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UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA CAMPUS DE JOAÇABA PRÓ-REITORIA DE ENSINO ÁREA DAS CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA ELEMENTOS DE MÁQUINAS III Prof. Douglas Roberto Zaions, MSc. Joaçaba, 27 de Julho de 2016 UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA CAMPUS DE JOAÇABA PRÓ-REITORIA DE ENSINO ÁREA DAS CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA Componte curricular de ELEMENTOS DE MÁQUINAS III Prof. Douglas Roberto Zaions, MSc. Joaçaba, 27 de Julho de 2016 Este material foi elaborado para a disciplina de Elementos de Máquinas III do curso de Engenharia Mecânica oferecido pela Universidade do Oeste de Santa Catarina Campus de Joaçaba O trabalho apresenta citações dos autores pesquisados e referências bibliográficas, constituindo-se em uma ótima fonte para aprofundamento do conhecimento sobre elementos de máquinas. O presente trabalho abrange o programa da disciplina de Elementos de Máquinas III do Curso de Engenharia Mecânica da Universidade do Oeste de Santa Catarina – UNOESC - Campus de Joaçaba. No mesmo são tratados assuntos como: “Engrenagens cilíndricas: análise cinemática e dimensionamento. Engrenagens coroa-parafuso sem fim.. Tem a finalidade de proporcionar aos acadêmicos o conteúdo básico do componente curricular, com o intuito de melhorar o aproveitamento dos mesmos. Qualquer sugestão com referência ao presente trabalho, serão aguardadas, pois assim poderei melhorá-lo com futuras modificações. Prof. Eng. Douglas Roberto Zaions DOUGLAS ROBERTO ZAIONS Engenheiro Mecânico formado pela Universidade Federal de Santa Maria em 1993. Em 1994 iniciou o curso de especialização em Engenharia Mecânica na Universidade Federal de Santa Catarina obtendo o grau de Especialista em Engenharia Mecânica. Em 2003 concluiu o curso de Mestrado em Engenharia de Produção na Universidade Federal do Rio Grande do Sul na área de concentração de Gerência, desenvolvendo o trabalho intitulado Consolidação da Metodologia da Manutenção Centrada em Confiabilidade em uma Planta de Celulose e Papel. Foi Coordenador do Curso de Engenharia de Produção Mecânica de março/2000 até março/2006 e do Curso de Tecnologia em Processos Industriais – Modalidade Eletromecânica de março/2000 até Junho/2002 da UNOESC – Joaçaba. Conselheiro Estadual e membro da Câmara Especializada de Engenharia Industrial do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado de Santa Catarina, CREA – SC no período de janeiro de 2001 até dezembro de 2003. Também foi Diretor do CREA – SC no período de janeiro de 2002 até dezembro de 2002. Doze anos de docência em cursos técnicos, tecnológicos, engenharia e especialização na área mecânica. Professor de várias disciplinas da área de projetos nos cursos Técnico em Mecânica e Eletromecânica do SENAI – CET Joaçaba. É Professor do curso de Engenharia de Produção Mecânica da UNOESC – Joaçaba onde atua nas disciplinas de Resistência dos Materiais, Elementos de Máquinas, Mecanismos, Processos de Usinagem e Comando Numérico, Pesquisa Operacional, Projeto de Máquinas e Manutenção Mecânica. É também pesquisador nas áreas de Projeto e Manutenção Industrial. Professor dos cursos de Especialização em Engenharia de Manutenção Industrial e Gestão da Produção da Universidade do Oeste de Santa Catarina ministrando respectivamente a disciplina de Manutenção de Elementos de Máquinas e Gestão da Manutenção. No curso de Especialização em Projetos de Sistemas Mecânicos atua nas disciplinas de Metodologia de Projeto de Sistemas Mecânicos e Projeto para a Confiabilidade e Mantenabilidade. É perito técnico judicial, desenvolvendo trabalhos nas áreas automotiva e industrial na busca de causa raiz de falhas. Contato: Universidade do Oeste de Santa Catarina – Campus de Joaçaba e-mail: douglas.zaions@unoesc.edu.br Fone/Fax: (49) 3551 – 2000 ramal 2035 UNOESC – Curso de Engenharia de Produção Mecânica 5 Prof. Douglas Roberto Zaions ÍNDICE 1 MECANISMOS DE CONTATO DIRETO .......................................................................................... 8 1.1 RAZÃO DE VELOCIDADE ANGULAR EM MECANISMOS DE CONTATO DIRETO ...................................... 8 2 ENGRENAGENS .................................................................................................................................. 12 2.1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 12 2.2 PERFIL DOS DENTES DAS ENGRENAGENS ........................................................................................ 15 2.2.1 Perfil Cicloidal ..................................................................................................................... 15 2.2.2 Perfil Evolvental .................................................................................................................. 18 2.3 LEI GERAL DO ENGRENAMENTO .................................................................................................... 21 2.4 ENGRENAMENTO DE DUAS EVOLVENTES ........................................................................................ 22 2.5 DESLIZAMENTO ESPECÍFICO ........................................................................................................... 26 3 ENGRENAGEM CILÍNDRICA DE DENTES RETOS .................................................................... 29 3.1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 29 3.2 SIMBOLOS PRINCIPAIS DAS ENGRENAGENS CILÍNDRICAS DE DENTES RETOS ................................... 32 3.3 ESPESSURA DO DENTADO ............................................................................................................... 37 3.4 FOLGA NO FLANCO DOS DENTES ..................................................................................................... 39 3.5 ARCO ÚTIL DO PERFIL DO DENTE .................................................................................................. 42 3.6 CREMALHEIRA ............................................................................................................................... 44 3.7 INTERFERÊNCIA .............................................................................................................................. 45 3.7.1 Interferência de fabricação com a cremalheira ferramenta ................................................ 48 3.8 GRAU DE RECOBRIMENTO .............................................................................................................. 49 3.9 MECÂNISMO GEOMÉTRICO DE CORREÇÃO DE ENGRENAGENS CILÍNDRICAS DE DENTES RETOS .... 52 3.9.1 Correção de Engrenagens Cilíndricas de Dentes Retos Externos ....................................... 56 3.9.2 Correção de Engrenagens Cilíndricas de Dentes Retos Internos ........................................ 56 3.9.3 Tipos de Engrenamentos ...................................................................................................... 57 3.9.4 Engrenamento V (vê) ........................................................................................................... 61 3.10 EMPREGO DA CORREÇÃO PARA EVITAR A INTERFERÊNCIA ............................................................ 67 3.11 CRITÉRIO DE CORREÇÃO DE HENRIOT ........................................................................................... 68 3.11.1 Distância entre centros NÃO IMPOSTA .............................................................................. 69 3.11.2 Distância entre centrosIMPOSTA ....................................................................................... 70 4 ENGRENAGEM CILÍNDRICA DE DENTES HELICOIDAIS ...................................................... 71 4.1 CURVA HELICOIDAL ....................................................................................................................... 71 4.2 ENGRENAGENS ESCALONADAS ...................................................................................................... 72 4.3 ENGRENAGEM COM DENTADO HELICOIDAL .................................................................................... 73 4.4 PROPRIEDADES FUNDAMENTAIS E SUAS RELAÇÕES ....................................................................... 74 4.5 CREMALHEIRA HELICOIDAL ........................................................................................................... 76 4.6 VOCABULÁRIO E RELAÇÕES FUNDAMENTAIS................................................................................. 77 4.7 PROPORÇÕES DO DENTADO NORMAL .............................................................................................. 79 Elementos de Máquinas III 6 4.7.1 Engrenagens cilíndricas de dentes helicoidais externos ...................................................... 79 4.7.2 Engrenagens cilíndricas de dentes helicoidais internos ...................................................... 80 4.8 NÚMERO DE DENTES IMAGINÁRIOS DE UM DENTADO HELICOIDAL - RODA VIRTUAL ..................... 