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Literatura - O Cortiço - atividade de leitura - CJSP - 3ª Série Ensino Médio - 2015

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ATIVIDADE DE LEITURA - O CORTIÇO - 2º ANO 
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ALUÍSIO AZEVEDO foi caricaturista, jornalista, escritor e diplomata. Nasceu em São Luís (MA), em 14 de abril de 1857. Seu primeiro romance, Uma Lágrima de Mulher, foi publicado em 1879. Em 1881 lançou O Mulato. Depois vieram, entre outros, Casa de Pensão (1884) e O Cortiço (1890). Em 1895 ingressou na diplomacia, abandonando a carreira literária. Morreu em Buenos Aires, na Argentina, onde servia como vice-cônsul do Brasil, em 21 de janeiro de 1913. É considerado o principal romancista do naturalismo brasileiro.
O CORTIÇO é um romance narrado em 3ª pessoa, com narrador ________________. A narrativa apresenta o discurso indireto livre, permitindo ao autor revelar o ________________ das personagens. 
 O romance é de nítido recorte sociológico, representando as relações entre o elemento português, que explora o Brasil em sua ânsia de enriquecimento, e o elemento brasileiro, apresentado como ________________ e vilmente explorado pelo português. A obra revela a aceitação de ideias filosóficas e científicas do tempo: a redução das criaturas ao nível animal (________________) é característica do Naturalismo e revela a influência das teorias da Biologia do século XIX (darwinismo, lamarquismo) e o ____________ (raça, meio e momento como elementos condicionadores do homem).
 O sexo é, em O Cortiço, força mais ________________ que a ambição e a cobiça. A supervalorização do sexo, típica de determinismo biológico e do Naturalismo, conduz Aluísio a focalizar formas de "patologia" sexual: "acanalhamento" das relações matrimoniais, adultério, prostituição, lesbianismo.
 Duas grandes qualidades devem ser observadas no estilo de O Cortiço: uma é a grande capacidade de representação visual do autor, a outra é a sua formidável habilidade para dar vida à ________________, ao grande grupo humano dos moradores do cortiço. De fato, vemos, no romance, essa coletividade pulsar, ocupando o lugar de ________________ central da obra.
PROGRAMAÇÃO DE LEITURA E EXERCÍCIOS
1ª Semana: capítulos I a VII e exercícios 1 a 9
2ª Semana: capítulos VIII a XIV e exercícios 10 a 18
3ª Semana: capítulos XV a XXIII e exercícios 19 a 19
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
“Ele [João Romão] propôs-lhe morarem juntos e ela [Bertoleza] concordou de braços abertos, feliz em meter-se de novo com um português, porque, como toda a cafuza, Bertoleza não queria sujeitar-se a negros e procurava instintivamente o homem numa raça superior à sua.” (cap. I)
1. A primeira personagem apresentada no romance é João Romão. Indique suas principais características.
 
2. Explique de que maneira se evidencia o determinismo de raça na relação entre João Romão e Bertoleza.
Justamente por essa ocasião vendeu-se também um sobrado que ficava à direita da venda [de João Romão], [...] Comprou-o um tal Miranda, negociante português, [...] mudar-se-ia ele para lá com a família, pois que a mulher, Dona Estela, senhora pretensiosa e com fumaças de nobreza, já não podia suportar a residência no centro da cidade, como também sua menina, a Zulmirinha, crescia muito pálida e precisava de largueza para enrijar e tomar corpo. 
Isto foi o que disse o Miranda aos colegas [...] (cap. I)
3. O motivo alegado publicamente por Miranda para mudar-se de casa eram verdadeiros? Justifique a partir de elementos do enredo. Comente ainda, como era o relacionamento de Miranda com a esposa e a filha.
4. Percebemos ao longo dos acontecimentos um embate entre o cortiço e o sobrado. Explique como isso adquire conotações sociais.
Noventa e cinco casinhas comportou a imensa estalagem. [...]
E, mal vagava uma das casinhas, ou um quarto, um canto onde coubesse um colchão, surgia uma nuvem de pretendentes a disputá-los. [...]
