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Bases Anatomofuncionais das Doenças Luiz Flávio Ferreira Filho Coração Normal Situa-se no mediastino anterior entre os dois pulmões. Relaciona-se anteriormente com os pulmões, esterno, costelas e músculos intercostais; lateralmente, às estruturas dos hilos pulmonares, pulmões, nervos frênicos e vasos pericardiofrênicos; posteriormente, ao esôfago, à aorta descendente e às veias ázigo e hemiázigo. A face inferior repousa sobre o diafragma. É envolto pelo saco pericárdico, que contém cerca de 20 a 50 ml de líquido amarelo-citrino, cuja função é promover a lubrificação, facilitando os movimentos durante a contração. O coração é um órgão muscular oco, grosseiramente cônico, formado por três camadas: endocárdio, miocárdio e epicárdio. O epicárdio ou pericárdio visceral é uma membrana serosa que recobre o miocárdio e se reflete nas raízes dos grandes vasos da base, continuando-se com o pericárdio parietal para formar a cavidade pericárdica. O miocárdio é responsável pela contração do órgão. O endocárdio reveste internamente o miocárdio (endocárdio mural) e forma as valvas cardíacas (endocárdio valvar). São quatro as câmaras cardíacas: um átrio e um ventrículo direitos e um átrio e um ventrículo esquerdos. Os átrios direito e esquerdo são formados por paredes finas e comportam-se como câmaras de recepção, respectivamente, do sangue venoso sistêmico e do sangue arterial pulmonar. Os ventrículos direito e esquerdo possuem paredes espessas e funcionam como bombas de produção do sangue, respectivamente, para os pulmões e para a circulação sistêmica. O peso do coração no homem varia de 300 a 350 g e da mulher de 250 a 300 g. O AD recebe o sangue venoso sistêmico através das veias cavas superior e inferior, que desembocam medial e posteriormente junto ao septo interatrial. O AE situa-se à esquerda e dorsalmente ao átrio direito e à raiz da aorta, e seu apêndice auricular se projeta à esquerda do tronco pulmonar. As veias pulmonares se abrem na parede dorsal do átrio esquerdo e não são guarnecidas por válvulas. Após o nascimento, devido á pressão sistêmica mais elevada, o VE passa a ter parede cerca de duas a três vezes mais espessa do que a do VD. A porção membranosa do septo ventricular é a última a se formar e é o local mais comum de defeitos do septo ventricular. Em virtude do desnível de implantação entres as valvas átrio-ventriculares, em que a tricúspide fica inserida em posição mais apical (mais baixa) em relação à mitral o septo cardíaco apresenta uma área que separa o átrio direito da via de entrado do ventrículo esquerdo. Essa porção é o septo átrio-ventricular, que apresenta uma parte muscular e uma membranosa. O coração possui quatro valvas: duas átrio-ventriculares, tricúspide (direita) e mitral (esquerda), e duas arteriais, pulmonar (direita) e aorta (esquerda). Cada valva cardíaca é formada por válvulas, também chamadas de cúspides (nas átrios- ventriculares), e de folhetos semilunares (nas arteriais). As válvulas são finas, semitransparentes e desprovidas de vasos. As cúspides das valvas átrio-ventriculares se unem aos ventrículos através de finas cordas que se inserem nos músculos papilares ou diretamente na parede ventriculares. Os músculos papilares atuam no Bases Anatomofuncionais das Doenças Luiz Flávio Ferreira Filho sentido de impedir que as valvas átrio-ventriculares se projetem para os átrios durante a sístole por causa da pressão sanguínea intraventricular elevada. O funcionamento normal da valva mitral depende da função coordenada das cúspides, cordas tendíneas, músculos papilares e parede ventricular esquerda. A nutrição do miocárdio é feita pelas artérias coronárias. Logo após sua origem, se divide em: (a) artéria descendente anterior, que irriga a parede anterior do VE, dois terços anteriores do septo interventricular e parte da parede anterior do VD; (b) artéria circunflexa, que nutre a parede lateral do VE. Na maioria dos corações, a artéria coronária direita é a dominante e irriga todo o restante do coração, dando origem, na face posterior, à artéria descendente posterior, que é o ponto de interseção entre os sulcos interventricular posterior, átrio-ventricular e interatrial. As artérias epicárdicas emitem ramos em ângulo reto que se dirigem ao endocárdio. A maior parte do fluxo intramiocárdico ocorre durante a diástole, quando se dá o relaxamento da parede ventricular e o sangue pode penetrar na microcirculação. Existem pequenas veias que drenam a parede livre do VD e se abrem diretamente na luz do AD. Os vasos de Thesbesius ou sistema luminal são constituídos por veias menores, que se formam dentro do miocárdio e drenam diretamente nas câmaras cardíacas. O esqueleto fibroso do coração é a porção fibrosa que se interpõe entre os átrios e os ventrículos, onde as valvas aórtica, mitral e tricúspide se inserem parcialmente. O sistema de origem e condução do estímulo elétrico é constituído pelos nos sinoatrial e átrio-ventricular, além do feixe de His e seus ramos. Cardiopatias Adquiridas Hipertrofia e degeneração do miocárdio Hipertrofia do miocárdio é fenômeno adaptativo útil por tempo limitado, pois trabalho excessivo e prolongado pode causar degeneração progressiva das fibras miocárdicas, ou seja, descompensação miocárdica. Por essa razão, fala-se em hipertrofia compensada e hipertrofia descompensada. O padrão de remodelamento cardíaco na hipertrofia depende do tipo de estímulo. Na estenose aórtica, por exemplo, a sobrecarga de pressão do VE leva ao desenvolvimento de hipertrofia concêntrica, ou seja, espessamento da parede sem dilatação. Em contraste, na insuficiência mitral ou aórtica, a sobrecarga de volume leva à hipertrofia excêntrica (dilatação com massa muscular aumentada). Quando o estímulo é uma sobrecarga de pressão, a tensão é máxima no pico sistólico, o que leva à replicação em paralelo das miofibrilas dos sarcômeros, ou seja, aumento do diâmetro das células e da espessura da parede, resultando em hipertrofia concêntrica. Esse processo neutraliza a tensão na parede provocada pelo aumento da pressão. Bases Anatomofuncionais das Doenças Luiz Flávio Ferreira Filho Na sobrecarga de volume, a tensão na parede é maior no final da diástole, levando à replicação em série dos sarcômeros, alongamento das fibras e aumento da câmara, resultando em hipertrofia excêntrica. O aumento da câmara leva a um aumento da tensão da parede no final da sístole, induzindo aumento também do diâmetro das fibras (hipertrofia concêntrica). Na hipertrofia por sobrecarga de pressão, o aumento da espessura da parede usualmente é proporcional à intensidade do estímulo para normalizar a tensão sistólica. Se o aumento da massa miocárdica é insuficiente para normalizar o estresse da parede, o encurtamento das fibras na sístole é reduzido. Hipertrofia prolongada por sobrecarga de pressão leva à depressão da contratilidade miocárdica. O estímulo prolongado à hipertrofia acaba por resultar em hipotrofia e degeneração das fibras cardíacas, fibrose intersticial difusa e espessamento fibroso do endocárdio. Cardiopatia Hipertensiva É a denominação dada ao conjunto das alterações que ocorrem no coração em consequência de hipertensão arterial sistêmica, cuja forma, na maioria das vezes, é a hipertensão essencial ou primária. Para o diagnóstico desta cardiopatia é necessário que haja hipertrofia concêntrica do ventrículo esquerdo, ausência de outras doenças cardiovasculares e, naturalmente, quadro de hipertensão arterial. Bases Anatomofuncionais das Doenças Luiz Flávio Ferreira Filho Hipertensão essencial: condição prevalente na população adulta, cujas mulheressão mais acometidas que os homens. Com a sobrecarga gerada pela hipertensão, surge hipertrofia concêntrica inicialmente no VE, no qual as fibras cardíacas sofrem aumento da espessura devido ao aumento em paralelo do número de sarcômeros. A hipertrofia do coração ocorre para vencer a pressão sistêmica aumentada. A espessura amentada tende a normalizar a tensão sistólica sofrida pelos miofilamentos. Hipertrofia ventricular constitui uma resposta adaptativa que permite ao coração vencer a sobrecarga de pressão e manter o débito cardíaco. Ocorrida a hipertrofia do VE, o individuo permanece compensado hemodinamicamente por anos ou décadas (fase compensada). No entanto essa capacidade é limitada. Se a pressão arterial não for controlada, chega um momento em que o miocárdio não consegue se hipertrofia mais nem se manter hipertrofiado, ocorrendo descompensação das fibras cardíacas por sobrecarga de volume diastólico e dilatação da cavidade, surgindo insuficiência cardíaca (fase descompensada). O aumento progressivo da espessura parede ventricular diminui a complacência do ventrículo esquerdo, ao mesmo tempo em que ocorre aumento das necessidades de oxigênio tudo isso contribui para a isquemia miocárdica e faz com que ocorra hipotrofia progressiva de algumas fibras cardíacas e sua substituição por fibrose. As fibras cardíacas hipertróficas são mais suscetíveis a isquemia porque além de terem exigências metabólicas aumentadas, a distancia entre o interior das células e o capilar que as nutre é maior, ocasionando dificuldade para difusão de oxigênio. Aspectos morfológicos: Fase compensada hipertrofia concêntrica do VE e redução de sua cavidade; sem lesão das valvas cardíacas ou do pericárdio; Fase descompensada dilatação da cavidade do VE, diminuição da espessura de sua parede e aumento