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Metaplasia e Displasia: Mudanças Celulares

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METAPLASIA
Metaplasia
Metaplasia significa mudança de um tipo de tecido adulto (epitelial ou mesenquimal) em outro da mesma linhagem: um tipo de epitélio transforma-se em outro tipo epitelial; um epitélio, porém, não se modifica em tecido mesenquimal. Metaplasia resulta da inativação de alguns genes (cuja expressão define a diferenciação do tecido que sofre metaplasia) e desrepressão de outros (que condicionam o novo tipo de diferenciação). Em alguns processos de reparo e regeneração, células epiteliais podem diferenciar-se em fibroblastos (transdiferenciação, ver adiante).
Os tipos mais frequentes de metaplasia são: 
transformação de epitélio estratificado pavimentoso não ceratinizado em epitélio ceratinizado. É o que ocorre no epitélio da boca ou do esôfago em consequência de irritação prolongada; 
epitélio pseudoestratificado ciliado em epitélio estratificado pavimentoso, ceratinizado ou não. O exemplo clássico é a metaplasia brônquica (escamosa) secundária a agressão persistente, cujo protótipo é o tabagismo;
epitélio mucossecretor em epitélio estratificado pavimentoso, com ou sem ceratinização. Aparece tipicamente no epitélio endocervical (mucíparo), que se transforma em epitélio escamoso do tipo ectocervical; 
epitélio glandular seroso em epitélio mucíparo, como acontece na metaplasia intestinal da mucosa gástrica; 
tecido conjuntivo em tecido cartilaginoso ou ósseo; 
tecido cartilaginoso em tecido ósseo. 
Metaplasia é também um processo adaptativo que surge em resposta a várias agressões, e, como regra geral, o tecido metaplásico é mais resistente a agressões.
Em princípio, metaplasia resulta de irritação persistente que leva ao surgimento de um tecido mais resistente. No entanto, o tecido metaplásico pode resultar em menor proteção ao indivíduo: na metaplasia escamosa da árvore brônquica no tabagismo, por exemplo, há prejuízo na síntese de muco e desaparecimento dos cílios, ambos importantes como defesa do organismo contra infecções.
Os exemplos de metaplasia mais comuns são: (1) agressões mecânicas repetidas, como as provocadas por próteses dentárias mal ajustadas no epitélio da gengiva ou da bochecha; (2) irritação por calor prolongado, como a causada no epitélio oral e do esôfago por alimentos quentes, ou a provocada no lábio pela haste de cachimbo; (3) irritação química persistente, como acontece com a fumaça do cigarro na mucosa respiratória; (4) inflamações crônicas, como nas mucosas brônquica e gástrica 
Metaplasia é reversível.
Um tipo particular de metaplasia é a leucoplasia (do grego leukos = branco), que é um termo de significado predominantemente clínico e usado para indicar lesões que se apresentam como placas ou manchas brancacentas localizadas em mucosas (colo uterino, oral, esofágica etc.). Leucoplasia corresponde a metaplasia de um epitélio escamoso não ceratinizado em ceratinizado contendo várias camadas de ceratina.
▶ Transdiferenciação. Significa mudança de um tipo de célula diferenciada em outro tipo celular, de linhagem diferente.
Células-tronco, que podem ser formadas inclusive a partir de células diferenciadas, podem originar progenitores de outras linhagens, criando a possibilidade de célula de uma linhagem originar célula de outra. 
O fenômeno foi observado inicialmente em processos de reparo e regeneração, em que células epiteliais se diferenciam em fibroblastos; 
O fenômeno transição epiteliomesenquimal, importante na progressão de neoplasias (ver adiante), parece representar desdiferenciação incompleta com reprogramação da célula epitelial até a fase de um precursor mesenquimal que se diferencia em miofibroblasto.
Displasia
Displasia é empregada para denominar condições patológicas muito diferentes, e, por isso mesmo, é um termo confuso.
No contexto deste capítulo, displasia é uma condição adquirida caracterizada por alterações da proliferação e da diferenciação celulares acompanhadas de redução ou perda de diferenciação das células afetadas. Os exemplos mais conhecidos são displasias epiteliais, nas quais ocorrem aumento da proliferação celular e redução na maturação das células, que podem apresentar algumas atipias celulares e arquiteturais. 
Muitas vezes, displasias estão associadas a metaplasia ou se originam nela. As mais importantes são displasias de mucosas, como do colo uterino, de brônquios e gástrica, pois muitas vezes precedem os cânceres que se formam nesses locais. Todavia, nem sempre uma displasia progride para câncer, já que pode estacionar ou até mesmo regredir.
A atipia mais importante em displasias é a cariomegalia, por alterações no conteúdo de DNA. No colo uterino, há poliploidia e até aneuploidia. 
Displasia, portanto, é um processo mais complexo e com mais alterações na expressão de genes que regulam a proliferação e a diferenciação das células, razão pela qual muitas displasias são consideradas lesões précancerosas. 
Hoje, existe tendência a abandonar o termo displasia. A Organização Mundial da Saúde (OMS) atribui às displasias em epitélios a denominação neoplasias intraepiteliais, de baixo ou alto grau, conforme a intensidade e a extensão das alterações celulares .Assim, fala-se em neoplasia intraepitelial cervical (NIC), neoplasia intraepitelial vulvar (NIV), neoplasia intraepitelial da próstata (PIN, de prostatic intraepithelial neoplasia) etc. 
Quanto mais grave a displasia, maior o risco de sua evolução para um câncer.
O termo displasia é empregado também para indicar outros processos patológicos cuja patogênese é variada e pouco conhecida. É o caso de certos defeitos malformativos (como a displasia renal) ou de doenças proliferativas acompanhadas de distúrbios arquiteturais, como a displasia óssea.

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