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WEB AULA 1 O HOMEM COMO OBJETO DE ESTUDO Iniciando os Estudos Seja bem vindo à nossa primeira web aula! Espero que no decorrer dos estudos, você perceba o quão apaixonante é a entender o ser humano, porém como é uma tarefa desafiadora! Já ouviu aquela metáfora “matar um leão por dia”? Pois bem, ela traduz perfeitamente o desafio de gerir as organizações... Para gerir uma empresa nos dias atuais, é necessário mais do que as funções básicas de gerenciamento: planejar, organizar e controlar. Hoje, é necessário possuir habilidades humanas e relacionais. Mas, chega de filosofar e vamos ao trabalho? Inicialmente, vamos entender o que é Comportamento Organizacional? O comportamento organizacional é o comportamento humano no local de trabalho, a influência mútua entre as pessoas e a organização, cujo objetivo é explicar, prever e controlar o comportamento. Primeiramente, quero que você saiba que o estudo do comportamento organizacional é uma ciência aplicada que se ratifica na contribuição de diversas outras disciplinas comportamentais, como a psicologia, a sociologia, a antropologia, entre outras, observando três causadores do comportamento organizacional: os indivíduos, os grupos e estrutura existente (cargos e níveis hierárquicos). Resumindo, estuda o que os indivíduos fazem nas empresas e como tal comportamento compromete seu desempenho. Para um maior entendimento, vamos decompor o comportamento em três situações: Comportamento individual - refere-se às reações intrínsecas ao indivíduo e seus procedimentos no contexto organizacional. Comportamento grupal - refere-se às reações dos indivíduos que compõem um grupo. Comportamento organizacional: refere-se às dinâmicas das organizações e de como os indivíduos e os grupos se comportam dentro dela. DESAFIO Agora que você está “craque” em comportamento organizacional, desafio você a acertar a questão: Quando afirmamos que o Comportamento Organizacional é uma abordagem sistemática para o estudo do comportamento humano dentro das organizações, queremos dizer que: a. Há uma concordância relativamente pequena em relação aos principais tópicos e métodos de pesquisa ou de estudo do comportamento organizacional. b. Os executivos podem fazer um uso sistemático de sua intuição ao gerenciar pessoas. c. Os executivos podem fazer previsões razoavelmente precisas do comportamento do funcionário. d. É uma ferramenta para a organização do comportamento aleatório de membros de organizações. Antes de “dar a resposta correta”, quero ilustrar um pouco mais sobre o assunto. Existem três razões básicas que motivam o comportamento: a percepção, as atitudes e mecanismos de defesa, ou seja, o comportamento é sempre motivado por alguma causa interna ao próprio indivíduo (motivos internos) ou causa externa, do ambiente (motivos externos). Assim, a motivação é sinônima da relação de causa e efeito no comportamento das pessoas. A relação causa-efeito, parte do pressuposto de cada ação gera uma reação, de acordo com as expectativas e ações das partes envolvidas. Agora, você percebeu que a resposta correta é a alternativa C, pois é um estudo que propicia ao executivo, analisar o comportamento do indivíduo e do grupo, prevendo futuras ações e resultados, podendo assim, planejar ações e atingir os objetivos da organização. Entendendo na prática Para compreender melhor o assunto, escolhi um vídeo especial que retrata a relação causa-efeito. Gostou? Você entendeu agora como o comportamento dos indivíduos e do grupo muda de acordo com os estímulos recebidos? Assim sendo, o Comportamento Organizacional está diretamente ligado à cultura organizacional. Você sabe o que é cultura organizacional? A cultura organizacional é o conjunto de hábitos e crenças constituídos por meio de valores, atitudes e normas compartilhadas por todos os elementos da organização, tornando-a com identidade única. O cerne da cultura de uma empresa é traduzido pela maneira como ela realiza seus negócios e como ela trata seus empregados, clientes e fornecedores, refletindo a cultura que predomina na organização e que define a missão, visão e objetivos da organização. A cultura organizacional pode ser renovada, revigorada ou mudada, de acordo