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05 Direito Processual Penal I Competência

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Direito Processual Penal I
Competência
Professor: Paulo Henrique Moreira Campos
Competência
Mecanismos de solução de conflitos:
-Autotutela;
-Auto composição;
-Jurisdição;
Princípios
Princípio do juiz natural
Não ofende o princípio do juiz natural a convocação de juiz de primeira instância aos tribunais.
Competência
Medida e limite da jurisdição dentro dos quais um órgão pode dizer o direito.
Espécies de competência
Em razão da matéria (ratione materiae): estabelecida em razão da natureza do delito.
Em razão das funções desenvolvidas pelo agente (ratione funcionae).* Recente posicionamento STF
Em razão do local (ratione loci).
Competência funcional: aquela fixada conforme a função que cada um dos órgão jurisdicionais exerce em um processo.
Competência funcional
Por fase do processo: a competência é fixada de acordo com a fase em que o processo se encontra.
Ex.: 1ª Fase do Tribunal do Júri (Sumário da culpa) – juiz sumariante; e 2ª Fase (Plenário) - Jurados.
2) Por objeto do juízo: cada órgão jurisdicional exerce a competência sobre determinadas questões a serem decididas no processo.
Ex.: Júri - conselho de sentença julga e juiz aplica a sentença.
Competência funcional
3) Por grau de jurisdição (competência recursal): aquela que divide a competência entre órgãos jurisdicionais superiores e inferiores.
Competência funcional
Competência funcional horizontal: não há hierarquia entre os órgãos jurisdicionais.
Competência funcional vertical: há hierarquia entre os órgãos jurisdicionais.
Competência funcional
Competência absoluta
Competência relativa
Interesse público;
Imodificável;
Violação: nulidade absoluta (pode ser arguida a qualquer momento, em sentença condenatória ou absolutória imprópria, até mesmo após o trânsito em julgado; prejuízo é presumido);
Pode ser reconhecida de ofício pelo juiz;
Interessepreponderante das partes;
Modificável: derrogável.
Violação: nulidade relativa (deve ser arguida no momento oportuno; sob pena de preclusão, o prejuízo deve ser comprovado);
Pode ser reconhecida de ofício pelo juiz até o início da instrução probatória;
Competência absoluta: competência em razão da matéria, em razão da função e competência funcional.
Competência relativa: competência em razão do local, competência por distribuição, competência por prevenção, conexão e continência.
Súmula 706 STF
    É relativa a nulidade decorrente da inobservância da competência penal por prevenção.
Competência
Passos:
Competência de justiça (Qual a justiça?);
Competência Originária (O acusado possui foro por prerrogativa de função?);
Competência territorial (qual a comarca competente?);
Competência de juízo (qual a vara competente?);
Competência interna (qual o juiz competente?);
Competência recursal (Qual órgão julgará o recurso);
Competência de Justiça
Justiça especial:
Justiça Militar
Justiça Eleitoral
Justiça do trabalho*
Justiça Política (extraordinária)*
2) Justiça Comum:
Federal
Estadual: residual (o que não for das demais)
Competência da Justiça Militar
Justiça Militar da União
Justiça Militar dos Estados
Forças armadas
CFart. 124 Caput
Crimes militares (CPM)
Não tem competência cível
Acusado: militar e civil (qualquer pessoa)*
Polícias Militares e Corpo de Bombeiros Militares dos estados e DF
CF art.125 §§4º e 5º
Crimes Militares
Julga também as ações judiciais contra atos disciplinares militares
Acusado: somente militares dos estados
Observar que a maioria dos crimes previstos nas legislações especiais são de competência da justiça comum. Ex.: abuso de autoridade, tortura, posse ilegal de arma de fogo, etc.).
Havendo conexão entre crime militar e crime comum, a justiça militar caberá julgar o crime militar e o crime comum será julgado pela justiça comum.
Súmula 90 STJ
  Compete à Justiça Estadual Militar processar e julgar o policial militar pela prática do crime militar, e à Comum pela prática do crime comum simultâneo àquele.