E naquela terra encharcada e fumegante, naquela umidade quente e lodosa, começou a minhocar, a esfervilhar, a crescer, um mundo, uma coisa viva, uma geração, que parecia brotar espontânea, ali mesmo, daquele lameiro, e multiplicar-se como larvas no esterco. (cap. I)
5. Explique se as imagens empregadas na descrição do desenvolvimento do cortiço são típicas do Naturalismo.
— Fui uma besta! [...]
Feliz e esperto era o João Romão! [...] Para esse é que era o Brasil! 
— Fui uma besta! repisava ele sem conseguir conformar-se com a felicidade do vendeiro. Que tenho de meu? 
Foi da supuração fétida destas ideias que se formou no coração vazio do Miranda um novo ideal — o título [de barão]. (cap. II)
​​​​​​​​​​​6. Por que Miranda se considera “uma besta” e considera João Romão esperto?
7. Em sua condição de imigrante, é positiva a ideia de Miranda a respeito do Brasil? Explique.
8. É muito evidente no texto o descontentamento de Miranda com sua vida pessoal. Considerando esse fato, o que significa para ele alcançar um título de nobreza?
9. São várias as personagens apresentadas nos primeiros capítulos da obra; algumas relacionadas ao sobrado e muitas ao cortiço. Indique a quem se referem as passagens abaixo:
a) Era um pobre-diabo caminhando para os setenta anos, antipático, [...] expressão de abutre, [...] comido de desilusões, cheio de hemorroidas, via-se totalmente sem recursos e vegetava à sombra do Miranda.
b) era a flor do cortiço.[...] Bonita, posto que enfermiça e nervosa [...] com uns modos de menina de boa família. A mãe não lhe permitia lavar, nem engomar.
c) atual amante de Rita Baiana, era um mulato pachola, delgado de corpo e ágil como um cabrito; [...]Era oficial de torneiro, oficial perito e vadio. 
d) Ocupava o pior canto do cortiço e andava sempre a fariscar os sobejos alheios, filando aqui, filando ali, pedindo a um e a outro, como um mendigo, [...] diziam todavia que tinha dinheiro aferrolhado.
Uma transformação, lenta e profunda, operava-se nele, dia a dia [...] A vida americana e a natureza do Brasil patenteavam-lhe agora aspectos imprevistos e sedutores que o comoviam; esquecia-se dos seus primitivos sonhos de ambição; para idealizar felicidades novas, picantes e violentas; [...] E assim, pouco a pouco, se foram reformando todos os seus hábitos singelos de aldeão português: e Jerônimo abrasileirou-se. (cap. IX)
10. Indique o tipo de determinismo evidenciado no fragmento e, considerando como e quando ocorreu o abrasileiramento de Jerônimo, explique o que o motivou.
11. Como agiu Piedade ao perceber as mudanças sofridas pelo marido? Também ela se abrasileirou? 
Bertoleza, [...] ao ver tanta gente reunida, gritou para seu homem: 
— Corre aqui, seu João, que não sei o que houve! 
Ele veio afinal. 
Que diabo era aquilo? 
— Venho entregar-lhe esta perdida! Seu caixeiro a cobriu, deve tomar conta dela!
12. Apresente os fatos relacionados à passagem acima e explique por que nessa ocasião o cortiço comporta-se como uma coletividade.
13. No episódio anterior, João Romão é solidário às moradoras do cortiço? Justifique.
[...] aquele taverneiro, na aparência tão humilde e tão miserável; aquele sovina [...] aquele animal que se alimentava pior que os cães, para pôr de parte tudo, tudo, que ganhava ou extorquia; aquele ente atrofiado pela cobiça e que parecia ter abdicado dos seus privilégios [...]; aquele desgraçado, que nunca jamais amara senão o dinheiro, invejava agora o Miranda. (cap. X)
14. Explique o motivo da inveja de João Romão.
Foi um forrobodó valente. A Rita Baiana [...] Nunca dançara com tanta graça e tamanha lubricidade! Também cantou. [...] era um arrulhar choroso de pomba no cio. E o Firmo, bêbedo de volúpia [...] Jerônimo não pôde conter-se. (cap. X)
