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Direito Civil Aplicado Reais e Propriedade Intelectual

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1 Caderno de Graziele Cruz 
 
Dia 08 de Agosto de 2018. 
 
Direito Civil Aplicado Reais e Propriedade Intelectual 
O direito real é o vínculo do proprietário juntamente com aquela coisa a qual se tenha posse. 
Trata-se do ramo do direito que estuda a relação das pessoas com as coisas, sempre motivado 
por um interesse econômico. 
Características: Os direitos reais, conceitualmente, opõem-se aos direitos obrigacionais da 
seguinte forma: 
Direitos Reais Direitos Obrigacionais 
Originam direitos negativos (direito de não ter 
sua posse incomodada por terceiros) 
Originam direitos positivos negativos 
Erga omnis (os efeitos são oponíveis contra 
todos). 
Inter partes (os efeitos são oponíveis somente 
entre as partes que se obrigaram) 
Duradouros (são vigentes enquanto durar a 
propriedade sobre a coisa) 
Temporários (após o cumprimento da 
obrigação, extingue-se o direito) 
Numerus clausus (abrange um número 
limitado de direitos) 
 
Tem conteúdo flexível, de forma que 
inúmeros direitos podem ser incluídos nesse 
rol. 
 
Direito das Coisas - Pose 
 - Direitos Reais - Propriedade 
 - Direitos reais sobre coisa alheia 
 - Direitos de garantia 
 - Direitos de aquisição 
A pose é uma situação de fato com efeitos jurídicos, como por exemplo, ações possessórias 
e usucapião. 
 Elementos constitutivos 
Os elementos constitutivos da propriedade correspondem aos direitos essenciais que 
integram a relação jurídica que se estabelece entre o proprietário e a coisa, quais sejam usar, 
gozar, dispor e reivindicar, conforme dispõe o art. 1.228, caput, do Código Civil de 2002. 
2 Caderno de Graziele Cruz 
 
Posse: o direito de usar (jus utendi) se configura como a faculdade que o proprietário tem de 
usar a coisa da forma que bem lhe convier, excluindo a interferência de terceiros, bastando, para 
isso, que observe os limites legais estabelecidos. O mesmo autor destaca, ainda, que este 
atributo permite que o proprietário deixe de usar a coisa se assim quiser, mantendo-a inerte sob 
seu poder, para que possa servir-se dela quando desejar. (Carlos Roberto Gonçalves, 2012, 
p.147). 
Usufruir: O direito de gozar ou usufruir (jus fruendi), relaciona-se ao direito de auferir os frutos 
da coisa, que podem ser naturais, industriais ou civis, este último entendido como os 
rendimentos. Desta forma, depreende-se que o jus fruendi está definido como a possibilidade de 
receber os frutos naturais e civis da coisa, aproveitando-se de sua exploração econômica ou dos 
produtos dela resultante, sendo isto legalmente assegurado ao dono, salvo disposição em 
contrário. Tartuce (2015, p.701). 
Dispor: Consiste no direito que tem o proprietário de transferir a coisa, gravar ônus e de 
aliená-la a outrem a qualquer título, sempre se limitando a disposição constitucional do uso da 
propriedade conforme sua função social, sendo vedado ao proprietário abusar da coisa, 
destruindo-a a título gratuito, em prejuízo do interesse social. (Gonçalves, 2012, p.147). 
Reaver: O direito de reaver (rei vindicatio), refere-se à proteção jurídica dada ao domínio da 
coisa, o que confere ao proprietário reavê-la de terceiro que injustamente a detenha. (TARTUCE, 
2014, p.96). Tal direito dá ensejo ao proprietário a utilização de ação reivindicatória, que tem 
titularidade do domínio como pressuposto de ajuizamento. Esta ação, conforme conhecida lição, 
compete ao proprietário não possuidor contra o possuidor não proprietário. 
Importa frisar que os efeitos acima listados são faculdades do possuidor e, portanto, podem 
ser gozados total ou parcialmente. Dessa forma, poderá o proprietário de um imóvel, por 
exemplo, permitir que um terceiro usufrua do bem, enquanto resguarda para si os direitos de 
dispor e reaver a coisa. Trata-se do instituto da elasticidade do poder à propriedade. 
Direitos Reais de Aquisição 
“Direitos reais de aquisição são aqueles em que é conferida ao seu titular a possibilidade de 
pelo seu exercício vir a adquirir um direito real sobre determinada coisa” (MENEZES LEITÃO, 
Luís Manuel Teles de. Direitos Reais, Coimbra, Almedina, 2009, p. 100). 
Reforma Agraria Rural 
Na prática, a reforma agrária proporciona, a desconcentração e democratização da estrutura 
fundiária, a produção de alimentos básicos, a geração de ocupação e renda, o combate à fome 
e à miséria, a interiorização dos serviços públicos básicos, a redução da migração campo-cidade, 
a promoção da cidadania e da justiça social, a diversificação do comércio e dos serviços no meio 
rural e a democratização das estruturas de poder. 
3 Caderno de Graziele Cruz 
 
O Incra busca a implantação de um modelo de assentamento rural baseado na viabilidade 
econômica, na sustentabilidade ambiental e no desenvolvimento territorial, para tanto, é adotado 
instrumentos fundiários adequados a cada público e a cada região. 
Desapropriação do imóvel rural 
Os arts. 170, II e III; e 184 da CF determinam que os imóveis rurais que não estiverem 
cumprindo a sua função social2 deverão ser expropriados e alienados a quem lhes possa utilizar 
corretamente. A desapropriação será determinada por Decreto Presidencial e deverá estar 
acompanhada de prévia compensação pelo terreno, através de títulos da dívida agrária, que 
poderão ser resgatados em até 20 anos, a partir do segundo ano da desapropriação. 
Imóveis que não poderão sofrer desapropriação 
O art. 185 da CF expõe do rol dos imóveis rurais que não poderão ser desapropriados: 
Historia 
O problema fundiário do país remonta a 1530, com a criação das capitanias hereditárias e do 
sistema de sesmarias. Em 1822, com a Independência do País, agravou-se o quadro. Os 
conflitos envolviam proprietários e grileiros apoiados por bandos armados. Só em 1850 o Império 
tentou ordenar o campo ao editar a Lei das Terras. Contudo, um dos dispositivos reforçou o 
poder dos latifundiários ao tornar ilegais as posses de pequenos produtores. 
A instauração da República, em 1889, tampouco melhorou o perfil da distribuição de terras. 
O poder político continuou nas mãos dos latifundiários. Apenas no final dos anos 50 e início dos 
anos 60, com a industrialização do País, a questão fundiária começou a ser debatida pela 
sociedade, que se urbanizava rapidamente. 
O regime militar deu o primeiro passo para a realização da reforma agrária no País. O Estatuto 
da Terra é editado (Lei nº 4.504, de 1964) e são criados o Instituto Brasileiro de Reforma Agrária 
(Ibra) e o Instituto Nacional de Desenvolvimento Agrário (Inda), em substituição à Supra. 
Em 4 de novembro de 1966, o Decreto nº 59.456 instituiu o primeiro Plano Nacional de 
Reforma Agrária, que não saiu do papel. Em 9 de julho de 1970, o Decreto nº 1.110 criou o 
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), resultado da fusão do Ibra com o 
Inda. 
A reforma agrária é o conjunto de medidas para promover a melhor distribuição da 
terra mediante modificações no regime de posse e uso, a fim de atender aos princípios de justiça 
social, desenvolvimento rural sustentável e aumento de produção (Estatuto da Terra - Lei nº 
4504/64). 
Direito de Propriedade 
Para Orlando Gomes (2002, p. 109) a propriedade deve ser entendida sob um olhar tríplice 
que envolve os aspectos sintético, analítico e descritivo. Pelo primeiro, tem-se a submissão de 
4 Caderno de Graziele Cruz 
 