O STF possui interpretação restritiva quanto a competência da JMU para julgar civis, crimes culposos não são julgados pela JMU.
Súmula 53 STJ
Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar civil acusado de prática de crime contra instituições militares estaduais.
A condição de militar deve ser auferida a época do cometimento do delito.
O militar que pratica crime militar em outro estado será julgado no estado de sua corporação. 
Súmula 78 STJ
Compete à Justiça Militar processar e julgar policial de corporação estadual, ainda que o delito tenha sido praticado em outra unidade federativa.
Crimes dolosos contra a vida praticados por militares estaduais serão julgados pelo tribunal do Júri.
Competência da Justiça Eleitoral
Irá julgar os crimes eleitorais e conexos de competência da justiça estadual.
Crimes eleitorais: são aqueles definidos no código eleitoral e os que a lei defina como eleitorais.
Crime eleitoral conexo a crime militar = justiça eleitoral julga crime eleitoral e justiça militar julga crime militar.
Crime eleitoral conexo a crime doloso contra a vida:
-Crime eleitoral = Justiça Eleitoral.
-Crime doloso contra a vida = Tribunal do Júri.
Competência “criminal” da Justiça do Trabalho
A discussão começou em razão da EC 45/2004, que determinou :
CF/88 - Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: 
IV - os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição;
O HC somente será julgado pela justiça do trabalho quando o ato questionado envolver matéria sujeita a jurisdição trabalhista. (ex.: antiga prisão civil do depositário infiel).
ADI 3684 o STF entendeu que a EC 45/2004 não atribuiu competência criminal genérica à Justiça do Trabalho.
Justiça Política (extraordinária)*
Corresponde a atividade jurisdicional exercida por órgãos políticos alheios ao judiciário, com o objetivo de afastar o agente público que cometeu crimes de responsabilidade.
Ex.: julgamento do Senado nos crimes de responsabilidade do presidente, vice e ministros.
Crime de responsabilidade em sentido amplo: são aqueles em que a qualidade de funcionário público é uma elementar do delito.
Crime de responsabilidade em sentido restrito: são aqueles que somente determinados agentes políticos podem praticar. Não possui natureza jurídica de infração penal, mas sim de infração político-administrativo.
Crimes de responsabilidade em sentido estrito: não há imposição de pena privativa de liberdade.
Competência Criminal da Justiça Federal
Atribuições investigatórias da polícia federal: 
- As atribuições investigatórias da polícia federal são mais amplas que a competência criminal da justiça federal. 
Análise do art. 109, IV da CF
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;
Crimes políticos: Lei 7.170/83 (crimes que dependem de motivação política).
*Recurso cabível de sentença condenatória é o Recurso Ordinário (Art. 102, II, B CF) que será julgado pelo STF.
b) Crimes praticados em detrimento de bens, serviços ou interesses da União, autarquias federais ou empresas públicas federais.
-Bens: correspondem ao patrimônio de cada uma dessas entidades.
-Serviços: correspondem ao serviço público prestado por cada uma dessas entidade.
-Interesse: para que o interesse seja de competência da JF, o interesse deve ser direto e imediato, quando se tratar de interesse remoto, a competência deve ser da Justiça Estadual.
-União
-Autarquias Federais (Ex.: INSS, BACEN, IBAMA, DNIT)
-Empresas públicas federais (Ex.: EPCT (Correios), BNDS, CAIXA ECONÔMICA FEDERAL). 
Súmula 107 STJ
Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime de estelionato praticado mediante falsificaçãodas guias de recolhimento das contribuições previdenciárias, quando não ocorrente lesão à autarquia federal.
Exemplos:
-Assalto a casa lotérica: casa lotérica é pessoa jurídica de direito privado, permissionária de serviço público, logo competência da justiça estadual.
-Crime contra bens do Presidente da República (ex.: fazenda FHC): bem particular, competência da justiça estadual.
Exemplos:
-Crimes contra consulado estrangeiro: não é União, Autarquia ou Empresa pública federal, competência da justiça estadual.