80 4.9 INTERFERÊNCIA .............................................................................................................................. 81 4.10 GRAU DE RECOBRIMENTO .............................................................................................................. 82 4.11 MECANISMO GEOMÉTRICO DE CORREÇÃO DE ENGRENAGENS CILÍNDRICAS DE DENTES HELICOIDAIS ..................................................................................................................................................... 83 4.11.1 Engrenagens Cilíndricas de Dentes Helicoidais Externos................................................... 83 4.11.2 Engrenagens Cilíndricas de Dentes Helicoidais internos .................................................... 83 4.12 TIPOS DE ENGRENAMENTOS ............................................................................................................ 84 4.12.1 Engrenamento “V0” (Vê zero) ............................................................................................. 84 4.12.2 Engrenamento “V” (vê) ....................................................................................................... 85 4.13 REBAIXAMENTO DA ALTURA DO DENTE ......................................................................................... 87 4.14 EMPREGO DA CORREÇÃO PARA EVITAR A INTERFERÊNCIA DE FABRICAÇÃO ................................... 87 4.15 CRITÉRIO DE CORREÇÃO DE HENRIOT ........................................................................................... 87 4.15.1 Distância entre centros NÃO IMPOSTA .............................................................................. 89 4.15.2 Distância entre centros IMPOSTA ....................................................................................... 89 5 TRENS DE ENGRENAGENS ............................................................................................................. 91 5.1 GENERALIDADES ............................................................................................................................ 91 5.2 ESCOLHA DA RELAÇÃO DE TRANSMISSÃO ..................................................................................... 92 6 DIMENSIONAMENTO DE ENGRENAGENS CILÍNDRICAS ..................................................... 94 6.1 EQUAÇÃO DE FLEXÃO DE LEWIS .................................................................................................... 94 6.1.1 Efeitos dinâmicos ................................................................................................................. 96 6.2 DURABILIDADE SUPERFICIAL ......................................................................................................... 98 6.3 DIMENSIONAMENTO DE ENGRENAGENS CILÍNDRICAS DE DENTES RETOS PELO CRITÉRIO DA RESISTÊNCIA A FLEXÃO UTILIZANDO A METODOLOGIA DA AGMA ................................................................ 100 6.3.1 Tensões de Flexão .............................................................................................................. 100 6.3.2 Resistência a Fadiga por Flexão ....................................................................................... 101 6.3.3 Tensão admissível .............................................................................................................. 102 6.3.4 Fator de Vida YN (KN) ........................................................................................................ 104 6.3.5 Fator de Temperatura Yθ (KT) ............................................................................................ 104 6.3.6 Fator de Confiabilidade YZ (KR) ........................................................................................ 104 6.3.7 Fator Geométrico de Resistência a Flexão YJ (J) .............................................................. 105 6.3.8 Fator Dinâmico Kv ............................................................................................................. 106 6.3.9 Fator de Sobrecarga Ko ..................................................................................................... 108 6.3.10 Fator de Tamanho Ks .............................................................................................................. 108 6.3.11 Fator de Distribuição de Carga KH (Km) ........................................................................... 108 6.3.12 Fator de Espessura de Borda KB ....................................................................................... 110 6.4 DIMENSIONAMENTO DE ENGRENAGENS CILÍNDRICAS DE DENTES RETOS PELO CRITÉRIO DO DESGASTE UTILIZANDO A METODOLOGIA DA AGMA ..................................................................................... 111 UNOESC – Curso de Engenharia de Produção Mecânica 7 Prof. Douglas Roberto Zaions 6.4.1 Tensões de Contato ............................................................................................................ 112 6.4.2 Resistência a Fadiga Superficial........................................................................................ 112 6.4.3 Tensão Admissível de Contato ........................................................................................... 113 6.4.4 Fator de vida ZN (CL) ......................................................................................................... 115 6.4.5 Fator Razão de Dureza ZW (CH) ......................................................................................... 115 6.4.6 Fator de Temperatura Yθ (KT) ............................................................................................ 116 6.4.7 Fator de Confiabilidade YZ (KR) ........................................................................................ 116 6.4.8 Fator Dinâmico Kv ............................................................................................................. 117 6.4.9 Fator de Sobrecarga Ko ..................................................................................................... 118 6.4.10 Fator de Tamanho Ks .............................................................................................................. 119 6.4.11 Fator de Distribuição de Carga KH (Km) ........................................................................... 119 6.4.12 Fator de Acabamento Superficial ZR (Cf) ...........................................................................121 6.4.13 Fator Geométrico de Resistência Superficial ZI (I) ........................................................... 121 6.4.14 Coeficiente Elástico ZE (Cp) ............................................................................................... 122 7 TRANSMISSÃO POR ENGRENAGEM COROA E PARAFUSO SEM-FIM ............................. 124 7.1 PROPRIEDADES ............................................................................................................................. 124 7.2 UTILIZAÇÃO E DADOS FUNCIONAIS ............................................................................................... 125 7.3 ELEMENTOS TECNOLÓGICOS ........................................................................................................ 125 7.4 FUNCIONAMENTO DA ENGRENAGEM COROA E PARAFUSO SEM-FIM .............................................. 127 7.5 RELAÇÕES GEOMÉTRICAS DA TRANSMISSÃO POR ENGRENAGEM COROA E PARAFUSO SEM-FIM .... 128 7.6 REVERSIBILIDADE E IRREVERSIBILIDADE DE UMA TRANSMISSÃO POR ENGRENAGEM COROA E PARAFUSO SEM-FIM ......................................................................................................................................... 130 7.7 DIMENSIONAMENTO DA TRANSMISSÃO ENGRENAGEM COROA E PARAFUSO SEM-FIM ................... 131 7.7.1 Torque no eixo do parafuso sem-fim .................................................................................. 131 7.7.2 Relação de transmissão...................................................................................................... 131 7.7.3 Fixação do número de entradas (filetes) do parafuso sem-fim .......................................... 132 7.7.4 Distância entre centros ...................................................................................................... 132 7.7.5 Materiais utilizados para a engrenagem coroa e parafuso sem-fim .................................. 133 7.7.6 Tensão de contato ou pressão de contato .......................................................................... 134 7.7.7 Características básicas da transmissão engrenagem coroa e parafuso sem-fim ............... 135 7.7.8 Rendimento da transmissão engrenagem coroa e parafuso sem-fim ................................. 135 7.7.9 Velocidade periférica da engrenagem coroa ..................................................................... 136 7.7.10 Velocidade de deslizamento entre engrenagem coroa e parafuso sem-fim ........................ 