com as alterações sofridas pelos seus componentes ou ainda por influências externas. Este processo é sadio e imprescindível, pois para a sobrevivência e êxito de uma empresa, há a necessidade de adaptações e conversões rotineiras, senão o fracasso estará será seu futuro. Por isso, o estudo da cultura organizacional auxilia a organização a enfrentar as transformações que ocorrem no mundo globalizado. Quando se explicita a cultura, temos uma cultura oficial, que é aquela contida nos valores e ideal estabelecidos pela alta administração, os quais podem ser compatíveis ou destoar com o praticado. Noutro sentido, a cultura verdadeira, implícita, penetra de maneira mais profunda do que as palavras e códigos da organização. Assim, quando a cultura real difere da oficial,o que prevalecerá é a real. E, é pela sua cultura que a empresa fixa sua marca e difere-se das demais organizações. Como observamos até o momento, o comportamento organizacional preocupa-se em estudar o que as pessoas fazem nas organizações e como esse comportamento altera o desempenho destas organizações, ou seja, estuda o comportamento humano focalizando ações e atitudes dos indivíduos, grupos no ambiente das organizações. Você sabe a importância da psicologia nesse processo??? O ser humano é um ser complexo, com diferenças físicas e comportamentais, para compreender e explicar tal complexidade surgiu a psicologia, a ciência que estuda o homem (clique aqui e conheça mais sobre o assunto). Devido à amplitude e complexidade do seu objeto de estudo - o homem, ela subdividiu-se em várias áreas, surgindo psicologia organizacional (anteriormente denominadaPsicologia Industrial), que estuda o comportamento humano nas organizações. Podemos definirPsicologia Organizacional como o estudo do fator humano na organização. Em seu contexto mais amplo, coloca ênfase nos aspectos grupais e organizacionais do trabalho, abrangendo o sistema de atração, retenção, treinamento, recompensas e motivação dos recursos humanos na organização, assim como a criação de condições organizacionais de trabalho que auxiliem na criação de clima favorável para que os empregados atinjam suas metas e se desenvolvam profissionalmente. Entendendo na prática Para esclarecer o papel da psicologia organizacional, escolhi um vídeo que detalha todas as funções e importância para a organização, vamos assistir? https://www.youtube.com/watch?v=REum8BI-FbU Agora que você compreendeu o papel da psicologia organizacional, sabemos que é impossível negar a influência das diferenças individuais no desempenho organizacional e nos conflitos existentes. Ninguém é igual a ninguém, todas as pessoas possuem defeitos e qualidades que as fazem únicas, de tal forma que cada um de nós possui uma linguagem emocional e uma forma de lidar com a sociedade que nos é peculiar. Vá ao espelho e comprove, somos únicos, pois cada um de nós é diferente do outro, não apenas fisicamente, mas principalmente emocionalmente e este é o problema. Cada indivíduo tenta impor seu aspecto singular de ser e agir aos demais, criando dificuldades de comunicação e de relacionamento. A individualidade é a marca suprema da natureza humana, esta singularidade do ser humano forma sua personalidade. O que é personalidade??? Personalidade é o conjunto de características psicológicas relativamente estáveis queinfluenciam a maneira pela qual o indivíduo interage com seu ambiente. A personalidade é a organização dinâmica no indivíduo, dos sistemas psicológicos e físicos que determinam seu comportamento. A personalidade pode ser entendida como aquilo que diferencia um indivíduo de outros, ou seja, o conjunto de características psicológicas que determinam a sua individualidade pessoal e social. O termo personalidade apresenta muitas variações de significado. No senso comum (clique aquipara ler mais sobre senso comum) é usada para se referir à capacidade de rápidas tomadas de decisão, ou para fazer referência a uma característica marcante da pessoa (rigidez, timidez, extroversão), ou ainda para denominar alguém importante ou ilustre, “uma personalidade”. A personalidade está diretamente ligada ao comportamento do indivíduo. O comportamento humano contém fatores mais complexos as reações do indivíduo e