-Bens tombados: se o bem for tombado pela União (IPHAN) competência da justiça federal, se tombado pelo estado ou município, competência da justiça estadual.
Exemplos:
-Desvio de verbas oriundas de convênios federais: se a verba estiver sujeita a prestação de contas perante a União ou órgão federal, competência da justiça federal, se a verba já estiver incorporada ao patrimônio estadual ou municipal, competência da justiça estadual.
Súmula 208 STJ
Compete à Justiça Federal processar e julgar prefeito municipal por desvio de verba sujeita a prestação de contas perante órgão federal.
*Tribunal Regional Federal
Súmula 209 STJ
Compete à Justiça Estadual processar e julgar prefeito por desvio de verba transferida e incorporada ao patrimônio municipal.
*Tribunal de Justiça.
Exemplo:
-Contrabando ou descaminho: juízo federal do local da apreensão dos bens.
-Falsificação de moeda: justiça federal (compete a União emitir moeda).
*Falsificação Grosseira: estelionato, justiça estadual.
*Falsificação de moeda estrangeira: compete ao BACEN fiscalizar a circulação de moeda estrangeira no Brasil, logo competência da Justiça Federal.
Súmula 73 STJ
A utilização de papel moeda grosseiramente falsificado configura, em tese, o crime de estelionato, da competência da Justiça Estadual.
Exemplos:
-Desenvolvimento clandestino de telecomunicações (radio pirata): justiça federal, compete a União explorar os serviços de telecomunicações.
*Recepção clandestina de sinal de TV a cabo, competência da justiça estadual.
*Crime praticado em programa de televisão: justiça estadual.
Exemplo:
-Crime previsto no estatuto do desarmamento: bem jurídico tutelado é a incolumidade pública, competência da justiça estadual, mesmo que a arma de fogo seja de uso restrito das forças armadas.
c) Crimes praticados contra fundações públicas federais e sociedades de economia mista: fundações públicas federais são consideradas espécies do gênero autarquia, portanto competência da Justiça Federal (Ex.: FUNASA), crimes contra sociedade de economia mista, competência da justiça estadual (ex.: banco do Brasil e Petrobrás).
Súmula 42 STJ
Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar as causas cíveis em que é parte sociedade de economia mista e os crimes praticados em seu detrimento.
d) Crimes praticados em detrimento de fiscalização profissional e OAB(ADI 3.026): justiça federal.
*Natureza de autarquia federal.
e) Crimes contra a administração da justiça federal, do trabalho, eleitoral e militar da União: fazem parte do poder judiciário da União, competência da justiça federal da União.
f) Crime praticado por ou contra funcionário público federal: se relacionado ao exercícios das funções, justiça federal.
Súmula 98 TRF 
 Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes praticados contra servidor público federal, no exercício de suas funções e com estas relacionados.
Súmula 147 STJ
Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes praticados contra funcionário público federal, quando relacionados com o exercício da função.
Súmula 254 TFR
 Compete à Justiça Federal processar e julgar os delitos praticados por funcionário público federal, no exercício de suas funções e com estas relacionados.
Exemplos:
-Crime praticado contra dirigente sindical (não é funcionário público): justiça estadual.
-Crime praticado contra servidor do TJDTF: o tribunal é mantido pela União, mas é submetido a estrutura do DF, logo competência da justiça distrital (Estadual).
Exemplo: 
-Erro na execução: a competência é fixada com base em critérios objetivos. Portanto deve ser considerada a pessoa sobre a qual recaiu a conduta delituosa, independentemente da chamada vítima virtual.
g) Crimes praticados contra o meio ambiente: em regra são julgados pela justiça estadual, salvo se praticados em detrimento de bens, serviços ou interesses da União, autarquias federais ou empresas públicas federais.
Súmula 91 STJ (Cancelada)
Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes praticados contra a fauna.
Exemplo:
-Manutenção de animais da fauna exótica em cativeiro, sem autorização legal: justiça federal, pois compete ao IBAMA conceder esta autorização.