15. Explique o que acontecerá entre Jerônimo e Firmo e de que modo isso envolve o cortiço.
Pombinha soltou um ai formidável e despertou sobressaltada, levando logo ambas as mãos ao meio do corpo. E feliz, e cheia de susto ao mesmo tempo, a rir e a chorar, sentiu o grito da puberdade sair-lhe afinal das entranhas, em uma onda vermelha e quente. (cap. XI)
16. Explique a importância do inícioda puberdade para Pombinha e indique os importantes fatos ocorridos com ela antes e depois desse evento.
Desde que o vizinho surgiu com o baronato, o vendeiro transformava-se por dentro e por fora a causar pasmo. (cap. XIII)
17. Quais foram as mudanças ocorridas com João Romão? Bertoleza acompanha o vendeiro?
O Botelho não faltou ao prometido: dias depois do contrato selado e assinado, João Romão recebeu uma carta do vizinho, solicitando-lhe a fineza de ir jantar com ele mais a família (cap. XIII)
18. Explique qual foi o contrato firmado entre João Romão e Botelho.
Rita, essa noite, recolhera-se aflita e assustada. [...] No intimo respeitava o capoeira; tinha-lhe medo. Amara-o a principio [...] mas desde que Jerônimo propendeu para ela, [...] o sangue da mestiça reclamou os seus direitos de apuração, e Rita preferiu no europeu o macho de raça superior. O cavouqueiro, pelo seu lado, cedendo às imposições mesológicas, enfarava a esposa, sua congênere, e queria a mulata. (cap. XV) 
19. Indique os dois condicionamentos presentes no fragmento e explicite o preconceito ligado a isso.
20. Explicite o motivo da aflição de Rita e comente os fatos ocorridos com ela, Jerônimo e Firmo após esse momento.
A Bruxa conseguira afinal realizar o seu sonho de louca. (cap. XVII) 
21. O que fez a Bruxa, qual momento ela escolheu para agir e de que maneira sua ação selará o destino de Libório e evidenciará o ciclo biológico do cortiço?
Zulmira aceitava-o para marido e Dona Estela ia marcar o dia do casamento. 
O diabo era a Bertoleza!...
22. Como Romão se livrará de Bertoleza?
23. Qual discurso aparece no final do fragmento?
GABARITO
1. João Romão é um imigrante português, trabalhador, grosseiro, movido pelo desejo de enriquecer. Para tanto, explora e rouba.
2. Por ser cafuza, Bertoleza se considera de uma raça superior à negra e inferior à branca. Por isso, ela tem uma grande admiração pelo português João Romão e fica feliz por dedicar a ele uma total subserviência.
3. Miranda flagrou a esposa cometendo adultério e, a partir de então, passaram a odiar-se. Como não tinha certeza de que Zulmira fosse sua filha, tratava a menina com indiferença. A mudança ocorreu porque ele desejava afastar Estela dos caixeiros de sua loja, pois percebia que ela poderia cometer novas infidelidades.
4. O sobrado de Miranda representa a classe privilegiada, enquanto o cortiço representa os pobres, cujo trabalho irá promover o enriquecimento do ambicioso João Romão.
5. A tendência ao rebaixamento e à animalização das pessoas é característica do Naturalismo. O narrador emprega imagens degradantes (lodo, lama, esterco) e reduz as pessoas ao mais repulsivo grau da escala animal (larvas).
6. Miranda, ganancioso, casou-se em troca de um dote, com o qual passou a sustentar sua casa comercial; por isso não podia separar-se da esposa adúltera. Romão não chegou a se casar e estava construindo um grande patrimônio, do qual poderia dispor com total liberdade.
7. Miranda não vê o Brasil como um lugar de trabalho construtivo, mas sim como um paraíso para os espertos, para aqueles cuja intenção fosse “fazer a América”, ou seja, enriquecer facilmente e sem qualquer escrúpulo.
8. Como se evidencia no fragmento, o título surge como um ideal capaz de preencher a vida tão frustrante de Miranda. Além disso, seria algo desvinculado do dote da esposa, portanto o mérito seria todo dele.