do coração como um todo. Com dilatação do VE, dilata anel da valva mitral, resultando em insuficiência levando a uma sobrecarga no átrio esquerdo. Surge congestão pulmonar passiva que se prolongar resultará em hipertensão pulmonar. Se estado hipertensivo for mantido, ocorrerá sobrecarga do VD, que sofre hipertrofia concêntrica de sua parede, na tentativa de manter o fluxo sanguíneo pulmonar, logo entrará em descompensação o que levará a dilatação da cavidade e do anel da valva tricúspide do VD, tornando insuficiente, permitindo assim o refluxo de sangue para o AD, que logo entra em dilatação. Microscopicamente: Hipertrofia das fibras musculares cardíacas. Clinicamente, na forma compensada, o paciente pode ser assintomático, embora o risco de morte súbita seja aumentado. Quando ocorre dilatação ventricular, surgem manifestações de insuficiência cardíaca congestiva. O tratamento rigoroso da hipertensão arterial pode levar à regressão da hipertrofia e à diminuição do risco de óbito por complicações cardíacas. Bases Anatomofuncionais das Doenças Luiz Flávio Ferreira Filho Cardiopatia isquêmica Cardiopatia isquêmica (CI) é a designação genérica para um grupo de síndromes intimamente relacionadas que resultam isquemia do miocárdio – um desequilíbrio entre a oferta (perfusão) e a procura do coração por sangue oxigenado. A isquemia abrange não apenas uma insuficiência de oxigênio, mas também uma disponibilidade reduzida de substratos nutrientes e uma remoção inadequada de metabólitos (capítulo 1). A hipoxemia isolada (i.e., o transporte diminuído de oxigênio pelo sangue) induzida por uma cardiopatia congênita cianótica, anemia grave ou doença pulmonar avançada é menos deletéria que a isquemia, pois a perfusão (inclusive a liberação de substratos metabólicos e a remoção de resíduos) está preservada. Em mais de 90% dos casos, a causa da isquemia miocárdica é uma redução do fluxo sanguíneo coronariano em razão de uma obstrução aterosclerótica nas artérias coronárias. Assim, a CI é frequentemente denominada doença arterial coronariana (DAC) ou doença cardíaca coronariana. Na maioria dos casos, há um longo período (décadas) de aterosclerose coronariana lentamente progressiva e silenciosa antes que esses distúrbios se tornem manifestos. Dessa forma, as síndromes da CI são apenas as manifestações tardias da aterosclerose coronariana que provavelmente se iniciou durante a infância ou adolescência (capítulo 11). As manifestações clínica da CI podem ser divididas em quatro síndromes: Infarto do miocárdio (IM), a forma mais importante de cardiopatia isquêmica, na qual a duração e a gravidade da isquemia são suficientes para causar a morte do músculo cardíaco. Angina pectoris, uma síndrome na qual a isquemia é menos grave e não causa a morte do músculo cardíaco. Das três variantes – angina estável, angina de Prinzmetal e angina instável -, a última é a mais ameaçadora na qualidade de frequente pronunciadora de IM. CI crônica com insuficiência cardíaca. Morte súbita cardíaca. Conforme será discutido com mais detalhes posteriormente, o infarto agudo do miocárdio, a angina instável e a morte súbita cardíaca são, ás vezes, referidas como síndromes coronarianas agudas. A isquemia é agravada por certas condições que aumentam a demanda de energia cardíaca (e.g., a hipertrofia), ou que diminuem a disponibilidade de sangue ou oxigênio por causa de uma diminuição da pressão arterial sistêmica (e.g., o choque) ou de hipoxemia, como foi discutido anteriormente. Além disso, a elevação da frequência cardíaca não apenas aumenta a demanda (pelo aumento do número de contrações por unidade de tempo), mas também diminui a oferta (pela redução no tempo gasto na diástole – quando ocorre a perfusão coronariana). Bases Anatomofuncionais das Doenças Luiz Flávio Ferreira Filho O risco de desenvolver CI detectável depende, em parte, do número, da distribuição e da estrutura das placas ateromatosas e do grau de estreitamento que elas provocam. A observação dessas alterações anatômicas não permite, contudo, uma previsão completa das manifestações clínicas da CI. Além disso, a doença possui um espectro de expressão extraordinariamente amplo que abrange dese os indivíduos idosos com aterosclerose coronariana extensa que nunca apresentaram um sintoma até o adulto jovem previamente assintomático no qual uma doença moderadamente obstrutiva se manifesta de modo inesperado na forma de um infarto agudo do miocárdio (IAM) ou de morte cardíaca súbita cardíaca. Os motivos da heterogeneidade clínica da doença são complexos, mas o início variável e quase sempre súbito e a história natural dependem em grande parte da base patológica das chamadas síndromes coronarianas agudas da CI (que englobam a angina instável, o IAM e a morte súbita). As síndromes coronarianas agudas são frequentemente iniciadas pela conversão abrupta e imprevisível de uma placa aterosclerótica estável em uma lesão aterotrombótica instável e potencialmente fatal por meio da erosão superficial, ulceração, fissuramento, ruptura ou hemorragia profunda, geralmente acompanhada de trombose superposta. Com o objetivo de simplificar, esses espectro de alterações observadas nas lesões ateroscleróticas será denominado ruptura da placa ou alteração aguda da placa. Resumo do Livro Doença Isquemica do Coração A isquemia miocárdica se instala quando o fluxo de sangue arterial é insuficiente para suprir as necessidades metabólicas do coração, principalmente as de oxigênio. Resulta de um desequilíbrio entre a oferta e a demanda de oxigênio e nutrientes, que, na grande maioria dos casos, é causado por obstrução das coronárias. Quando decorre de deficiência na capacidade contrátil do musculo não totalmente explicada pela extensão da doença coronária nem pelo danomiocárdico, enquadra-se o caso como cardiomiopatia isquêmica. Predisposição: genética; hábito de fumar; hipercolesterolemia; hiperlipidemia; hipertensão arterial; diabete; estilo de vida (estresse, alimentação rica em gorduras animais e sedentarismo). Atinge mais homens a partir da meia idade. A diferença entre os sexos diminui progressivamente com o avançar da idade. Quando ocorre na mulher tende a ser mais letal e grave no primeiro episodio, durante a fase aguda, e a causar ruptura da parede ventricular mais frequentemente. Etiopatogênese: Depende de vários fatores, como: (1) velocidade da progressão, extensão, duração e causa da obstrução coronária; (2) estado do miocárdio (hipertrofia cardíaca, sobrecarga funcional); (3) existência de circulação colateral; (4) condições circulatórias (PA) e capacidade de transportar O2 no sangue. A maioria das doenças isquêmicas do coração tem como causa a existência de obstrução por placas ateroscleróticas, com ou sem trombose secundária. Quando há Bases Anatomofuncionais das Doenças Luiz Flávio Ferreira Filho deficiência no suprimento sanguíneo devido a múltiplas obstruções por aterosclerose coronariana difusa, geralmente em nível não-crítico, associada a baixo débito ou ao aumento da atividade cardíaca, a região suendocárdica é a que mais sofre, pois é a que por último recebe o sangue proveniente das coronárias epicárdicas. Causas de obstrução coronariana Aterosclerose e trombose: A causa mais comum da obstrução coronariana. Só desencadeia manifestações clínicas quando atinge níveis de obstrução expressiva e quando sobre ela se forma um trombo. A gravidade da isquemia é influenciada também pela extensão e multiplicidade das lesões, pela pressão de perfusão coronária e por fatores que atuam na demanda de oxigênio, como aumento do ritmo cardíaco e hipertrofia miocárdica. O evento inicial que favorece a formação de trombos nas coronárias parece ser uma mudança brusca na morfologia da placa aterosclerótica, a qual sofre ruptura, exposição de substâncias teciduais pro-coagulantes e se torna mais sujeita à agregação plaquetária, dando origem à formação de um trombo. Essa ruptura tem fatores mecânicos e químicos (mecânico: grau de obstrução da luz, onde é maior há maior turbulência do fluxo e maior impacto sobre a parede; químico: ação de enzimas que clivam o colágeno da capa fibrosa, a maioria delas da classe das metaloproteases e as células inflamatórias são a principal fonte de tais enzimas). Vasoespasmo: Facilita a ruptura da placa ateromatosa e favorece a trombose. Entre outras substancias, o endotélio produz oxido nítrico, que, ao impedir a contração da camada média do vaso, age como vasodilatador. Libera também tromboxano A2 que é um potente vasocontritor. Outros fatores: (1) lesões semelhantes à aterosclerose podem aparecer; (2) aumento da demanda de sangue além da capacidade de adaptação do indivíduo; (3) mulheres na pré-menopausa são menos acometidas por doença isquêmica do coração do que os homens. O estrogênio tem fator protetor sobre a aterosclerose e trombose; (4) dissecação aguda das coronárias; (5) ponte miocárdica, cujo papel na gênese do infarto do miocárdio é ainda discutível. (6) embolia nas coronária; (7) causas raras de doença isquêmica do coração como amiloidose, aneurismas e anomalisas congenicas e poliarterite nodosa. Pré-condicionamento isquêmico Se uma oclusão coronária prolongada é precedida por fechamentos temporários relativamente breves dessa artéria, a extensão da necrose é menor; além disso, a função cardíaca após a isquemia é mais preservada e os episódios de arritmia e de depleção de ATP são menores do que em animais apenas com oclusão coronariana