Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Engrenagens Disciplina: Elementos de Máquina II Profa. Dra. Gabriela Camarinha ✓Engrenagens são usadas para transmitir torque e velocidade angularem uma ampla variedade de aplicações ✓As engrenagens são padronizadas com relação à forma do dente e ao tamanho. ✓A American Gear Manufacturers Association (AGMA) apoia a pesquisa sobre o projeto, os materiais e a manufatura de engrenagens e publica padrões para o projeto, a manufatura e a montagem das mesmas. Engrenagens Engrenagens Há também uma grande variedade de tipos de engrenagem para escolher. Essa aula focará no tipo mais simples de engrenagem, a engrenagem cilíndrica reta, projetada para operar com eixos paralelos e tendo dentes paralelos ao eixo de coordenadas do eixo. Há uma grande quantidade de terminologia especializada para engrenagens, e é necessário que o aluno se familiarize com esses termos. Teoria do Dente de Engenagem O meio mais fácil de transferir movimento rotatório de um eixo a outro é com um par de cilindros rodando. Eles podem ser um conjunto externo de cilindros rolando ou um conjunto interno. As principais deficiências do mecanismo de comando de rolamento de cilindro são a capacidade relativamente baixa de torque e a possibilidade de escorregamento. Teoria do Dente de Engrenagem Para solução desse problema foram adicionados alguns dentes aos cilindros rodando. Assim, eles se transformam em engrenagens e são juntos denominados par de engrenagens. Quando duas engrenagens são colocadas em contato para formar um par de engrenagens como esse, é costumeiro referir-se à menor das duas engrenagens como um pinhão e a outra como engrenagem. Lei Fundamental de Engrenamento A lei fundamental do engrenamento, afirma que a razão de velocidade angular das engrenagens de um par de engrenagens deve manter-se constante durante o engrenamento. A razão da velocidade angular mV é igual à razão do raio de referência (primitivo) da engrenagem de entrada para aquela da engrenagem de saída. 𝛚 – Velocidade angular r - raio O sinal positivo ou negativo leva em conta a colocação dos cilindros interna ou externamente. Uma colocação externa inverte a direção de rotação entre os cilindros e requer o sinal negativo. Lei Fundamental de Engrenamento • A razão de torque ou o ganho mecânico mA é o recíproco da razão de velocidades angular mV: Assim sendo: Torque ↑ ↓ → Velocidade ↓ ↑ Uma aplicação comum das engrenagens reduz a velocidade e aumenta o torque para mover cargas mais pesadas, como na transmissão de seu automóvel. Outras aplicações requerem um aumento na velocidade, para o qual uma redução no torque deve ser aceita. Lei Fundamental de Engrenamento Um par de engrenagens é essencialmente um dispositivo de troca de torque por velocidade e vice-versa. A razão de engrenamento mG é entendida como a magnitude da razão de velocidades ou de torques, qualquer deles que seja > 1. mG é sempre um número positivo > 1 independentemente da direção segundo a qual a potência flui através das engrenagens. Lei Fundamental de Engrenamento Geometria do Dente Entre os diferentes perfis existentes para obter a forma dos dentes, o perfil em evolvente de círculo foi padronizado e é hoje o adotado pelos fabricantes de máquinas. Perfil Envolvente Os contornos dos dentes de engrenagens devem ser conjugados um ao outro, e a involuta (perfil envolvente) de um círculo é a mais utilizada como forma de dente Esse perfil