136 7.7.11 Tensão desenvolvida na engrenagem coroa ...................................................................... 137 7.7.12 Largura da engrenagem coroa .......................................................................................... 138 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................................. 150 Elementos de Máquinas III 8 1 MECANISMOS DE CONTATO DIRETO A Figura 1.1 e Figura 1.2 ilustram alguns mecanismos de contato direto que serão abordados nesta disciplina. (a) (b) (c) Figura 1.1 - Mecanismos de contato direto: (a) Came bidimencional; (b) Came tridimensional; (c) Trem de Engrenagens Figura 1.2 - Mecanismos de contato direto: (a) Tipos de Engrenagens 1.1 RAZÃO DE VELOCIDADE ANGULAR EM MECANISMOS DE CONTATO DIRETO No estudo de mecanismos é necessário investigar o método pelo qual o movimento pode ser transmitido de um membro para outro. Pode-se transmitir movimento de três maneiras: (a) contato direto entre dois corpos tal como entre um excêntrico e um seguidor ou entre duas engrenagens, (b) através de um elemento intermediário ou uma biela e (c) por uma ligarão flexível, como uma correia ou uma corrente. Pode-se determinar a razão de velocidades angulares para o caso de dois corpos em contato. A Figura 1.3 mostra a came 2 e o seguidor 3 UNOESC – Curso de Engenharia de Produção Mecânica 9 Prof. Douglas Roberto Zaions em contato no ponto P. A came gira no sentido horário e a velocidade do ponto P considerado como um ponto da peça 2 é representada pelo vetor PM. A linha NN' é a normal as duas superfícies no ponto P e é conhecida por normal comum, linha de transmissão ou linha de ação. A tangente comum é representada por TT'. 0 vetor PM2 é decomposto em duas componentes Pn ao longo da normal comum e Pt2, ao longo da tangente comum. A came e o seguidor são corpos rigidos e devem permanecer em contato, por isso, a componente da velocidade de P, considerado como um ponto da peça 3, deve ser igual componente normal da velocidade de P considerado como pertencente a peça 2. Portanto, conhecendo-se a direção do vetor velocidade P como pertencente a peça 3 e sabendo-se que ela é perpendicular ao raio O,P e conhecendo-se também sua componente normal, é possível a determinação do vetor velocidade PM3, conforme mostrado na Figura 1.3. A partir desse vetor, pode-se determinar a velocidade angular do seguidor através da relação V =Rω onde V é a velocidade linear de um ponto que se move ao longo de uma trajetória de raio R e ω é a velocidade angular do raio R. Figura 1.3 - Relação de Velocidade angular em mecanismo de contato direto Nos mecanismos em que há contato direto, é necessário determinar-se a velocidade de deslizamento. Da Figura 1.3 pode-se ver que a velocidade de deslizamento é a diferença vetorial entre as componentes tangenciais das velocidades dos pontos em contato. Esta diferença é dada pela distancia t2 t3, porque a componente Pt3 tem direção contraria a de Pt2. Se t2 e t3 estiverem do mesmo lado de P, a velocidade relativa será dada pela diferença dos segmentos Pt3 e Pt2. Se o ponto de contato estiver na linha de centros, os vetores PM2 e PM3 serão iguais e, em conseqüência, terão a mesma direção. Portanto, as componentes tangenciais serão iguais e a velocidade de deslizamento será nula. As duas peças terão portanto um Elementos de Máquinas III 10 movimento de rolamento puro. Assim pode-se dizer que a condição para que exista rolamento puro é que o ponto de contato permaneça sobre a linha de centros. Para o mecanismo da Figura 1.3 o movimento entre a came e o seguidor será uma combinação de rolamento e deslizamento. O rolamento puro somente poderá correr quando o ponto de contato P cair sobre a linha de centros. Enquanto, o contato nesse ponto poderá não ser possível devido as proporções do mecanismo. Não poderá ocorrer deslizamento puro entre a came 2 e o seguidor 3. Para tal acontecer, um ponto de uma das peças, dentro dos limites de seu curso, deve entrar em contato com todos os pontos sucessivos da superfície ativa da outra peça. É possível se determinar uma relação de modo que a razão de velocidades angulares de duas peças em contato direto possa ser calculada sem a necessidade da construção geométrica delineada acima. A partir dos centros O2 e O3 baixam-se perpendiculares à normal comum cruzando-a nos pontos e f, respectivamente. As seguintes relações são obtidas da Figura 1.3: 2 2 3 3 2 3 3 3 3 2 2 2 :log e PM PO PO PM o PO PM PO PM ⋅= == ω ω ωω como os triângulos PM2n e O2Pe são semelhantes, eO Pn PO PM 22 2 = Também como os triângulos PM3n e O3Pe são semelhantes, fO Pn PO PM 33 3 = Assim, fO eO Pn eO fO Pn 3 22 32 3 =×= ω ω UNOESC – Curso de Engenharia de Produção Mecânica 11 Prof. Douglas Roberto Zaions KO KO fO eO 3 2 3 2 2 3 == ω ω Assim, para um par de superfícies curvas em contato direto, as velocidades angulares são inversamente proporcionais aos segmentos determinados na linha centrospor sua interseção com a normal comum. Conclui-se então que para uma razão de velocidades angulares constante a normal comum deve cruzar a linha de centros em um ponto fixo. Elementos de Máquinas III 12 2 ENGRENAGENS 2.1 INTRODUÇÃO A norma NBR 6174 define engrenagem como todo elemento mecânico denteado de forma constante, destinado a transmitir, movimento e/ou receber movimento de um outro elemento mecânico denteado também de forma constante, pela ação dos dentes em contato sucessivos. As engrenagens são usadas para transmitir torque e velocidade angular em uma grande variedade de aplicações mecânicas. Permitem a redução ou o aumento do torque com perdas muito pequenas de energia, e aumento ou redução de velocidades angulares sem nenhuma perda. Baseada nas superfícies básicas usadas para a transmissão do movimento, as engrenagens podem ser divididas em: (i) Engrenagens cilíndricas; (ii) Engrenagens cônicas; e (iii) Engrenagens hiperbolóidicas. Na transmissão de movimentos deve-se também considerar as Engrenagens coroa e sem-fim. A Figura 2.1 a) e b) ilustra engrenagens cilíndricas de dentes retos externos e internos respectivamente. As engrenagens cilíndricas de dentes retos externos são geralmente utilizadas em transmissões que necessitam mudanças de engrenagens em serviço pois são fáceis de engatar. São preferencialmente usadas em transmissões de baixa rotação ao invés de alta devido ao ruído que produzem. As engrenagens cilíndricas com dentes internos são usadas em transmissões planetárias e transmissões finais de máquinas pesadas e são bastante utilizadas para melhor aproveitamento do espaço. Apresentam rendimento em torno de 98 a 99 %. As engrenagens cilíndricas com dentes helicoidais são empregadas em escala um pouco menor que as engrenagens com dentes retos, e podem ser montadas além dos eixos paralelos (Figura 2.1-d), com eixos reversos(Figura 2.3-a). Possuem rendimento de 96 a 99%. São menos ruidosas, possuem melhor capacidade de carga e são usadas em velocidades mais elevadas. Transmitem esforços axiais ao eixo em virtude da inclinação do dente. Para evitar UNOESC – Curso de Engenharia de Produção Mecânica 13 Prof. Douglas Roberto Zaions este inconveniente usa-se as rodas helicoidais duplas (Figura 2.1-e) ou espinha de peixe (Figura 2.1-f). Figura 2.1 – Engrenagens cilíndricas. Fonte: Niemann: 1971 Figura 2.2 – Engrenagens Cônicas Fonte: Niemann: 1971 As engrenagens cônicas são utilizadas para transmissão de movimento entre eixos concorrentes e apresentam elevada capacidade de carga. Exigem precisão de montagem e Elementos de Máquinas III 14 transmitem esforços axiais aos eixos. Podem ser de dentes retos(Figura 2.2-a), dentes helicoidais(Figura 2.2-b) ou dentes curvos(Figura 2.2-c) Para elevadas velocidade é necessário o uso de dentes curvos. A Zerol é uma cônica de dentes curvos fabricada pela Gleason. Rendimento de 98%. Segundo Niemann (1971), as engrenagens cônicas são empregadas para relações de transmissão (multiplicação) até 6 e para relações de multiplicação acima de 1,2, são em geral mais caras que as engrenagens cilíndricas. Figura 2.3 – Engrenagens: a) helicoidal, b) coroa sem-fim Fonte: Niemann: 1971 As engrenagens coroa sem-fim (Figura 2.3-b) apresentam a vantagem de oferecer grandes reduções e de podem ser utilizadas para controle preciso de movimento circular de algum elemento, como por exemplo uma mesa divisora. Seu rendimento é baixo e varia de 45 a 97%, sendo portanto grande parte da potência transformada em calor, necessitando-se muitas vezes de aletas de refrigeração ou mesmo de radiador com ventilador para resfriamento da unidade. A capacidade de redução pode ser de até 60 ( com limite extremo de 100). Amortecem vibrações e são menos ruidosas que as reduções com outros tipos de engrenagens. As engrenagens cilíndricas com dentes helicoidais cruzados (Figura 2.3-a), são utilizadas para eixos reversos para uma pequena distância entre eixos, para cargas pequenas e relações de transmissão de 1 a 5 aproximadamente (NIEMANN, 1971). As