uma coisa a uma pessoa. Analiticamente, estaria relacionada ao direito de usar, fruir edispor de 
uma determinada coisa e, ainda, de reavê-la de quem a possua indevidamente. Já o aspecto 
descritivo traz a propriedade relacionada ao direito complexo, absoluto, perpétuo e exclusivo 
através do qual determinada coisa fica à mercê da vontade de alguém, conforme os ditames 
legais. 
Percebemos que a propriedade se regula pelo o domínio sobre as coisas, com 
estabelecimento dos direitos e deveres do proprietário, sendo o direito de propriedade parte 
integrante do direito das coisas. O proprietário ocupa o polo ativo da relação jurídica e a 
coletividade ocupa o polo passivo, tendo como dever jurídico de exercer seu direito de 
propriedade de acordo com as normas postas. 
Função social 
A função social está disposta na Constituição Federal, está inserida no rol dos direitos e 
garantias fundamentais (art.5º), juntamente com os direitos à vida, à liberdade, à igualdade e à 
segurança e, portanto, se constitui como cláusula pétrea de efeito imediato. 
No mesmo artigo, em seus incisos XXII e XXIII, garante-se que o direito de propriedade deve 
atender à sua função social assegurada a justa e prévia indenização na hipótese de 
desapropriação no caso de necessidade ou utilidade pública. 
A função social se traduz em princípio substancial da propriedade e, portanto, o titular do 
direito de propriedade, não obstante sua autonomia, não mais o exerce de forma indiscriminada, 
encarregando-se agora do dever de obedecer aos preceitos impostos pelos citados artigos 182 
e 186 da Constituição Federal. 
Dia 15 de Agosto de 2018. 
Teorias da posse 
 Teoria de Savigny (subjetiva): entende que a posse é o conjunto de corpus e 
animus domini, isto é, a vontade de possuir a coisa somada à capacidade física de tê-la 
para si. 
 Teoria de Ihering (objetiva): entende que corpus e animus domini são, na 
verdade, ter a conduta de dono da coisa com o intuito de agir como o faz habitualmente 
o proprietário. 
Uma vez que tais teorias enfrentaram dificuldades com situações onde, em detrimento da 
existência do corpus e do animus domini, não poderia ser reconhecida a posse da coisa (por 
exemplo, quando ocorrido o furto do objeto), Ihering previu a possibilidade de detenção, cabendo 
à lei determinar as situações em que ela ocorreria. 
 Teoria social: entende que a posse se legitima no reconhecimento da sociedade 
sobre a aplicação do instituto no caso concreto. 
5 Caderno de Graziele Cruz 
 
 Teoria da apropriação econômica: entende que a posse se fundamenta na 
dependência econômica da coisa para com o possuidor. 
 Teoria da função social (ou sociológica): entende que a posse se fundamenta 
e sustenta enquanto cumprida a função social da propriedade. 
No Brasil: as teorias objetiva e sociológica foram abraçadas pelo ordenamento jurídico 
nacional, o que pode ser observado no art. 1.196 do CC: “Considera-se possuidor todo aquele 
que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade”; e no 
art. 5º, inciso XXIII e art.170, inciso III, ambos da CF, que asseveram a necessidade de se fazer 
cumprir a função social da propriedade. 
Posse originária e derivada 
 Originária: decorre da transmissão da propriedade sem a existência de um 
contrato escrito e oneroso (por exemplo, através de usucapião). 
 Derivado: decorre da transmissão da propriedade a partir da existência de um 
contrato escrito e oneroso (por exemplo, através da compra e venda). 
Posse nova e posse velha 
 Posse nova: trata-se da posse existente há, no máximo, um ano e um dia, 
contando com um procedimento judicial mais célebre e com a possibilidade de o 
proprietário reavê-la liminarmente, a rigor do disposto no art. 562 do CPC. 
 Posse nova: trata-se da posse existente há mais de um ano e um dia, devendo 
sua respetiva ação de reintegração obedecer ao rito comum, sem a possibilidade de 
concessão da medida liminar prevista no artigo supramencionado. 
Tradição 
Traduz a transferência da coisa, tanto no mundo real quanto no mundo jurídico, através da 
entrega real ou simbólica do objeto. 
 Tradição real: entrega real e efetiva da coisa objeto da tradição. 
 Tradição simbólica: entrega de objeto simbólico que representa a posse sobre 
a coisa objeto da tradição. 
 Tradição ficta: não ocorre a entrega de quaisquer objetos, reais ou simbólicos, 
em detrimento do que efetivamente ocorre a tradição. Por exemplo, através do constituo 
possessório (o antigo proprietário transfere o imóvel, porém nele permanece como 
locatário) ou do traditio brevi manu (o antigo locatário compra o imóvel e passa a residir 
como legítimo proprietário). 
 
 
 
6 Caderno de Graziele Cruz 
 
Herança e legado 
O art. 1.206 do CC determina que o herdeiro e o legatário, em regra, receberão a propriedade 
da coisa com os caracteres que já possui, isto é, com as características e vícios que possuíam 
com o antigo dono. Todavia, dispõe o art. 1.207 do mesmo diploma legal que o legatário poderá, 
expressa e facultativamente, iniciar uma nova posse. 
Dia 22 de Agosto de 2018. 
Efeitos da posse 
Os efeitos da posse se dividem em efeitos processuais, que são aqueles que afetam o rito 
processual, e os efeitos materiais que atinge o direito material em si. 
Efeitos processuais 
Proteção possessória: O legítimo possuidor que tiver violada a sua posse poderá reavê-la 
através da autotutela ou da heterotutela 
 Autotutela: Diz respeito à recuperação da coisa através do uso das próprias 
forças, desde que em legítima defesa, em desforço imediato e através de ação 
proporcional à necessidade de reintegração de posse. (Artigos 554 a 568 CPC e 1210-
1213 CC). 
 Heterotutela: Diz respeito à recuperação da coisa através de ações 
possessórias. 
Ação Possessórias 
A posse se considerará violada quando houver esbulho (para o qual cabe ação de 
reintegração de posse), turbação (para o qual cabe ação de manutenção de posse) (artigo 560 
a 566 CC) ou ameaça (para a qual cabe ação de interdito proibitório) (artigo 567 a 568 CC). As 
ações possessórias são fungíveis entre si. 
 Polo ativo: os possuidores 
 Polo passivo: terceiro que esbulha, turba ou ameaça a posse 
 Ação possessória: posse formal ou casual 
Escalonamento de posse 
A loca para B sua casa, A é possuidor indireto e B possuidor direito. Ambos possuem a posse 
e podem ingressar com ação, trata-se de um caso de litis consórcio facultativo. 
Regras regais da ação possessória 
 Artigo 554º CPC - Fungibilidade: As ações possessórias são fungíveis entre si, 
podendo o juiz julgar a situação. 
 Artigo 555º CPC - Cumulação de pedidos: o autor poderá pedir na inicial tudo 
o que deseja para reparar os danos causados e restituir a pose. 
7 Caderno de Graziele Cruz 
 