permanente. O fato pode ser porque o paciente antes apresenta angina. Circulação Colateral Bases Anatomofuncionais das Doenças Luiz Flávio Ferreira Filho Se tornam mais desenvolvidos à medida que ocorrem obstruções parciais em diferentes graus e níveis de artérias coronárias. A circulação colateral pode limitar o tamanho de um infarto do miocárdio, especialmente na região subendocárdica. Quadros clínicos da doença isquêmica do coração Angina Pectoris: Quadro de crises paroxísticas de dor precordial com características de opressão, em pontada, cortante, causada por isquemia miocárdica de curta duração. Há 3 tipos: a estável: mais comum e ocorre por aumento súbito do trabalho cardíaco, onde morfologicamente se associa a aterosclerose grave em uma ou mais coronárias e sua patogênese relaciona-se a fluxo sanguíneo em nível critico por obstrução coronariana que se torna insuficiente por aumento da demanda por exercício físico, estresse, emoções ou outra causa de sobrecarga de trabalho cardíaco. A Prinzmetal que ocorre durante o repouso e parece ser devida a espasmos da coronária, muitas vezes associadas a placas ateromatosas. E a angina progressiva ou instáveis que são desencadeadas com muito menos esforço e duram mais tempo ela normalmente precede o infarto do miocárdio. Infarto do miocárdio: É a dor precordial com características de opressão, pontada, queimação ou outras, podendo irradiar para os membros superiores, pescoço ou abdome; o paciente apresenta ainda palidez, mal estar geral, dispneia e taquicardia. Infarto sem dor é mais comum em diabéticos. Alterações eletrocardiográficas típicas do IM (supradesnivelamento do segmento ST e a presença da onda Q) e a elevação dos níveis séricos de proteínas das células musculares, que alcançam o sangue após destruição da membrana celular pela necrose indicam IM. Morte Súbita: pode ocorrer como complicação de qualquer uma das condições antes descritas. A doença isquêmica do coração é a causa mais comum. O denominador comum a todas as condições parece ser o desenvolviment ode arritmia grave, particularmente fibrilação ventricular. Isquemia crônica do miocárdio: compromentimento difuso e insidioso do miocárdio por isquemia, que pode levar tardiamente à insuficiência cardíaca congestiva, geralmente com episódios de angina eou infarto do miocárdio prévios. Efeitos da repersfusão: (a) ação dos radicais livres que se formam na hipóxia e reperfusão, como os anios superóxidos, peroxido de hidrogênio, hidroxila e compostos de ferro, moléculas fortemente reativas por causa de seu numero impar de elétrons; (b) atuação direta de enzimas líticas de neutrófilos que chegam ao tecido após lesão isquêmica; (c) alterações do endotélio, levando a menor secreção de óxido nítrico e liberação de endotelina, que é vasoconstritor; (d) aumento do fenômeno de não- reperfusao. Consequencias e Complicações Insuficiencia cardíaca (podendo ser direita ou esquerda), arritmias (relacionadas ao acometimento do sistema de condução pela necrose ou ao funcionamento da zona Bases Anatomofuncionais das Doenças Luiz Flávio Ferreira Filho necrótica como foco de descargas elétricas anômalas), choque cardiogênico (decorre da falência do VE por necrose extensa), extensão do infarto, ruptura da parede do coração ou de musculo papilar (quando na parede livre ventricular, provoca hemopericárdio e tamponamento cardíaco; se atinge o septo interventricular, resulta em comunicação interventricular; no musculo papilar da valva mitral, leva a insuficienca valvar aguda), aneurisma ventricular, pericardite e tromboembolia pulmonar ou sistêmica. Quanto mais extenso o infarto, maiores as chances de repercussões mais serias. Durante a evolução de um infarto do miocárdio, o paciente pode sofrer novos episódios de isquemia. Isquemia crônica do miocárdio Comprometimento difuso e insidioso do miocárdio por isquemia, que pode levartardiamente a insuficiência cardíaca congestiva, geralmente com episódios de angina eou infarto do miocárdio prévios. Em geral há aumento do volume do coração. Intervenções terapêuticas na doença isquêmica do coração Não cirúrgico: agentes trombolíticos (nas três primeiras horas levam a melhora da função ventricular em grande numero de pacientes), angioplastia coronariana transluminal percutânea (pode alterar na morfologia da placa ateromatosa; a camada média será estirada, havendo um aumento significativo da luz do vaso), angioplastia a laser (remove o material da placa) e aterotomia ou a associação de uma das três ultima com a colocação de stent (o stent se solta no interior da artéria, com isso impede que o vaso sofra retração). Cirurgicas: anastomoses entre a aorta e as artérias coronárias por meio de pontes de veia safena ou anastomoses entre a artéria torácica interna e as coronárias. Anastomose da artéria mamaria interna. Transplante cardíaco. Fechamento de comunicação interventricular ou troca de valva mitral. Aneuristectomia. Sutura da parede livre. Cardiopatia Reumática A doença reumática é uma afecção inflamatória sistêmica, de natureza imunitária e caráter recorrente, secundária a uma infecção estreptocócica da orofaringe. Na maioria das vezes, a primeira manifestação clinica surge na infância. Como a doença tem evolução longa, suas principais repercussões aparecem em indivíduos jovens ou adultos. Bases Anatomofuncionais das Doenças Luiz Flávio Ferreira Filho Etiopatogênese É uma complicação tardia, não supurativa, mediada por anticorpos, de infecções das vias aéreas superiores causadas por estreptococos Beta-hemolíticos do grupo A de Lancefield. O indivíduo inicialmente tem uma infecção da orofaringe seguida, duas a quatro semanas depois, de episódio agudo da doença reumática. Lembrando que nem todos os indivíduos que tiverem faringite desenvolvem doença reumática. Embora os mecanismos patogenéticos não sejam ainda esclarecidos, tudo indica que haja participação de mecanismos imunitários. (1) a raridade da doença antes dos quatro anos de idade, sugerindo a necessidade de várias infecções estreptocócicas para sensibilizar o indivíduo suscetível; (2) no período de latência os indivíduos estão produzindo anticorpos antiestreptococos; (3) os títulos destes anticorpos são mais altos nos reumáticos do que naqueles sem doença reumática; (4) títulos destes anticorpos permanecem elevados em portadores de valvopatia e persistem por vários anos, caindo após remoção cirúrgica das valvas afetadas. Linfócitos T (sobretudo o CD4) de pacientes reumáticos reagem tanto com a proteína M, presente nos estreptococos, quanto com moléculas existentes no coração. Além disso, antígenos estreptocócicos mimetizam componentes do sarcolema de fibras musculares cardíacas e o hialuronan da bactéria é semelhante a compostos glicídicos valvares. Aspectos morfológicos: As lesões principais são as das valvas. A valva mais acometida é a mitral, isoladamente (50-70%) ou em associação com a aórtica (30- 50%). Fase aguda: coração aumentado de volume, flácido e globos com presença de pericardite fibrinosa. Dilatação das câmaras cardíacas, principalmente os ventrículos. Pequenas vegetações podem aparecer ao longo da borda de fechamento das válvulas (vegetações apresentam fibrina, plaquetas, células inflamatórias e células do revestimento endocárdico com aspecto reativo). O encontro das vegetações faz parte do diagnóstico da fase aguda da doença reumática, mas este baseia-se principalmente no nódulo de Aschoff, que é considerado patognomonico da doença. Este nódulo é distinguido em três fases: exsudativa ou inicial, proliferativa ou granulomatosa e cicatricial. São comuns no interstício miocárdico, em torno dos vasos, no septo interventricular, parede posterior do VE, músculo papilar posterior do VE, cone pulmonar e parede posterior do AE. Além dos nódulos pode haver miocardite intersticial difusa ou inespecífica. Fase crônica: inflamação valvar com mononucleares, acompanhada de neoformação vascular, fibrose e cicatrização. Cúspides irregularmente espessadas, encurtadas e as vezes calcificadas; frequente fusão das comissuras (um dos principais mecanismos de estenose valvar na doença reumática). Nas átrio-ventriculares existem um espessamento, fusão e encurtamento das corda tendineas. Essas alterações e o encurtamento dos folhetos resultam também em insuficiência valvar. Na valva aórtica, encontra espessamento e encurtamento das semilunares, fusão das comissuras e calcificações. Endocárdio mural é pouco afetado, exceto no AE, onde é frequente o encontro do espessamento focal. Aspectos Clínicos: Surgem, em geral, duas a quatro semanas após a infecção estreptocócica da orofaringe. O paciente apresenta febre, poliartralgia de grandes Bases Anatomofuncionais das Doenças Luiz Flávio Ferreira Filho articulações de caráter migratório na sua grande maioria, coréia (movimentos desordenados dos membros) e, em cerca de dois terços dos casos, sinais de comprometimento do coração. Os níveis séricos de antiestreptolisina O (ASLO), de proteína C reativa e de mucoproteinas encontram-se elevados; há também uma queda de albumina, e aumento das frações alfa e gama-globulinas. Paciente pode apresentar manifestações cutâneas (eritema marginatum), respiratórias e de comprometimento das serosas e dos vasos sanguíneos. As remissões entre as crises podem durar de meses a anos. Prognóstico depende fundamentalmente do acometimento do coração e da gravidade das lesões, particularmente das valvas. No período de atividade, a