engrenagens hiperbolóidicas (Figura 2.4) são utilizadas para transmissão de movimento entre eixos reversos e possuem elevada capacidade de carga. São muito utilizadas em tratores e veículos automotores em geral em diferenciais onde é essencial a questão da altura do eixo propulsor. Os principais tipos, Hipóide e Palóide, correspondem aos fabricantes Gleason (USA) e Klingelnberg (Alemanha) respectivamente. Exigem grande precisão de montagem e apresentam rendimento da ordem de 98%. UNOESC – Curso de Engenharia de Produção Mecânica 15 Prof. Douglas Roberto Zaions Figura 2.4 – Engrenagem hipóide Fonte: Niemann: 1971 2.2 PERFIL DOS DENTES DAS ENGRENAGENS 2.2.1 Perfil Cicloidal O perfil cicloidal, mais utilizado antigamente, é hoje utilizado apenas em relojoarias e pequenos mecanismos, devido o seu baixo atrito. Outra característica interessante é a possibilidade de obter pinhões com reduzido número de dentes. Apesar destas vantagens, há uma série de desvantagens que fazem com que não sejam mais utilizados. A ciclóide é uma curva descrita pelo ponto de uma circunferência que rola sem deslizamentos sobre uma reta. Seja a circunferência de centro em “O” e de raio “R” que rola sem deslizamento sobre a reta “AB”, conforme Figura 2.5. Figura 2.5 - Geração de uma ciclóide. Se a circunferência de raio “R” e centro “O” rolar sem deslizamento sobre outra circunferência, a curva descrita pelo ponto “P” será uma “epiciclóide”, conforme mostra a Figura 2.6. Elementos de Máquinas III 16 Figura 2.6 - Geração de uma epiciclóide Se a circunferência rolar sem deslizamento, internamente, a uma circunferência, a curva descrita por um ponto “P” traçará uma “hipociclóide”, conforme mostra a Figura 2.7. Figura 2.7 - Geração de uma hipociclóide A Figura 2.8 ilustra a maneira de como é gerado o perfil de uma engrenagem epicicloidal. Primeiramente, traça-se os círculos C1 e C2 com centros O1 e O2 respectivamente. Após usa-se agora os roletes R1 e R2 que irão rolar, sem deslizamento, para traçar as curvas do perfil da seguinte forma: (i) - Rolamento de R sobre o círculo Primitivo C1 Fazendo rolar R1 sem deslizamento sobre o interior de C1 o ponto descreve um arco de hipociclóide IP1,que é o flanco do pé do perfil P1. Fazendo rolar R2 sem deslizamento sobre o exterior do C1 e o ponto descreve um arco de epiciclóide IS1, que vem a ser o flanco de cabeça do perfil P1. UNOESC – Curso de Engenharia de Produção Mecânica 17 Prof. Douglas Roberto Zaions (ii) - Rolamento de R sobre o círculo Primitivo C2 Fazemos rolar R2 sem deslizamento sobre o interior do C2 e o ponto descreve um arco de hipociclóide IP2, formando o flanco do pé do perfil P2. Fazemos rolar R1 sem deslizamento sobre o exterior círculo primitivo C2 e o ponto descreve um arco de epiciclóide IS2 formando o flanco de cabeça do perfil P2 O1 R1 C1 P1 S2 P2 C2 R2 S1 O2 I Figura 2.8 - Geração de uma engrenagem epicicloidal Para obtenção de engrenagens intercambiáveis é necessário ter-se o mesmo rolete para todas as rodas. O valor, geralmente usado para o diâmetro dos roletes R1 e R2 é igual a 5,5m, onde “m” é o módulo que representa o diâmetro do círculo primitivo dividido pelo número de dentes. Nas engrenagens epicicloidais, a linha de ação (onde a força é transmitida) esta sobre os arcos pertencentes aos círculos R1 e R2 e como apresenta uma forma curva e, uma vez que as normais aos perfis devem passar por I, chegamos a conclusão que a orientação será variável. Desta maneira, a força transmitida varia em direção e intensidade, resultando um engrenamentocom movimentos bruscos e sujeito a vibração. Uma outra desvantagens dos dentes epicicloidais esta associado ao fato de que os perfis P1 e P2 são determinados com os dois círculos primitivos C1 e C2 bem definidos. A distância entre centros deve ser rigorosamente igual à soma dos raios destes dois círculos, do contrário, o engrenamento é defeituoso. Elementos de Máquinas III 18 Também, devido ao ponto de inflexão em I as engrenagens epicicloidais são de difícil usinagem. 2.2.2 Perfil Evolvental A grande maioria das engrenagens, salvo casos muito particulares, é confeccionada com perfil evolvental. Comparando ao perfil cicloidal, essa curva apresenta as seguintes vantagens: (i) Usinagem com ferramentas mais simples; (ii) A relação de velocidades angulares entre duas rodas não varia com uma variação da distância entre centros; (iii) Facilidade da obtenção de rodas corrigidas; (iv) A direção da força entre os dentes permanece invariável; A evolvente é a curva gerada por um ponto de uma corda que se desenrola de um círculo. O termo exato seria evolvente de círculo, conforme a Figura 2.9. P Figura 2.9 - Geração da curva evolvente Consideremos, agora, duas circunferências de centros 01 e 02 que estão ligados por uma corda, conforme a Figura 2.10, sendo a corda possuidora de um ponto P. Coloca-se, inicialmente, o ponto P sobre B2 e faz-se a roda 2 girar no sentido horário. Desta maneira o ponto P descreverá uma evolvente EV2 sobre a roda 2 e uma evolvente EV1 sobre a roda 1. Pode-se notar que o ponto P será de tangência das duas evolventes. UNOESC – Curso de Engenharia de Produção Mecânica 19 Prof. Douglas Roberto Zaions O1 O2 B2 B1 P Ev2 Ev1 Figura 2.10 - Geração de 2 evolventes com uma corda Faz-se, agora, um círculo transmitir movimento ao outro pelos perfis de evolvente. O contato será sempre no ponto P que se deslocará sobre a reta tangente às circunferências (reta de ação). A fim de caracterizar a terminologia, apresenta-se a geração da curva evolvente na Figura 2.11. Define-se: a) Circunferência de Base - É aquela circunferência sobre a qual rola a reta que contém o ponto, geratriz da evolvente. b) Raio de Base - É o raio da circunferência de base. c) Reta Geratriz - É a reta que rola, sem deslizamento, sobre a circunferência de base e contém o ponto P, gerador da evolvente. d) Raio Vetor - É o que une um ponto genérico P da evolvente com o centro da circunferência de base. e) Ângulo de Incidência, ααααp - É o ângulo formado pelo raio vetor e o raio que passa pelo ponto de tangência da reta geratriz com a circunferência de base. Elementos de Máquinas III 20 y x P A B C βp αp rb O ρp Figura 2.11 - Elementos na geração de uma evolvente A partir da Figura 2.11 podemos demonstrar as seguintes propriedades: (i) Qualquer geratriz da evolvente é tangente ao círculo base; (ii) O segmento da geratriz entre o ponto gerador P, e o ponto de tangência C, é o raio da evolvente no ponto P; (iii) A tangente à evolvente é normal à geratriz correspondente; (iv) O arco AC é igual ao segmento CP (lembrar da corda que se desenrola do cilindro); (v) O raio da evolvente na origem A é nulo; e (vi) A direção da evolvente na origem é a do raio correspondente, do círculo de base. A função evolvente pode ser deduzida a partir da Figura 2.11 onde pode-se escrever: ppb rr αcos⋅= ∩∩∩ =+ ACBCAB Pela propriedade (d), da evolvente: CPAC = ∩ o que resulta então: CPBCAB =+ ∩∩ Dividindo a última expressão acima por br tem-se bbb r CP r BC r AB =+ ∩∩ que resulta em: ppp ααβ tan=/+ pppp Evαααβ =−= tan Tem-se, então, βp como função de αp, e chamamos esta função de função evolvente, e ela apresenta grande importância no estudo de engrenagens. Seu valor se acha tabelado em grande parte dos livros que abordam engrenagens. As coordenadas x e y do ponto P da Figura 2.11 são: UNOESC – Curso de Engenharia de Produção Mecânica 21 Prof. Douglas Roberto Zaions ( ) −−++⋅= pppppbrx βαpiραβ 2coscos e ( ) −−++⋅= pppppb sensenry βαpiραβ 2 Fazendo αp + βp = γp pode-se escrever: ( )pppb senrx γγγ ⋅+⋅= cos e ( )pppb senry γγγ cos⋅−⋅= Também podemos escrever: αρ tgrb ⋅= 2.3 LEI GERAL DO ENGRENAMENTO A Figura 2.12 ilustra uma posição instantânea de um engrenamento. As peças giram nos centros O1 e O2. Seja, ainda P, o ponto de contato dos dois perfis. A reta n corresponde a normal comum as duas superfícies (reta de ação) Sabemos baseados no estudo das velocidades angulares, que a relação de velocidades angulares 2 1 ω ω depende da posição do ponto K que é definido pelo encontro da reta normal comum NN´ com a linha de centros das duas peças (Dúvidas consultar o anexo 1). O1 O2 r1 P T N ´ r2 T ´ N K Figura 2.12 - Lei geral do engrenamento. As superfícies 1 e 2 estão em contato pelo ponto P. A normal comum é NN´ e a tangente comum é TT´. Pode-se escrever, então, que a relação entre as velocidades angulares 1 e 2 é: Elementos de Máquinas III 22 KO KO 1 2 2 1 = ω ω onde O2K representa o raio primitivo r2 e O1K representa o raio primitivo r1 ou seja o raio das circunferências que passam em K. Podemos resumir estas propriedades, assim: a) Existe uma relação de velocidade 2 1 ω ω , inversamente proporcional aos segmentos que o ponto K determina no segmento O1 e O2. 