 Artigo 556º CPC - caráter dúplice: não cabe reconvenção, pois este artigo 
dispõe que o pedido poderá ser feito na contestação, não cabendo o pedido de liminar. 
 Artigo 557º CPC - vedação da exceção de domínio: Apenas é discutido a 
posse, não cabendo ação reivindicatória. 
 Artigo 558º CPC - ação de força nova e velha: com menos de um ano e um 
dia cabe liminar no rito ordinário (nova); com mais de um ano e um dia cabe apenas o 
rito ordinário. (velha). 
 Artigo 559º CPC - caução: é uma quantia a ser deposita em garantia. 
Características 
Na ação possessória, o autor deverá provar, a sua posse; a turbação ou o esbulho praticado 
pelo réu; a data da turbação ou do esbulho; a continuação da posse, embora turbada, na ação 
de manutenção, ou a perda da posse, na ação de reintegração. 
A apelação, nas ações possessórias, terá efeito devolutivo, mas não suspensivo. No interdito 
proibitório, caso o réu pratique ameaça a posse, o autor requererá ao juiz que o sancionecom o 
pagamento de pena pecuniária. 
Ações Afins (Ações Petitórias) 
O terceiro adquirente de coisa esbulhada só poderá ser responsabilizado 
quando conhecer do esbulho (não cabendo contra ele ação possessória, mas sim ação petitória). 
As ações petitórias são tipicamente de imissão de posse (pedido de posse, quando o autor 
comprovar que já possuía a propriedade da coisa), nunciação de obra nova (pedido de embargo 
de obra que esteja causando grave incômodo ao autor) e embargos de terceiro (promovido por 
terceiro cuja posse tenha sido ameaçada por adjudicação). 
Dessa forma, tem-se que, enquanto as ações possessórias têm como pano de fundo a posse 
da coisa, as ações petitórias fundam-se na propriedade ou domínio sobre essa. As ações 
petitórias são infungíveis. 
Efeitos materiais 
Proteção dos frutos (artigo 1214 a 1216 CC): 
Os frutos provenientes da coisa poderão ficar com aquele que tinha a posse direta da coisa 
no momento de sua geração, desde esteja de boa-fé. Quando de má-fé, os frutos deverão ser 
devolvidos ao legítimo possuidor. Caso os frutos já tenham sido consumidos, estes se 
converterão em indenização pecuniária. 
Caso a produção dos frutos tenha demandado algum custo, esse valor será abatido da 
indenização devida ao legítimo possuidor. Para efeito de contabilização, os frutos civis serão 
percebidos dia a dia. 
Responsabilidade pela perda e deterioração (artigo 1217 a 1218 CC) 
8 Caderno de Graziele Cruz 
 
Quando de boa-fé, o possuidor direto não responderá pela deterioração da coisa. Quando de 
má-fé, responderá por toda a deterioração que a coisa tiver sofrido, exceto se provar que a 
deterioração ocorreria ainda que estivesse na posse do legítimo possuidor. 
Indenização pelas benfeitorias e direito de retenção (artigo 1219 a 1222 CC) 
Quando de boa-fé estiver o possuidor fizer benfeitorias necessárias e úteis, terá direito a 
indenização, assim como à retenção do bem até o pagamento por tais benfeitorias e benfeitorias 
voluptuárias, terá direito à indenização ou ao desentranhamento da coisa. O valor das 
benfeitorias deverá ser atualizado em razão da desvalorização da moeda. 
Quando de má-fé estiver o possuidor, fizer benfeitorias somente terá direito à indenização 
pelas benfeitorias necessárias, não possuindo direito de retenção sobre estas, podendo o 
legítimo possuidor decidir-se entre pagar o valor atualizado ou de custo sobre tais benfeitorias 
Usucapião 
É o direito que o indivíduo adquire em relação à posse de um bem móvel ou imóvel em 
decorrência da utilização do bem por determinado tempo, contínuo e incontestadamente. Em 
caso de imóvel, qualquer bem que não seja público pode ser adquirido através da usucapião. 
Dia 29 de Agosto de 2018. 
Escalonamento da posse 
 Posse causal: A posse diz-se causal porque existe uma causa que a justifica, 
isto é, no caso do proprietário ele é titular de um direito real em cujo conteúdo se integram 
os poderes que justificam o uso da coisa. Ora, a posse é o poder de uso e, neste caso, 
é causal, porque tem como causa a titularidade de um direito real, cujo conteúdo integra 
um poder de uso. A posse causal não tem autonomia, é inerente à titularidade de um 
direito real e não é mais do que a manifestação exterior da titularidade do direito real. 
 Posse direta: será posse direta na qual o sujeito tem a apreensão física da 
coisa, em caráter temporário e em virtude de ato jurídico pessoal ou real; 
 Posse indireta: será indireta a posse em que não há apreensão material da 
coisa (posse mediata), ou seja, há exercício por via oblíqua, o que infere no 
desdobramento da posse. 
 Posse exclusiva: aquela que é exercida por uma única pessoa. 
 Composse: quando um mesmo bem tem sua posse exercida por mais de uma 
pessoa ao mesmo tempo. (Artigo 1199 CC) ambos podem exercer a posse, desde que 
o exercício de um não impeça o exercício do outro. As partes poderão acordar se 
dividirão a posse no tempo e no espaço e, após 1 ano e 1 dia após a divisão de fato 
(posse pro diviso), consolidar-se-á o negócio, tornando-se de direito. Quando da 
consolidação, um terá direito a ação possessória contra o outro, em detrimento do que 
não haverá direito ao reconhecimento da propriedade (que intrinsecamente pertence aos 
dois). 
9 Caderno de Graziele Cruz 
 
 Posses paralelas: quando as faculdades disponíveis a cada possuidor são 
diferentes entre si. 
 Posse justa: (artigo 1200 CC) importa frisar que se trata de um conceito relativo. 
Não se confunde com os conceitos de boa-fé e má-fé. 
 Posse injusta: quando adquirida com violência, clandestinidade (de forma 
sorrateira) ou precariedade ("piora" do estado da posse), usada de violência, como no 
roubo, de forma clandestinidade como no furto e de precariedade como no caso de 
estelionato. 
 Posse nova: o prazo de 1 ano e 1 dia é contado a partir da aquisição da posse. 
 Posse velha: entre os efeitos, após o prazo supramencionado a divisão de fato 
da posse se consolidará; havendo a posse injusta sido exercido durante esse período de 
forma mansa e pacífica, tornar-se-á justa. 
 Posse civil: a que decorre de ato meramente jurídico. 
 Posse natural: a que decorre de uma situação de fato. 
 Ad interdita: dá a possibilidade de utilizar qualquer das ações possessórias. 
 Ad usucapioni: dá a possibilidade de adquirir a propriedade. 
 Usucapião ordinária: os requisitos são a posse mansa, pacífica e 
ininterrupta pelo período de 10 anos, além de justo título e boa-fé do possuidor. 
 Usucapião extraordinária: os requisitos são a posse mansa, pacífica e 
ininterrupta pelo prazo de 15 anos, independentemente da existência de justo 
título ou boa-fé do possuidor. 
 Usucapião rural (pro labore): os requisitos são a posse mansa, pacífica 
e ininterrupta de terreno rural de até 50 hectares (500.000m²) pelo período de 5 
anos, desde que não possua nenhum outro imóvel (rural ou urbano) e torne a 
propriedade produtiva para si e para sua família. 
 Usucapião urbana (pro misero ou pró-moradia): os requisitos são a 
posse mansa, pacífica e ininterrupta de área de até 250m² pelo período de 5 
anos, desde que não possua nenhum outro imóvel e a utilize como moradia para 
si e para sua família. 
Perda da posse 
 A posse se perde junto do exercício das faculdades atribuídas ao possuidor pelo art. 1.196 
do CC através do: 
 Abandono: vontade + manifestação da vontade. Vontade de não mais ter a 
coisa, unida a manifestação de exteriorização dessa vontade. 
 Tradição: entrega da coisa de maneira real, simbólica ou ficta. 
 Perda da coisa: quando a coisa não pode mais ser física ou economicamente 
recuperado. 
 Destruição da coisa: desfazimento físico ou econômico da coisa. 
10 Caderno de Graziele Cruz 
 