doença responde bem à antibioticoterapia, aos corticoides e às drogas para insuficiência cardíaca. Profilaxia de novos surtos agudos: administração de drogas antimicrobianas. Cirurgia de plastia ou troca valvar pode contribuir para a melhoria da insuficiência cardíaca e da sobrevida de pacientes com comprometimento grave. Endocardite Infecciosa É a inflamação do endocárdio provocada por microrganismos. A maioria das endocardites acontece nas valvas cardíacas, são também consideradas como endocardite as infecções que ocorrem em próteses valvares. As endocardites se estabelecem em valvas previamente lesadas, normalmente. No Brasil, onde a doença reumática é prevalente, a endocardite também é, por causa desse fator de risco. Lesão valvar pregressa favorece a infecção por gerar fluxo turbulento, aumentando, portanto, o contato dos microrganismos com o revestimento cardíaco. Na maioria dos casos, a endocardite infecciosa localiza-se nas faces das valvas de maior impacto do fluxo sanguíneo, ou seja, na face atrial da valva mitral e na face ventricular da valva aórtica. As valvas mais atingidas são a mitral e a aórtica, em proporções aproximadamente iguais. Etiologia e Patogênese Inúmeors microrganismos podem causar endocardite, sobretudo bactérias dos grupos dos estreptococos e estafilococos. Outros agentes incluem fungos, rickétsia ou clamídia. A mortalidade varia conforme o agente. Para haver colonização endocárdica e, portanto, para se desencadear uma endocardite, há necessidade de bacteriemia ou fungemia, transitória ou duradoura que se originam de focos infecciosos em diversos locais do organismo. O estado imunitário do indivíduo também é fator importante na instalação da endocardite infecciosa, que é mais comum em indivíduos em tratamento com imunossupressores ou naqueles com neoplasias malignas, síndrome da imunodeficiência adquirida, doenças hematológicas ou afecções do tecido conjuntivo. Bases Anatomofuncionais das Doenças Luiz Flávio Ferreira Filho Para ocorrer acolonização é preciso haver escoriação no endocárdio, que desencadeia a formação de trombo. Nesses casos, algumas moléculas de adesão são expressas, como integrinas, que ligam fatores extracelulares ao citoesqueleto, inclusive a fibronectina. Aspectos morfológicos: apresentam grandes vegetações de tamanhos variados. Essas vegetações formam massas pardacentas e avermelhadas, quase sempre friáveis, com base aderida às cúspides, cordas tendíneas ou endocárdio mural. Podem ainda ocorrer ulcerações nas margens de fechamento das válvulas, destruição ou perfuração das cúspides, ruptura das cordas tendíneas e, por vezes, destruição quase total da valva. Histologicamente, são constituídas de inflamação aguda, com predomínio de neutrófilos e numero menor de macrófagos e outras células, de permeio a rede de fibrina e produtos da destruição tecidual. Aspectos clínicos: Evolui com quadro infeccioso e septicêmico. Febre, mal-estar, cefaleia, anorexia, aumento de linfonodos e hepatoesplenomegalia. Em consequência de embolia séptica, podem surgir necrose e infecções em outros órgãos, com os sinais e sintomas clínicos correspondentes. Sinais periféricos: petéquias, nódulos ou pápulas eritematosas muito dolorosas na popla dos dedos e artelhos, hemorragias nas palmas das mãos e planta dos pés e hemorragias conjuntivais e na retina. Alguns paciente desenvolvem estado de choque, séptico ou cardiogênico, podendo, em alguns casos, ter componente hipovolêmico por causa das hemorragias. A hemocultura ou a cultura direta da lesão é muito importante para o diagnóstico e tratamento. Complicações: Podem ser cardíacas e extracardíacas. Entre as primeiras estão a falência cardíaca decorrente da insuficiência valvar (sobretudo aórtica) ou do comprometimento miocárdico por abscessos, ruptura de músculos papilares, abscesso no anel valvar, destruição das cúspides ou das cordas tendineas com insuficiência valvar aguda, obstrução valvar por trombos volumosos, comunicações intercavitárias, pericardite fibrinopurulenta e infarto do miocárdio por êmbolos nas coronárias. Uma parte da vegetação pode desprender e virar um embolo séptico que podem determinar no local em que alojam vasculites agudas (essas lesões recebem o nome impróprio de aneurismas micóticos –improprio porque fungos também podem ser a causa da lesão e porque estas as vezes não levam a enfraquecimento da parede vascular com sua dilatação-). Devido à infecção há reação sistêmica do sistema imunitário e formação de imunocomplexos circulantes, os quais, com significativa frequência, levam a glomerulopatia. Embolia trombótica não-infecciosa Vegetações nas valvas cardíacas formadas por fibrina, plaquetas e hemácias, sem agente infeccioso nem reação inflamatória expressiva. Aparece, normalmente em pessoas com outras doenças como lúpus eritematoso, neoplasias, infecções pelo vírus da imunodeficiência adquirida e caquexia por qualquer causa. Conhecida também como: endocardite mínima, caquética, marântica, terminal ou endocardite de Libman-Sacks. Bases Anatomofuncionais das Doenças Luiz Flávio Ferreira Filho Associa-se a estado de hipercoaguabilidade sanguínea, especialmente a síndrome de anticorpos antifosfolipideos (grupo heterogêneo de imunoglobulinas que reagem com fosfolipideos aniônicos ou complexos aniônicos proteína-fosfolipideo). Pessoas com essa síndrome tem espessamento irregular das valvas e apresentam, em geral, insuficiência valvar. Pode ocorrer a diversos estímulos específicos (infecção, alergia, hipóxia) ou inespecíficos (frio, altitude elevada, hormônios, fistulas arteriovenosa), principalmente nos portadores das outras doenças já citadas. Aspectos morfológicos: Alterações valvares podem adquirir a forma de nódulos, verrugas ou espessamentos únicos ou múltiplos de tamanho variável, chegando a atingir 1 cm de diâmetro. Característica marcante: escassez ou ausência de reação inflamatória sob a vegetação. Resumo da internet ENDOCARDITE INFECCIOSA Definição É um processo inflamatório do endocárdio (endocardite) com um processo infeccioso. [Quando acomete os vasos, chamamos de endarterite infecciosa]. A bacteremia é uma condição necessária para a ocorrência de endocardite e endarterite infecciosa. Epidemiologia - Os principais grupos acometidos são: Idosos, lesão valvar pela febre reumática, pacientes com marcapasso, hemodiálise, cateterismo, próteses, etc. (A febre reumática era antigamente a principal causa de endocardite infecciosa. Essa doença é uma endocardite, mas não infecciosa) Etiologia A endocardite infecciosa pode ser causada por bactérias, vírus ou fungos, no entanto, o mais comum é a endocardite bacteriana. A cavidade oral, a pele e as vias respiratórias superiores são as principais portas de entrada para o estreptococo viridans, os estafilococos e os microorganismos HACEK (Haemophillus, Actinobacillus, Cardiobacterium, Eikenella e Kingella), respectivamente, que causam endocardite de valva nativa. A endocardite de valva nativa pode ser proveniente de infecções de cateteres vasculares, feridas hospitalares, ITU, hemodiálise, etc. Já a endocardite de valvas protéticas envolve os estafilococos coagulase-negativos, S.aureus, bacilos gram-negativos facultativos, difteróides e fungos e ocorre em até 2 meses após a cirurgia valvar. A endocardite que ocorre nos usuários de drogas injetáveis é causada geralmente pelo S.aureus. [Resumo: - Válvulas nativas: S. viridans, S.aureus e HACEK - Válvulas protéticas: estafilococos coagulase-negativos, S.aureus, bacilos gram- negativos facultativos, difteróides e fungos - Usuários de drogas injetáveis: S.aureus ] Fisiopatologia O endotélio normal resiste à infecção pela maioria das bactérias (exceto microorganismos virulentos como o S. aureus) e à formação de trombos. A lesão do Bases Anatomofuncionais das Doenças Luiz Flávio Ferreira Filho endotélio (por impacto de jatos sanguíneos de alta velocidade- fluxo turbilhonar- ou no local de baixa pressão de uma comunicação interventricular) predispõe a instalação de microorganismos ou a formação de trombos não infectados de plaquetas e fibrina. O trombo serve como local de aderência bacteriana durante uma bacteremia. [Resumindo: São poucas as bactérias que se instalam em locais de endotélio intacto. A maioria depende de uma lesão endotelial ou causando um fluxo turbilhonar, ou predispondo à formação de trombo estéril que vai servir como local de instalação de bactérias, durante uma bacteremia] [Aula: Uma válvula mais vulnerável é a insuficiente, mais que estenótica. E é importante lembrar que a instalação das bactérias vai ocorrer no local de maior fluxo turbilhonar, ou seja, em uma insuficiência aórtica, teremos lesão na ponta do VE ???] Existem algumas condições congênitas que vão também predispor o surgimento da endocardite infecciosa, como Coarctação da aorta, persistência do canal arterial e CIV. A coarctação da aorta é uma estenose da aorta supravalvar, o canal arterial é a comunicação entre a aorta e a artéria pulmonar e a CIV é uma comunicação entre ventrículos que possuem pressões diferentes (CIV causa normalmente um fluxo da esquerda para a direita, mas na Tetralogia de Fallot é da direita para a esquerda). Todas essas condições causam um fluxo de sangue turbilhonar. Classificação As endocardites infecciosas podem ser classificadas quanto à evolução temporal da doença em: - Aguda: Doença febril desgastante que lesiona rapidamente as estruturas cardíacas, que se dissemina para locais