Buscar

2015.1 HDB gabarito para os Casos Concretos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Sugestão de gabarito para os Casos Concretos trabalhados em aula:
Caso Concreto – Plano de Aula 1
Flávio e Aline, dois alunos iniciantes do curso do nosso Direito e entusiasmados com os estudos jurídicos, discutiam sobre a forma como a fim de obterem solução para os conflitos sociais que, inevitavelmente, surgem todos os dias.
Flávio defende a tese de que um sistema de direito tem que se basear na vontade de quem faz a lei (legisladores) prevendo situações futuras, sendo que ao juiz caberia tão somente aplicar as regras produzidas por estes.
Já Aline, por outro lado, entende que só diante do caso concreto é possível construir as regras, ou seja, a posterior, pois cada caso tem suas particularidades. Além do mais, Aline entende que os juízes são mais confiáveis, enquanto Flávio defende a tese de que o legislador democraticamente escolhido pelo povo é que deve produzir as normas.
Pesquise sobre o que vem a ser o sistema de Common Law e o que vem a ser o sistema de Civil Law (também chamado de sistema romano-germânico). Depois, responda: 
Quem defendeu a tese usada pelos adeptos da Common Law e quem defendeu a tese usada pelos adeptos da Civil Law? Por quê?
No caso em tela, Flávio defende a posição da tradição do Civil Law ou sistema romano-germânico Law porque defendeu a tese de que um sistema de direito tem que se basear na vontade de quem faz a lei (legisladores) prevendo situações futuras, sendo que ao juiz caberia tão somente aplicar as regras produzidas por estes e, por sua vez, Aline é partidária da tese do sistema do Common Law porque entende que só diante do caso concreto é possível construir as regras, ou seja, a posterior, pois cada caso tem suas particularidades.
Por que se usa a denominação "sistema romano-germânico"?
A tradição jurídica romano-germânica ou “continental” (em termos geográficos) denominada pelos common lawers (britânicos) de civil Law formou-se na Europa Continental a partir do século XIII, cuja denominação romano-germânica está evidentemente correlacionada às raízes romanas contaminadas pelo direito dos diversos povos bárbaros (em boa parte, germânicos) após a queda do Império Romano no decorrer da Idade Média. Portanto, decorre dos princípios e regras dos antigos direito romano e direito canônico associados aos costumes dos povos germânicos que ocuparam a Europa após o século V, formando um conjunto elaborado de normas jurídicas que figuram na base dos ordenamentos dos países influenciados direta ou indiretamente pelas nações do continente europeu. Possui como característica prevalente a generalidade das normas jurídicas que são aplicadas pelos juízes aos casos concretos – expressa na codificação – por conseguinte, é o imperativo da escrita. Estabelecendo competência distinta e rígida entre o julgar (Poder Judiciário) e o legislar (Poder Legislativo).
Qual dos sistemas se vincula a tradição jurídica portuguesa e, por consequência, a tradição jurídica brasileira? 
O direito brasileiro, seguindo a tradição jurídica lusitana, está vinculado à tradição romano-germânica ou continental (Civil Law).
Questão Objetiva nº 1 do Material Didático Capítulo 1– letra C.
Caso Concreto – Plano de Aula 2
Como analogia ao conceito de Globalização, responda:
Uma das consequências do processo da chamada Globalização é a necessidade de que em alguns assuntos (comércio, por exemplo) os países tenham uma legislação compatível entre si. Vocês sabiam que alguns portugueses costumam afirmar que foram eles, lá no século XV, que deram início ao processo de globalização, com as Grandes Navegações? Pois é.... Diante desse quadro, responda:
O que foi e o que representou o fenômeno das Grandes Navegações? É possível relacionar o descobrimento do Brasil com este fenômeno?