refletem suas atividades: mentais, afetivas e motoras. São as ações e reaçõesfísicas específicas através das quais interagimos com as pessoas e com o ambiente à nossa volta. O comportamento humano é a ação resultante da influência mútua de diversos fatores externos (cultura, papéis sociais, ambiente, entre outros) e fatores internos (iceberg comportamental). Vamos entender melhor o Iceberg Comportamental??? Para iniciar a explicação, antes quero te fazer um questionamento: qual a parte do iceberg que foi a principal causa do naufrágio do Titanic, a parte externa ou interna do iceberg? Com certeza você respondeu a parte inferior ao iceberg, que estava escondida. Você acertou, pois nosso comportamento é resultante de dois fatores: a realidade externa e a realidade interna. Porrealidade externa, entendemos o ambiente onde a pessoa se encontra e, por realidade interna, entendemos tudo o que não podemos perceber pelos sentidos e só sabemos quando se transformam em comportamento. Assim, o que move nosso comportamento são as partes invisíveis do Iceberg Comportamental, que decodificaremos uma a uma, a seguir, facilitando entender os motivos que influenciam o comportamento humano. Na parte mais funda do Iceberg Comportamental encontram-se as necessidades - a origem de nossos comportamentos -, pois o ser humano age para satisfazer suas necessidades, grandes impulsionadoras e motivadoras. Tudo o que fazemos ou dizemos é para satisfazer ou evitar a privação de alguma de nossas necessidades. Estas necessidades estão ligadas a Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow: Realização: é a necessidade de atingir metas e obter resultados. Reconhecimento: é a necessidade de ser importante para os outros, de ser uma pessoa bem vista. Associação: é a necessidade social de estar com outras pessoas e de pertencer a um grupo. Segurança: é a necessidade de certeza, de dominar o que se está fazendo e não se expor, de proteção. Necessidades básicas ou fisiológicas: é a necessidade relacionada à sobrevivência (sono, alimentação, sexo). Outro fator relevante no comportamento humano são as crenças e valores das pessoas. As crenças são generalizações a respeito do mundo, de si mesmo, das pessoas do que é certo ou errado e de como as coisas devem ser ou funcionar. Elas estão arraigadas no indivíduo, que na maioria das vezes não tem consciência do impacto por ela causado em seu comportamento. Os valores são as prioridades que se dá às crenças, existindo crenças que são mais importantes do que outras para os indivíduos. Valores são nossas prioridades comportamentais. As pessoas possuem um conjunto de crenças e valores que adquirem no decorrer da vida e que são decisivos no comportamento. Há crenças úteis, como, por exemplo, considerar “tudo o que acontece como uma oportunidade”, mas outras podem ser negativas, como “se julgar vítima das circunstâncias, alicerçando-se no isto só acontece comigo”. Em geral as pessoas não analisam os impactos de suas crenças sobre suas vidas e não sabem que podem e como mudá-las e há quem afirme que: Quer você acredite que pode, quer acredite que não pode, você está certo. Ou seja, somos aquilo que acreditamos, concorda? Os metaprogramas determinam como uma pessoa processa informações e forma percepções que regem o seu comportamento. Você já ouviu falar em metaprogramas, sabe o que é? É uma espécie de software mental que influencia a percepção, o julgamento, as ações e principalmente a comunicação com as pessoas, sendo definido como “padrões interiores, profundamente arraigados, que influenciam a formação do mapa mental de uma pessoa e a definição dos seus comportamentos” (WANDERLEY,1998, p. 52). De forma mais simples, podemos afirmar que os fatores que influenciam a percepção, julgamento e ações são os nossos metaprogramas, “programas interiores” que determinam a forma como organizamos e processamos informações. Geralmente, os metaprogramas são compostos por pares de elementos, dos quais um deles se sobressai ao outro. Os principais tipos de metaprogramas são: Aproximação e afastamento: aproximação é a tendência de buscar alguma coisa, mover-se em determinada direção. Concentra-se em seus objetivos e persegue aquilo que querem e procuram fazer certo. Afastamento