extracardíacos e que, quando não tratada, evolui em semanas para óbito. [Aula: É muito agressiva, seus sinais (febre, astenia, mialgia e perda ponderal) aparecem em uma semana]. Bactéria mais comum: S.aureus. -Subaguda: Tem uma evolução indolente, se causar lesões cardíacas estruturais o fará lentamente, evolui de forma gradual e envolve germes menos patogênicos. [Aula: Tem um quadro mais arrastado com perda ponderal, queda do estado geral e febre mais baixa que na aguda] Germes mais comuns: estreptococos bovis e fungos (estes sobretudo em imunossuprimidos). - Crônica: Germes menos virulentos [Não anotei nada sobre a Crônica e no Harrison não tem nada, ele só considera Aguda e Subaguda]. A endocardite infecciosa das valvas protéticas são classificadas da seguinte maneira: - Aguda: <2 meses da cirurgia. A origem da infecção é nosocomial/centro cirúrgico - Intermediária: 2-12 meses. De onde é proveniente a infecção? Não se sabe. - Tardia: >12 meses. A infecção é comunitária. Manifestações clínicas As manifestações mais comuns dessa doença são: Febre, sopros (nem todos os pacientes com endocardite infecciosa apresentam sopros no quadro inicial), calafrios, suores, anorexia, mal-estar, perda ponderal, mialgia, artralgia, fenômenos embólicos(nódulos de Osler, manchas de Janeway e manchas de Roth, infarto de baço, rins, intestinos) , manifestações neurológicas (por acidente vascular embólico), petéquias e glomerulonefrite (por imunocomplexos). Nódulos de Osler: lesões pequenas, dolorosas, que se localizam nas polpas dos dedos das mãos e pés, atribuídas a combinação de embolias sépticas e fenômenos imunológicos Bases Anatomofuncionais das Doenças Luiz Flávio Ferreira Filho Manchas de Janeway: maculas eritematosas, hemorrágicas, indolores nas palmas das mãos e plantas dos pés. Manchas de Roth: alteração expressiva na retina, decorrente de fenômeno embólico, vista no fundo de olho como lesão ovalada, esbranquiçada, rodeada por halo hemorrágico (exsudado em flocos de algodão). OBS: Pacientes usuários de drogas injetáveis com acometimento da valva tricúspide apresentam achados pulmonares relacionados com os êmbolos sépticos, como tosse, dor pleurítica, infiltrados pulmonares nodulares e, ocasionalmente, piopneumotórax. Diagnóstico - Hemograma: Leucocitose, anemia, aumento de VHS e da proteína C reativa. - Hemocultura: O isolamento do microorganismo causal nas hemoculturas é fundamental não apenas para o diagnóstico, mas também para se determinar a sensibilidade aos antimicrobianos e planejar o tratamento. Na ausência de antibioticoterapia prévia, devem-se obter 3 conjuntos de hemocultura (com 2 frascos por conjunto) separados entre si por um intervalo mínimo de 1h de diferentes locais de venopunção ao longo de 24h. [Aula: Nem todos os pacientes com endocardite infecciosa apresentam hemocultura positiva, principalmente se se tratar de vírus ou fungos] - Ecocardiograma transtorácico ou transesofágico: A imagem obtida possibilita a confirmação anatômica, o dimensionamento das vegetações, a detecção das complicações intracardíacas e a avaliação da função cardíaca. Critérios ecocardiográficos de endocardite infecciosa: Só é possível estabelecer o diagnóstico de certeza quando as vegetações obtidas na cirurgia cardíaca, na necropsia ou retiradas de uma artéria (êmbolo) são submetidas a exames histológicos e microbiológicos. Entretanto, foi desenvolvido um esquema diagnóstico para o diagnóstico clínico definitivo: Critério de Dukes: Esquema diagnóstico altamente sensível e específico para o diagnóstico clínico da endocardite infecciosa. A comprovação de 2 critérios maiores; de 1 maior e de 3 menores ou de 5 critérios menores possibilita o diagnóstico clínico definitivo. Bases Anatomofuncionais das Doenças Luiz Flávio Ferreira Filho [Na aula a professora disse que no Critério de Dukes são 3 hemoculturas positivas, mas em todos os locais, achei que deve-se colher 3 conjuntos de hemoculturas e que para considerar como critério maior 2 hemoculturas positivas] Diagnóstico Diferencial - FOO: Mixoma atrial, LES agudo, etc. - Febre Reumática aguda - Síndrome do anticorpo antifosfolipídeo - Púrpura trombocitopênica trombótica Complicações - Embolias sépticas (cérebro, pulmão, etc) - Pneumonia - Abscesso esplênico - Aneurisma micótico - Abscesso hepático - Abscesso de septo - Rompimento de válvula (insuficiência cardíaca, choque cardiogênico) - Sepse e choque séptico Tratamento Antibioticoterapia!! Antes de iniciar o tratamento, não esquecer de colher sangue para a hemocultura. Depois disso, iniciar a antibioticoterapia com um fármaco bactericida combinado a um bacteriostático. A escolha inicial é Penicilina+Aminoglicosídeo por 4-6 semanas. Após o resultado da hemocultura, avaliar a necessidade de troca dos fármacos. Critérios de cura - 3 Hemoculturas negativas - Melhora clínica (regressão da febre, do mal-estar, da queda do estado geral, etc) - Ecocardiograma: Regressão da lesão Indicações cirúrgicas Bases Anatomofuncionais das Doenças Luiz Flávio Ferreira Filho Profilaxia [Retirado da Internet: Condições em que a profilaxia é indicada: Pacientes com próteses valvares (mecânicas, biológicas ou homoenxertos); Pacientes com antecedente de endocardite infecciosa (mesmo sem diagnóstico de cardiopatia); Pacientes com cardiopatia congênita (exceto CIA ostium secundum isolado) ??? ; Pacientes com valvopatia reumática (mesmo após correção cirúrgica); Pacientes com valvopatias adquiridas (doenças degenerativas, p. ex.); Pacientes com prolapso de valva mitral associado a regurgitação mitral; Pacientes com miocardiopatia hipertrófica. Procedimentos nos quais a profilaxia está indicada: Tratamento e procedimentos dentários nos quais se espera sangramento da mucosa ou gengiva; Cirurgia que envolve mucosas respiratórias ou intestinal, tonsilectomia e/ou adenoidectomia, cirurgia de próstata, de vias biliares ou histerectomia vaginal; Escleroterapia de varizes esofagianas; Dilatação do esôfago; Dilatação uretral; Parto vaginal na presença de infecção; Incisão e drenagem de tecido infectado Bases Anatomofuncionais das Doenças Luiz Flávio Ferreira Filho PULMÃO NORMAL Bases Anatomofuncionais das Doenças Luiz Flávio Ferreira Filho Bases Anatomofuncionais das Doenças Luiz Flávio Ferreira Filho Bases Anatomofuncionais das Doenças Luiz Flávio Ferreira Filho Bases Anatomofuncionais das Doenças Luiz Flávio Ferreira Filho Bases Anatomofuncionais das Doenças Luiz Flávio Ferreira Filho DOENÇAS PULMONARES OBSTRUTIVAS Entidades clínico-patológicas que tem em comum obstrução crônica ao fluxo aéreo, em qualquer nível da árvore respiratória. Três representantes: (1) bronquite crônica; (2) enfisema pulmonar; (3) asma. Como o hábito de fumar é o fator etiológico mais importante para o desenvolvimento da bronquite crônica e do enfisema, muitos pacientes apresentam sobreposição das duas doenças, com predomínio ora do componente inflamatório das vias aéreas (bronquite-bronquiolite), ora de destruição do parênquima pulmonar (enfisema). DPOC: a obstrução ao fluxo é em geral progressiva, embora parcialmente reversível, e pode se acompanhar de hiper-reatividade das vias aéreas. Bronquite determina estreitamento e obstrução da luz de pequenas vias aéreas, enquanto o enfisema é responsável por perda do recolhimento elástico pulmonar. A consequência funcional dessas alterações é a limitação do fluxo aéreo. A asma caracteriza-se por obstrução brônquica reversível associada a inflamação e hiper-reatividade das vias aéreas a diferentes estímulos. Bronquite Crônica Definida clinicamente como tossepersistente com produção excessiva de muco na maioria dos dias de um período de três meses, por pelo menos dois anos consecutivos. Tosse e expectoração são caracteristicamente mais intensas pela manha e nos meses de inverno. Indivíduos com tosse produtiva sem sinais de obstrução do fluxo aéreo apresentam bronquite crônica simples. Etiopatogênese: causada por exposição prolongada a agentes irritantes inalados, sobretudo produtos do tabaco. Inflamações das vias aéreas e do parênquima pulmonar secundária a esses agentes é a grande responsável pelas alterações estruturais, clinicas e funcionais observadas na doença. Os principais achados são: (1) linfócitos: vias aéreas centrais, os linfócitos T estão em diferentes estágios de ativação na bronquite crônica; (2) macrófagos: nas vias aéreas, parênquima e especialmente nas áreas onde há destruição da parede alveolar; (3) neutrófilos: aumento de IL-8 TNF-alfa e decrescimento de IL-10 (anti-inflamatória), além do aumento da expressão de E-selectina e ICAM-1 nos vasos submucosos e no epitélio brônquico, as quais favorecem o acumulo de neutrófilos na luz das vias aéreas. (4) células epiteliais: são fonte de mediadores inflamatórios na DPOC, incluindo eicosanoides, citocinas e moléculas de adesão, entre elas a E-selectina, envolvida no recrutamento e adesão de neutrófilos. Inflamação brônquica aguda ou infecção constituem elementos constantes de complicação do quadro clínico. Lesão crônica do epitélio respiratório, com perda de células ciliadas e metaplasia mucosa ou escamosa, além das alterações reológicas do muco, comprometem significativamente os mecanismos de clearance ciliar, favorecendo o aparecimento de infecções. Além da tosse e hipersecreção de muco, que são constantes na bronquite crônica, outras manifestações aparecem, como: Bases Anatomofuncionais das Doenças Luiz Flávio Ferreira Filho