-Pesca do camarão no período do defeso no mar territorial: sujeito passivo é o proprietário do local onde o crime ocorreu, justiça federal.
Exemplo:
-Crime ambiental relacionados a organismos geneticamente modificados: a atribuição é da comissão de biossegurança, ligada a presidência da república, logo justiça federal.
-Crimes ambientais praticados na mata atlântica (patrimônio nacional): competência justiça estadual.
h) Crimes contra a fé pública.
I – Em se tratando de crime de falsificação em qualquer uma de suas modalidades, a competência será determinada em virtude do órgão responsável pela confecção do documento.
Exemplos:
-CNH: emitida pelo DETRAN, competência justiça estadual.
-CPF: emitida pela SRF (Secretaria da Receita Federal), competência justiça federal. 
Exemplo:
-Falsificação de arrais-amador (pequenas embarcações): emitido pela Marinha, antes a competência era da Justiça Militar, STF entendeu ser a competência da JF, em virtude da competência de fiscalização da União.
II – Em se tratando de uso de documento falso por terceiro que não tenha sido responsável pela confecção do documento, a competência será determinada em virtude da pessoa física ou jurídica prejudicada pelo uso, pouco importando a origem do documento.
III – Em se tratando de falsificação ou uso de documento falso cometidos como meio para prática de estelionato, sendo por este absorvidos, a competência será determinada em virtude do sujeito passivo do crime patrimonial. 
Súmula 17 STJ
Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido.
Súmula 31 TRF
Compete à Justiça Estadual o processo e julgamento de crime de falsificação ou de uso de certificado de conclusão de curso de 1º e 2º Graus, desde que não se refira a estabelecimento federal de ensino ou a falsidade não seja de assinatura de funcionário federal.
Súmula 62 STJ
Compete à Justiça Estadual processar e julgar o crime de falsa anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, atribuído à empresa privada.
*Se a falsa anotação tiver sido produzida com o objetivo de gerar efeitos perante a previdência social à Justiça Federal caberá o julgamento do crime previsto no art. 297, §3º, II do CP; Caso contrário a competência será da justiça estadual. STJ CC 58443
Execução penal
A competência do juízo das execuções é determinada em virtude da natureza do estabelecimento prisional.
Súmula 192 STJ
 Compete ao Juízo das Execuções Penais do Estado a execução das penas impostas a sentenciados pela Justiça Federal, Militar ou Eleitoral, quando recolhidos a estabelecimentos sujeitos à administração estadual.
j) Contravenções penais e atos infracionais: são julgados pela justiça estadual, mesmo que praticados contra a União ou em conexão com crimes federais. 
Exceção: foro por prerrogativa de função. 
Súmula 38 STJ
Compete à Justiça Estadual Comum, na vigência da Constituição de 1988, o processo por contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades.
l) Análise do art. 109, V CF/88
V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;Requisitos:
I – Crime previsto em tratado ou convenção internacional; 
II – Internacionalidade territorial do resultado em relação a conduta delituosa.
Exemplos:
-Tráfico internacional de drogas: 
*O tráfico internacional pressupõe o intuito de transferência da droga envolvendo mais de um país, não sendo necessária e obrigatória a efetiva ocorrência do resultado.
*O simples fato de a droga não ser produzida no Brasil ou de o agente ter sido preso em cidade próxima a fronteira não caracterizam obrigatoriamente tráfico internacional de drogas.
*Para que se possa falar em tráfico internacional de drogas é indispensável que a droga apreendida no Brasil seja também considerada ilícita no país de origem. 
*Tráfico internacional de drogas praticados por militares em avião da FAB  Justiça Federal, o inciso V não ressalvou a competência da Justiça Militar.
*Desclassificação de tráfico internacional para tráfico doméstico:
Para o STJ e o STF havendo a desclassificação para tráfico doméstico, os autos deverão ser encaminhados à Justiça Estadual.
Exemplos:
-Tráfico internacional de armas (art. 18 da Lei 10.826/03).
-Tráfico internacional de pessoas.