é a tendência de evitar erros. As pessoas reconhecem facilmente os problemas e sabem o que evitar, porque vêem claramente aquilo que não querem. Assim, as pessoas que possuem o padrão de aproximação são determinadas por objetivos e recompensas, ao passo que a motivação das pessoas que têm o padrão de afastamento é evitar problemas e punições. Introvertidas e extrovertidas: introvertidas são as pessoas voltadas basicamente para seus interesses e preocupadas em vencer. Extrovertidas são as pessoas voltadas para os outros, para os relacionamentos. Assim, pode-se tomar como exemplo destes programas o egoísta Pilatos (introvertido) e o mártir Jesus (extrovertido). Internas e externas: internas são as pessoas auto-referentes, que tomam suas decisões com os elementos que têm dentro de si, uma pessoa interna terá seus padrões interiorizados e os utilizará para fazer comparações e tomar decisões. As pessoas internas têm dificuldade em receber ordens superiores Externas, são as pessoas atentas para as opiniões de outras pessoas. Elas necessitam que outras pessoas lhes forneçam os padrões e a orientação. As pessoas externas necessitam ser conduzidas e supervisionadas. Associadoras e Dissociadoras: associadoras são pessoas que enxergam semelhanças e estão mais voltadas para o global. As pessoas dissociadoras percebem diferença e estão mais voltadas para os detalhes. Os associadores vêem as florestas. Os dissociadores, as árvores. Entendendo na prática Como expliquei acima, os metaprogramas são os filtros básicos que processam os dados que as pessoas recebem no ambiente externo, através de seus sentidos. O conhecimento dos metaprogramas de uma pessoa nos auxilia prever seu comportamento e facilita a comunicação e o relacionamento. Vamos prestar mais atenção na maneira no nosso colega de trabalho ou “amor da nossa vida” e tentar entender quais os metaprogramas que são predominantes nele? E em você, já descobriu? Você é associado ou dissociado? Interno ou externo? Se você é uma pessoa que não gosta de histórias longas, pois quer saber logo o final, então você é associada, como eu, que não tenho “paciência” para detalhes e tenho uma visão global das coisas. Lembrar das roupas que as pessoas usam, ou data de aniversário? Sou um desastre! Sonhos, esperanças, medos, frustrações. O ser humano é cheio de sentimento, desejos e emoções, que também compõem as relações humanas. A palavra emoção tem a mesma origem da palavra motivação,significa impulso, movimento. Podemos afirmar que emoção são os pensamentos, estados psicológicos e biológicos, que nos de levam a agir. Isto significa que uma pessoa irada poderá agredir, ofender e humilhar outra pessoa em decorrência do estado emocional momentâneo, fruto de seus sentimentos. Um mesmo ato pode ser considerado de várias formas, se gostamos de alguém, nossa propensão é só ver os pontos positivos, justificando seus pontos negativos. Ao contrário, se não gostamos de alguém, tendemos a ser intolerantes e a ver apenas os seus defeitos. Qual seria sua reação se a uma pessoa perguntasse “Onde você comprou sua roupa?” Certamente, você teria duas reações uma se a pessoa fosse uma amiga, e outra, se fosse com uma pessoa que você não tem “afinidade”. Ou seja, sua emoção é resultante da expectativa que você tem do outro. A expectativa é complexa, pois as pessoas costumam ver aquilo que esperam ver, em decorrência da probabilidade que isso aconteça e em consequência dos fatos oriundos do ambiente psicossocial onde estão inseridos. Difícil? Vou exemplificar: Foi realizada uma experiência num hospital psiquiátrico onde pessoas perfeitamente normais simularam certos desvios de comportamento a fim de ser internadas. Após internadas, contaram que tudo não passava de uma experiência acadêmica e passaram a se comportar normalmente. Os psiquiatras não acreditaram na história e consideraram tudo aquilo como mais uma evidência de distúrbio mental. Eles esperavam que aquelas pessoas fossem desequilibradas e nada que indicasse o contrário poderia ser levado em conta. E, isso, apesar de todo o treinamento profissional. Ou, por causa dele. Finalmente, no topo do iceberg comportamental encontramos a percepção. Percepção??? É a chave do comportamento, desse modo, as