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Invasões Bárbaras

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Invasões Bárbaras 
 
A formação de um vasto império proporcionou aos romanos uma série 
de dificuldades ligadas à manutenção dos limites territoriais com 
outros povos europeus. Durante o século IV os povos germânicos 
foram gradativamente atraídos pela disponibilidade de terras férteis e 
o clima ameno das possessões romanas. Paralelamente, essas 
populações também sofriam com a pressão militar exercida pelos 
hunos, habilidosos guerreiros mongóis que forçavam a entrada dos 
germânicos no Império Romano. 
 
Naquele período, os romanos tinham o costume de chamar esses 
invasores estrangeiros de “bárbaros”. Essa palavra de origem grega 
era genericamente destinada a todo aquele que não tinha capacidade 
de assimilar a língua e os costumes romanos. Apesar dessa distinção, 
as invasões bárbaras foram responsáveis diretas por um intenso 
intercâmbio cultural que modificou profundamente a formação étnica, 
política, econômica, linguística e religiosa do mundo ocidental. 
 
Inicialmente, a aproximação entre os romanos e bárbaros ocorreu de 
maneira pacífica ao longo da fronteira natural estabelecida pelo Rio 
Reno. No século XII a.C., a tentativa de expansão dos territórios 
romanos estabeleceu o envio de tropas para as imediações do rio Elba. 
Tal ação poderia ser o primeiro passo para que o Império Romano 
pudesse estabelecer novos domínios na Germânia. Contudo, os povos 
dessa região acabaram impondo a fronteira romana para trás do rio 
Reno. 
 
Progressivamente, o contato com os bárbaros permitiu a entrada de 
estrangeiros na própria estrutura de poder romana. Alguns germânicos 
eram contratados para realizar a guarda pessoal dos imperadores. Ao 
mesmo tempo, os povos que habitavam a fronteira foram reconhecidos 
como federados, tendo a função de evitar que outros povos 
estrangeiros adentrassem os domínios romanos. Entretanto, no 
momento que os hunos atacaram as tribos germânicas, a entrada de 
estrangeiros se intensificou. 
 
Fugindo do terror imposto pelos hunos, os visigodos romperam a 
fronteira do Império e pediram ajuda das autoridades romanas. O 
Imperador Valente decidiu abrigá-los na Macedônia com a condição 
de garantirem a proteção das fronteiras daquela região. Contudo, a 
presença dos visigodos se tornou uma ameaça no momento em que 
estes estrangeiros tentaram controlar politicamente o espaço 
macedônico. Logo em seguida, outras tribos buscaram a Europa como 
refúgio. 
 
Observando a fragilidade militar dos romanos, algumas tribos 
germânicas vislumbraram a possibilidade de conquistar algumas 
partes do Império. Por volta de 402, o rei Alarico, da tribo dos 
visigodos, promoveu uma série de campanhas militares que deveriam 
conquistar a Península Itálica. Para que não tomasse a cidade de 
Roma, este monarca recebeu das autoridades romanas uma vultosa 
indenização em terras e tributos. Logo em seguida, os visigodos 
tomaram a Península Ibérica e a região sul da Gália. 
 
Por volta de 406, as tribos germânicas dos quados, vândalos, suevos e 
alanos também adentraram o militarmente combalido território 
romano. Os vândalos conquistaram o norte da África e, sob o 
comando de Genserico, formaram seu reino com capital em Cartago. 
Em 455, aproveitaram de seu fortalecimento econômico e militar para 
saquear a cidade de Roma. 
 
Os francos conquistaram a porção norte da Gália. Os burúngios, em 
433, se fixaram na região do rio Ródano. Jutos, anglos e saxões 
promoveram em conjunto a conquista da ilha da Bretanha. O Império 
Romano se mostrava todo desfigurado com a formação de novos 
reinos que tomaram toda Europa Ocidental. Aos romanos ainda 
restava o controle da Península Itálica. Contudo, no ano de 476, os 
hérulos, comandados pelo rei Odoraco, depuseram Rômulo 
Augústulo, o último imperador do Império Romano do Ocidente

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