-Tráfico ilegal de criança ou adolescente para o exterior (ECA, art. 239)
Exemplos:
-Pedofilia por meio da internet (Art. 241-A ECA): a competência será da JF quando evidenciado que o acesso ao material se deu além das fronteiras nacionais.
*Quanto a competência territorial a consumação desse delito ocorre no local de onde emanaram as imagens, pouco importando a localização do provedor.
m) Incidente de deslocamento de competência da justiça estadual para a justiça federal (IDC): criado pela EC 45/2004, art. 109 V-A, art. 109 §5º.
Requisitos:
-Crime praticado com grave violação aos direitos humanos;
-Risco concreto de descumprimento de tratados internacionais firmados pelo Brasil em virtude da inércia do estado membro em proceder a persecução penal.
-Competência para apreciar o IDC  STJ
-Legitimidade para requerer: PGR
Justiça Federal
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;
Crimes contra a organização do trabalho somente serão julgado pela JF quando violados os direitos dos trabalhadores coletivamente considerados.
Súmula 115 TFR
 Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes contra a organização do trabalho, quando tenham por objeto a organização geral do trabalho ou direitos dos trabalhadores considerados coletivamente.
Crime contra liberdade individual
Art. 149 CP
Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto:
Hoje prevalece que a competência para julgar este delito é da Justiça Federal, RE 348.091 (STF).
Crimes contra o sistema financeiro e contra a ordem econômica
Nos casos determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;
-Lei 7.492/86 (Crimes contra o Sistema Financeiro Nacional) art. 26 estabelece a competência da JF.
-Lei 4.595/64 (Crimes contra o sistema financeiro) competência da Justiça Estadual (silêncio da Lei).
Lei 1.521/51 (Dos crimes contra economia popular) competência da Justiça Estadual (silêncio da Lei).
Súmula 498 STF
Compete a justiça dos estados, em ambas as instâncias, o processo e o julgamento dos crimes contra a economia popular.
Lei 8.176/91 (Venda de combustível adulterado) competência da Justiça Estadual (silêncio da Lei), pouco importando a fiscalização exercida pela ANP (Agência Nacional do Petróleo).
Lei 8.137/90 (Crimes contra ordem tributária, econômica e contra relações de consumo) 
-Dos crimes contra ordem tributária a competência é determinada em razão da natureza do tributo.
-Formação de cartéis: em regra quem julga esse delito é a JE, porém se houver a possibilidade de o delito abranger vários estados da federação, prejudicar o fornecimento de serviços essenciais, a competência será da JF.
Lei 9.613/98 (Lei de Lavagem de capitais)
-Regra competência da JE.
-Se o crime anterior for da competência da JF, JF.
-Se houver lesão a bem, interesse ou serviço da União, autarquias federais e empresas públicas federais.
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar;
Navio é apenas a embarcação apta para navegação em alto mar.
Aeronave é todo aparelho manobrável em voo, que possa sustentar-se e circular no espaço aéreo (Código Brasileiro de Aeronáutica).
A bordo = no interior.
Pouco importa se a aeronave está em terra ou no ar.
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
XI - a disputa sobre direitos indígenas.
Crime praticado por ou contra índio é julgado pela JE, salvo se o delito envolver direitos indígenas.
Súmula 140 STJ
Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime em que o indígena figure como autor ou vítima.
Conexão entre crimes da competência da JCE e da JF
Prevalece a competência da JF para julgar ambos os delitos.
Súmula 122 do STJ
Compete à Justiça Federal o processo e julgamento unificado dos crimes conexos de competência federal e estadual, não se aplicando a regra do Art. 78, II, "a", do Código de Processo Penal.
Competência por prerrogativa de função
Regras básicas
Duplo grau de jurisdição: acusados com foro por prerrogativa de função não tem direito ao duplo grau de jurisdição, ai entendido como a possibilidade de reexame integral da decisão por órgão jurisdicional diverso e de hierarquia superior (RHC 79.785).
Caso o agente tenha cometido o crime antes do exercício funcional, a competência será automaticamente alterada quando ocorrer o início do exercício da função ou a diplomação (regra da atualidade).