acaba determinando a qualidade do dentado, o que por sua vez, determina a vida útil da engrenagem. Esse perfil evolvente (ou involuta) de um círculo é gerado desenrolando a linha esticada de uma circunferência. Perfil Evolvente do dente Nomenclatura Circunferência de referência(primitivo) – círculo teórico onde todos os cálculos geralmente se baseiam; Passo circular primitivo (pc) – é a distância do ponto de um dente ao ponto ao mesmo ponto no dente adjacente no circulo primitivo. Adendo (a) – distância do topo do dente até a circunferência de referência. Dedendo (b) – distância do fundo do dente até a circunferência de referência. Passo diametral (P) – é a razão entre o número de dentes e o diâmetro primitivo (in). Folga de engrenamento - diferença entre a espessura do dente e a largura do vão. O diâmetro externo é o diamento primitivo + 2 vezes a altura do topo do dente (adendo): 𝑑𝑒 = 𝑑𝑝 + 2𝑎 Nomenclatura • Passo circular de referência (pc), unidade pol ou mm: 𝐩𝐜 = 𝛑𝐝 𝐍 onde • Passo de base, medido ao longo da circunferência de base: 𝐩𝐛 = 𝐩𝐜 × 𝐜𝐨𝐬∅ onde: ∅ é o ângulo de pressão • Passo diametral (Pd): 𝐏𝐝 = 𝐍 𝐝(𝐢𝐧) • Modulo (m), é reciproco do passo diametral com o diâmetro de referência (d) medido em mm. 𝐦 = 𝐝(𝐦𝐦) 𝐍 d = diâmetro de referência N = número de dentes Dentes Padronizados De Engrenagem Dentes de engrenagem padronizados de profundidade completa têm adendo igual no pinhão e na engrenagem, com o dedendo ligeiramente maior para permitir folga. As dimensões padronizadas de dente são definidas em termos do passo diametral. A Tabela 12-1 mostra as dimensões de engrenagens de dentes padronizados de altura completa como definidas pela AGMA (American Gear Manufacturers Association, que apoia a pesquisa sobre engrenagens e publica padrões para seu projeto, manufatura e montagem). Norton (2013) ✓Para que a ação da engrenagem condutora seja contínua, é necessário que sempre tenha pelo menos um par de dentes em contato. ✓Para isto, é necessário que um novo par de dentes entre em contato antes do término do contato do dente precedente. ✓O grau de engrenamento deve ser o maior possível, ou no mínimo igual a 1,25. Valor menor significa que um par de dentes deixa de estar em contato antes que o par seguinte tenha atingido seu ponto de contato inicial, e que a transmissão não é contínua. Grau de engrenamento • Há uma tangente comum no ponto de contato (ponto primitivo) das duas engrenagens, e há uma normal comum a essa tangente comum. Essa linha normal comum é chamada de linha de ação Geometria de engrenamento A LINHA DE AÇÃO é que ela sempre passa pelo ponto de referência primitivo da engrenagem. O ponto primitivo tem a mesma velocidade linear 𝝎 para o pinhão quanto para a coroa e o ângulo entre essa velocidade e a linha de ação é chamado de ângulo de pressão ∅. 𝑐 = 𝑑𝑐 + 𝑑𝑝 2 Ângulo de Contato • Ângulo de contato é o ângulo da direção da força que atua perpendicularmente na face do dente da engrenagem. • O ângulo de pressão é formado pela tangente ao círculo primitivo e a tangente ao círculo de base. O círculo de base é o círculo de onde a evolvente é originária. Ângulo de Contato • O ângulo entre a velocidade no ponto de referência e a linha de ação é chamado de ângulo de pressão (∅ ). Esses ângulos de pressão são padronizados, sendo os de 20º e 25º mais utilizados atualmente. Para haver engrenamento, o pinhão e a coroa devem ser construídos com o mesmo ângulo de pressão. Quando o ângulo