1 2 1 2 2 1 r r KO KO == ω ω b) Para que a relação de velocidades angulares permaneça constante é necessário que o ponto K permaneça fixo. 2.4 ENGRENAMENTO DE DUAS EVOLVENTES Consideremos os corpos da figura 26 , que engrenam com seus perfis evolvente e dispõem de movimentos de rotação em torno de O1 e O2. Os círculos de base para as evolventes 1 e 2 são também centros em O1 e O2. Seja P o ponto de contato das duas evolventes. A normal comum aos perfis de evolventes deve cortar a linha entre centros em um ponto fixo K. UNOESC – Curso de Engenharia de Produção Mecânica 23 Prof. Douglas Roberto Zaions O1 O2 r1 α T N ´ r2 T ´ N K rb2 rb1 α w2 w1 Figura 2.13 - Engrenamento de duas evolventes A reta NN´, constituída por retas tangentes ao círculo de base e perpendicular ao perfil da evolvente. Então, a reta NN´ é uma linha que tangência os círculos de base e passa em K. Logo é uma reta fixa e, é chamada “Reta de ação”. A reta de ação é o lugar geométrico dos pontos de contato das duas superfícies. Sobre o ponto K a velocidade tangencial é a mesma. 2211 rrV ⋅=⋅= ωω Estas circunferências com raios r1 e r2 são chamadas de “circunferências primitivas” e apresentam grande importância. Vão gerar o diâmetro primitivo. Ao ponto K chamamos “Ponto Primitivo”. Desprezando-se o atrito, a força exercida por uma evolvente sobre a outra tem a direção normal à superfície em cada ponto. Portanto, a força tem direção da reta de ação. Ao ângulo formado entre a normal ao segmento que une os centros e a reta de ação, denomina-se “ângulo de pressão”. Vejamos, agora, o que acontece se a distância entre centros variar. Inicialmente para a distância entre centros O1 O2 temos: 2211 rrV ⋅=⋅= ωω Elementos de Máquinas III 24 por ser a velocidade tangencial a mesma sobre o círculo primitivo. Pela Figura 2.13, tem-se que: αcos11 ⋅= rrb e αcos22 ⋅= rrb Assim, podemos também escrever que 1 2 1 2 2 1 b br r r r w w == ou seja, a relação 2 1 w w depende dos raios de base, portanto, não se altera. Para uma nova distância entre centros O1 O2, conforme Figura 2.14, tem-se um novo ponto primitivo K’ e novos raios 1r ′ e 2r ′ , tais que: α ′⋅′= cos11 rrb e α ′⋅′= cos22 rrb O1 O2 r1 α rb2 rb1 a aw rb1 r1w r2w r2 O1 O2 rb2 rb2 aw > a α > αw αw Figura 2.14 - Variação da distância entre centros no engrenamento de duas evolventes A partir da Figura 2.14 tem-se que: wwb rrr αα coscos 111 == e wwb rrr αα coscos 222 =⋅= e ( ) ( ) www rrrr αα coscos 2121 +=+ UNOESC – Curso de Engenharia de Produção Mecânica 25 Prof. Douglas Roberto Zaions Como: ( ) arr =+ 21 e ( ) www arr =+ 21 Tem-se: wwaa αα coscos = e αα coscos w w a a = ou ainda igualando por meio de raios de base rb1 e rb2 pode-se escrever: αα coscos 1 1 w w r r = Conclui-se, assim que o ângulo de pressão e os raios primitivos não são constantes de um engrenamento, uma vez que depende dos dois corpos em contato e da distância entre centros de funcionamento. Problemas sobre engrenamento de duas evolventes: 1) Um conjunto de engrenagem cilíndrica de dentes retos apresenta módulo m = 4 mm. A engrenagem menor (pinhão) possui z1 = 17 dentes e a engrenagem maior apresenta z2 = 45 dentes. O ângulo de pressão α = 20o. Qual o ângulo de pressão de funcionamento αw quando as engrenagens operarem a uma distância entre centros de funcionamento aw = 125 mm. Elementos de Máquinas III 26 2.5 DESLIZAMENTO ESPECÍFICO O1 w2 w1 O2 rp2 αp1 r2 r1 rp1 rb1 B1 Reta de ação α ρ2 ρ1 B2 T T ´ P vn v1 v2 vt2 vt1 rb2 α e vt1 vt2 B1 B2 C1 C2 C Figura 2.15 – Deslizamento específico. A Figura 2.15 representa dois perfis engrenando com contato instantâneo em P. Deseja-se determinar a relação ⋅ωρ tv que representa o deslizamento específico. As velocidades v1 e v2 no ponto P, onde as evolventes entram em contato, devem ter projeções iguais sobre a normal comum à superfície (reta de ação). A estas projeções designamos por vn. Pode-se escrever então 11 cos pn vv α⋅= 111 prv ⋅= ω 1 1 1 cos p b p r r α = UNOESC – Curso de Engenharia de Produção Mecânica 27 Prof. Douglas Roberto Zaions obtendo-se então: 11 bn rv ⋅= ω Da mesma forma, obtem-se: 22 bn rv ⋅= ω Para as velocidades tangenciais, podemos escrever, por semelhança de triângulos: 1 11 bn t r PB v v = Sendo 11 ρ=PB (raio equivalente P) e 11 bn rv ⋅= ω tem-se que 111 ρω=tv Analogamente: 222 ρω=tv Esta velocidade tem bastante importância e vamos determiná-la três pontos : Ponto B1: 01 =tv 1222 BBv t ⋅= ω Ponto C: αω senrvt 111 ⋅= αω senrvt 222 ⋅= Ponto B2: 2111 BBvt ⋅= ω 02 =tv Os valores de vt1 e vt2 estão representados na Figura 2.15 sendo valores lineares. Para vt temos: 21 ttt vvv −= uma vez que é adotada a convenção de ser vt negativo, enquanto se desloca de B1 até C. Podemos escrever 221121 ρωρω ⋅−⋅=−= ttt vvv Se orientarmos um segmento “e” que une o ponto C ao ponto P tal que sua orientação seja oposta ao caminhamento do contato (B1 para B2) tem-se que eCP = Tem-se então que: eCB += 11ρ e eCB −= 22ρ A velocidade vt será então, uma vez que 2211 CBCB ωω = A velocidade no ponto C é: ( )21 ωω +⋅= evt Elementos de Máquinas III 28 Deve-se evitar valores elevados da velocidade de deslizamento a fim de evitar desgaste das superfícies e a dissipação de potência em forma de atrito. Ainda deve-se ter o cuidado de evitar que duas evolventes se toquem em regiões onde o raio de curvatura é pequeno, em virtude da área de contato ser pequena e provocar assim elevadas tensões, o que acarreta a fadiga do material na superfície. Assim deve-se manter a relação ρ tv pequena. Da mesma maneira, pode-se também minimizar a relação ωρ δ ⋅ = t p v sendo esta, praticamente equivalente. Na relação ωρ δ ⋅ = t p v temos que ( )21 ωω +⋅= evt e ρ.ω será decomposto em duas situações: 11 ρω ⋅ e 22 ρω ⋅ Para ρ podemos escrever: pbr αρ tan⋅= e, geralmente: 111 tan pbr αρ ⋅= e 222 tan pbr αρ ⋅= Tem-se então para o “deslizamento Específico” dos corpos número 1 e 2 as seguintes expressões: ( ) 111 21 1 tan pb p r e αω ωωδ ⋅⋅ +⋅ = e ( ) 222 21 2 tan pb p r e αω ωωδ ⋅⋅ +⋅ = A partir das deduções acima determinou-se os valores do deslizamento específico em três pontos: Ponto B1 =∝1δ ( ) 221 211 2 ω ωωδ ⋅ +⋅ = BB CB Ponto C: 01 =δ 02 =δ Ponto B2: ( ) 121 212 1 ω ωωδ ⋅ +⋅ = BB CB =∝2δ Problema sobre deslizamento específico 1) Um conjunto de engrenagem cilíndrica de dentes retos apresenta módulo m = 2,5 mm. A engrenagem menor (pinhão) possui z1 = 20 dentes e a engrenagem maior apresenta z2 = 60 dentes. O ângulo de pressão α = 20o. A velocidade angular da roda 1 é w1 = 1500 rpm. Determinar o deslizamento específico. UNOESC – Curso de Engenharia de Produção Mecânica 29 Prof. Douglas Roberto Zaions 3 ENGRENAGEM CILÍNDRICA DE DENTES RETOS As engrenagens aparecem em quase todas as máquinas e, desta forma, o projetista tem freqüentemente a necessidade de projeta-las tanto a nível cinemático, geométrico e em termos de resistência mecânica. O que tem forçado o aparecimento das engrenagens é a exigência de engrenagens mais econômicas, mais silenciosas, mais leves e com maior capacidade de carga. Há uma grande quantidade de informações assim como vários processos de cálculo, pois além de pesquisas em muitas instituições, várias firmas desenvolvem programas de testes e aperfeiçoamento de suas engrenagens. O primeiro problema que surge ao projetar uma engrenagem é o de encontrar um par que seja capaz de transmitir potência requerida. As engrenagens devem ser: grandes o suficiente, resistentes e muito precisas para realizar o trabalho a que se destinam. Neste capítulo, apresenta-se inicialmente os aspectos cinemáticos e geométricos das engrenagens cilíndricas de dentes retos e em seguida o dimensionamento baseado na resistência mecânica e na vida, levando-se em consideração algumas normas técnicas. 3.1 INTRODUÇÃO A Figura 3.1 apresenta esquematicamente 3 posições de contato de duas evolventes durante um engrenamento. O ponto B1 é o lugar de engrenamento na origem da evolvente da peça 1 com um ponto da peça 2. O segundo ponto, esta em P e representa um ponto qualquer de engrenamento. O terceiro ponto B2 é o lugar do engrenamento na origem evolvente da peça 2 com um ponto da peça 1. Considerando-se o sentido de rotação do engrenamento o indicado na Figura 3.1 tem-se assim o engrenamento, iniciando em B2 e terminando em B1. Termina em B1 porque a partir deste ponto, caso o engrenamento continuasse, o mesmo se daria em um perfil qualquer, mas não em perfil evolvente, perdendo-se assimas boas características de engrenamento da evolvente. Desta maneira, sendo B1 o ponto extremo de engrenamento, limita-se o perfil da Elementos de Máquinas III 30 evolvente 2 pela circunferência que passa em B1 e tem centro em O2. Por razões práticas limita-se o engrenamento a um ponto anterior a B1, como veremos adiante. Analogamente, a peça 1 pode ser limitado pela circunferência que passa em B2 ou outra menor. A fim de haver continuidade no engrenamento deve-se ter um novo início de engrenamento em B2 antes que o engrenamento termine em B1. A principal razão de ser evitado o engrenamento na raiz da evolvente é o pequeno raio de evolvente na zona da raiz. Este pequeno raio conduz a uma pequena área de contato, o que representa elevados