pessoas não se comportam de acordo com a realidade prática ou externa, mas sim de acordo com a realidade percebida. É através da percepção que o ser humano conhece o mundo à sua volta de forma total e complexa. Pode ser percebida como produto de vários elementos sensitivos ligados a experiências que o indivíduo teve anteriormente. A percepção é o processo que atribui significado aos estímulos sensoriais, a partir de histórico de vivências passadas, sejam elas trazidas da nossa infância, dos conceitos e valores familiares, ou adquiridas durante a vida. Se você buscar na internet a Wikipédia trará a afirmação de que: é através da percepção um indivíduo organiza e interpreta as suas impressões sensoriais para atribuir significado ao seu meio. Consiste na aquisição, interpretação, seleção e organização das informações obtidas pelos sentidos. Assim, podemos afirmar que percepção é o “processo de recepção, seleção, aquisição, transformação e organização das informações fornecidas através dos nossos sentidos”. Entendendo na prática As pessoas reagem àquilo que percebem, e suas percepções nem sempre refletem a realidade objetiva. Para exemplificar a percepção humana, escolhi o vídeo abaixo, que retrata as atitudes de um ser prestativo que tem sua percepção de fazer “bem” ao próximo aguçada... https://www.youtube.com/watch?v=R0-3SpBpmOQ&feature=related Viram que cena hilária? Será que em nosso cotidiano não temos essa visão distorcida do que as pessoas esperam de nós? Será que não criamos expectativas errôneas que poderão se tornarfrustrações que interferirão no relacionamento interpessoal? Agora que vocês acessaram as informações constantes no site do link sobre frustrações, poderão analisar com mais clareza as situações que ocorrem nas organizações e que influenciam os relacionamentos interpessoais. Perceberam que cada pessoa tem uma história de vida, uma maneira de pensar sobre a vida e também sobre o trabalho? Aí faz sentido aquele velho ditado: “de boas intenções o inferno está cheio!” Concorda? Por isso, podemos definir a percepção, como uma conduta psicológica complexa, mediante a qual o indivíduo organiza suas sensações e toma conhecimento do real. Sensação é a percepção dos estímulos através dos sentidos. A Percepção inclui a compreensão da existência dos objetos e a interpretação do que significam para cada indivíduo. Os seres humanos apresentam cinco sentidos pelos quais experimentam o mundo ao seu redor: visão, audição, tato, olfato e paladar. A maioria dos indivíduos “confia em seus sentidos”, mas às vezes essa fé cega pode nos fazer acreditar que nossas percepções são um reflexo exato da realidade (nem sempre sendo verdade). Esse é um problema importante porque, à medida que aumenta a diferença entre a realidade percebida e a realidade existente, aumenta a possibilidade de incompreensão, frustração e conflito. Nossa percepção sobre objetos e animais, diverge do modo como percebemos as pessoas, uma vez que é movida por crenças, valores, sentimentos, expectativas, entre outros. Nossa percepção e avaliação das ações dos indivíduos serão significativamente influenciadas pelas pressuposições que fazemos sobre eles. A percepção social é o processo pelo qual desenvolvemos impressões a respeito de uma pessoa ou grupo de pessoas. O método global pelo qual formamos impressões sobre os outros é complexo e está sujeito a erros e equívocos, pois de forma inconsciente podemos atribuir aos outros nossas próprias tendências, desejos ou motivações. Frequentemente, utilizamos “atalhos” para julgar os outros, conforme abaixo: Percepção seletiva: qualquer característica que faz uma pessoa, objeto ou evento sobressair, aumentará a probabilidade de que ele seja percebido. A percepção seletiva permite que façamos uma leitura dinâmica dos outros, mas não sem o risco de formar um quadro inexato. Como vemos o que queremos ver, podemos tirar conclusões não-garantidas de uma situação ambígua. Efeito de halo: quando nos deixamos levar por alguma característica da pessoa, que o marcou de forma tão significativa que nos impede de interpretar as demais características com neutralidade e clareza, temos uma impressão geral sobre um indivíduo com base em uma única característica, como