9. a) Botelho 		b) Pombinha
 c) Firmo d) Libório
10. O abrasileiramento de Jerônimo exemplifica o determinismo do meio e, em grande parte, foi motivado pela atração do português por Rita Baiana e seu envolvimento com tudo o que se relacionava a ela.
11. Piedade só recebia as influência do meio por fora e via com tristeza as mudanças ocorridas com Jerônimo, pois seu instinto feminino a prevenia de que logo ele também a deixaria, tal como abandonara os hábitos portugueses.
12. Marciana descobriu que sua filha Florinda engravidara de Domingos, caixeiro de João Romão. O cortiço, como um todo, tomou o partido da moça, exigindo que o rapaz casasse com ela. 
13. João Romão engana os moradores e ajuda Domingos a fugir. Inescrupuloso, não paga o que deve ao rapaz e nem entrega o dinheiro à Florinda, tal como disse a ele que faria.
14. João Romão inveja o título de barão alcançado pelo vizinho. Percebe, então, que Miranda usufrui do dinheiro, cerca-se de prazeres e alcança o respeito da sociedade, enquanto ele só se dedica ao trabalho, mora com uma escrava e convive com os pobres do cortiço.
15. Na disputa por Rita Baiana, Firmo e Jerônimo brigam; o narrador apresenta isso como o confronto entre duas raças e duas culturas. Os moradores do cortiço envolvem-se nesse episódio e depois, juntos, resistem à entrada da polícia, demonstrando um grande espírito de grupo.
16. A puberdade, iniciada um dia após o assédio sexual de Léonie, permitiria o casamento de Pombinha com seu noivo rico. Além disso, representou para ela o amadurecimento físico, intelectual e emocional. A jovem passou a enxergar a fraqueza dos homens e o poder que as mulheres exercem sobre eles.
17. “João Romão mandou fazer boas roupas, fez-se sócio de um clube de dança; começou a usar relógio e cadeia de ouro; ia ao teatro; já não se prestava muito a servir pessoalmente à negralhada da vizinhança, principiava a meter-se em altas especulações.
Bertoleza continuava a mesma crioula suja, atrapalhada de serviço; em nada absolutamente, participava das novas regalias do amigo.”
18. Por 20 contos de réis, Botelho propôs intermediar o casamente de Romão com Zulmira, filha de Miranda.
19. O condicionamento de raça, na preferência de Rita por Jerônimo e o de meio, na obsessão do cavouqueiro pela mulata. O preconceito presente é o racismo, observado na consideração de que o branco europeu é superior.
20. Jerônimo recuperou-se da navalhada e Rita imaginava que ele se envolveria em novo confronto com Firmo. O português assassina o capoeira e passa a primeira noite com a mulata, decidido a abandonar a esposa.
21. Depois de uma tentativa mal sucedida, a cabocla Paula, conhecida por Bruxa, conseguiu por fogo no cortiço, o qual tem assim seu ciclo biológico completado: nascimento, crescimento e morte. Ela escolheu o momento em que os Carapicus (moradores do cortiço de João Romão) brigavam com os Cabeça-de-Gato (cortiço adversário, localizado na vizinhança). Nessa ocasião, o vendeiro percebe a aflição de Libório e rouba deste as garrafas em que o velho escondia dinheiro, levando este à morte.
22. Bertoleza tornou-se um empecilho para os planos de casamento do ex-vendeiro, por isso ele a denunciou aos filhos de seu antigo dono e a crioula, para não voltar a ser escrava, suicidou-se. A atitude de João Romão em relação à mulher que foi sua amante, serviu-o incansavelmente e o ajudou a enriquecer, ilustra a frase do filósofo inglês Thomas Hobbes: “o homem é o lobo do próprio homem”.
23. O último período corresponde a uma exclamação de João Romão. Como o narrador a incorporou ao seu discurso, sem indicar explicitamente a atribuição à personagem, trata-se de discurso indireto livre.
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zoomorfismo 	multidão degradante personagem 
pensamento	inferior onisciente determinismo

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