 Fora do comércio: diz respeito às coisas que não podem ser comercializadas 
de qualquer forma (por razões físicas ou jurídicas). 
 Posse de outra pessoa: quando, voluntaria ou involuntariamente, a coisa passa 
a pertencer a outrem, encerrando a posse original. 
A posse não se perderá para aquele que, ao ter conhecimento do esbulho, exterioriza atos 
voltados para a reintegração da posse, não permanecendo inerte diante do esbulho, ainda que 
diante disso tenha sido violentamente repelido. -> estabelece o momento em que o esbulho 
efetivamente ocorreu. (Artigo 1224 CC) 
 Traditio brevi manu: possuidor que se torna proprietário (contrário do instituto 
possessório). 
Dia 05 de Setembro de 2018. 
Propriedade 
É o poder jurídico atribuído a uma pessoa de usar, fruir e dispor de um bem, corpóreo ou 
incorpóreo, em sua plenitude e dentro dos limites estabelecidos na lei, bem como de reivindicá-
lo de quem injustamente o detenha.Características 
 
 Absoluto: o proprietário poderá utilizar-se da coisa da forma que melhor lhe 
aprouver, melhorando ou piorando o seu estado, restringindo-se somente no que diz 
respeito à função social da propriedade. 
 Exclusivo: para cada bem se presumirá a propriedade de uma única pessoa, à 
exceção do condomínio, que deverá ser comprovado. 
 Irrevogável: o direito de propriedade subsistirá independentemente do não uso 
pelo legítimo dono, transmitindo-se através de herança ou legado indefinidamente, e 
perdendo-se somente em virtude da usucapião. 
Ação reivindicatória 
 
Tem como finalidade a reintegração de posse de bem esbulhado, assim como a declaração 
de propriedade sobre o mesmo. Dessa forma, caracteriza-se como ação de ataque baseada em 
domínio anterior da coisa. 
 
O autor deverá comprovar a legítima propriedade da coisa, individualizando-a e 
demonstrando que o réu a possui injustamente. 
 
 
 
 
11 Caderno de Graziele Cruz 
 
Ação negatória 
 
Caracteriza-se como ação defensiva, proposta diante da turbação da coisa, isto é, quando o 
réu impede ou dificulta parcialmente o uso da coisa pelo proprietário legítimo. 
 
Ação de dano infecto 
 
Possui caráter preventivo e cominatório, sendo proposta diante da ameaça de construção 
vizinha causar danos ao autor da ação, podendo este requerer a demolição da obra. 
 
Restrições ao direito de propriedade 
 
 Art. 1.229. A propriedade do solo abrange a do espaço aéreo e subsolo 
correspondentes, em altura e profundidade úteis ao seu exercício, não podendo o 
proprietário opor-se a atividades que sejam realizadas, por terceiros, a uma altura ou 
profundidade tais, que não tenha ele interesse legítimo em impedi-las. 
 Art. 1.230. A propriedade do solo não abrange as jazidas, minas e demais 
recursos minerais, os potenciais de energia hidráulica, os monumentos arqueológicos e 
outros bens referidos por leis especiais. 
 Parágrafo único. O proprietário do solo tem o direito de explorar os recursos 
minerais de emprego imediato na construção civil, desde que não submetidos a 
transformação industrial, obedecido o disposto em lei especial. 
 Art. 1.231. A propriedade presume-se plena e exclusiva, até prova em contrário. 
 Art. 1.232. Os frutos e mais produtos da coisa pertencem, ainda quando 
separados, ao seu proprietário, salvo se, por preceito jurídico especial, couberem a 
outrem. 
 
Da descoberta da coisa 
 
Quando descoberta, a coisa perdida deverá ser restituída ao legítimo dono, dando-se ao 
descobridor recompensa não inferior a 5% sobre o valor do bem encontrado, quando o 
descobridor não puder encontrar o legítimo dono, deverá entregá-la a autoridade competente 
que, após a publicação do edital de descoberta, e não havendo manifestação daquele que a 
perdeu, leiloará o bem encontrado. Caso o bem seja de pequeno valor, não compensando a 
publicação de edital e leilão da coisa, poderá o Município cedê-la ao descobridor. 
 
Dia 12 de Setembro de 2018. 
Aquisição da propriedade móvel 
 
12 Caderno de Graziele Cruz 
 
Quanto a procedência ou causa, poderá ser originária quando não existe qualquer relação 
jurídica obrigacional com proprietários anteriores, inexistindo a transmissão do bem ou derivada, 
quando subsiste relação jurídica com o proprietário anterior, que não poderá, a rigor do direito, 
transmitir mais direitos do que possui. 
 
Quanto ao objeto, poderá ser de título singular, quando se trata de bem determinado e 
individualizado ou de título universal, quando se trata de uma universalidade de bens oriundos 
da mesma origem. 
 
Formas de aquisição 
 
 Usucapião: adquire-se a propriedade pela posse mansa, pacífica e contínua, 
além de outros requisitos variáveis de acordo com a modalidade da usucapião. 
 Ocupação: nasce do exercício da posse de coisas sem dono ou que foram 
abandonadas. Nesse sentido, importante frisar que a coisa não se presume abandonada, 
devendo o legítimo proprietário expressar sua vontade de se desfazer dela. Quanto as 
coisas sem dono, os exemplos mais comuns são a aquisição pela caça e pesca. 
 Achado de tesouro: configura-se pela descoberta de bens preciosos e de cujo 
dono não se tenha memória. Quando encontrado em edifício de terceiro, o tesouro 
deverá ser dividido entre o descobridor e o proprietário do edifício. Todavia, o proprietário 
terá direito a integralidade do quanto descoberto caso tenha ordenado a busca do 
tesouro ou o descobridor tenha sido proibido pelo proprietário de buscar o bem. 
 Tradição: trata-se da entrega da coisa, a título gratuito ou oneroso, a terceiro 
que, a partir de então, passa a ter a posse e propriedade sobre o bem. 
 Especificação: trata-se do uso de matéria-prima alheia para criação de coisa 
nova. Nesse caso, quando estiver de boa-fé, a coisa nova será do especificador; todavia, 
quando estiver de má-fé, a coisa nova será do proprietário original da matéria-prima. Em 
qualquer dos casos, caso o valor da coisa nova seja muito superior ao da matéria-prima 
empregada, a coisa nova será sempre do especificador, que deverá indenizar o dono da 
matéria prima pelas perdas e danos que lhe houver causado. Todas as possibilidades 
acima levam em consideração a impossibilidade de devolver a coisa o seu estado 
original. 
 Confusão, comistão e adjunção: diz respeito a mistura de líquidos (confusão), 
sólidos (comistão) ou por simples justaposição (adjunção) de coisas pertencentes a 
pessoas diferentes, de forma que não podem mais ser separadas. Nesse caso, em 
estando as partes de boa-fé, o resultado pertencerá a todas elas, na proporção da 
matéria-prima que lhes pertencia; em estando qualquer delas de má-fé, poderá a outra 
exigir para si a propriedade do todo, restituindo à outra parte o que lhe for de direito pela 
sua matéria-prima presente na coisa, ou lhe entregar a integralidade da coisa, exigindo-
lhe indenização pela sua parte da matéria-prima. 
13 Caderno de Graziele Cruz 
 
Aquisição de propriedade imóvel 
 
Aquisição por acessão: ocorre quando da união de parte acessória à propriedade principal, 
passando assim para o seu domínio. 
 