inteligência, sociabilidade ou aparência. Efeitos de contraste: a avaliação de uma pessoa não é feita isoladamente, nosso ajuizamento sobre uma pessoa é quase sempre influenciado por outras pessoas. Projeção: tendência de atribuir nossas próprias características a outras pessoas. Estereótipo: quando julgamos alguém com base em nossa percepção do grupo ao qual esta pessoa pertence. Para minimizar os problemas decorrentes dessa percepção induzida, são necessários alguns cuidados tais como: fazer observações detalhadas sobre as pessoas antes de julgá-las, buscar informações que confirmem ou contradigam as nossas convicções e não deixar que a visão dos outros interfiram na sua percepção sobre as pessoas, pois a percepção de cada pessoa sobre um mesmo fato pode ser diferente. DESAFIO Agora que você é um “especialista” em comportamento humano, desafio você a acertar a questão: A afirmativa “são generalizações a respeito do mundo, de si mesmo, das pessoas do que é certo ou errado e de como as coisas devem ser ou funcionar”, descreve: A. Emoções e desejos. B. Metaprogramas. C. Expectativas. D. Crenças e valores. E. Comportamento humano. De acordo com KANT, filósofo alemão considerado o pensador mais influente dos tempos modernos, vemos as coisas não como elas são, mas como nós somos. Desta forma, se você escolheu a alternativa D, você acertou, haja vista que as crenças e valores estão arraigados em nossa personalidade influenciando nosso comportamento e escolhas do certo e errado. Entendendo na prática No filme Perfume de Mulher, Al Pacino dá um show deatitude, na cena do discurso, onde podemos perceber claramente as ações e reações que modificam o comportamento humano, por isso estou compartilhando com vocês esse momento de audácia e interpretação esplendorosa dele. Peguem a pipoca e o refrigerante e vamos ver a cena? https://www.youtube.com/watch?v=yC8xWny_uxA Vibraram com a bela defesa que ele fez? Perceba que em sua a defesa ele utiliza todos os elementos do iceberg comportamental, provocando expectativas, sentimentos e emoções diferentes nas pessoas. WEB AULA 2 As Dimensões do grupo Iniciando os estudos O homem como ser social, está inserido nos mais diferentes tipos de grupos (familiar, trabalho, lazer, educacional, religioso, entre outros) nos quais participa, coopera e procura prestígio como indivíduo. São os grupos que permitem a complementação das habilidades e a potencialização dos talentos humanos. Como vimos na web aula anterior, as expectativas e emoções podem levar a situações de conflito, sejam os conflitos intrapessoais - eu versus meu eu interior; os conflitos interpessoais – eu e o outro, ou por fim, os conflitos intergrupais – conflito entre os grupos. Vou começar esta web aula agitando, “cutucando” você, por isso pegue o lenço de papel e assista comigo o clipe da música The logical Song, do Supertramp - Entendeu o motivo do lenço de papel? A música retrata nossos conflitos intrapessoais, questionando-nos o tempo todo: quem sou eu? Com vivemos em sociedade e o homem é um ser grupal, os conflitos estão presentes em nosso cotidiano, mas o que você entende por conflitos??? Conflito é o desentendimento entre duas ou mais pessoas podendo manifestar-se de diversas formas, como a competição entre os indivíduos, rivalidades, divergências de posicionamentos grupais, entre outros. Os conflitos estão presentes na vida pessoal e nas organizações. O conflito é um fenômeno inevitável na vida organizacional: emerge nas relações entre indivíduos de um mesmo grupo, entre grupos, entre os diferentes níveis organizacionais ou entre organizações. Todos os aspectos da vida organizacional que requerem interação e coordenação de esforços geram tendências para a ação e constituem uma fonte potencial de conflito. Conflito latente: é aquele que não se tem consciência clara, podendo evoluir, permanecer estável ou desaparecer; Conflito percebido: é aquele que o gestor ou apenas uma das partes envolvidas tem consciência, requerendo uma posição de alerta; Conflito sentido: é aquele que já atingiu emocionalmente as partes, e pode agravar-se senão for sanado a tempo; e Conflito manifesto: é aquele que já atingiu as partes e é percebido por todos, podendo interferir no desenvolvimento do trabalho