Inseminação Artificial em Suínos

Prévia do material em texto

INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL
BENEFÍCIOS
- Possibilidade de incorporar rapidamente material genético de qualidade superior no plantel com menor risco de transmissão de doenças e melhor aproveitamento do cachaço.
- Redução do número de cachaços: pois 1 cachaço dá várias doses de sêmen...
- Método simples e de baixo custo
- Aproveitamento de todas as fêmeas, incluindo aquelas que não aguentam o peso do cachaço ou se estressam facilmente na monta...
LIMITAÇÕES
Diagnóstico de cio: 
- Problema: Não saber identificar corretamente o cio e fazer a inseminação no período errado.
- Observar sinais da fêmea: reflexo, passeio do cachaço no corredor, condução até a baia do macho, aceita a monta (homem)...
- Aproveitar o período de maior fertilidade: a inseminação deve ser feita no mínimo 24hs antes da ovulação (normalmente uma fêmea ovula 30hs após o cio – varia bastante)
Coleta e processamento de sêmen
Coleta do sêmen
- Deve começar aos 7 meses de vida do cachaço. No início é mais complicado pois ele ainda não conhece o manejo... temos que habituá-lo à sala de coleta. Se ele ficar muito estressado, posso levar o manequim até a baia dele (no primeiro mês, apenas). 
> O ideal é fazer uma coleta a cada 15 dias. Acima de 1 ano de vida, posso passar a fazer 1 coleta por semana. Quando ele estiver maduro sexualmente (acima de 18 meses), posso passar a fazer 2 coletas por semana.
- Urina de fêmea em cio (contém estrógeno): congelo e jogo em cima do manequim e começo a chamar a atenção do cachaço. Ele vai associar isso ao condicionamento à monta.
- Intercalar IA com monta natural!
- Análise morfológica no momento da coleta: observar presença de miíase, sarna (alterações que vão elevar a temperatura do saco escrotal e prejudicar a espermatogênese), inflamação no pênis (o pênis só exterioriza estando ereto)...
*Sem testosterona, o pênis não exterioriza! Ou seja, machos castrados não exteriorizam o pênis, impedindo sua avaliação...
- Método de coleta: método da mão enluvada – coleto com a mão, usando luvas (não pode ser de borracha, tem que ser luva de poliproepileno), despejando o sêmen num recipiente em banho-maria (30-32ºC) com gaze. A fração gelatinosa (que vem no início e no final da ejaculação) não deve entrar, pois contém componentes que prejudicam a viabilidade do sêmen. *Quando entra em contato com ambiente, essa porção forma blocos gelatinosos bastante sólidos!
FRAÇÕES DO SÊMEN
Fração pré-espermática: faz a “limpeza” da uretra que antecede a fração rica em espermatozoides. Contém líquido seminal, pouquíssimos espermatozoides e pequena quantidade de tampão/fração gelatinosa.
Fração espermática: rica em espermatozoides
Fração gelatinosa do sêmen: “sela” a ejaculação, ou seja, determina o fim da ejaculação.
- A extremidade do pênis tem que ficar livre, ou seja, deixo o dedinho da mão solto quando seguro. Devo segurar com vigor, não muito forte, nem muito fraco... mas deve haver fricção (para simular os pulvinos cervicais da porca)!
Processamento do sêmen
- Placa aquecedora previamente aquecida para deixar a lâmina, frascos com água para fazer a diluição do sêmen...
Avaliação, diluição e envasamento do sêmen (valores médios aceitáveis)
Volume: 200-350ml
Motilidade espermática: 70-80%
Vigor: 3
Anormalidades espermáticas: <15 a 20%
Concentração espermática: 200 a 300 X 106 / ml
Número total de espermatozoides: 30 a 60 X 109
Número de espermatozoide por dose inseminante: média de 2,5 a 5 X 106.
Sêmen do suíno empregado na IA:
Sêmen fresco: ou seja, coleto e uso ele em até 2hs. *Devo analisar pra ver a quantidade de diluente que eu posso colocar (tenho que saber se há uma concentração de sptz capaz de emprenhar a fêmea no frasco que coletei pra depois diluir adequadamente). Sêmen fresco não deve ser diluído!
Sêmen resfriado: Coleto, faço diluição e uso em 3-5 dias pós coleta. Tem diluentes que prolongam a vida útil do sêmen para até 6-7 dias. Manter a temperatura de 15-18ºC. Não armazeno sêmen resfriado em geladeira normal! Tem que ser uma específica que mantenha a temperatura ideal.