esforços ou tensões locais, que acabam por destruir a superfície do dente. Desta maneira limita-se os perfis de evolvente pelas circunferências O1A2 e O2A1, verificando-se então o início e fim do engrenamento nos pontos A2 e A1 (Ver figura 2) O1 O2 rb1 Círculo de base 1 rb2 B1 Círculo de base 2 B2 w2 w1 P Figura 3.1 - Engrenamento de duas evolventes UNOESC – Curso de Engenharia de Produção Mecânica 31 Prof. Douglas Roberto Zaions O1 O2 rb1 Círculo de base 1 rb2 B1 Círculo de base 2 B2 w2 w1 F G D E A1 A2 Figura 3.2 - Engrenamento de duas evolventes Durante um engrenamento, conforme a Figura 3.2, o perfil da evolvente da peça 2 inicia o contato quando sua origem esta em “D”, indo se colocar em “E” no fim de engrenamento. Neste mesmo tempo a evolvente 1 passou de “F” para “G”. Sabe-se pelas propriedades fundamentais da evolvente que: A A DE FG1 2 = = Sendo z1 o número de evolventes da peça 1 e z2 no peça 2, tem-se: pi⋅=⋅=⋅ 21 1 2 2 z r FG z r DE bb donde: 1 2 2 1 1 2 z z r r b b == ω ω Portanto, o número de evolventes (número de dentes) é inversamente proporcional às respectivas velocidade angulares. A fim de que as peças representados na Figura 3.2 possam transmitir movimentos também em sentido contrário, devemos prever uma nova família de evolvente, usando-se todas as considerações feita. Desta maneira chega-se à forma da Figura 3.3. Elementos de Máquinas III 32 df d da Cilindro de pé Cilindro de cabeça Cilindro primitivo Perfil Flanco hf Flanco do pé do dente ha h Flanco de cabeça Largura do dente Cilindro de base Figura 3.3 – Proporções da geometria de uma engrenagem cilíndrica de dentes retos Fonte: Henriot (1968) 3.2 SIMBOLOS PRINCIPAIS DAS ENGRENAGENS CILÍNDRICAS DE DENTES RETOS Os símbolos e a terminologia empregada neste trabalho atendem as normas NBR 6684, NBR 6174 e SB 21. Neste trabalho, as principais relações geométricas das engrenagens estão associadas aos estudos de Henriot (1968) que apresenta forte relação com as normas ISO. Na simbologia descrita a seguir, deve-se utilizar o sub-índice 1 e 2 para associar as engrenagens menor e maior respectivamente. Com base no que já foi estudado no capítulo anterior pode-se escrever que a distância entre centros de referência corresponde a soma dos raios de referência da engrenagem maior e menor, ou seja: 21 rra += A relação de transmissão pode ser determinada pelas seguintes expressões: 1 2 1 2 1 2 2 1 2 1 1 2 r r d d z z n n r r i b b ====== ω ω Substituindo-se 12 rir ⋅= na expressão 21 rra += teremos que 11 i a r + = ou i ad + ⋅ = 1 2 1 . Da mesma forma encontra-se i iad + ⋅⋅ = 1 2 2 . Considerando p o passo de referência (passo primitivo) pode-se escrever: UNOESC – Curso de Engenharia de Produção Mecânica 33 Prof. Douglas Roberto Zaions z2 ⋅=⋅⋅=⋅ prd pipi e z⋅ pi p =d A relação z d = pi p define-se ser igual a m (módulo). É usado nos paises que utilizam o sistema métrico sendo seu valor medido em milímetros: z d m == pi p Para países cuja unidade é a polegada, usam-se em lugar do módulo, o “passo diametral” - DP do inglês Diametral pitch. O passo diametral ou Diametral pitch corresponde ao número de dentes dividido pelo diâmetro de referência (primitivo) medido em polegadas: d zDP ′′ = O passo diametral pode ser relacionado com o módulo pela seguinte expressão: 4,25=⋅ DPm Existem módulos e Diametral pith padronizados para facilitar a fabricação de ferramentas. Na Tabela 3.1, apresenta-se os módulos disponíveis pela DIN. Tabela 3.1 - Módulos disponíveis pela DIN de m = 0,3 até m = 1,0 mm de 0,1 mm em 0,1 mm de m = 1,0 até m = 4,0 mm de 0,25 mm em 0,25 mm de m = 4,0 até m = 7,0 mm de 0,5 mm em 0,5 mm de m = 7,0 até m = 16,0 mm de 1,0 mm em 1,0 mm de m = 16,0 até m = 24,00 mm de 2,0 mm em 2,0 mm de m = 24,00 até m = 45,00 mm de 3,0 mm em 3,0 mm de m = 45,00 até m = 75,00 mm de 5,0 mm em 5,0 mm A Tabela 3.2 apresenta os módulos padronizados de engrenagens cilíndricas transcritos da NBR 8088. A norma NBR 8088 salienta que deve ser dada preferência aos módulos da classe I. Recomenda-se evitar o emprego dos módulos indicados entre parênteses, da classe III. A fim de mostrar ao estudante de engenharia o tamanho dos módulos, a Figura 3.4 ilustra os dentes em tamanho aproximado ao natural para módulo entre 1 a 12. Elementos de Máquinas III 34 Figura 3.4 - Dentes em tamanho natural para módulo entre 1 a 12 Fonte: Silveira (1977) UNOESC – Curso de Engenharia de Produção Mecânica 35 Prof. Douglas Roberto Zaions Tabela 3.2 – Módulos padronizados de engrenagens cilíndricas. Fonte: NBR 8088 Classe Módulos padronizados - m I 0,3 0,4 0,5 0,6 0,8 1 1,25 1,5 II 0,35 0,45 0,55 0,7 0,9 1,125 1,375 1,75 III (0,65) I 2 2,5 3 4 5 6 8 II 2,25 2,75 3.5 4,5 5,5 7 9 III I 10 12 16 20 25 32 40 50 II 11 14 18 22 28 36 45 III A Tabela 3.3 apresenta os passos diametrais – DP normalizados segundo a ISO e o módulo m correspondente. Tabela 3.3 – Diametral Pitch normalizados (ISO) Fonte: Silveira (1977) Diametral Pitch normalizados (ISO) I II DP m correspondente DP m correspondente 20 1,270 18 1,411 16 1.588 14 1,814 12 2,117 10 2,540 9 2,822 8 3,175 7 3,628 6 4,233 5 5,080 5 1/2 4,618 4 6,350 4 1/2 5,644 3 8,466 3 1/2 7,257 2 1/2 10,160 2 3/4 9,236 2 12,700 2 1/4 11,289 1 1/2 16,933 1 3/4 14,514 1 1/4 20,320 1 25,400 Associado a Figura 3.3, a Tabela 3.4 apresenta os principais símbolos geométricos utilizados em engrenagens cilíndricas de dentes retos e as respectivas relações geométricas. Elementos de Máquinas III 36 Tabela 3.4 – Símbolos básicos adotados em engrenagens cilíndricas de dentes retos e relação geométrica Fonte principal: SB-21 Símbolo Nomenclatura Relação geométrica a Distância entre centros de referência aw Distância entre centros de funcionamento wwaa αα coscos = b Largura do dente d Diâmetro (do cilindro) de referência zmd ⋅= da Diâmetro (do cilindro) de cabeça db Diâmetro (do cilindro) de base df Diâmetro (do cilindro) de pé e Vão entre dentes(no cilindro) de referência 2 p e = ea Vão entre dentes(no cilindro) de cabeça eb Vão entre dentes(no cilindro) de base ef Vão entre dentes(no cilindro) de pé h Altura total do dente fa hhh += mh ⋅= 25,2 ha Altura da cabeça do dente mha ⋅= 1 hf Altura do pé do dentemh f ⋅= 25,1 mb Módulo de base mn Módulo normal n1 Freqüência de rotação da engrenagem menor n2 Freqüência de rotação da engrenagem maior pb Passo (no cilindro) de base p Passo (no cilindro) de referência (não referenciado pela norma S-21) z dp ⋅= pi ou mp ⋅= pi qs Fator de entalhe ra Raio (do cilindro) de cabeça aa hrr += 1 r Raio (do cilindro) de referência (não referenciado pela norma S-21) 2 zm r ⋅ = rb Raio (do cilindro) de base αcos1 ⋅= rrb rf Raio (do cilindro) de pé ff hrr −= 1 −⋅= 25,1 2 z mr f Sa Espessura do dente (no cilindro) de cabeça −+ ⋅ ⋅⋅= aaa EvEv r S rS αα 2 2 S Espessura do dente (no cilindro) de referência (não referenciado pela norma S-21) 2 pS = 2 pi⋅ = mS Sb Espessura do dente (no cilindro) de base −+ ⋅ ⋅⋅= bbb EvEv r S rS αα 2 2 ⋅+⋅= αEv r S rS bb 2 Sw Espessura do dente (no cilindro) de funcionamento UNOESC – Curso de Engenharia de Produção Mecânica 37 Prof. Douglas Roberto Zaions Símbolo Nomenclatura Relação geométrica SM Espessura do dente em um raio rM −+ ⋅ ⋅⋅= MMM EvEv r S rS αα 2 2 Usar: bMM rrr =⋅=⋅ αα coscos vg Velocidade de deslizamento vga Velocidade de deslizamento na cabeça (do dente) vt Velocidade tangencial x1 Fator de correção da engrenagem menor x2 Fator de correção da engrenagem maior z1 Número de dentes da engrenagem menor z2 Número de dentes da engrenagem maior i Relação de transmissão (movida/motora) 2 1 2 1 1 2 1 2 n n w w d d z zi ==== αa Ângulo de pressão no cilindro de cabeça αn Ângulo de pressão no cilindro de referência αwn Ângulo de pressão de funcionamento normal δ Deslizamento específico R Grau de recobrimento R r r r r a p a b a b = − + − − ⋅ ⋅ 1 2 1 2 2 2 2 2 sen cos α α Rw Grau de recobrimento para uma distância entre centros imposta α α cos 2 2 2 2 2 1 2 1 ⋅ ⋅−−+− = p senarrrr R wwbabaw w1 Velocidade angular da engrenagem menor w2 Velocidade angular da engrenagem maior 3.3 ESPESSURA DO DENTADO Finzi (1963) menciona que é importante determinar a espessura do dente em função do raio a fim de verificar que a sua extremidade não seja excessivamente fina, o que poderia acontecer com um pequeno número de dentes e grande ângulo de pressão. Segundo Henriot (1968), a fórmula geral para determinação da espessura Sm em um ponto M que apresenta o raio rM é: −+ ⋅ ⋅⋅= MMM EvEv r S rS αα 2 2 O ângulo de pressão na posição M (αM) é determinado pela seguinte expressão: bMM rrr =⋅=⋅ αα coscos Elementos de Máquinas III 38 É importante salientar que 2 pi⋅ = mS representa a espessura sobre a circunferência de referência (circulo primitivo). O Ev αM - Ev α rb r rp ra rm Sb Sm Sa S Figura 3.5 – Espessura do dentado Problemas sobre espessura do dentado: 1) Em uma engrenagem o diâmetro primitivo é de 100 mm e seu número de dentes é 50. Seu ângulo de pressão é de 20o. Determinar a espessura do dente sobre a circunferência de cabeça. 