1º - a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para o trabalho; b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação; c) não mudar do território da comarca do Juízo da execução, sem prévia autorização deste) e facultativas (§2º - a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e à autoridade incumbida da observação cautelar e de proteção; b) recolher-se à habitação em hora fixada; c) não frequentar determinados lugares.) Revogação do livramento: Divide-se em obrigatória e facultativa. - Obrigatória art. 86, CP, Nova condenação a pena PL, transitada em julgada por crime cometido anterior ao deferimento do benefício (aproveita o tempo que ficou em liberdade como cumprimento de pena); por crime cometido na vigência do benefício (com efeito do art. 88, CP perde o tempo que ficou em liberdade). Assim, no segundo caso foi condenado à 09 anos, cumpriu 04 , ficou 02 em liberdade e cometeu outro crime e depois de um ano foi condenado com transito em julgado. Foi “cumprido” 04 anos preso + 3 em liberdade = 07, mas perderá os 03 cumpridos, devendo ser recolhidopara cumprir os 05 anos restantes (09 – 04) + 2ª condenação (cúmulo material ou unificação das penas). - Facultativa: Art. 87, CP, Poderá o juiz revogar nos casos em que o liberto deixar de cumprir qualquer das condições da sentença ou for condenado por crime/contravenção a pena de multa. Prorrogação: Temos dois casos: - O Art. 89, CP, veda o Juiz de declarar extinta a pena pendendo julgamento por crime cometido na vigência do benefício, pois se condenado o Réu perderá o tempo em liberdade. - Se for crime cometido antes do benefício, poderá ser decretada a extinção, pois o indivíduo não perde o tempo em liberdade. Extinção da Pena: O TEMPO EM LIBERDADE, SALVO REVOGAÇÃO, CONTA COMO TEMPO EFETIVAMENTE CUMPRIDO, ASSIM, TERMINANDO O PERÍODO DE PROVAS O JUIZ DECLARARÁ A PENA EXTINTA. Aula: 11: Medidas de Segurança: Agente inimputável. Teorias para aplicação: Duplo-binário/Duplo-trilho: Adotada no código de 1940, hoje derrotada. Aplicava-se a pena PL pela infração cometida e, devido à periculosidade do agente, aplica-se a MS após ele cumprir a pena. Sistema Vicariante: Adotado atualmente, após a reforma de 1984. Aplica-se ou a pena PL ou a MS. Destaca-se que o inimputável não pratica crime, tendo em vista que sua culpabilidade é afastada (sistema trifásico). Com a atual “humanização das penas”, o objetivo da MS é curar ou tratar o agente. MS não é Pena. Nos termos do art. 386 VI, CPP c/c art. 26, caput, CP o ININPUTÁVEL DEVE SER ABSOLVIDO, NA SENTENÇA ABSOLVITÓRIA VEM A SEQUELA DA MEDIDA DE SEGURANÇA. POR ISSO A DOUTRINA DENOMINOU DE ABSOLVIÇÃO IMPRÓPRIA (POIS SEGUNDO A DOUTRINA HÁ UMA “CONDENAÇÃO”). Espécies de Medidas de Segurança: Art. 96, CP: Internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, na falta, outro estabelecimento adequado. NATUREZA DETENTIVA. Sujeição a tratamento ambulatorial. NATUREZA RESTRITIVA DE DIREITOS. Prazo de Cumprimento: NÃO POSSUI PRAZO, PODENDO PERDURAR ENQUANTO A PERICULOSIDADE PERSISTIR, QUE DEVERÁ SER AVERIGUADA MEDIANTE PERÍCIA MÉDICA, ART. 91, §1º, CP. O §2º impõe que a perícia médica será realizada ao fim do prazo mínimo determinado (entre 01 e 03 