Pode ser natural, através da Formação de ilhas, uma vez que os rios existentes em 
correntes comuns ou particulares pertencem aos proprietários ribeirinhos, as ilhas que ali se 
formarem serão compreendidas como acréscimos a sua propriedade. Em havendo proprietários 
ribeirinhos diversos em ambas as margens do rio, a ilha que ali se formou será da propriedade 
de ambos, na proporção de metade para cada um; do Aluvião, os acréscimos oriundos de 
processos naturais contínuos e imperceptíveis serão compreendidos como de propriedade do 
dono marginal, em relação ao qual não haverá obrigação de indenização para com aquele que 
teve sua propriedade reduzida; da Avulsão, os acréscimos oriundos de processos naturais 
violentos e que, portanto, movem uma grande quantidade de terra de uma só vez, serão 
entendidos como de propriedade do dono marginal, desde que este indenize o proprietário do 
terreno cuja extensão foi prejudicada, ou, após um ano, não haja reclamação deste pelo ocorrido. 
Caso não queira indenizar o proprietário prejudicado, deverá permitir que este, com o uso de 
suas forças, retire a porção de terra que se moveu para o seu terreno; ou do abandono de álveo 
aplica-se regra semelhante à da formação de ilhas, isto é, o álveo será de propriedade dos 
ribeirinhos, na proporção de metade para o dono de cada margem, não havendo que se falar em 
indenização a ser paga por estes, exceto quando o fenômeno for causado por ação humana. 
 
Pode ser industrial, quando alguém utilizar material de terceiro em terreno próprio, 
estandode boa-fé, adquirirá o bem, indenizando a outra parte pelo material utilizado ou estando 
de má-fé, adquirirá o bem, indenizando a outra parte pelo material utilizado, assim como pelas 
perdas e danos eventualmente suportados. Quando alguém utilizar material próprio em 
terreno de terceiro, em estando de boa-fé, perde o bem, tendo direito a indenização ou em 
estando de má-fé, perde o bem, não possuindo direito a indenização. Quando utilizar material 
de terceiro em terreno de terceiro, em estando de boa-fé, perde o bem, tendo direito a 
indenização ou em estando de má-fé, perde o bem, não possuindo direito a indenização. 
Quando a construção invade terreno de terceiro, se a construção não ultrapassar 20% do 
terreno do terceiro e o valor da obra do construtor de boa-fé superar o da área invadida, este 
adquirirá o terreno mediante indenização ao proprietário prejudicado, levando-se em 
consideração ainda a desvalorização oriunda da diminuição do terreno ou se a construção não 
ultrapassar 20% do terreno do terceiro e o valor da obra do construtor de má-fé superar o da 
área invadida, este adquirirá o terreno mediante indenização multiplicada em 10 vezes ao 
proprietário prejudicado, caso não posse demolir a construção sem causar graves prejuízos ou 
se a construção ultrapassar 20% do terreno do terceiro, o construtor de boa-fé adquirirá o terreno 
mediante indenização ao proprietário prejudicado, levando-se em consideração ainda a 
desvalorização oriunda da diminuição do terreno. Todavia, se o construtor estiver de má-fé, 
14 Caderno de Graziele Cruz 
 
deverá demolir a construção e indenizar o terceiro prejudicado pelas perdas e danos 
multiplicados por dois. 
Dia 19 de Setembro de 2018. 
Usucapião (propriedade imóvel) 
 
Prescrição aquisitiva (arts. 197-99 CC): As causas de prescrição do direito civil serão 
consideradas para a contagem de prazo no usucapião, sendo estas motivo de interrupção do 
prazo da prescrição aquisitiva. 
 
 Usucapião extraordinária (1238 CC) 
 Usucapião ordinária (1242 CC) 
 Usucapião especial ou constitucional 
 Usucapião constitucional rural ou pro labore (191 CF; 1239 CC) 
 Usucapião especial urbana ou pro moradia (183 CF; 1240 CC) 
 Usucapião urbana coletiva do est. da cidade (est. 9) 
 Usucapião urbana coletiva do est. da cidade (est. 10) 
 Usucapião imobiliária administrativa 
 Usucapião familiar (1240-A CC): deve cumprir estritamente todos os requisitos. 
 Usucapião indígena (33 EI): os interesses de indígenas serão tutelados pelo 
Estado através da FUNAI. 
 Usucapião extrajudicial (216-A Lei de Registros Públicos): o indeferimento 
na via administrativa não desvirtua a possibilidade de ajuizar ação de usucapião. 
 
Pressupostos 
 
 Coisa hábil: certas coisas não poderão ser objeto de usucapião. 
 Posse: usar, fluir e gozar da propriedade 
 Ânimo de dono: vontade manifestada de ser dono da coisa. 
 Mansa e pacífica: quando ninguém propõe contra a posse. 
 Contínua: ininterruptamente. Posse nova/posse velha. 
 Tempo: não se conta primeiro dia, mas conta-se o último. 
 Justo título 
 Boa-fé 
 
Ação de usucapião 
 
A ação não possui mais rito especial e sua sentença será levada ao cartório para o registro 
da nova propriedade. (Arts. 246 §3º e 259, I. CPC). Sendo assim, haverá a citação dos 
15 Caderno de Graziele Cruz 
 
confinantes (exceto se for em apartamento), a publicação em edital da ação de usucapião e o 
cônjuge deverá ser citado, sob pena de nulidade. 
 
Se um dos roommates estiver exercendo a posse isoladamente, poderá pleitear a usucapião, 
onde o MP sempre deverá participar das ações de usucapião e a ação deverá ser proposta por 
aquele que tem a posse atual do bem. Aquele que teve a sua posse esbulhada deverá propor 
ação possessória para, apenas então, propor ação de usucapião. Caso exista terceiro de boa-
fé, será cabível ação paulina (ação reivindicatória sem título) servindo esse título para o registro 
de imóveis. 
 
Dia 26 de Setembro de 2018. 
 
Incorporação imobiliária 
 
Contrato no qual o incorporador obriga-se a construir um edifício com áreas comuns e 
exclusivas, no qual os adquirentes adquirirão as partes exclusivas em regime de condomínio. 
Durante a construção do edifício, a responsabilidade por eventuais danos será do incorporador; 
após a aquisição, a responsabilidade será do condomínio. Tratando-se de uma obrigação de 
resultado. Dessa forma, o "cumprimento parcial" da obra caracterizará o inadimplemento do 
contrato. 
 
Características 
 
Oneroso, bilateral, formal (importante: deverá cumprir rigorosamente os requisitos legais), de 
execução continuada (ou diferida). Diferentemente da empreitada, na incorporação imobiliária 
haverá maior controle dos adquirentes sobre a obra. 
 