2) Para o problema anterior, determinar a espessura do dente sobre a circunferência de base. 3) Para o problema anterior determinar o raio do círculo de ponta ou seja, o raio da circunferência onde as duas evolventes de dentes se encontram. UNOESC – Curso de Engenharia de Produção Mecânica 39 Prof. Douglas Roberto Zaions 3.4 FOLGA NO FLANCO DOS DENTES Geralmente as engrenagens trabalham nos dois sentidos de rotação e em virtude de folga, a cada inversão de movimento ocorre um impacto (uma pancada da motora sobre a movida). A inversão também pode ocorre quando a motora se tora conduzida como por exemplo em um veículo em descida. A folga é muito prejudicial quando as engrenagens são usadas para posicionamento. Por outro lado, se não houver folga a perigo de engripamento dos dentes com desgastes acentuados e aquecimento dos mesmos. A folga é necessária para compensar erros de fabricação, folgas nos mancais, efeitos de temperaturas e deformações elásticas. O valor da folga em engrenagens de boa qualidade é da ordem de décimo de milímetro. J Reta de ação Figura 3.6 – Folga no engrenamento Elementos de Máquinas III 40 b e C M ∆J2 J2 J1 d ∆J1 K c ∆a Ev2 Ev1 α α O2 t2 t2´ O1 Esta é a circunferência de referência (primitiva). Como ela esta ampliada parece uma reta Reta de ação Figura 3.7 – Folga na zona de contato de um engrenamento Na Figura 3.7 apresenta-se os perfis evolventes ampliados na zona de contato. Pode-se dada a ampliação fazer o perfil de evolvente ser representado como uma reta, normal à reta de ação. Da mesma maneira, as circunferências que passam em “C” (primitivas) podem ser substituídas por uma reta normal à linha entre centros. Chama-se de Folga normal J1 a distância entre duas evolventes medida sobre a reta de ação e seu valor é obtido por meio de lâminas calibradoras. Chama-se de Folga circular J2 a distância entre duas evolventes medida sobre a circunferência de referência (primitiva). Pode ser medida como a diferença entre o vão da roda 2 e a espessura do dente da roda 1, medidos sobre as respectivas circunferências primitivas ou seja: UNOESC – Curso de Engenharia de Produção Mecânica 41 Prof. Douglas Roberto Zaions 122 SeJ −= Deslocando-se, agora O2 na direção de O1 de um valor ∆a. A evolvente 2 ocupará a posição da reta t2. A variação de folgas será obtida como segue: KCJ =1 e MC=2J e ∆ ∆ ∆ J2 J1 c d α a Figura 3.8 – Semelhança de triângulos Conforme Figura 3.8, por semelhança de triângulo chega-se a seguinte expressão: 21 J e J d a c ∆ = ∆ = ∆ Como tem-se ainda que αsenCd ⋅= e αtan.Ce = obtem-se: αsenaJ ⋅∆=∆ 1 αtan2 ⋅∆=∆ aJ As folgas reais são diferentes das de projeto devido a erros de fabricação, montagem, dilatação, etc. Problema sobre folga no flanco do dente: 1) Determinar a distância entre centros de funcionamento para uma folga circular ∆J2 = 0,14 mm dados: m = 5; z1 = 17 dentes; i ≅ 2,7; α = 20o; dente normal. Elementos de Máquinas III 42 3.5 ARCO ÚTIL DO PERFIL DO DENTE As evolventes das engrenagens são limitadas por uma circunferência de cabeça. Na Figura 3.9, representa-se duas engrenagens em uma situação de engrenamento. O2 O1 rb2 Reta de ação rb1 B1 B2 α A1 A2 rA1 ra1 r1 K rA2 ra2 r2 C. base 2 C. referência 2 C. cabeça 2 C. base 1 C. referência 1 C. cabeça 1 α Figura 3.9 - Engrenamento de duas engrenagens Chama-se de arco útil do perfil do dente ao arco onde se realiza o contato entre as evolventes durante o engrenamento. O arco é limitado por duas circunferências de raios ra1 e rA1 para o pinhão e ra2 e rA2 para a roda. Os pontos A1 e A2 representam o início e o fim de engrenamento respectivamente. A partir da Figura 3.9 pode-se escrever: ( ) ( )212111 bA RABr += Como: 212111 BABBAB −= , αα senasenOOBB ⋅=⋅= 2121 e ( ) ( )222221 ba rrBA −= Tem-se que: ( ) ( ) ( ) 22222211 −−⋅+=babA rrsenarr α UNOESC – Curso de Engenharia de Produção Mecânica 43 Prof. Douglas Roberto Zaions Analogamente: ( ) ( ) ( ) 22121222 −−⋅+= babA rrsenarr α As duas expressões anteriores caracterizam os limites de engrenamento de duas evolventes. Na Figura 3.10, tem-se um dente, onde K representa o inicio de contato e T o fim do contato, e está sobre a aresta do dente. O arco KT da evolvente é então o arco útil do perfil do dente. Ao ponto I, sobre a circunferência de base temos a origem da evolvente. Devido seu pequeno raio o arco KI da evolvente não é utilizado, e por esta razão abandona-se o perfil do dente segundo a curva “1” a fim de melhorar a resistência do dente. Pode-se também, adotar a curva “2”, produzindo um adelgaçamento no pé do dente melhorando desta forma suas características para interferência, podendo-se então ter engrenagnes com menor número de dentes. Para casos de altas cargas e velocidades, freqüentemente, adota-se o perfil conforme curva “3”. A variação do perfil é muito pequena e o valor de TT´ é da ordem da deformação elástica do dente. O segmento TT´´ é da ordem de 0,4m, onde “m” é o módulo da engrenagem. T ´ C. referência 1 C. C2 C. fundo C. C1 máx 0,02 0,4.m T´´ 3 K I 2 1 T Figura 3.10 - Zonas de Engrenamento de um dente Elementos de Máquinas III 44 3.6 CREMALHEIRA Na Figura 3.11 tem-se um pinhão e cremalheiras. Baseados no fato de que a reta de ação é mantida tangente ao círculo de base e perpendicular ao perfil da cremalheira. Reta de ação α r = ∞ r1 = finito Cremalheira Engrenagem I O Y Figura 3.11 - Engrenamento do pinhão com cremalheira em diferentes posições O ponto I da Figura 3.11onde a reta de ação corta a linha OY é o ponto da tangência do círculo primitivo do pinhão e da linha primitiva da cremalheira ( estes elementos rodam um sobre o outro sem deslizar. Desta maneira se mantém o raio primitivo r1 tal que αcos 1 1 brr = e o ângulo de pressão de funcionamento é α. O ângulo de pressão da cremalheira, para ser perpendicular ao perfil deve ser também α. Para a engrenagem com velocidade rv ⋅= ω , onde ω é a sua velocidade angular e “r” o ser raio primitivo, teremos por ocasião do seu engrenamento com a cremalheira, um movimento linear da mesma com velocidade de translação “v”. Assim, um conjunto engrenagem-cremalheira transforma movimento rotativo em linear. Denomina-se “Reta Média” da cremalheira aquela sobre a qual a espessura do dente é igual a do vão. A reta primitiva é função do engrenamento. O ângulo de pressão dado o flanco ser reto é constante e conserva seu valor para qualquer engrenamento. Podemos escrever: mmmm SeeSeSp ⋅=⋅=+=+= 22 A espessura do dente a uma distância “l” da reta média vale: αtan2 ⋅⋅+= lSS mx sendo “ l ” orientado conforme Figura 3.12. UNOESC – Curso de Engenharia de Produção Mecânica 45 Prof. Douglas Roberto Zaions α Sx Sm em p hf ha h l Figura 3.12 – Cremalheira. As cremalheiras podem ser usadas como ferramentas para a fabricação de novas engrenagens ou como engrenagens. A Figura 3.13a define os elementos geométricos da cremalheira ferramenta normalizada e da cremalheira engrenagem normalizada. Como vemos, a cremalheira ferramenta é diferente da cremalheira engrenagem. O adendo da cremalheira ferramenta é maior para poder retirar mais material do fundo do dente e permitir a existência de uma folga, da ordem de 0,1m a 0,2m. Freqüentemente são usados arredondamentos dos vértices conforme Figura 3.13a. A fim de conseguir curvas “1”, “2”, “3” referidas na figura 9, usa-se perfis adequados da cremalheira ferramenta. Cremalheira ferramenta p = 3,1416m 2, 25 m Linha de referência Cremalheira ferramenta e = 1,5708m S = 1,5708m 1m 0,4m 1, 25 m 1m 20o Figura 3.13 - Cremalheira Ferramenta e cremalheira engrenagem normalizada. 3.7 INTERFERÊNCIA Na Figura 3.14 é representado um engrenamento entre um engrenagem 1 (pinhão) representado pelo sub-índice 1 e uma engrenagem 2 (roda) pelo sub-índice 2. Elementos de Máquinas III 46 A reta rolando sobre ambos os círculos de base representados durante o engrenamento vai gerar a evolvente 1, a contra-evolvente 1 no pinhão 1 e a evolvente 2 na roda 2. Sejam B1 e B2 respectivamente os pontos de tangência da reta de ação. desta maneira o ponto P gerou as evolventes e contra-evolventes fora do segmento 21BB . O flanco do dente que corresponde ao perfil da evolvente 2 deve engrenar com o flanco da evolvente 1. No ponto A tem-se a origem da contra-evolvente e evolvente 1, e disposto a uma distância de B2 igual a PB2 , desenvolvido sobre o círculo de base 1. Já para a evolvente 1, o ponto P deve estar acima de A, em virtude dos raios da evolvente 1 e contra-evolvente 2. Assim a evolvente 2 sempre cortará a evolvente 1 se o engrenamento se der fora do segmento 21BB . Isto significa fisicamente que se duas rodas dentadas engrenarem fora do segmento 21BB haverá engripamento (interferência de funcionamento), ruptura ou desgaste da superfície dos dentes e ainda mais se uma das rodas dentadas for uma ferramenta de corte, será destruído o perfil de evolvente, junto ao pé do dente que esta sendo usinado (interferência de fabricação). O1 B1 B2 C O2 Ev2 CEv2 Ev1 Ev1 