incentivar as oportunidades associativistas e cooperativistas. ' Dica Lembre-se de que no Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA você tem acesso a links e vídeos complementares aos assuntos tratados na unidade curricular! 3.Histórico e importância do associativismo Acompanhe as imagens a seguir e perceba como a vida em coletividade sempre fez parte da humanidade, com finalidades específicas para cada época: Pré-história Grécia antiga O objetivo de se viver em grupo era combater inimigos em comum (predadores, fome, frio, busca por abrigo) e sobreviver mais facilmente. Ginásios para a prática de esporte, cultura física e grupos com fim educador de onde se originaram os Jogos Olímpicos. Associativismo, Cooperativismo e Sindicalismo 21 Roma antiga Idade Média Organizações profissionais, clubes de jovens, escolas militares e de gladiadores. Irmandades, ordens militares e corporações (produtores, aprendizes, jornaleiros, mestres e artesãos de um ofício) até o séc. XIX. No Brasil, a partir do século XIX, quando o grupo desejasse criar uma associação religiosa, científica, beneficente, profissional ou para qualquer outro fim, seria obrigado a ter licença na delegacia mais próxima, e o material escrito deveria ser enviado à Secção de Negócios do Império do Conselho de Estado, sendo que, somente depois de analisado, poderia ser liberado. O Decreto nº 2.711 e a Lei nº 1.083, ambos de 1860, orientavam sobre a criação das sociedades, incluindo as associações, com a aprovação do seu estatuto e dos demais documentos – tudo era controlado pelo governo. A Link No AVA você encontra o Decreto nº 2.711 de 1860 e as demais leis citadas aqui na apostila. Acesse e confira! Nesse período, as associações, em sua maioria, eram beneficentes, religiosas, literárias, científicas ou caixas providenciárias e montepios. Curso Técnico em Agronegócio 22 Como você já estudou, a partir principalmente da Constituição de 1988 e do novo Código Civil de 2002, as associações ficaram mais livres para serem formadas e passaram, enfim, a ter papel mais importante no meio rural brasileiro. d Comentário do autor Atualmente, podemos dizer que todas as empresas se organizam em associação. Por quê? Porque as associações transformam concorrentes em aliados, principalmente na atualidade de um mundo globalizado, em que o cliente escolhe e compra o produto, financia ou paga à vista, com empresas de todo o Brasil e do mundo, com um toque na tela do computador ou do celular. Unidas em entidades representativas, as empresas discutem diretamente com os governos e com a sociedade sobre as melhores políticas de incentivo às suas atividades. No mundo moderno, qualquer produto faz parte de uma cadeia produtiva, em que cada indivíduo é responsável por uma parte do processo. É como uma engrenagem: se um para ou danifica, afeta os outros. Qualquer situação na cadeia produtiva, tanto positiva como negativa, afeta todos os setores envolvidos, mesmo os que não fazem parte direta do processo. ' Dica O dono do restaurante pode ter problemas em quitar as suas dívidas caso seus clientes sejam dispensados do emprego, que pode ser na indústria ou no comércio. Nesse caso, essa dispensa afeta, ainda, o supermercado e o produtor rural que vendeu o produto, continuando o processo negativo na cadeia. O mesmo movimento também acontece ao contrário, ou seja, quando um setor da produção gera mais empregos, o restaurante vende mais, gera mais oportunidades de trabalho, compra mais e paga suas contas em dia no supermercado, e o produtor rural vende maiores quantidades e recebe melhor pelo produto. Os próprios países também se organizam com motivos específicos: • Organização da Nações Unidas – ONU, • Organização dos Estados Americanos – OEA, • G7 – atualmente, Grupo dos Sete – é um grupo que reúne os sete países mais industrializados e desenvolvidos economicamente do mundo. Todos os países fundadores são nações democráticas: Estados Unidos, Alemanha, Canadá, França, Itália, Japão e Reino Unido. Com a exclusão da Rússia, o G8 passou a ser G7; • G20 – é um fórum informal que promove entendimentos entre países industrializados e emergentes sobre assuntos relacionados à economia global, sendo o Brasil um dos participantes; Associativismo, Cooperativismo e Sindicalismo 23 • Mercado Comum do Sul – Mercosul – tem por objetivo a integração de alguns países da América do Sul (Brasil, Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai e Venezuela) por meio da livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos, do estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum – TEC, da adoção de uma política comercial comum, da coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais, e da harmonização de legislações nas áreas pertinentes; • Brics – é um grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, chamados de “países emergentes”, que busca atuação conjunta para pêr em prática e desenvolver projetos, mas não é reconhecido como um bloco econômico oficial, pois não possui estatuto ou registro formal. BRICS - 5 maiores economias emergentes BRASIL RUSSIA INDIA CHINA ÁFRICADO SUL Fonte: Adaptada Shutterstock A Link Quer saber mais sobre o Mercosul? Acesse: www.mercosul.gov.br 4. Associativismo no meio rural Tendo visto toda a presença e a importância do associativismo no decorrer da história e na economia atual, é hora de se debruçar sobre esse assunto aplicado ao meio rural. O produtor rural, que é o responsável pela produção dos alimentos primários, deveria ter mais consciência da força que aplica na economia. Conforme dados da CNA, a participação do agronegócio no Produto Interno Bruto – PIB do país tem crescido a cada ano, atingindo, em 2014, 31% do PIB total. Por seu lado, as exportações do agronegócio representam cerca de 40% do total exportado pelo país, e o agronegócio gera 37% de todos os postos de trabalho no Brasil. Curso Técnico em Agronegócio 24 Afinal, as pessoas podem viver sem muitos dos bens que consomem ou usam, mas não podem viver sem os alimentos. Há quarenta ou cinquenta anos, o fazendeiro tinha orgulho de dizer que “a única coisa que compro para minha fazenda é o sal e o querosene”. Tinha independência e autonomia, e fazia o escambo (troca de produtos) quando era necessário adquirir coisas “da cidade”. A cadeia produtiva era, em grande parte, “da porteira para dentro” das fazendas. Com a evolução do capitalismo, das tecnologias, da globalização e da especialização da produção (o produtor dever produzir apenas aquilo que ele pode gerar com mais eficiência e menos custo), atualmente, para o produtor rural continuar no mercado, ele deve deixar de ser o fazendeiro tradicional de antigamente para se tornar um empresário rural. As exigências do mercado provocam essa mudança de comportamento do produtor, e, como empresário, ele tende a se especializar em alguma atividade em que tenha mais eficiência e obtenha mais lucros. Fonte: Shutterstock Daí a importância do associativismo, que pode transformar a produção individual ineficiente em participação coletiva e comunitária para aumentar a capacidade produtiva, a eficiência e a lucratividade do negócio. Compra e venda em conjunto, capacitação, aquisição de equipamentos e transporte são algumas das atividades associativas que podem contribuir para os negócios, principalmente para o pequeno agricultor. Daí entende-se que os projetos comunitários, como aquisição de tratores e equipamentos, proporcionam aumento da produção e da produtividade, além de outras atividades em grupo, e são meios que influenciam diretamente o aumento da renda dos produtores. Associativismo, Cooperativismo e Sindicalismo 25 A capacitação realizada pelo Senar, tanto na promoção social quanto na formação profissional para produtores