Os atos processuais já praticados continuam válidos.
Se o indivíduo tiver sido diplomado deputado federal após ter sido condenado em primeira instância, condenação da qual tenha apelado, caberá ao STF o julgamento da respectiva apelação.
Para o STF se a renúncia do parlamentar demonstrar seu objetivo de se subtrair ao julgamento, em evidente fraude processual, deve ser mantida a competência daquele tribunal.
*Caso Lula.
Crime cometido durante o exercício funcional, havendo nexo funcional, inicialmente entendia-se que se o crime fora exercido durante o exercício funcional, era mantida a competência do tribunal, mesmo depois de cessadas as funções. A súmula 394 STF foi cancelada.
O congresso aprova a Lei 10.628/02 (CPP art. 84, §1º e 2º) trazendo novamente a súmula.
O STF declara inconstitucional os dois parágrafos na ADI 2797.
Para o STF não é dado ao legislador ordinário fazer interpretação autêntica da CF, violando a regra das competências taxativas do STF.
Acabado o exercício do mandado, não persiste o foro por prerrogativa de função.
Súmula 394 STF CANCELADA
 Cometido o crime durante o exercício funcional, prevalece a competência especial por prerrogativa de função, ainda que o inquérito ou a ação penal sejam iniciados após a cessação daquele exercício.
Local da infração
 Art. 70.  A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.
Art. 72.  Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio ou residência do réu.
 Art. 73.  Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro de domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração.
No foro por prerrogativa pouco importa o local do crime, o acusado será julgado pelo seu respectivo tribunal.
Crime doloso contra a vida
Se o foro por prerrogativade função estiver previsto na Constituição Federal, prevalecerá sob a competência do júri. (Ex.: Deputado estadual que mata alguém)
Se o foro estiver previsto exclusivamente em lei ordinária ou nas constituições estaduais, prevalece a competência do tribunal do júri. 
Súmula 721 STF
A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição estadual.
Hipóteses de coautoria: 
Tício + um senador praticam um furto. Os dois podem ser julgado pelo STF, a reunião não é obrigatória.
Se o crime for doloso contra a vida, Tício será julgado pelo Tribunal do Júri e o Senador pelo STF.
Se um crime for praticado em coautoria com titular de foro por prerrogativa de função, prevalece a competência do tribunal para julgar ambos os acusados, salvo se o delito praticado em coautoria for crime doloso contra a vida, quando deverá ocorrer a separação obrigatória dos processos.
Súmula 704 STF
 Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do co-réu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados.
*A atração não é obrigatória.
Para o supremo se ambos os acusados tem foro por prerrogativa de função, prevalece a competência do tribunal de maior graduação.
Constituições estaduais e princípio da simetria
Considerando que os estados não podem legislar sobre direito processual penal, as constituições estaduais só podem atribuir a seus agentes as mesmas prerrogativas que a CF outorga às autoridades que lhe sejam correspondentes.
*ADI 2587, STF entendeu que defensores públicos e procuradores do estado possuem direito a foro perante o TJ/GO. Argumento é que seriam funções essenciais ao estado democrático de direito.
Leis orgânicas dos municípios não podem criar foro por prerrogativa de função.
Exceção da verdade
Art. 85.  Nos processos por crime contra a honra, em que forem querelantes as pessoas que a Constituição sujeita à jurisdição do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais de Apelação, àquele ou a estes caberá o julgamento, quando oposta e admitida a exceção da verdade.
Ex.: Tício repórter acusa determinado Juiz estadual de estar recebendo dinheiro de traficantes para liberar presos (calúnia), o juiz Mévio ingressa com uma queixa-crime (primeira instância), e Tício quer provar a imputação (exceção da verdade), quem irá julgar a exceção será o TJMG.
Se o querelante for titular de foro por prerrogativa de função, ao respectivo tribunal caberá o julgamento da exceção da verdade.
Ao Tribunal caberá apenas o julgamento da exceção, devendo sua admissão e instrução serem feitas pelo juiz de primeira instância. 