Foi a partir do século XIII (1201-1300) que o comércio europeu começou a se expandir. Isso se deve ao reatamento das relações com o Oriente, depois das Cruzadas contra os muçulmanos e a crescente navegação pelo mar Mediterrâneo – as mercadorias orientais que despertavam maior interesse entre os europeus eram as especiarias, que incluíam desde o caro e disputadíssimo açúcar até os condimentos e temperos que davam gosto a carne (precariamente conservada no sal) como o cravo, canela, pimenta, noz-moscada e gengibre. Também, do Oriente vinham artigos de luxo, como as sedas, porcelanas e joias, além de outros produtos que paulatinamente foram sendo incorporados aos hábitos de consumo do europeu: arroz, damasco, figo e o algodão. Em contrapartida, para os orientais, eram vendidos os produtos fabricados na Europa, como os tecidos de lã, madeira de construção e armas. Em grande parte devido à localização geográfica de que desfrutavam no Mediterrâneo, as cidades italianas de Gênova e Veneza, com seus mercadores, exerciam o monopólio desse lucrativo comércio com o Oriente. Como mantinham boas relações com os muçulmanos, que à época dominavam a navegação mediterrânea, os italianos de Gênova e Veneza, puderam ter acesso às cobiçadas mercadorias que eram trazidas do Oriente Próximo e das Indias distantes e repassá-las aos comerciantes europeus. Portanto, a principal motivação era econômica. O canal de comunicação e transporte de mercadorias vindas do Oriente era o mar Mediterrâneo, dominado pelos italianos que passaram a ter maiores dificuldades de comunicação com o Oriente em razão do domínio do mar Negro pelos turcos-otomanos. A queda de Constantinopla, em 1453, acelerou a expansão marítima, pois com as rotas comerciais no Mediterrâneo oriental sob o controle dos turcos, as mercadorias asiáticas alcançaram um alto preço. Assim, era preciso descobrir novas rotas para evitar o domínio comercial dos turcos e italianos no Mediterrâneo e atingir as Indias diretamente, sem intermediação na aquisição dos produtos de luxo como tapetes, sedas, porcelanas e especiarias (pimenta, cravo, canela, gengibre, noz-moscada), tão valiosas e desejadas na Europa. Encontrar um novo caminho para as Indias, embora fosse uma empreitada difícil, era, porém, extremamente desejada. Dessa feita, Portugal e Espanha desejavam acesso às fontes orientais para poderem também lucrar com este comércio cobiçado. Por conseguinte, impulsionados pela necessidade e pelos avanços tecnológicos e cartográficos, as Grandes Navegações possibilitaram o contato entre culturas e a expansão do mundo até então desconhecido. 
Qual foi o direito aplicado pelos portugueses na colônia brasileira?
O direito aplicado na Colônia Brasil era, logicamente, o Direito Português, porém, devido a realidade social peculiar na colônia, na verdade, o direito da Metrópole foi aplicado na sua variante ou adaptação àquela realidade colonial na forma de um Direito Especial, se expressando na forma de Diplomas Legais tais como; Cartas (de Doação, de Lei, Régias), Alvará, Regimentos, Decretos-Régios, Foral.
Questões Objetivas do Material Didático – Cap. 1: Questão objetiva nº 2 – letra D, Questão Qbjetiva nº 3 – letra B e Questão Objetiva nº 4 – letra E.
Caso Concreto - Plano de Aula 3
Identificamos dois traços fundamentais que caracterizam a sociedade brasileira colonial que foram o fato de a mesma ser rural e patriarcal. A primeira característica esta relacionada às baixas densidades populacionais e um espaço onde predominam a paisagem e a atividade agrícola. No que se refere ao segundo, trata-se de um tipo de “ideologia” reinante na época na qual o homem é considerado a maior autoridade no seio da família, devendo as mulheres se subordinar à estes, prestando-lhes obediência. Dessa feita, responda:
O objetivo é ressaltar algumas permanências e algumas rupturas das condições que envolvem a mentalidade social, tendo como referência temporal o Brasil Colonial e o Brasil atual.
Há permanência ou ruptura no que se refere à ocupação do espaço rural/urbano no Brasil?
No que se refere à ocupação, a ideia é ressaltar que o Brasil colonial é fundamentalmente rural, mas que a inversão abrupta no decorrer do século XX, faz com que seja possível apontarpara uma ruptura no que se refere ao perfil sócio cultural do povo brasileiro.
Há permanência ou ruptura no que se refere à característica colonial de tratamento desigual entre homens e mulheres?
Por outro lado é interessante observar que embora as mulheres tenham conseguido grandes avanços no decorrer do último século, a verdade é que a preponderância social do homem ainda é facilmente observada em vários dados, como por exemplo, maiores salários para o exercício das mesmas tarefas, ocupação da maior parte dos cargos de maior importância, maior destaque nas carreiras científicas entre outros, o que caracteriza uma permanência da sociedade, no campos das mentalidades, eminentemente patriarcal da colônia.
Caso Concreto – Plano de Aula 4
Nos dias atuais, a separação de poderes é um dos traços fundamentais para caracterizar um Estado Democrático de Direito. Você leu no Capítulo 3 do seu livro didático, que a Independência do Brasil ocorreu em 1822, em conexão cm alguns fatos revolucionários que aconteceu na Europa, onde os movimentos liberais constitucionalistas exigiam a queda dos regimes absolutistas e a submissão do poder dos reis ao império da lei. A ideia de conceder ao Brasil uma constituição tinha por pretensão mostrar que o País já nascia dentro dos padrões modernos e iluministas das grandes nações europeias.
Todavia, a intervenção de Pedro I no processo de elaboração da nossa primeira Carta (Constituição de 1824), jogou por terra as esperanças desta elite, que alimentava ambições de exercer maior influência nas decisões políticas do País. Porém, não se pode deixar de realçar que houve conquistas liberais, inseridas no art. 179.
É possível se falar em independência dos poderes na Carta de 1824? Por quê?