dispneia, hipercapnia, hipoxemia e cianose. Hipertensão pulmonar, cor pulmonale e insuficiência cardíaca direita são complicações tardias da bronquite crônica. Aspectos morfológicos: espessamento da parede da arvore brônquica e acumulo de secreção esbranquiçada, por vezes com aspecto purulento. As grandes vias aéreas apresentam hipersecreção de muco, hipertrofia das glândulas submucosas, aumento do numero de células caliciformes e acumulo de secreção. As pequenas vias aéreas apresentam metaplasia mucosa com formação de tampões mucosos, infiltrado inflamatório rico em mononucleares e fibrose da parede bronquiolar. Enfisema Aumento anormal e permanente do tamanho dos ácinos pulmonares associado à destruição dos septos alveolares, sem fibrose evidente. Classificado em quatro tipos: (1) centroacinar ou centrolobular frequentemente associado ao habito de fumar e à bronquite crônica, a porção central do ácino pulmonar junto ao bronquíolo respiratório está acometida, poupando os alvéolos mais distais. Este enfisema acomete preferencialmente os lobos superior; (2) panacinas ou panlobular relacionado a deficiência da alfa 1 antitripsina, todo o ácino está alargado, tornando difícil a distinção entre alvéolos e ductos alveolares. As lesões são mais graves nas bases pulmonares; (3) parasseptal ou acinar distal acomete a porção distal do ácino, nas regiões adjacentes à pleura e ao longo dos septos interlobulares. É mais comum nas regiões superiores do pulmão e surge em áreas adjacentes a fibrose, cicatrizes ou atelectasia. É causa frequente de pneumotórax espontâneo em indivíduos jovens; (4) irregular ou paracicatricial assintomático na maioria das vezes, envolve o acino de forma irregular e está associado a cicatrizes de processos inflamatórios antigos. Três a cinco bronquíolos terminais e seus respectivos ácinos constitui o lóbulo pulmonar. O reconhecimento é feito pelo exame macroscópico dos pulmões. Etiopatogênese: a mais aceita seria o mecanismo protease-antiprotease, segundo a qual o enfisema resulta do desbalanço entre proteases e antiproteases, com predomínio da ação das proteases e consequente destruição dos septos alveolares. As principais fontes de enzimas proteolíticas no trato respiratório baixo são os neutrófilos e macrófagos alveolares, ambos presentes em maior número no pulmão de fumantes. A mais abundante antiprotease no epitélio respiratório é a alfa 1-AT que possui a maior atividade antielastase no parênquima pulmonar. Logo sua deficiência pode Bases Anatomofuncionais das Doenças Luiz Flávio Ferreira Filho resultar na formação do enfisema. Outras antielastases ali presentes são antileucoproteases e a alfa 1-macroglobulina. O fumo tem papel relevante na gênese do enfisema, em parte relacionado com a ação da alfa 1-AT. A fumaça do cigarro é constituída por uma mistura complexa de diferentes componentes. O fumo ainda estimula a liberação de elastase pelos neutrófilos e aumenta a atividade proteolítica de elastases dos macrófagos. Aspectos morfológicos: os pulmões são aumentados de volume e suas margens anteriores se aproximam. As margens e o ápice podem existem bolhas, às vezes volumosas. O órgão é pálido e se torna quase completamente inelástico. De acordo com a localização das lesõs que se faz a classificação do enfisema. O tórax fica fixado em posição inspiratória, com aumento do diâmetro anterio-posterior. As costelas acham-se levantadas, os espaços intercostais estão alargados e a cúpula diafragmática encontra-se abaixada, em posição inspiratória. Microscopicamente: (1) dilatação permanente dos alvéolos, sacos e ductos alveolares; (2) perda do componente elástico; (3) obstrução de bronquíolos, que resulta em obstáculo a saída do ar e contribui para aumentar o ar residual e para maior dilatação alveolar. Aspectos fisiopatológicos e clínicos: Enfisema centroacinar é o mais comumente associado ao tabagismo; Enfisema Panacinar também encontrado em fumantes. Individuos com EPA tem alta complacência pulmonar e baixa pressão de recolhimento elástico em altos volumes, enquanto pacientes com ECA apresentam complacência pulmonar normal ou baixa e, apesar da pressão de recolhimento elástico ser similar, apresentam baixo FEV1. Outra diferença importante é a extensão Bases Anatomofuncionais das Doenças Luiz Flávio Ferreira Filho das alterações de vias aéreas: ECA apresenta lesões extensas nas pequenas vias aéreas, com fibrose, inflamação e hipertrofia muscular. No EPA, a limitação ao fluxo depende da perda da força de recolhimento elástico pulmonar. Inflamação das pequenas vias aéreas pode se estender ao parênquima, levando a enfraquecimento e destruição das paredes alveolares. A perda do ancoramento alveolar na parede dos bronquíolos resulta em diminuição do seu calibre pela perda das forças de tração radial e correlaciona-se com a diminuição da força de recolhimento elástico com o decréscimo do FEV-1. A insuficiência respiratória é provocada por: (1) redução do fluxo aéreo, sobretudo na expiração, por causa da diminuição da elasticidade pulmonar e das deformidades dos bronquíolos; (2) dificuldade de acesso do ar inspirado às paredes alveolares, pelo aumento do ar residual; (3) redução da superfície de trocas pela destruição da parede alveolar. Por causa da redução do leito capilar (pela destruição septal) e da vasoconstrição arteriolar decorrente da hipóxia e hipercapnia, pode haver hipertensão pulmonar. Manifestação clinica: dispneia, tosse, chiado e perda de peso. Os pacientes apresentam expiração forçada e prolongada e tórax em tonel. PNEUMONIAS Quadro de infecção do parênquima pulmonar com expressão clínica característica.Nela, bronquíolos respiratórios e alvéolos são preenchidos por exsudado inflamatório, comprometendo a função de troca gasosa. Qualquer agente infeccioso pode provocar pneumonia, embora a maioria seja causada por bactérias. A patogenicidade dos microrganismos estão aumentando devido a seleção promovida pelo uso continuado de antibióticos e a medicina atual vem aumentando o seu grau de invasividade, fazendo com que o acesso de microrganismos aos pulmões sejam fisicamente facilitados. Mecanismos de Defesa Pulmonar contra Microrganismos: Os macrófagos alveolares são a principal célula fagocítica nos alvéolos, podendo também exercer suas funções com a ajuda do sistema humoral, lipoproteínas e glicoproteínas dispersas no fluido alveolar. Quando os fagócitos e as demais defesas locais são insuficientes, inicia-se uma reação inflamatória com migração de polimorfonucleares, componentes do complemento, mediadores da ação vascular e elementos da resposta imunitária humoral de fontes sistêmicas. Substâncias que inativam bactérias quando atingem os alvéolos: (1) IgG, C3b e opsoninas não imunes; (2) opsoninas alveolares. O surfactante secretado pelos pneumócitos II pode ter ação bactericida contra estafilococos e bactérias Gram-. Bases Anatomofuncionais das Doenças Luiz Flávio Ferreira Filho A fagocitose bacteriana nos alvéolos ocorre por 2 mecanismos: (1) aderência das partículas à superfície celular facilitado pela opsonização da partícula por anticorpos IgG ou pela fração C3b do complemento. Os macrófagos possuem receptores na superfície celular (para Fc de IgG ou C3b), cujo número e função podem ser modulados pelo IFN gama liberado por linfócitos T; (2) internalização bacteriana: o patógeno internalizado é submetido a um sistema organizado e bem desenvolvido de lise. A vesícula endocitica se funde aos lisossomos e expõe o microrganismo engolfado às enzimas hidrolíticas (ptns bactericidas) do tipo mieloperoxidases e oxidantes. Um componente importante do sistema antimicrobiano fagocítico é sua habilidade em gerar radicais oxidantes: ânion superóxido, peróxido de hidrogênio e radical hidroxila. Macrófagos alveolares possuem grande motilidade e procuram remover o microrganismos fagocitados para fora do ambiente alveolar, tendendo a migrar em direção ao bronquíolo terminal. A partir deste, os macrófagos contendo partículas podem ser eliminados pelo transporte mucociliar ou, após atravessas o epitélio bronquiolar, atingir os vasos linfáticos do interstício pulmonar e ser transportados em direção aos linfonodos hilares ou à pleura. Quando o macrófago não da conta, ocorre recrutamento dos PMN que são atraídos por mediadores inflamatórios liberados por estes macrófagos e pela expressão de moléculas de adesão no endotélio alveolar. 