O art. 31 da Lei de Incorporação Imobiliária (Lei nº 4591/64) estabelece quais pessoas 
poderão ser incorporadoras: o dono do terreno onde se realizará a incorporação; o construtor; o 
corretor de imóveis. 
 
Observação: O incorporador poderá caracterizar-se como duas ou mais dessas pessoas. 
 
(Art. 32) O alvará de construção, deverá conter o registro do imóvel; o projeto do 
empreendimento; a descrição das unidades autônomas e das áreas comuns; as certidões 
negativas de débitos previdenciários e tributários, para que assim, diminua as chances da obra 
não ser entregue. 
 
 
 
16 Caderno de Graziele Cruz 
 
Contrato de incorporação 
 
Título aquisitivo da propriedade do imóvel, que poderá ter eficácia real se o contrato for 
registrado no Cartório de Registro de Imóveis. Se não cumprir os requisitos terá apenas efeitos 
obrigacionais típicos de qualquer contrato. 
 
Elementos principais do contrato de incorporação. 
 
Quando da falência da incorporadora, os adquirentes que não receberam seus imóveis 
poderão, facultativamente, suceder a incorporadora para finalizar a obra. Caso não o queiram, 
poderão abrir mão do seu direito real sobre o imóvel e, transformando seu direito em perdas e 
danos que serão pagos na ação de falência. 
 
Patrimônio de afetação (arts. 31-A a 31-F) 
 
A incorporadora poderá indicar qual a parte do patrimônio será utilizada para a realização da 
obra, contingenciando a importância que não poderá ser utilizada para outros fins. Caso o faça, 
não poderá desconstituí-lo. Importa frisar que, em caso de falência, o patrimônio afetado não 
responderá pelas dívidas do falido, uma vez que só servirá para a finalidade de finalização da 
obra. Também haverá benefícios tributários para a incorporadora que realizar a afetação do 
patrimônio. 
 
A principal vantagem para os adquirente está no fato de que, garantindo-se a finalização da 
obra, não haverá a necessidade destes habilitarem seus créditos na ação de falência da 
incorporadora. 
 
Obrigações da incorporadora 
 
Tem como obrigações legais, o registro da incorporação com fixação expressa em eventual 
prazo de carência (direito de arrependimento da incorporadora) de no máximo 180 dias; a 
confirmação da venda das unidades até 60 dias após o prazo de carência; a indicação do número 
do registro do imóvel, bem como, os responsáveis pela incorporação, eventuais ônus reais 
existentes, a forma de pagamento das unidades autônomas; dar o regular andamento da obra, 
responsabilizando-se por eventuais danos causados aos adquirentes em razão de atrasos 
superiores a 30 dias; e constituir o condomínio ao final da obra. 
 
Já como obrigações contratuais, deverá transferir a fração ideal da incorporação, indicando o 
tamanho das áreas particulares e comuns, demonstrando o percentual relativo a cada 
adquirente; entregar as unidadesautônomas. 
17 Caderno de Graziele Cruz 
 
A responsabilidade da incorporadora para com os adquirentes será objetiva, uma vez que se 
trata de relação de consumo. Quanto a responsabilidade penal, será possível quando se tratar 
de questões ambientais graves. 
 
A incorporação se extingue: com a execução do contrato, com a conversão da obrigação em 
perdas e danos, com o distrato ou em razão de fato fortuito ou de força maior. 
 
Dia 03 de Outubro de 2018. 
 
Condomínio 
 
Diz respeito a existência de dois ou mais direitos reais pendentes sobre um mesmo bem. 
Nesse cenário, todos os proprietários possuirão os mesmos direitos sobre a coisa, podendo 
qualquer deles se apresentar como legítimo dono do bem. 
 
Características 
 
 Quanto a origem poderá ser Convencional quando surgido do acordo entre as partes, 
Incidental ou Eventual quando surgido por razões diversas à da vontade dos proprietários ou 
Legal, necessário ou forçado: quando derivado de lei. 
 
 Quanto à forma poderá ser Pro diviso quando a comunhão existe no mundo jurídico, 
mas não no mundo fático, de forma que cada proprietário se utilizado de parte delimitada do bem 
ou Pro indiviso: quando a comunhão existe tanto no mundo jurídico quanto no fático. 
 
 Quanto ao objeto poderá ser Universal quando disser respeito a um conjunto de bens, 
atingindo seus frutos e rendimentos ou Singular quando recair sobre um único bem, atingindo 
apenas determinados efeitos. 
 
Condomínio fechado (Lei nº 4.591/1964) 
 
Trata-se de loteamento de propriedade onde haverá áreas comuns (utilizáveis por qualquer 
dos proprietários) e exclusivas (utilizáveis pelos proprietários a elas destinados). Ao condomínio 
fechado se aplicará, subsidiariamente, as regras do condomínio edilício. 
 
Direitos dos condôminos (art. 1.335) 
 
Os proprietários poderão usar e fruir livremente, desde que isso não configure óbice ao uso 
pelos demais proprietários e interfira na indivisibilidade da coisa. Este poderá ainda dispor da 
coisa, devendo, todavia, respeitar o direito de preferência dos demais proprietários1. As decisões 
serão tomadas por votação, tendo o proprietário direito a voto na proporção de sua parcela ideal. 
18 Caderno de Graziele Cruz 
 
Obrigações dos condôminos (art. 1.336) 
 
Os proprietário deverão contribuir com as despesas do condomínio, na proporção de suas 
parcelas ideais; não realizar obras que comprometam a segurança do edifício; não promover 
alterações na fachada; não dar a sua parte ideal finalidade diversa à que foi dada ao condomínio, 
nem prejudicar o sossego, salubridade e segurança dos demais proprietários. 
 
Ação de divisão (arts. 588 e ss.) 
 
Qualquer um dos coproprietários poderá propor ação visando a divisão do bem, na proporção 
de sua fração ideal, desde que esse seja divisível. As custas e despesas processuais serão 
divididas entre os proprietários, na razão de suas partes ideais. Quando da constituição do 
condomínio, poderão haver ressalvas de indivisibilidade do bem, que obstarão a propositura da 
ação de divisão. Todavia, essas ressalvas deverão ter prazo determinado e, quando não o 
possuírem, será considerado o prazo de 5 anos. As partes do condomínio que representarem a 
divisão da propriedade (por exemplo: as paredes divisórias) e aquelas que estiverem no meio do 
imóvel pertencerão a ambos os proprietários. 
 
Condomínios edilícios (arts. 1.331/1.358): 
 
Trata-se de condomínio onde haverá partes comuns e exclusivas, de forma que os 
proprietários poderão dispor livremente de suas áreas exclusivas independentemente da 
anuência dos demais condôminos. As áreas comuns, todavia, sempre estarão sob o domínio 
coletivo. 
 
Constituição do condomínio 
 
Deverá indicar quem são os condôminos, quais suas proporções exclusivas e comuns e a 
finalidade do condomínio. 
 
Convenção de condomínio (art. 1.233) 
 
Deverá conter as regras de convivência em comum, sendo oponível contra proprietários e 
locatários. Possui amplo poder de exigibilidade, uma vez que se trata de instrumento público. 
Pode ser complementado pelo Regimento Interno (que trata de regras específica de 
convivência), não podendo dispor de questões já previstas em lei. 
 