anos) e após isso de ano em ano ou qualquer tempo mediante determinação do juízo de execução. A desinternação será sempre condicional, devendo ser restabelecida a condição anterior se o agente, em menos de 01 ano, pratica fato que indique a persistência de sua periculosidade. §3º. O JUIZ A QUALQUER FASE DO TRATAMENTO AMBULATÓRIAL O JUIZ PODERÁ DETERMINAR A INTERNAÇÃO DO AGÊNTE, SE ISTO TIVER FINS CURATIVOS. §4º. Medida de segurança e o semi-ininputável: Com a gênese do sistema vicariante, ou se aplica a pena ou ocorre a absolvição imprópria, assim, temos: - condenação: O agente tem direito a redução de 1 a 2/3 da pena. - absolvição por inimputabilidade: ENTENDENDO O JUIZ QUE O CONDENADO NECESSITA DE ESPECIAL TRATAMENTO CURATIVO, PODE SUBSTITUIR A PENA PL PELA MS PELO PRAZO MÍNIMO DE 1 A 3 ANOS, NOS TERMOS DO ART. 97 C/C 98, AMBOS DO CP. Obs:. Creio que o termo “pode substituir” não é muito feliz, pois dá a entender que há condenação anterior e essa é substituída, o que não faz muito sentido. Contudo, estou na dúvida. Superveniência de Doença Mental: O CONDENADO DEVERÁ SE RECOLHIDO EM HOSPITAL DE CUSTÓDIA E TRATAMENTO, OU NA FALTA, OUTRO ESTABELECIMENTO ADEQUADO. ART. 41, CP. Extinção de Punibilidade: Com fulcro no art. 96, parágrafo único, CP, aplicam-se à MS. Portanto, extinta a punibilidade, não subsiste nem se impõe MS. Direitos do Internado: Art. 3º, LEP: Conserva todos os seus direitos não atingido pela condenação/lei; Art. 99, CP: O Condenado será recolhido em estabelecimento dotado de características hospitalares e submetido a tratamento. FALTA DE VAGA, OU SEJA, ”INTERNAÇÃO EM CELA CABE HC COM PEDIDO PARA SUBSTITUIR A INTERNAÇÃO POR TRATAMENTO AMBULATORIAL”. Internação Cautelar: Admitida nos termos do art. 319, VII, CPP. SUMULA 527, STJ: O TEMPO DE DURAÇÃO DA MS NÃO DEVE SER ULTRAPASSAR O LIMITE MÁXIMO DA PENA COMINADO EM ABSTRATO. Aula 12: Efeitos da condenação. Da Reabilitação: Efeito Primário: A sentença penal condenatória, impondo ao Réu o preceito sancionador da norma penal, tem como efeito principal SUBMETER O CONDENADO À EXECUÇÃO. Efeito Secundário: A sentença pode ainda causar outros efeitos que estão no Direito, tais efeitos são uma “pena acessória” (a principal e a do preceito secundário), divide-se em: Genéricos: Art. 91, CP e outros espalhados no CP. NÃO PRECISAM SER DECLARADOS NA SENTENÇA CONDENATÓRIA. Específicos: Considerados pela doutrina como verdadeira pena acessória, PERCISAM SER DECLARADOS NA SENTENÇA CONDENATÓRIA. Efeitos genéricos: Tornar Certa a Obrigação de Reparar o Dano: É uma consequência civil. A condenação “se transforma” em um título executivo judicial , o cível somente discute o quantun indenizatório. Art. 515, VI, NCPC. Perda em favor da união, ressalvado o direito do lesado ou de 3º de Boa-fé: -Dos Instrumentos do CRIME, DESDE QUE CONSISTAM EM COISAS CUJO FABRICO, ALIENAÇÃO, USO, PORTE OU DEETENÇÃO CONSTITUAM ILÍCITO. Instrumentos do crime, segundo Bittencourt são: Os objetos, isto é, coisas materiais empregadas para a prática e execução do delito. - Do produto do CRIME OU DE QUALQUER BEM DE VALOR QUE CONSTITUA PROVEIRO AUFERIDO PELO AGENTE COM A PRÁTICA DO FATO CRIMINOSO. Produto do crime, segundo Roberto Lyra é a