2 fatores amplificam a migração dos PMN: (1) endotoxinas bacterianas, ativam via alternada do complemento e produzem C5a, potente estimulo quimiotático e ativam o sistema de cininas, que resulta na geração de calicreína e bradicinina, que são capazes de aumentar a permeabilidade capilar, contribuindo para o acúmulo de fluido e células nos alvéolos; (2) opsonização: uma bactéria opsonizada e fagocitada por um macrófago libera fatores quimiotáticos seletivos para PMN. Linfócitos também atuam no processo de defesa. Colonização e infecção do sistema Respiratório Nem sempre o encontro de um microrganismo em alguma parte dos pulmões representa uma verdadeira pneumonia. Colonização é definida como a persistência de bactérias em um local do corpo sem evidencia de resposta do hospedeiro; Infecção pressupõe invasão e multiplicação de microrganismos nos tecidos, acompanhadas de agressão e reação destes. Organismos que infectam os pulmões entram no corpo através da boca e orofaringe (Ex: Strepto viridans, Strepto pyogenes, Strepto pneumoniae, Satphylo auereus, Neisseria, Haemophilus, Corynebacterium). Entretanto, os mecanismos de defesa antibacterianos dos pulmões são altamente eficazes para inativar ou até remover os agentes, reduzindo o número de organismos viáveis. Agentes sanguíneos podem atingir os pulmões através da via sanguínea ou do ar inalado. Há dois padrões de colonização: (1) colonização de sítios usualmente contaminados por organismos altamente virulentos em indivíduos previamente sãos Bases Anatomofuncionais das Doenças Luiz Flávio Ferreira Filho (Ex: neisseria meningitidis, strepto hemolyticus e strepto pneumoniae); (2) colonização por organismos com diferentes graus de virulência em indivíduos com baixa de suas defesas pulmonares. Organismos altamente virulentos possuem cápsula extracelular que confere proteção contra o sistema imunitário do hospedeiro, mas reduz marcadamente sua aderência às células do sistema respiratório. A infecção viral ajuda na adesão e propensão das infecções bacterianas, podendo causar necrose no tecido pulmonar, facilitando sua entrada. Infecção pulmonar ocorre quando as defesas do organismo são incapazes de impedir a colonização e proliferação de microrganismos, o que ocorre quando há: (1) redução da capacidade fagocitária dos macrófagos alveolares; (2) imunodeficiência de qualquer natureza; (3) acumulo de secreções na arvore respiratória; (4) perda do reflexo da tosse; (5) lesão do sistema mucociliar; (6) congestão e edema pulmonar. Os principais subtipos das pneumonias, tendo por base sua distribuição anatomica, são: (1) Pneumonia lobar: processo inflamatório tem disseminação relativamente uniforme nos lobos pulmonares, dando ao parênquima acometido padrão homogêneo de acometimento, ex. seria o pneumococo; (2) pneumonia lobular ou broncopneumonia: infeção apresenta-se como focos inflamatórios múltiplos que acometem lóbulos pulmonares, caracterizando disseminação do agente através das vias aéreas. Acomete mais crianças, idosos ou indivíduos debilitados; (3) pneumonia intersticial: caracterizada por reação inflamatória que afeta predominantemente o interstício pulmonar, ex. seria o vírus, legionella e mycoplasma. Aspectos morfológicos: Na pneumonia lobar, o lobo atingido consolida-se de forma homogênea pela substituição do ar dos alvéolos e sacos alveolares por exsudato inflamatório, enquanto as vias aéreas maiores permanecem permeáveis. Se não tratar evolui em quatro fases: (1) inicial ou de congestão congestão intensa dos capilares septais e edema, poucos neutrófilos e numerosas bactérias nos alvéolos; (2) hepatização vermelha quando os alvéolos ficam cheios de exsudato inflamatório, fibrina e bactérias. O lobo adquire consistência firme e semelhante à do fígado, daí o termo hepatização; (3) hepatização cinzenta aumento dos leucócitos e fibrina nos alvéolos e diminuição da congestão e desaparecimento das bactérias; (4) resolução quando há lise da fibrina e redução progressiva do exsudato, permitindo a penetração de ar nos alvéolos. De forma característica, na pneumonia lobar não há destruição das paredes alveolares. Exsudação de fibrina na pleura é frequente (pleurite fibrinosa). Aspectos morfológicos (2): broncopneumonia processo caracterizado por focos múltiplos, as vezes bilaterais, de inflamação do parênquima pulmonar, em alguns casos, os focos são confluentes e podem comprometer grande parte do pulmão. Microscopia: exsudato purulento na luz dos alvéolos e bronquíolos acompanhado de edema e destruição da parede dessas estruturas. Aspectos morfológicos (3): Pneumonia intersticial acometimento pode ser zonal ou difuso, as vezes bilateral. Macroscopia: pode haver congestão; Microscopia: inflamação nitidamente intersticial, em que os septos alveolares tornam-se alargados por edema e infiltrado de mononucleares.Alvéolos com pouca quantidade de liquido e, no casos graves, apresentam membranas hialinas, indicativas de dano alveolar. Bases Anatomofuncionais das Doenças Luiz Flávio Ferreira Filho TUBERCULOSE Representa uma doença da imunidade, ou seja, da capacidade de cada individuo em se defender contra um microrganismo. A AIDS, por exemplo, representa um importante fator predisponente, por ser uma doença ligada à redução das defesas do organismo. Assim, condições que alteram as defesas do hospedeiro, como desnutrição, alcoolismo e drogas imunossupressoras, podem ser tomadas como o ponto de partida para a tuberculose pulmonar. Relações do Hospedeiro Reação granulomatosa é quando o organismo dispõe de uma outra forma de reposta quando a ação do linfócito em conter o agente invasor não é suficiente. O mycobacterium tuberculosis possui 3 componentes básicos em sua parede: (1) lipídeos responsáveis pela ativação de monócitos e macrófagos e sua posterior transformação em células epitelióides e células gigantes multinucleadas; (2) proteínas (tuberculoproteina) confere sensibilização ao bacilo e contribui para a formação de células epitelioides e células gigantes; (3) carboidratos responsável pela ação neutrofilica. Dependendo da carga inalada alguns bacilos conseguem fugir do sistema de defesa pulmonar e se alojam em porções mais aeradas, por serem aeróbios, podendo permanecer em estado de latência nos ápices pulmonares. Dai, pode haver disseminação linfática ou hematogenica para outros órgãos, onde mais tarde pode surgir a tuberculose de órgão isolado. Tuberculose Primária Ocorre em indivíduos que não tiveram contato prévio com o M. tuberculosis. Comum em crianças, mas pode acometer adultos ou idosos que se mudam do ambiente rural, pouco contaminado, para as cidades, onde é grande o risco de contágio. O primeiro contato do bacilo com o individuo (primo-infecção) determina diversas reações: (1) exsudativa (nódulo exsudativo) o bacilo chega ao alvéolos, onde os macrófagos e PMN são atraídos pela fração de carboidrato do bacilo, sendo a primeira linha de defesa. A liberação de elastases e substancias oxidantes, sobretudo pelos neutrófilos, dá origem a um foco de alveolite aguda exsudativa caracterizada pela necrose dos alvéolos, exsudação de fibrina, neutrófilos degenerados e grande numero de bacilos viáveis; (2) produtiva (granuloma maduro) Se a resposta exsudativa não é suficiente para conter o avanço do bacilo, é então acionada a segunda linha de defesa. Os bacilos viáveis são fagocitados pelos macrófagos alveolares. A Bases Anatomofuncionais das Doenças Luiz Flávio Ferreira Filho fração lipídica e a tuberculoproteina do bacilo combinam-se aos receptores Fc dos macrófagos, tornando-os ativados e, portanto, capazes de apresentar antígenos do microrganismo ao tecido linfoide associado aos brônquios. Os macrófagos ativados secretam citocinas: (a) quimiotáticas; (b) IFN; (c) fator de crescimento para fibroblastos. De modo especifico IL-1 ativa linfócitos TCD4 a secretar IL-2, que, por sua vez, ativa a formação de clones de células T específicas para reconhecer antígenos do bacilo. Este processo constitui uma reação de hipersensibilidade. Os macrófagos ativados voltam aos alvéolos e aglomeram-se ao redor dos bacilos, transformando-se em células epitelióides. Clones de células T ativadas pelo antígeno do bacilo migram do linfonodo e chegam aos alvéolos, onde formam um manguito periférico ao redor das células epitelioides. Terminada sua função fagocítica, as células epitelioides tendem a aglomerar-se e formam sincícios, originando células gigantes multinucleadas. Esta reação produtiva constitui um granuloma no qual a função básica das células gigantes é formar uma barreira para impedir que os antígenos se disseminem para outros locais do tecido normal. O granuloma da tuberculose contem uma ou mais células gigantes no centro, ao redor das quais existem células epitelioides; na periferias, encontram-se linfócitos, macrófagos e poucos plasmocitos. No centro do grnauloma há necrose caseosa de extensão variada; (3) produtivo-caseosa (granuloma com necrose caseosa) as células epitelioidees e os clones de células T específicos causam a morte dos bacilos existentes no granuloma. Dependendo do numero de bacilos presentes e do grau de hipersensibilidade do hospedeiro, surge necrose caseosa no centro do granuloma. Quanto maior a carga de bacilos e maior o grau de hipersensibilidade do hospedeiro, maior é a extensão da necrose nos granulomas; (4) cicatrizante (nódulo calcificado) Com a morte dos bacilos e o controle da multiplicação bacteriana, o granuloma segue o curso natural da reparação de toda reação inflamatória, que é a sua colagenização induzida pelo fator de crescimento de fibroblastos secretado pelos macrófagos. Com isso,, a lesão entra em processo de cicatrização, hialinização e calcificação. O conjunto de granulomas formados recebe o nome de nódulo de Ghon. A partir destes, os bacilos alcançam o sistema linfático pulmonar e os linfonodos hilares, onde determinam o mesmo tipo de reação inflamatória, constituindo, especificamente, linfangite e linfadenite granulomatosas. Ao conjunto de nódulo de ghon, linfagite e linfadenite dá-se o nome de complexo primário ou complexo de Ghon. O complexo primário pode ter dois destinos: (a) cura, que ocorre na maioria dos casos; (b) evolução para a doença tuberculose. A cura se dá pela eliminação do microrganismo e pelo processo reparativo de cicatrização e calcificação das lesões, deixando apenas uma pequena sequela nos pulmões, indicativa de que algum dia o individuo entrou em contato com o bacilo, desenvolveu hipersensibilidade, conseguiu controlar o crescimento