 
 
 
19 Caderno de Graziele Cruz 
 
Direitos dos condôminos 
 
 Dispor de sua propriedade, sendo vedado, todavia, dispor da área comum 
desacompanhada da área exclusiva (à exceção da garagem). 
 Utilizar-se da área comum. 
 Votar nas assembleias deliberativas. 
 
Deveres dos condôminos o Contribuir com as despesas do condomínio. 
 
 Não realizar obras que comprometam a segurança do edifício. 
 Não promover alterações na fachada. 
 Não dar a sua parte ideal finalidade diversa à que foi dada ao condomínio, nem 
prejudicar o sossego, salubridade e segurança dos demais proprietários Extinção 
 
Exclusão do condômino 
 
Condômino poderá ser excluído de sua propriedade quando da provocação de situações 
antissociais extremas, que torne impossível o convívio entre este e os demais proprietários. 
 
Síndico 
 
Poderá ser pessoa física ou jurídica, sendo responsável pela administração do condomínio 
gratuita ou onerosamente. Nesse ponto, importa frisar que a remuneração oriunda da isenção 
de pagamento da taxa condominial é tributável pelo imposto de renda. Em regra, o síndico será 
eleito para um mandato de dois anos, devendo prestar contas de suas atividades. Embora seja 
mandatário do condomínio, determinadas decisões precisarão necessariamente ser aprovadas 
em assembleia, não podendo o síndico agir discricionariamente. 
 
Extinção 
 
Poderá ocorrer em razão da destruição do imóvel por razões voluntárias ou involuntárias, pela 
desapropriação do edifício ou pela confusão da propriedade (quando um condômino adquire a 
propriedade dos demais). 
 
Tributos 
 
Os tributos relativos às áreas comuns serão de responsabilidade de todos os proprietários, 
enquanto que aqueles que forem relativos à áreas exclusivas serão de responsabilidade do dono 
do imóvel. 
 
20 Caderno de Graziele Cruz 
 
Dia 24 de Outubro de 2018. 
 
 
Direitos reais sobre coisa alheia: Fruição 
 
Os direitos de propriedade abrangem as faculdades de usar, fruir, dispor e reaver o bem 
possuído. A fruição nasce quando o dono do bem transfere para terceiro os direitos de usar e 
fruir da coisa, resguardando para si as faculdades de dispor e reavê-la. 
 
Direitos do usufrutuário (art. 1.394) 
 
Poderá usar e administrar o bem, percebendo os seus frutos enquanto estiver em sua posse. 
 
Deveres do usufrutuário (art. 1.400) 
 
 Deverá inventariar os bens recebidos, devolvendo-os ao fim do usufruto. 
 Poderá ser exigida caução ou garantia real para que possa exercer a 
administração sobre o bem. 
 Ao usufrutuário caberá ainda o pagamento pelas despesas ordinárias relativas 
ao bem, enquanto que as despesas extraordinárias caberão ao proprietário. 
 Em havendo a necessidade de constituir seguro sobre a coisa, o pagamento 
desta caberá ao usufrutuário. 
 
Extinção do usufruto (art. 1.410) 
 
 Se dará pela renúncia ou morte do usufrutuário (em caso de renúncia, essa deverá ser 
expressa); pelo término da duração prevista para o usufruto; pela cessação do motivo que 
originou o usufruto, desde que essa condição esteja expressamente prevista; pela destruição da 
coisa; pela consolidação através da venda, doação, etc; por culpa do usufrutuário que aliena, 
deteriora ou deixa arruinar os bens; ou pelo não uso ou não fruição da coisa. 
 
Servidão (art. 1.378) 
 
 Diz respeito ao direito real existente na relação entreum edifício dominante e um edifício 
serviente, onde o segundo se abstém, em prol do primeiro, de determinados direitos dominiais 
em benefício daquele, preservando-lhe condições que o tornem mais útil. As servidões deverão 
estar registradas na matrícula do imóvel serviente para que sejam oponíveis contra terceiros. 
 
 
 
21 Caderno de Graziele Cruz 
 
Servidão de passagem 
 
Possibilidade estabelecida convencionalmente para que o proprietário de um dos imóveis se 
utilize de passagem pertencente a imóvel alheio, a fim de que lhe seja garantido melhor acesso 
a determinada área. 
 
Servidão de vistas 
 
Possibilidade de o imóvel serviente comprometer-se em não realizar obras que causem 
prejuízo à vista do imóvel dominante, prejudicando paisagem economicamente vantajosa para o 
edifício. 
 
Servidão de luminosidade 
 
Possibilidade de limitar ao imóvel serviente a realização de obras que interfiram percepção 
de luminosidade pela imóvel dominante. 
 
Direito de superfície (1.369 e ss.) 
 
O concedente poderá, a título gratuito ou oneroso, conceder o uso de sua propriedade para 
a realização de obras ou plantações pelo superficiário, que deverá, ao final do prazo avençado, 
devolver o terreno concedido. Diferentemente da locação, que constitui um direito pessoal, a 
superfície representa um direito real, devendo ser registrado em cartório. 
 
O superficiário deverá cumprir as obrigações atinentes à propriedade do terreno, inclusive 
quanto aos tributos devidos pela propriedade da área e pela construção ou plantação que ali se 
fizer, podendo o mesmo, ainda que sem a anuência do concedente, alienar seu direito de 
superfície a terceiro, inclusive por sucessão. 
 
Caso o cedente queira alienar o terreno, o superficiário terá direito de preferência. Com o 
término do prazo, o que foi construído no terreno ficará para o concedente, independentemente 
de indenização. 
 
Enfiteuse 
 
Trata-se de modalidade atualmente vedada pelo ordenamento civil, onde um proprietário 
concedia a terceiro (enfiteuta) todos os direitos relativos à propriedade (usar, frui, dispor e 
reaver), e este, em troca, deveria pagar um valor de compensação de forma periódica e vitalícia. 
Renda constituída sobre imóvel: direito real temporário que vincula o censuário ao rendeiro, onde 
22 Caderno de Graziele Cruz 
 
o primeiro cede o imóvel gravado ao segundo, que deverá lhe pagar periodicamente determinada 
quantia em dinheiro. 
 
Onde a mesma se extinguirá pela morte do rendeiro, se vitalícia for a renda, pelo término do 
prazo avençado, pelo implemento de condição resolutiva, pela confusão ou consolidação, pela 
destruição do imóvel, por sentença judicial, pelo resgate por parte do rendeiro, pela renúncia do 
censuário, pela prescrição extintiva, pela falência ou insolvência e pela compensação. 
 
Laje (art. 1.510-A) 
 
O dono de um imóvel poderá constituir sob a sua laje um direito real distinto daquele que 
protege o restante da propriedade. A laje poderá ter matrícula própria e independente da 
matrícula do imóvel a que está ligada. O dono da laje estará sujeito aos encargos tributários 
inerentes à propriedade e poderá construir, sobre a sua propriedade, uma segunda laje, 
concedendo-lhe direitos reais de propriedade, desde que tenha autorização do proprietário do 
imóvel-base e dos donos das lajes inferiores. 
 
Concessão de direitos reais de uso 
 
 Reconhece a outorga de imóvel pertencentes à União em favor de pessoa jurídica de direito 
público ou entidades sem fins lucrativos com o fito de que estes o utilizem para o cumprimento 
de interesse público ou social, ou, ainda, objetivando o aproveitamento econômico de interesse 
nacional. 
 