producta sceleris, SÃO COISAS ADQUIRIDAS DIRETAMENTE COM O CRIME (RES FURTIVA), OU MEDIANTE SUCESSIVA ESPECIFICAÇÃO (JOIA FABRICADA COM OURO ROUBADO), OU CONSEGUIDAS MEDIANTE ALIENAÇÃO, OU CRIADAS COM O CRIME. Efeitos específicos da condenação: Art. 92, CP: Perda do cargo, função pública ou mandato eletivo: - Quando aplicada pena PL por tempo igual ou superior a 01 ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação do dever para com a Adm. Pública. - Quando for aplicada pena PL por tempo superior a 04 anos nos demais casos. DESTACA-SE QUE AMBAS AS HIPOTESES DIZEM RESPEITO AO FUNCIONÁRIO PÚBLICO. A Incapacidade para o exercício do poder familiar, tutela ou curatela, nos crimes dolosos, sujeitos à reclusão contra filho, tutelado ou curatelado. Inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado para prática de crime doloso. Da Reabilitação: Conceito: É o instituto jurídico de quase nenhuma aplicabilidade que é disciplinado pelo art. 95, CP. Seu principal efeito é o de garantir o sigilo sobre o registro do processo condenatório, sendo necessário aguardar 02 anos após o término do cumprimento da pena. COISA QUE O ART. 202, LEP, GARANTE COM CARÁTER IMEDIATO. Também pode atingir os efeitos da condenação, mas de pouca utilidade, pois é somente para poder voltar a dirigir. Revogação: Art. 95, CP: a reabilitação será revogada, de ofício, ou a requerimento do MP, se o reabilitado for CONDENADO, COMO REINCIDENTE, COM TRÂNSITO EM JULGADO, A PENA QUE NÃO SEJA DE MULTA. Aula 13: Causas extintivas de punibilidade: Introdução: Trata-se de uma questão de política criminal; O art. 107, CP, trata do rol das causas extintivas do poder de punibilidade. Vale dizer que é um rol exemplificativo (numerus apertus), pois a legislação em outras partes trata desse assunto (ex:. art. 312, §3º, CP e art. 89, §5º, lei n° 9.099/95). O juiz, ao reconhecer a extinção de punibilidade, deve declará-la de ofício, conforme art. 61, CPP. Morte do agente: O CPP exige que o MP seja ouvido antes da declaração de extinção de punibilidade. Certidão ideologicamente falsa (réu que falsifica o atestado médico e registra no cartório), declarada a extinção e descoberto a fraude após o trânsito em julgado, COMO A CERTIDÃO ERA FALSA, OU SEJA, INVÁLIDA/NULA, NÃO PODE PRODUZIR EFEITOS NO MUNDO JURÍDICO, “RESTALRA O JULGAMENTE ONDE “PAROU”. PRECEDENTE HC 60095-RJ – STF – MIN. RELATOR: RAFAEL MAYER. Anistia, graça e indulto: É a indulgência do príncipe, em regra fornecida em feriados religiosos. Anistia: OEstado renuncia ao seu ius puniendi, perdoando a prática de infração penal, via de regra de cunho político, mas nada impede de ser aplicada aos crimes comuns. POSSUI EFEITO EX TUNC E APAGA TODOS OS EFEITOS PENAIS DA CONDENAÇÃO (REINCIDÊNCIA, MAUS ANTECEDENTES ETC), MAS MANTÉM OS CIVIS. É de competência do congresso nacional e feito mediante lei. Tráfico, terrorismo e crimes hediondos não podem ser anistiados, art. 2º, I da lei n° 8.072/90. Graça e indulto: Competem ao presidente da república. Graça = individual; Indulto = Coletivo. ESCOLHE DETERMINADOS FATOS E CONDIÇÕES E OS “PERDOA”. NÃO TEM CONDÃO DE EXCLUIR OS EFEITOS PENAIS DA CONDENAÇÃO.
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