Sêmen congelado: usado em programas de melhoramento genético de granja pra granja, programas de conservação de espécies em extinção e repopulação (em situações que tenho que sacrificar alguns animais – mantenho o material genético), podendo ser transportado por longas distâncias. Não é adequado o sêmen congelado de suínos pois o espermatozoide tem uma característica peculiar relacionada à camada lipídica (menos colesterol) que não suporta muito bem a temperatura de congelamento = reduz a taxa de sucesso do sêmen congelado! 
- Sobrevivência dos sptz in vitro -> reduzir a atividade metabólica e redução da temperatura para 15 a 18ºC.
DILUIÇÃO
- Aumentar o volume do sêmen
- Proteger contra choque térmico
- Manter o pH
- Fornecer substratos ao metabolismo dos sptz
- Aumentar a viabilidade dos sptz alguns dias após a coleta
- inibir o crescimento bacteriano
Longa (5 dias) e curta duração (3 dias)
Protocolo IA empregado: Quando inseminar?
- Realizar 2 inseminações durante o cio (duração: 48hs de estro), com intervalos de 12 a 18 horas entre elas. Intervalos de 24hs pode ter risco de as fêmeas já terem saído do cio. O ideal é inseminar no período fértil (tem mais chances de emprenhar (18 – 36hs das 48hs do estro).
- Utilizou-se como padrão avaliar o IDC (intervalo desmame-cio): fêmeas com IDC longo, ou seja, acima de 5 dias (pós desmame), normalmente têm um cio curto. Já as fêmeas com IDC curto, ou seja, entram no cio até 5 dias (pós desmame), normalmente têm cio mais longo.
Cio curto: faço 2 vezes: 1ª 12hs após o RTH+ e a 2ª 24hs após a 1ª IA.
Cio longo: Faço 2 vezes, sendo a 1ª IA no RTH+ e 2ª IA 12 a 24hs após a 1ª IA.
*Transição desmame – cio: A prolactina (quando os suínos mamam) inibe a secreção do estrógeno.
Técnica IA
- Treinamento apropriado e reciclagem do inseminador
1º Limpeza externa da vulva (papel seco) e introdução da pipeta sentido dorso-cranial (pra não ter problema de inserir no óstio externo da uretra), girando em sentido anti-horário, simulando o pênis do cachaço. Paro de girar quando sinto que encaixou (vai parar na cérvix = inseminação intra-cervical).
*Inseminação pós-cervical: introduzo um cateter na pipeta até eu sentir que ele não vai mais. Isso significa que ele vai entrar no corpo do útero, ou seja, estarei depositando o sêmen 20cm acima da cérvix. A vantagem é que o sêmen fica mais próximo do útero, ultrapassando os pulvinos cervicais que podem matar muitos sptz. Isso permite que eu reduza a quantidade de sptz por dose inseminante, consequentemente, fica mais barato!
*A inseminação intra-uterina profunda (nos cornos) ainda não é usada, mas vem sendo bastante estudada. A pipeta é a mesma (com cateter bem flexível e longo, atingindo o corno uterino). Estudos mostraram que os oócitos do outro corno que não foi inseminado recebe os sptz do outro corno, quando não houver mais oócitos disponíveis lá!
> Quanto mais doses de sêmen UM cachaço me fornece, dependo de menos cachaços para fazer a inseminação! Isso acontece na inseminação pós-cervical e intra-uterina profunda! Onde a viabilidade dos sptz é maior devido ao local em que é inseminado...
2º inserir o sêmen na pipeta devagarinho ou acoplo sêmen que, vai despejando o conteúdo por ação da gravidade. 
*O sêmen é depositado na cervix da fêmea (IA intra-cervical) ou no corpo do útero (IA pós-cervical).
3º Remoção da pipeta: A remoção deve ser feita girando a pipeta no sentido horário!
4º Massageio o clitóris
Cuidados básicos
- O sêmen não deve ser exposto a luz ou água ou temperatura >20ºC ou <15ºC: envolver o tubinho com papel toalha quando tiver que passar por locais com muita luz até o local onde vai ser realizada a IA.
- Transporte em caixas de isopor, mantido resfriado na temperatura recomendada
- Aquecer e homogeneizar a bisnaga antes da IA
- Lavagem e fervura do material a ser reutilizado por 10 minutos sem utilização de detergentes ou desinfetantes.