	Competência Territorial
Regra geral: 
-Local da consumação do delito.
-Tentativa: local do último ato de execução.
Situações especiais:
Crimes plurilocais*: para os tribunais nos casos de crimes plurilocais de homicídio prevalece a competência territorial do local da conduta, pouco importando a regra do art. 70 do CPP.
*A conduta e o resultado ocorrem em comarcas distintas, porém ambas no território nacional.
b) Crimes à distância (de espaço máximo): são as infrações em que a conduta ocorre no território nacional e o resultado no estrangeiro, ou vice-versa. 
A competência territorial é do local onde foi praticado o último ato de execução ou do local onde foi produzido o resultado.
c) Crimes cometidos no estrangeiro*: são julgados pela justiça estadual, salvo se presente uma das hipóteses do art. 109 da CF. Quanto a competência territorial aplica-se o art. 88 do CPP.
*Nenhuma parte do crime ocorreu no Brasil.
 Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro (CP):
 I - os crimes:
 a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; 
 b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; 
 c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; 
 d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;
CPP
Art. 88.  No processo por crimes praticados fora do território brasileiro, será competente o juízo da Capital do Estado onde houver por último residido o acusado. Se este nunca tiver residido no Brasil, será competente o juízo da Capital da República.
D) Fraude no pagamento por meio do cheque (art. 171, §2º, VI, CP)*: do local da recusa do pagamento.
*Não se confunde com o crime de estelionato mediante cheque falsificado.
Súmula 521 STF
O foro competente para o processo e julgamento dos crimes de estelionato, sob a modalidade da emissão dolosa de cheque sem provisão de fundos, é o do local onde se deu a recusa do pagamento pelo sacado.
Súmula 244 STJ
Compete ao foro do local da recusa processar e julgar o crime de estelionato mediante cheque sem provisão de fundos.
Na hipótese de cheque falsificado a competência será do local da obtenção da vantagem ilícita.
Súmula 48 STJ
Compete ao juízo do local da obtenção da vantagem ilícita processar e julgar crime de estelionato cometido mediante falsificação de cheque.
E) Apropriação indébita: para os tribunais quando não for possível estabelecer com precisão o local da inversão da posse, o foro competente será o do local onde o elemento subjetivo do crime puder ser comprovado por elementos objetivos, tais como o local da prestação de contas.
F) Falso testemunho cometido em carta precatória: a competência territorial é do juízo deprecado. 
Competência territorial pelo domicílio do acusado:
-Quando não for possível determinar o local da consumação do crime.
-Nos casos de exclusiva ação penal privada o querelante pode optar pelo domicílio do acusado, ainda que conhecido o local da consumação. 
Conexão e Continência
Conexão: nexo de união, demonstrativo de vínculo entre delitos, cometidos em situações de tempo e lugar que tornem indissociáveis, por razões diversas, recomendando um julgamento único, evitando-se decisões conflituosas e aproveitando-se da prova comum. Art. 76 CPP
Art. 76. A competência será determinada pela conexão:
 I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras;
 II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas;
 III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na prova de outra infração.
Continência: é um nexo aproximativo de causas, envolvendo concurso de pessoas ou concurso de crimes. Convém julgá-las em conjunto, com o fim de evitar decisões contraditórias, aproveitando-se a prova colhida em comum. Art. 77 CPP
 Art. 77. A competência será determinada pela continência quando:
 I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração;
 II - no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51, § 1o, 53, segunda parte, e 54 do Código Penal. (70, 73, segunda parte e 74, segunda parte do CP – concurso de crimes)
A junção dos processos, em decorrência da conexão ou continência, não é absoluta. Quando necessário é possível separar os feitos. A união dos processos não pode significar um entrave para o deslinde célere da causa, mormente em se tratando de réus presos. 
  Art. 80.  Será facultativa a separação dos processos quando as infrações tiverem sido praticadas em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes, ou, quando pelo excessivo número de acusados e para não Ihes prolongar a prisão provisória, ou por outro motivo relevante, o juiz reputar conveniente a separação.

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