Não. Deve ser ressaltado o papel de influência do Poder Moderador, exercido pelo Imperador do Brasil, em todos os demais poderes. Assim, deve-se apontar para um tipo de "liberalismo conservador" (por mais contraditório que o termo representasse no período) ou mesmo um "semiabsolutismo" ou um “absolutismo disfarçado” na norma constitucional que versa sobre as atribuições ao exercício do 4º Poder, que concedia enormes poderes ao Imperador, mitigando a ideia de se vivenciar um Estado de Direito, caracterizado por ser um governo da lei e não um governo dos homens.
Como os dispositivos constitucionais da Carta de 1824 acabaram por referendar aspectos de um continuísmo absolutista típico pré-constitucional?
Através da inserção de um 4º Poder na Organização Política do Império denominado Poder Moderador, sendo seu exercício privativo do Imperador do Brasil, por conseguinte, torna-se um Poder Absolutista disfarçado na norma constitucional que versa sobre sua competência. Porém, apresenta-se de acordo com o art. 98 apresenta-se como a chave de toda a organização política do Império, cabendo a ele, Poder Moderador, velar sobre a manutenção da independência, do equilíbrio e da harmonia dos demais Poderes Políticos (Poder Executivo, Poder Legislativo e o Poder Judicial).
As atribuições do Poder Moderador estavam relacionadas aos demais Poderes da seguinte forma:
Art. 101, CI/1824
Nomeando os senadores, na forma do art. 43
Convocando a Assembleia Geral extraordinariamente nos intervalos das sessões, quando assim o pede o bem do Império
Sancionando os Decretos e Resoluções da Assembleia Geral para que tenham força de lei, art. 62
Aprovando e suspendendo interinamente as Resoluções dos Conselhos Provinciais, art. 86 e 87
Prorrogando ou adiando a Assembleia Geral e dissolvendo a Câmara dos Deputados, nos casos em que exigir a salvação do Estado, convocando imediatamente outra, que a substitua
Nomeando e demitindo livremente os Ministros de Estado
Suspendendo os magistrados, nos casos do art. 154
Perdoando e moderando as penas impostas aos réus condenados por sentença
Concedendo anistia em caso urgente e que assim aconselhem a humanidade e bem do Estado
Nesta relação quanto à competência constitucional atribuída ao Poder Moderador, é possível notar a ampla atuação do Imperador sobre os demais poderes: as cinco primeiras atribuições estavam ligadas à supremacia sobre o Poder Legislativo, tanto pela interferência direta nas leis e resoluções quanto na composição da Casa legislativa vitalícia do Senado bem como na dissolução da Câmara dos Deputados. Era também livre para nomear e demitir Ministros, que eram os agentes do Poder Executivo. Finalmente, as demais atribuições descritas definiam a sua interferência nos atos relativos ao Poder Judiciário. Suspendendo os magistrados, perdoando e moderando as penas impostas aos réus condenados por sentença ou concedendo anistia em caso urgente e que assim aconselhem a humanidade e bem do Estado.
Sendo assim, na verdade, o Poder Moderador entende-se quanto ao seu exercício ser privativo do Imperador e face às competências atribuídas na Carta Política outorgada de 1824 como “um poder absolutista disfarçado”!
No âmbito penal, é possível afirmar que o Código Criminal de 1830 e o Código Processual Criminal de Primeira Instância de 1832 encontram bases na Constituição de 1824? Explique.
No que se referem os Códigos de 1830 e 1832 deve-se observar que ambos seguem a linha liberalizante dos direitos fundamentais previstos no artigo 179 da Carta Política do Império, rompendo com os padrões medievais da mentalidade penal do Livro V das Ordenações Portuguesas, como a abolição do entendimento na aplicação das penas cruéis impostas ao réu através do conceito jurídico de castigo exemplar - O bem jurídico a ser preservado no caso é a fidelidade ao rei, considerado pela sociedade absolutista portuguesa como sendo o mais relevante em virtude de o poder do rei, naquele ideário, ser legitimado por Deus e sendo o monarca considerado seu próprio representante na terra. A traição cometida contra a pessoa do monarca poderia provocar sérios danos ao Estaco já que a substituição não poderia ser realizada facilmente em face de que tal legitimação levar em conta a hereditariedade. Portanto, à gravidade do delito, as penas aplicadas tinham como intuito advertir a todos na sociedade quanto às consequências nefastas em se praticar tal crime, ou seja, para isso as penas eram extremamente cruéis e infames a pessoa do réu para que tal sanção aplicada servisse de exemplo à sociedade lusitana. Pode-se afirmar que o castigo físico exemplar exibia o poder do Monarca e, consequentemente, do Estado a todos que acompanhavam ao suplício e difundido temor, produzia obediência e subordinação, fortalecendo tanto o Poder do Monarca quanto do Estado centralizador.
A Carta Política do Império dispunha no seu inciso XVIII do art. 179, a necessidade de se organizar o quanto antes um Código Civil e Criminal, fundado nas sólidas bases da Justiça e Equidade.
Questões Objetivas do Material Didático - Cap. 2: Questão Objetiva 1 – letra A, Questão Objetiva 2 – letra D e Questão Objetiva 3 – letra B.

Outros materiais