bacteriano e não desenvolveu a doença. Quando não ocorre essa modalidade de cura, por incapacidade das defesas do hospedeiro, os bacilos persistem e se multiplicam, dando origem à doença tuberculose. Bases Anatomofuncionais das Doenças Luiz Flávio Ferreira Filho Tuberculose progressiva da infância Como a infecção primaria ocorre na infância, o complexo primário pode sofrer dois tipos de progressão: (1) pneumonia caseosa resulta da disseminação dos bacilos para os alvéolos adjacentes através do poros de Khon, resultando na expansão das lesões exsudativas e dos granulomas. Com isso, forma-se uma pneumonia alveolar com distribuição uniforme das lesões nos lóbulos pulmonares; (2) tuberculose miliar expansão das lesões destrutivas, os bacilos podem penetrar nos vasos sanguíneos, através dos quais são levados a outros pontos no próprio parênquima pulmonar e a vários outros órgãos. Forma-se assim grande numero de pequenos nódulos inflamatórios nos locais atingidos, constituindo a tuberculose miliar. Ambas muito graves. Tuberculose secundária (de reinfecção; tuberculose do adulto) Comum em adultos, é aquela que ocorre no individuo que teve anteriormente a primo- infecção. Por qualquer condição que resulte em queda da imunidade, os bacilos dormentes voltam a se multiplicar e dão origem a novos granulomas e a novas lesões. Outras vezes, o individuo que teve uma primo-infecção curada bacteriologicamente sofre uma nova infecção pelo bacilo. As lesões se apresentam sob três formas macroscópicas: Apical: reativação dos bacilos dá origem a granulomas produtivos, granulomas produtivo-caseosos e nódulos fibrocalcificados, em decorrência de surtos repetidos de ativação, formação de granulomas e neoformação conjuntiva dos mesmos. Nesses casos são frequentes extensas lesões fibrocaseosas nos ápices pulmonares. Aplical cavernosa: quandose forma extensa necrose nos locais atingidos, o material necrótico se liquefaz e é drenado nos por um brônquio, dando origem a grandes cavitações macroscópicas conhecidas como cavernas tuberculosas. Quando há destruição de vasos sanguíneos, surge hemoptise. Ácino-nodosa: a partir da lesão apical ou de reativação, pode haver disseminação do bacilo, cujas lesões acompanham a histoarquitetura pulmonar. A liquefação da necrose caseosa e sua eliminação através dos brônquios por ação dos movimentos respiratórios levam ao aparecimento de lesões axiais peribronquicas, que caracteristicamente assumem a forma ácino- nodosa, comprometendo ácinos pulmonares inteiros. Se as lesões atingem a pleura, forma-se pleurite tuberculosa, com derrame pleural. Miliar: a penetração dos bacilos nos vasos pulmonares leva ao implante do agente em outras áreas do pulmão e em outros órgãos, formando as lesões miliares já descritas. Outras vezes, a disseminação hematogenica resulta na tuberculose de órgãos isolados (rins, ossos, meninges, supra-renais etc). Bases Anatomofuncionais das Doenças Luiz Flávio Ferreira Filho NEOPLASIAS PULMONARES Carcinoma Broncopulmonar Os CAs de pulmão estão crescendo muito nos últimos 60 anos coincide com um aumento paralelo da produção de tabaco e consumo de cigarros.A causa mais comum de morte por CA em homens seria esse carcinoma. Em mulheres, além do aumento notável da sua incidência nos ultimo anos a taxa de mortalidade por carcinoma do pulmão continua crescendo, ao contrario de outros canceres. Predomina entre 35-75 anos, com pico entre os 55-65 anos. A taxa de sobrevida em 5 anos e varia de 7 a 15% dependendo da região analisada, sendo maior nos países em desenvolvimento. O CA de pulmão pode ser dividido em quatro tipos histológicos principais: (1) carcinoma epidermoide (ou de células escamosas), adenocarcinoma, carcinoma de células grandes e carcinoma de células pequenas. Os adenocarcinomas incidem mais em mulheres, mas a media de tumores pulmonares recaem mais sobre os homens. Entretanto, estudos apontam que o adenocarcinoma está sendo a neoplasia pulmonar mais frequente em ambos os sexos. Os carcinomas do pulmão derivam de uma célula epitelial mutipotente capaz de expressar fenótipos variados. Etiopatogênese A gênese do CA pulmonar resulta da interação de fatores ambientais com alterações genômicas múltiplas. O fumo, em associação com outras substancias, como asbestos, radônio e radicais livres, é responsável por cerca de 90# dos casos de CA pulmonar em homens e 70% em mulheres. Os hidrocarbonetos policíclicos e as nitrosaminas são os carcinógenos mais potentes contidos na fumaça do cigarro. O primeiro está mais associado com o carcinoma epidermoide, pelo fato de o tamanho da partícula facilitar a deposição em brônquios proximais, enquanto o segundo as nitrosamidas depositam preferencialmente em bronquíolos terminais, favorecendo o aparecimento de adenocarcinoma. Além disso, o fumo atua causando alterações celulares como metaplasia escamosa, displasias e carcinoma in situ. A poluição atmosférica também está associada com o surgimento do CA de pulmão. Carcinoma epidermoide O mais frequente, mais associado ao tabagismo, menos heterogêneo do ponto de vista morfológico e mais comum em homens. Bases Anatomofuncionais das Doenças Luiz Flávio Ferreira Filho Tumor localizado na região central, isto é, tende a aparecer nos grandes brônquios. Apresenta crescimento mais lento do que os demais, dá metástases para os linfonodos regionais, mas a disseminação hematogenica é tardia. É o tumor pulmonar de melhor prognostico. Aspecto morfológico: lesão que varia de pequena tumoração endobronquica obstrutiva até grandes massas que sofrem cavitação e hemorragia, por causa de necrose frequente. A neoplasia tende a invadir a parede brônquica e o parênquima pulmonar adjacente. Facilmente visível a endoscopia e pode ser diagnosticado por exames citológicos mais comumente do que as demais neoplasias pulmonares. Histologicamente tumor formado por células epiteliais que contem pontes intercelulares e ceratinização individual ou em forma de pérolas córneas. Presença de ninhos sólidos de células tumorais com núcleo hipercromatico e escasso citoplasma na periferia e células poligonais com citoplasma amplo e eosinofilico no centro. Possuem núcleos com cromatina grosseiramente granular e nucléolos incospicuos ou irregulares. Muitas vezes a mucosa adjacente exibe áreas de metaplasia escamosa, displasia ou carcinoma in situ. Lesão envolvida pro estroma, as vezes desmoplasico, e por infiltrado linfoplasmocitário variável. Grau de diferenciação: (1) bem diferenciado, quando mostra características citohistologicas das células escamosas, que incluem estratificação ordenada, pontes intercelulares evidentes e ceratinização com formação de perolas córneas; (2) moderamente diferenciado, se apresentar características intermediarias entre o bem e o pouco diferenciado; (3) pouco diferenciado, produção de ceratina e-ou a presença de pontes intercelulares são discerníveis com dificuldade ou as células são indiferenciadas. POSITIVA PARA P63 E NEGATIVA PARA TTF-1. Adenocarcinoma Mais frequente em mulheres e o tipo tumoral cuja associação com o tabagismo é o menos importante. Neoplasia localiza-se na periferia dos pulmões, predominantemente. Associa-se a lesões destrutivas e cicatrizes no parênquima pulmonar (fibrose, espaços aéreos não funcionantes, etc.) ou a hiperplasia de pneumocitos, que são os locais de origem de focos adenomatosos. Origina-se nas vias respiratórias periféricas, a partir das células de Clara (células epiteliais colunares não ciliadas) ou de pneumocitos do tipo II. Aspectos morfológicos: Trata-se de lesão com superfície de corte homogênea, solida e de coloração marfim, as vezes com aspecto translucido devido à produção de muco. Histologicamente diferenciação glandular e produção de mucina podendo ser dividido nos seguintes padrões: (a) acinar; (b) papilifero; (c) carcinoma solido com formação de muco; (d) carcinoma bronquíolo alveolar. Pode ser dividido em bem, moderamente e pouco diferenciado. Imuno-histoquimica o TUMOR É POSITIVO PARA TTF-1 E NEGATIVO PARA P63. Carcinoma de células grandes É o tipo menos frequente de carcinoma broncopulmonar. O tumor é indiferenciado e tem comportamento altamente agressivo, evoluindo rapidamente para óbito. Bases Anatomofuncionais das Doenças Luiz Flávio Ferreira Filho Aspectos morfológicos: Lesão com localização predominantemente periférica, subpleural, não se associa a segmento brônquico e se caracteriza pela tendência a formar grandes massas com áreas de necrose e hemorragia. Neoplasia malga composta de grandes células contendo grandes núcleos centrais com forma que varia de oval a poligonal, com nucléolo evidente, citoplasma abundante e membrana celular em geral bem definida. Pode apresentar as variantes: (1) carcinoma de células claras; (2) carcinoma de células grandes com diferenciação neuroendrocrina. Carcinoma de células pequenas Mais comum no sexo masculino, constitui cerca de 20% dos tumores malignos do pulmão. Forte associação com o tabagismo. Neoplasia altamente maligna, prognostico pior entre os tumores pulmonares. Ao diagnostico, frequentemente já apresenta metástases linfonodais e na medula óssea. Pode produzir e secretar ACTH, serotonina, hormônio antidiurético, calcitonina, estrógenos e hormônio do crescimento. Aspectos morfológicos: Localização central; formado por células pequenas e uniformes, núcleo denso, redondo ou oval, cromatina difusa, nucléolo incospicuo e citoplasma
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