em equipe e até no desempenho da organização. Exemplificando O conflito está presente em todos os relacionamentos humanos e geralmente as pessoas acreditam que o conflito é ruim, mas isso não é verdade. Ele pode ser construtivo ou destrutivo, pois normalmente está relacionado ao início da mudança no indivíduo, no grupo e nas organizações. Assim, é preciso que um mínimo de conflito ocorra para que não haja estagnação. Você já ouviu falar da Janela de Johari ??? A Janela de Johari (clique aqui e fique craque no assunto) é um modelo conceitual ou perspectivo para uma visão do relacionamento interpessoal, onde através de quatro retângulos, dispostos em formato de janela, avalia a percepção de um indivíduo em relação a si mesmo e aos outros. Eu aberto: é o comportamento conhecido pelo próprio indivíduo e pelas pessoas com as quais se relaciona. Eu cego: são as características de comportamento naturalmente percebidas pelos outros, mas comumente desconhecida pelo próprio indivíduo. Eu secreto: são as características que o próprio indivíduo reconhece em si, mas que oculta dos demais. Eu desconhecido: é a parte desconhecida pelo indivíduo e pelas outras pessoas. A janela enfoca a questão do Relacionamento Interpessoal, baseado nas descobertas de Joseph Luft e Harrington Ingham, dois cientistas sociais (um psicólogo e outro psiquiatra) que se dedicaram a estudar as questões pertinentes ao comportamento humano e seus reflexos. A palavra Johari, tem origem na composição dos prenomes dos seus criadores: Jo(seph) e Hari(Harrington). Entendendo na prática Pegue a pipoca e o refrigerante e vamos entender melhor essa complicada Janela de Johari? https://www.youtube.com/watch?v=RN1Awx5U8ZM Viu como não é complicada. Ao contrário, é simples de entendermos o que os cientistas propuseram, porém como é difícil nos enxergarmos como realmente somos? Normalmente existe uma grande diferença entre a percepção que você tem de si mesmo e a forma como os outros o avaliam. O problema é que esta diferença pode representar um grande prejuízo para a carreira e dificuldades na vida pessoal, bem como para a convivência em grupo. Que são grupos??? Grupos são pessoas que se juntam, com objetivos definidos (ou não), defendendo suas causas, criando projetos, desenvolvendo ações sociais comunitárias, cumprindo ordens, “jogando conversa fora”. Enfim, buscando ou desenvolvendo os mais variados objetivos. Um grupo pode ser definido como um conjunto de duas ou mais pessoas que unem para alcançar um ou mais objetivos comuns. Podemos afirmar que um grupo é muito mais do que um simples conjunto de pessoas, pois seus membros interagem uns com os outros regularmente para alcançar os objetivos. Os grupos são divididos em formais e informais. Os grupos informais são aqueles no qual o indivíduo se relaciona informalmente (lazer, oração, voluntariado, entre outros). Já um grupo formal, é oficialmente encarregado para atender a um propósito específico dentro de uma empresa. Os grupos formais são criados oficialmente para desempenhar tarefas o que podem durar de acordo com sua funcionalidade, podendo inclusive ser permanente, de acordo com os objetivos da organização. Geralmente esses grupos são denominados grupo de trabalho e podem ser definidos como um conjunto de duas ou mais pessoas que interagem entre si, influenciando-se mutuamente. Agora que entendemos o processo de formação de grupos, vamos “desvendar” os mistérios da formação de equipes. A concepção do trabalho em equipe surgiu quando o homem percebeu que a soma dos conhecimentos e habilidades individuais facilitariam a alcançar os objetivos. Mas o que é uma equipe??? Equipe: é um grupo de pessoas, cujos esforços individuais resultam num desempenho maior do que apenas a soma das contribuições de cada participante (ROBBINS, 1999). Equipe é a associação de pessoas que partilham objetivos e estão engajadas para atingi-los, estando unidas entre si, desabrochando o sentimento de “fazer parte”. Entendendo na prática Acredito que seu entendimento sobre equipe ficará mais evidente após assistir ao vídeo: Bolero de Ravel https://www.youtube.com/watch?gl=BR&hl=pt&v=3-4J5j74VPw Realmente, é uma equipe!!! Viva! Como vimos no vídeo, as equipes vencedoras são formadas por pessoas