Concessão de uso especial para fins de moradia 
 
 Imóveis pertencentes à Administração Pública direta e indireta, que estejam sendo ocupados 
por cinco anos ou mais, poderão ser concedidos com o fim de moradia para os ocupantes (não 
se transferindo qualquer direito de propriedade, uma vez que imóveis públicos não estão sujeitos 
à usucapião), desde que o imóvel possua até 250m², esteja sendo ocupado com a fim de moradia 
e o ocupante não possua qualquer outro imóvel. 
 
Dia 30 de Outubro de 2018. 
 
 Direitos reais de garantia (arts. 1.419/1.510) 
 
Trata-se de segurança especial concedida ao credor diante da possibilidade de 
inadimplemento por parte do devedor, vinculando um determinado bem que, no caso da 
concretização do inadimplemento, deverá ser vendido para que a importância obtida com a 
venda sirva de pagamento e satisfaça o débito garantido. 
23 Caderno de Graziele Cruz 
 
Efeitos 
 
 Direito de preferência: em havendo a execução do devedor em razão de 
diversas dívidas, e sendo necessária a penhora de seus bens, os valores obtidos pela 
venda do bem garantido servirá, prioritariamente, ao pagamento do credor que constituiu 
a garantia. 
 Direito de excussão: o credor pignoratício e hipotecário terá direito, diante do 
vencimento da dívida sem pagamento, de executar o devedor, promovendo a venda do 
bem em hasta pública com o intuito de ver sanado o seu crédito. 
 Direito de sequela: garantia dada ao credor de que este poderá perseguir o 
bem garantido, ainda que esteja em posse de terceiro, a fim de sobre ele exercer seu 
direito de excussão, uma vez que o bem, está vinculado à dívida contraída pelo 
proprietário anterior. 
 Indivisibilidade: o pagamento de parte das parcelas da dívida não terá o condão 
de desconstituir a garantia, nem mesmo parcialmente quando se tratar de garantia sobre 
vários bens, exceto quando expressamente previsto em contrato. 
 
Requisitos: 
 
 Subjetivos: os sujeitos devem possuir capacidade civil plena, além de 
capacidade especialmente voltada para a alienação de bens. 
 Objetivos: as coisas dadas em garantia poderão ser móveis ou imóveis, 
devendo ser suscetíveis de alienação e não podem estar no rol das coisas fora do 
comércio. 
 Formais: O contrato de garantia deverá ser público e, portanto, registrado no 
Registro de Imóveis ou no Registro de Títulos e Documentos. O art. 1.424 do CC 
determina que este deverá conter: o valor do crédito, sua estimação ou valor máximo; o 
prazo fixado para pagamento; a taxa de juros, se houver; e o bem dado em garantia com 
as suas especificações. 
 
Penhor 
 
Se caracteriza pela entrega de bem (em geral) imóvel ao credor, em garantia de dívida 
contraída pelo devedor, de forma que o primeiro passa a ser proprietário direto do bem garantido. 
 
Onde a mesma se extinguirá pela extinção da obrigação principal; pelo perecimento da coisa; 
pela renúncia do credor; quando houver confusão entre a pessoa do credor e a do dono da coisa; 
pela adjudicação judicial, a remissão ou a venda da coisa empenhada, feita pelo credor ou por 
ele autorizada. 
 
24 Caderno de Graziele Cruz 
 
Espécies 
 
 Convencional: oriunda da vontade das partes. 
 Legal: proveniente de previsão legal. 
 Comum: originado da transferência de bens para garantia de dívida. 
 Especial: quando disser respeito a penhor rural, industrial, mercantil, relativo a 
direito sobre títulos de crédito, de veículos ou legais. 
 
Anticrese 
 
Concede ao credor o direito de, utilizando-se de bem frutífero do devedor, aperceber-lhe os 
frutos, que servirão como pagamento pela dívida contraída. 
 
Onde a mesma se extinguirá pelo pagamento da dívida; pela caducidade ou pelo término do 
prazo legal; e pela renúncia do anticresista; 
 
Se o credor promover execução sobre o bem do qual se lhe recolham os frutos, ou permitir 
que outrem o faça sem oposição, deixando de exercerseu direito de retenção. 
 
Hipoteca 
 
Se origina da gravação de bens imóveis em garantia para o recebimento de determinada 
dívida, não sendo necessário, todavia, que o bem seja entregue ao credor, como ocorre no 
penhor. 
 
Onde a mesma se extinguirá pela extinção da obrigação principal; pelo perecimento da coisa; 
pela resolução da propriedade; pela renúncia do credor; pela remissão; e pela arrematação ou 
adjudicação. 
Dia 07 de Novembro de 2018. 
 
Direitos reais de aquisição 
 
 “São aqueles em que é conferida ao seu titular a possibilidade de pelo seu exercício vir a 
adquirir um direito real sobre determinada coisa” (MENEZES LEITÃO, Luís Manuel Teles de. 
Direitos Reais, Coimbra, Almedina, 2009, p. 100). 
 
Propriedade resolúvel (art. 1.359) 
 
Observável quando os direitos de propriedade possuírem condição suspensiva ou resolutiva. 
Dessa forma, atingido termo ou condição, resolve-se igualmente a propriedade. 
25 Caderno de Graziele Cruz 
 
Alienação fidejussória em garantia 
 
O credor poderá se preservar na condição de proprietário fidejussória do bem, até o seu final 
pagamento, permitindo ao devedor que usufrua da coisa até a satisfação da dívida. Em havendo 
o inadimplemento, o credor terá direito de propor ação de busca e apreensão do bem, devendo, 
quando da sua recuperação, vende-la e utilizar-se da importância obtida para satisfação da 
dívida, restituindo valores a maior ao devedor. Caso o devedor haja pago a maior parte da dívida 
contraída, será inviável a propositura da ação de busca e apreensão em razão da teoria do 
adimplemento substancial. 
 
Promessa e compromisso de compra e venda: dará ao comprador o direito a aquisição do 
imóvel, assim como ao vendedor a obrigação de aliená-lo. Todavia, o direito real sobre a 
aquisição do imóvel não caracteriza qualquer direito real sobre o imóvel em si. Se registrado em 
cartório, o compromisso será oponível contra terceiros adquirentes do bem; porém, não havendo 
sido feito o registro, será oponível apenas contra o vendedor original. 
 
Registro 
 
 Princípio da publicidade: o registro deverá ser publicado e seu conteúdo 
disponível a qualquer interessado. Em razão disso seus efeitos podem ser erga omnis. 
 Princípio da presunção: presume-se que o legítimo proprietário da coisa seja 
aquele cujo nome esteja inscrito no registro do imóvel. 
 Princípio da legalidade: o registro deverá respeitar o procedimento legal a ele 
previsto. Dessa forma, o interessado deverá levar ao Tabelião tantos documentos quanto 
forem julgados necessários para a formação do convencimento do oficial. Em sendo 
necessário, o juiz poderá determinar a realizar do registro pelo oficial de registros. 
 Princípio da continuidade: as alterações que o imóvel vier a sofrer, tanto física 
como formalmente, deverão estar devidamente registradas em sua matrícula. 
 Princípio da prioridade: determina que o atendimento aos pedidos de registros 
respeitará a ordem cronológica pela qual estes foram solicitados. 
 Princípio da especialidade: o bem deverá estar rigorosamente especificado no 
instrumento de registro. 
 Princípio da instância: o oficial de registros não poderá agir de ofício, devendo 
o registro e suas alterações serem requeridas pelos interessados.

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