P A Figura 3.14 - Engrenamento de evolventes e interferência. Vamos observar a Figura 3.15 onde é representado um engrenamento de evolventes. UNOESC – Curso de Engenharia de Produção Mecânica 47 Prof. Douglas Roberto Zaions O1 O2 B2 C ra1 C Cabeça 2 rb2 rb1 α ra2 r1 2 pi r2 B1 C base 2 C base 1 α α Figura 3.15 - Engrenamento de Evolventes A condição necessária para evitar interferência é que o segmento de ação seja limitado pelo segmento 21BB . O caso limite ocorre então com a circunferência de cabeça da roda 2 passando em B1 e da roda 1 em B2. No triângulo O2B1C temos que ( ) ( ) +⋅⋅⋅⋅−+⋅= α pi αα 2 cos2 212 2 1 2 21 senrrrsenrOB e sendo: 21222 OBhrr aa ≤+= então: ( ) αα 221212222 22 senrrsenrhrh aa ⋅⋅⋅+⋅=⋅⋅+ ou ( ) α α 2 12 2 2 2 1 2 22 senrh hsenr r a a ⋅⋅−⋅ −⋅ = Para um engrenamento normal temos: 11 zmr ⋅= , 22 zmr ⋅= e mha =2 Assim, para cada z1 obteremos um valor z2 para que não haja interferência. Substituindo os valores em função de z2. α α 2 1 22 1 2 24 4 senz senz z ⋅⋅− −⋅ ≤ Elementos de Máquinas III 48 Na Tabela 3.5 apresenta-se a relação limite 2 1 z z para α = 15 e 20o . Tabela 3.5 – Relação z1/z2 para α = 15 e 20o. 2 1 Z Z 15o 21722 22/27 23/34 24/44 25/58 26/80 27/117 28/195 20o 13/16 14/26 15/50 16/101 17/131 0 18/∞ 3.7.1 Interferência de fabricação com a cremalheira ferramenta Pode-se usinar uma engrenagem com o emprego de uma ferramenta dentada como por exemplo com uma cremalheira, provida de gumes de corte e dotadas de movimentos especiais. Para a cremalheira o valor r2 da α α 2 1 22 1 2 24 4 senz senz z ⋅⋅− −⋅ ≤ é infinito, ou seja: ∞=2r então 022 2 12 =⋅⋅−⋅ αsenrha ou α2 2 1 sen h r a= Sendo ha2 = ha0, o adento da cremalheira de corte e α, o ângulo de pressão da mesma, obtemos coma equação 20, o mesmo valor do raio da roda que pode ser usinado sem interferência. Para o caso comum de ha2 = m, α = 20o e sendo r1 = m1.z1 obtem-se 1809,17 20 2 21 ≅== osen z ou seja, se um pinhão com menos de 18 dentes, for usinado por uma cremalheira ferramenta, o pinhão sofrerá uma adelgaçamento do pé dos dentes. A cremalheira de corte é a ferramenta que provoca o máximo de adelgaçamento. Rodas usinadas com o seu emprego não sofrerão interferência de funcionamento com nenhuma outra roda. Geralmente, ao invés de 18 dentes, utiliza-se como limite mínimo de dentes para a construção de engrenagens cilíndricas de dentes retos, 17 dentes. Porém é bom lembrar que engrenagens com 17 dentes produzidas a partir de uma cremalheira ferramenta sofrerão um pequeno adelgaçamento da raiz do dente. UNOESC – Curso de Engenharia de Produção Mecânica 49 Prof. Douglas Roberto Zaions 3.8 GRAU DE RECOBRIMENTO O grau de recobrimento de um conjunto de engrenagens é definido como a relação entre o tempo que um par de dentes permanece em engrenamento e o tempo entre dois inícios de engrenamentos sucessivos. O grau de recobrimento indica então o número de pares de dentes que permanecem engrenados a cada instante. Deste modo um grau de recobrimento igual a 1,35 indica que durante 35% do tempo permaneceu engrenado 2 pares de dentes e durante os 65% restante apenas 1 para esta engrenado. R = 1,35 35% do tempo permanece 2 pares de dentes engrenados 65% do tempo permanece 1 pares de dentes engrenados 1 + 1 = 2 100-35 = 65 Figura 3.16 – Exemplo de grau de recobrimento. Pela Figura 3.17 tem-se a situação de engrenamento. O engrenamento inicia em A1 e termina em A2. Conforme já estudado no item Arco Útil do Perfil do Dente, os pontos A1 e A2 são os extremos do arco útil do perfil do dente. O segmento 21AA é o segmento de ação e é o lugar geométrico dos pontos em contato das duas evolventes. A velocidade de deslocamento do ponto P em contato sobre a reta de ação, conforme estudado no item Deslizamento Específico, é: αωωω cos112211 ⋅⋅=⋅=⋅= rrrv bbn Um par de dentes permanece engrenado desde A1 até A2, percorrendo o segmento 21AA com velocidade vn. Desta maneira o tempo que um par de dentes permanece em engrenamento pode ser determinado pela seguinte expressão: nv AA t 211 = Elementos de Máquinas III 50 O tempo entre dois inícios de engrenamentos sucessivos pode ser determinado pela seguinte expressão: tv p t =2 Sendo p o passo primitivo (espaço) e vt a velocidade tangencial; A partir da definição de recobrimento: sucessívos tosengrenamen de inícios dois entre Tempo ação de segmento opercorrer contato de ponto o para Tempo =R Escreve-se: ααω coscos 21 11 121 21 ⋅ =→ ⋅⋅⋅ ⋅ == p AA R pr rAA v p v AA R t n O2 O1 B1 B2 α A1 A2 ra1 α P1 C P2 α Figura 3.17 – Engrenamento de duas engrenagens com elementos para determinar o grau de recobrimento A partir da Figura 3.17, pode-se escrever: UNOESC – Curso de Engenharia de Produção Mecânica 51 Prof. Douglas Roberto Zaions 21122121 BBABABAA −+= 2 1 2 121 ba rrAB −= e 2 2 2 212 ba rrAB −= ααα senasenrsenrCBCBBB ⋅=⋅+⋅=+= 212121 Tem-se assim αsenarrrrAA baba ⋅−−+−= 2 2 2 2 2 1 2 121 Logo, o grau de recobrimento para funcionamento em uma distância entre centros “a” é determinado pela seguinte expressão: α α cos 2 2 2 2 2 1 2 1 ⋅ ⋅−−+− = p senarrrr R baba Para funcionamento na distância entre centros de funcionamento aw com ângulo de pressão de funcionamento αw tem-se: α α cos 2 2 2 2 2 1 2 1 ⋅ ⋅−−+− = p senarrrr R wwbabaw Para a utilização da expressão acima lembre-se que: wwaa αα coscos ⋅=⋅ e wwpp αα coscos ⋅=⋅ onde: ww mp ⋅= pi , sendo mw o módulo de funcionamento e cujo valor será: ( )21 2 zz a m ww + ⋅ = O grau de recobrimento não pode ser menor que 1 afim de garantir a continuidade do movimento. A medida que o grau de recobrimento existe e aumenta, há maior suavidade de movimento, com menos vibrações e ruídos. Na prática, usa-se 4,12,1 ≤≤ R . Se houver em uma roda ou ambas as rodas adelgaçamento da raiz do dente, as equações as equações 14 e 15 devem ser verificadas, bem como as equações 21 e 22. Problemas sobre grau de recobrimento Elementos de Máquinas III 52 1 - Uma engrenagem cilíndrica de dentes retos normal deve engrenar com um pinhão de 20 dentes, módulo de 4 mm e ângulo de pressão 20o. A relação de transmissão deve ser igual a 2. Determinar a distância entre centros e o grau de recobrimento. 2 - Para o problema anterior determinar o máxima distância entre centros de funcionamento (aw) possível de ser utilizada. 3.9 MECÂNISMO GEOMÉTRICO DE CORREÇÃO DE ENGRENAGENS CILÍNDRICAS DE DENTES RETOS A correção de engrenagens pode ser aplicada para: (i) Para Compatibilizar distâncias entre centros de funcionamento e projeto; (ii) Evitar a interferência de fabricação; e (iii) Otimização do deslizamento específico. Para fins de entendimento da correção de engrenagens, faz-se algumas definições baseadas nas figura que seguem. Cremalheira ferramenta p = 3,1416m 2, 25 m Linha de referência Cremalheira ferramenta e = 1,5708m S = 1,5708m 1, 25 m 1m 20o Figura 3.18 – Cremalheira ferramenta com módulo normalizado 1 mm A Figura 3.18 define os elementos geométricos da cremalheira ferramenta normalizada. A linha de referência ou reta média é aquela sobre a qual a espessura do dente é igual ao vão. Ela serve de referência para definir as demais dimensões. Para engrenagens mecânicas em geral com 201 ≤≤ om e 120 ≤≤ oDP , além das dimensões já definidas tem-se que o ângulo de pressão normalizado é de αo = 20o e os raios de concordância iguais a r = 0,4 m. A Figura 3.19 representa a usinagem de uma roda de “z” dentes a partir da cremalheira ferramenta. Chama-se: (i) -Diâmetro primitivo de usinagem da roda; e (ii) -Linha primitiva de UNOESC – Curso de Engenharia de Produção Mecânica 53 Prof. Douglas Roberto Zaions usinagem da cremalheira, aos elementos que rolam sem deslizamento, um sobre o outro, durante a usinagem. Logo, o passo primitivo “p” da roda é igual ao passo “p” da cremalheira. Por outro lado, a linha de ação de usinagem é normal ao perfil da cremalheira e tangente ao círculo de base da roda usinada. Isto significa que o diâmetro do círculo de base da roda é igual ao diâmetro primitivo de usinagem multiplicado pelo cosseno do ângulo de pressão “α” da cremalheira. Cremalheira geratriz p = pi.m Linha de primitiva de geração α O círculo rola sem deslizamento Círculo de base Círculo de referência da engrenagem (primitiva) z.m z.m.cosα Reta de ação α Figura 3.19 - Usinagem de roda com “z” dentes a partir de cremalheira ferramenta Uma engrenagem apresenta dente normalizado se pode ser gerada a partir da cremalheira ferramenta normalizada. Um dente normalizado é dito normal se durante a usinagem a linha primitiva de usinagem (geração) da cremalheira ferramenta se confunde com a linha de referência desta. As características geométricas das engrenagens normais são aquelas ilustradas na Tabela 3.4. No dente normal é importante salientar que a espessura do dente é igual ao vão do dente sobre o diâmetro de referência (primitivo) da engrenagem. Um dente normalizado é dito corrigido se a linha primitiva de usinagem da cremalheira ferramenta
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