de pressão é maior, a distância entre os círculos de base e de referência (primitivo) também aumenta. a) 𝑝𝑑 = 𝜋 𝑝𝑐 2 = 𝜋 𝑝𝑐 𝑝𝑐 = 1,57𝑖𝑛 - Diametros primitivos: 𝐩𝐜 = 𝛑𝐝 𝐍 𝑑1 = 1,57×16 𝜋 = 8 𝑑2 = 1,57×40 𝜋 = 20 - Distância entre centros: 𝑑1 + 𝑑2 2 = 14𝑖𝑛 Exemplo – Shigley 13 –1 Como os dentes foram cortados com um ângulo de pressão de 20°: 𝑟𝑏 = 𝑟 cos ∅ 𝑟𝑏1 = 4cos 20 = 3,76𝑖𝑛 𝑟𝑏2 = 8cos 20 = 9,40𝑖𝑛 Exemplo – Shigley 13 –1 • Considerando o aumento de ¼ in na distância de centro: 𝑑′1 + 𝑑′2 2 = 14 + 1 4 = 14,25 (1) A razão de velocidade não muda: 𝑑′1 𝑑′2 = 16 40 (2) Usando (1) e (2): 𝑑′1 = 0,4 𝑑′2 𝑑′2 + 0,4𝑑′2 = 28,5 𝑑′2 = 20,357 ∴ 𝑑′1 = 8,143 Uma vez que 𝑟𝑏 = 𝑟 cos ∅, o novo ângulo de pressão é: ∅ = cos−1 𝑟1(𝑝𝑖𝑛ℎã𝑜) 𝑑′1/2 = cos−1 3,76 8,143/22 = 22,56° O comprimento da linha de ação, é definido pela distância entre os pontos de entrada esaída de contato entre os dentes do par engrenado, medida na linha de ação. Esse valor pode ser determinado através da seguinte equação: Geometria do Engrenamento onde rp e rg são os raios das circunferências de referência e ap e ag as saliências do pinhão e da engrenagem, respectivamente. C é a distância entre os centros e φ é o ângulo de pressão. Geometria do Engrenamento As engrenagens iniciam o contato no ponto A e no ponto B, termina o contato entre os dentes. O segmento de reta AB, comprimento de ação. • A razão de contato mp define o número médio de dentes em contato em qualquer momento. É calculada por: Onde Z é o comprimento de ação e pb é o passo de base. Se mp=1, então 1 dente estará deixando o contato justamente quando o próximo está entrando em contato. Isso é indesejável, porque um pequeno erro no vão do dente causará oscilações na velocidade, vibração e barulho. Além disso, a carga será aplicada na ponta do dente, criando os momentos fletores maiores possíveis. Uma razão de contato mínima de 1,4 é preferível, e se for maior, melhor. A maior parte dos engrenamentos de engrenagens retas terá razões de contato entre 1,4 e 2. Razão de Contato Encontre a razão de engrenamento, passo circular de referência, passo de base, diâmetros de referência, raios de referência, distância entre centros, adendo, dedendo, a profundidade completa, folga, diâmetros externos e razão de contato de um engrenamento com os parâmetros dados. Dados: pd=6, ∅ = 20°, Np=19 e Ng=37. As formas dos dentes são perfis de involuta de profundidade completa padronizadas pela AGMA. Exemplo 12-1 (Norton) 1- 𝐦𝐠 = 𝐍𝐠 𝐍𝐩 = 𝟑𝟕 𝟏𝟗 = 𝟏, 𝟗𝟒𝟕 2- 𝐩𝐜 = 𝛑 𝐩𝐝 = 𝛑 𝟔 = 𝟎, 𝟓𝟐𝟒𝐢𝐧 3 - 𝐩𝐛 = 𝐩𝐜 𝐜𝐨𝐬∅ = 𝟎, 𝟓𝟐𝟒𝐜𝐨𝐬 𝟐𝟎° = 𝟎, 𝟒𝟗𝟐𝐢𝐧 4- 𝐏𝐝 = 𝐍 𝐝(𝐢𝐧) 𝒅𝒑 = 𝑵𝒑 𝒑𝒅 = 𝟏𝟗 𝟔 = 𝟑, 𝟏𝟔𝟕𝒊𝒏 𝒓𝒑 = 𝟏, 𝟓𝟖𝟑𝒊𝒏 𝒅𝒈 = 𝑵𝒈 𝒑𝒅 = 𝟑𝟕 𝟔 = 𝟔, 𝟏𝟔𝟕𝒊𝒏 𝒓𝒈 = 𝟑, 𝟎𝟖𝟑𝒊𝒏 5 – c = rg + rp = 3,083 + 1,583 = 4,666in 6 – 𝑎 = 1 𝑝𝑑 = 1 6 = 0,167𝑖𝑛 𝑏 = 1,25 𝑝𝑑 = 1,25 6 = 0,208 𝑖𝑛 7 - ℎ𝑡 = 𝑎 + 𝑏 = 0,167 + 0,208 = 0,375 8 – Folga é a diferença entre o adendo e dedendo: 𝑐 = 𝑏 − 𝑎 = 0,041𝑖𝑛 9 – 𝑑𝑒𝑝 = 𝑑 + 2𝑎 = 3,167 + 2 × 0,167 = 3,5 𝑑𝑒𝑔 = 6,167 + 2 × 0,167 = 6,5 10 – 𝑧 = 𝑟𝑝 + 𝑎𝑝 2 − (𝑟𝑝 cos∅)² + 𝑟𝑔 + 𝑎𝑔 2 − 𝑟𝑔 cos∅ ² − 𝐶 sin ∅ = 1,583 + 0,167 2 − (1,583 cos 20°)² + 3,083 + 0,167 2 − 3,083 cos 20° ² − 4,666 sin 20° = 0,798𝑖𝑛 𝑚𝑝 = 𝑍 𝑝𝑏 = 0,798 0,492 = 1,62 • NORTON, R. L. Projeto de máquinas: Uma abordagem integrada. 4ª Ed. Porto Alegre: Artmed Editora AS, 2013. (Cap. 12) • BUDYNAS, R. G.; NISBETT, J. K. Elementos de máquinas de Shigley: projeto de engenharia mecânica. 10ª Ed. Porto Alegre: Amgh Editora, 2016. (Cap. 13) Referência Bibliográfica
Compartilhar