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Caso concreto 05 Civil V

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Caso Concreto 1 
Analise a notícia: As hipóteses previstas no Código Civil sobre [...] (invalidade do casamento), estão taxativamente previstas, descabendo interpretação extensiva. A decisão é da 8ª Câmara Cível do TJRS, julgando um raro caso – cheio de intrincados detalhes – em que uma jovem mulher do interior, em pequena cidade do RS, pediu a chancela judicial para que fosse anulado seu matrimônio e ela pudesse voltar ao estado civil de solteira. Tanto a juíza local Jocelaine Teixeira, quanto os desembargadores José Ataídes Trindade, Alfredo Englert e Antonio Carlos Stangler Pereira indeferiram o pleito (que requeria o reconhecimento da invalidade do casamento). A decisão judicial formaliza apenas a separação de corpos – que, na prática, já acontecera. A ação narra o casamento que teria ocorrido porque a nubente (que já era mãe solteira), após quatro meses de namoro, se impressionara com o namorado, que se apresentava como “pastor da Assembléia de Deus” e “psiquiatra”. Além disso, desempenharia as funções de policial. O jovem par de namorados – durante o período de conhecimento – chegou a formar sociedade comercial, com a abertura de uma lanchonete em Passo Fundo. Na prática, depois do matrimônio, nunca foi provada a formação profissional do marido em Medicina, nem sua vinculação religiosa, menos ainda que fosse concursado na Polícia Civil. Ocorrido o casamento, a primeira relação sexual só se consumou cinco meses depois. E nas semanas seguintes, a jovem esposa descobriu que o marido tinha tendências homossexuais – situação por ele próprio admitida. [...] A revelação feita pelo réu, à esposa após o casamento, de que era homossexual “não tornou insuportável a vida em comum e não foi a causa determinante da separação – esta ocorrida, segundo o próprio depoimento pessoal da autora, porque o réu passou a ter uma vida noturna sem a companhia da depoente”. O desfazimento do vínculo conjugal, assim, não será possível na via da [...] – mas apenas através da ação de separação judicial e, posteriormente, do divórcio. (Proc. em segredo de justiça). 
* as omissões indicadas pelos colchetes são propositais. Notícia retirada do site Espaço Vital.
a) A notícia se refere à alegação de causa de inexistência, nulidade ou anulabilidade do casamento? Fundamente sua resposta. 
Trata-se de anulabilidade do casamento, visto que, de acordo com o entendimento disposto no artigo 1.556 do Código Civil, o casamento pode ser anulado por vício da vontade, se houve por um dos nubentes, ao consentir, erro essencial quanto à pessoa do outro.
b) O Tribunal poderia ter decidido de forma diferente? Fundamente sua resposta. 
Não, a decisão do Tribunal está correta, pois um dos requisitos para a anulação do casamento seria o convívio insuportável entre os cônjuges, o que não se configura, visto que, a nubente diz que não o era.
Caso Concreto 2 
Analise a seguinte notícia - O matrimônio não consumado devido à recusa permanente ao relacionamento sexual revela desconhecimento sobre a identidade psicofísica do parceiro, tornando insuportável o convívio conjugal, o que caracteriza a [....]. Esse foi o entendimento dos integrantes da 7ª Câmara Cível do TJRS que, por maioria, atenderam apelação do marido e do Ministério Público, contra sentença que, na comarca de Guaíba (RS) julgou improcedente o pedido de [...]. O matrimônio ocorreu em setembro de 2002. O agente ministerial alegou não ter ficado esclarecido o motivo pelo qual a esposa se recusava a manter relações sexuais com o marido. Argumentou que a negativa poderia decorrer de problemas físicos ou mentais, ou mesmo da vontade da mulher, o que dá causa à [...]. Sustentou ser injusto sujeitar o cônjuge ao status de separado ou divorciado, com as conseqüências patrimoniais decorrentes. O marido declarou tratar-se de rejeição contínua desde a noite de núpcias. Manifestou que a relação sexual integra a vida em comum, não aceitando a omissão da esposa, que poderia ter declarado antes do casamento sua negativa às relações sexuais. Asseverou que a recusa injustificada caracteriza [...], conduzindo à [...]. Salientou, em petição, que "se soubesse previamente da opção da mulher em negar-se ao ato sexual, não teria casado com ela". A mulher declarou que a abdicação às relações sexuais não afeta os planos de existência, validade e eficácia do matrimônio. Disse que as partes coabitaram por quase um ano, e asseverou ter o casamento fracassado em razão da incompreensão do marido, que deveria ter procurado superar o problema em conjunto, cabendo-lhe recorrer à separação judicial ou ao divórcio, se desejasse a dissolução. Sustentou que "a recusa às relações sexuais não afeta os planos de existência, validade e eficácia do matrimônio". 
* as omissões indicadas pelos colchetes são propositais. Notícia retirada do site Espaço Vital.
a) A recusa a manter relações sexuais pode afetar os planos de existência, validade ou eficácia do casamento? Fundamente sua resposta.
Sim, pois a consumação do casamento se dá pelo ato sexual, logo, afeta os planos de existência do casamento, pois quem casa espera constituir família, ter filhos, sem que isso aconteça à eficácia do casamento deixa de existir. Podemos pensar na hipótese de que a esposa pudesse ter alguma moléstia grave, que não queria que seu marido contraísse, causando assim um erro essencial sobre a pessoa.
b) Agiu bem o TJRS mandando anular o casamento? Fundamente sua resposta. 
Sim, pois quando um casal contrai o matrimonio, supõe-se de que o convívio entre eles será agradável e que traga alegria para ambos, agora no momento em que a esposa nega-se a ter relações sexuais com seu marido, o convívio passa a ser mais difícil tornando-se até mesmo insuportável, pois se espera que um casal que contrai matrimonio, irão manter suas relações sexuais. Baseado no Art. 1556 CC o casamento pode ser anulado.
Questão objetiva 
(OAB 2010 1 – adaptada) Acerca do Direito de Família, assinale a opção correta: 
a) É inválido o casamento contraído por coação física a qualquer dos cônjuges. 
b) O casamento religioso com efeitos civis passa a produzir efeitos somente a partir da data em que é efetivado o seu registro perante o oficial competente. 
c) A existência de impedimentos dirimentes absolutos acarreta a ineficácia do casamento. 
d) O casamento inexistente não pode ser declarado putativo.

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