que não pensam somente em sua vitória pessoal, mas sim, na vitória de todos, afinal o importante é o resultado final. As pessoas que fazem parte de uma equipe vibram pelas conquistas dos companheiros e percebem que o sucesso deles é também seu e são capazes de entender que o sucesso não vem por acaso, mas sim pelo resultado do trabalho e esforço de todos. Possuem consciência de que necessitam de constante atualização, para ampliar o seu conhecimento com cursos e treinamentos e que o resultadodisso será a melhoria individual e, principalmente, do time. A vantagem do trabalho em equipe está principalmente na sua força, pois as equipes apresentam mais fontes de informação; as equipes são mais criativas; o trabalho em equipe desenvolve a satisfação das pessoas, principalmente quando estão ligadas ao processo de decisão. Entendendo na prática Não dá para resistir ao talento de Al Pacino, por isso escolhi um clipe da música One, do U2, que contém cenas do filme "Any Given Sunday" e vitórias de grandes equipes, inclusive brasileiras. https://www.youtube.com/watch?v=veLAoDpPbDg&feature=fvw Viu que legal, lavou a alma relembrando o pênalti perdido pela Itália, dando o Tetra ao Brasil? Acredito que agora, não tem mais como não entender o Princípio de equipe. Desse modo, o trabalho em equipe propicia a troca entre seus membros de afeição, aceitação, sentimento de importância, desencadeando o crescimento do indivíduo, assim como o crescimento de seus pares, haja vista o êxito do trabalho em equipe estar na satisfação psicológica do indivíduo e na harmonia das relações humanas. Entendendo na prática Para que definitivamente você perceba a diferença entre grupo e equipe, escolhi um clipe baseado no filme “A era do Gelo”, mas volte a ser criança e assista ao filme todo, pois ele revela em sua essência como nasce uma equipe. https://www.youtube.com/watch?v=933gbmh7t0I&feature=related Desta forma, nutrir o trabalho em equipe é uma questão de sobrevivência para a organização, demandando dedicação e perseverança, pois municiar o crescimento continuado da equipe é complexo, porém motivador e prazeroso, sendo competência e atribuição do líder. Desta forma, o autoconhecimento e o conhecimento do outro são elementos fundamentais na concepção de como o indivíduo age no trabalho, dificultando ou facilitando as relações. Dentre os problemas mais observados, destacam-se: a dificuldade em ouvir e principalmente a falta de empatia. Nesse contexto, notamos que o ser humano é individual, é único e que, consequentemente também reage de forma única e individual em situações semelhantes. Diariamente, tomamos a decisão se continuamos como fomos ontem, ou se traçaremos novos caminhos. Existem pessoas que almejam mudar o mundo, outras anseiam mudar os outros, e outras querem o mundo mudado, porém, querem que o outro o faça. Por isso, coexistir e relacionar-se com outras pessoas é viver em constantes "riscos". Há o risco da influência mútua e do desafeto, pois quando você se expressa, manifesta seus pensamentos, suas idéias, sentimentos e emoções, pode ser ignorado, rejeitado ou até ridicularizado. Conviver com as diferenças individuais é um dos desafios mais complexos. O fato é que "somos a pessoa que escolhemos ser o que somos". Reflexão final Se todos se ajudarem mutuamente, as diferenças individuais só ajudarão e estimularão o crescimento. Afinal, ninguém é bom em tudo e, como diz um velho ditado, “a união faz a força”. Assim, convido você a fazer a seguinte auto- análise: Para finalizar, escolhi a música Sal da Terra - dos talentosos compositores: o mineiro Beto Guedes em parceria com o carioca Ronaldo Bastos, na voz do Beto Guedes e do Jota Quest, no clipe realizado com desenhos feitos por crianças, que retratam sua visão inocente sobre a vida, para relembrá-los que: Faça sua opção por qual deles você quer ser... https://www.youtube.com/watch?v=S2xjQBzEqx8&feature=related Beijos carinhosos, Profª. Elisete Bibliografia LACOMBE, Francisco; HEILBORN, Gilberto. Administração: princípios e tendências. São Paulo: Saraiva, 2006. OLIVEIRA, Elisete A. Z. Relações interpessoais. São Paulo: Pearson, 2009. ROBBINS, Stephen P. Fundamentos do comportamento organizacional. 7 ed. São Paulo: Prentice-Hall, 2004