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* * Desnutrição Energético-Proteica (DEP) Marco Antonio Gomes Andrade * * Desnutrição Energético-Proteica DEFINIÇÃO (OMS, 1973) gama de condições patológicas com deficiência simultânea de proteínas e calorias em diversas proporções, geralmente associada a baixa idade e comumente acompanhada de infecções. * * Desnutrição Energético-Proteica epidemiologia a desnutrição energético-proteica (DEP) atinge intensamente a criança, impedindo seu pleno crescimento e desenvolvimento, além de contribuir significativamente para a maior morbimortalidade. * * Desnutrição Energético-Proteica epidemiologia a forma primária, causada pela fome, é a mais comum em nosso meio, fazendo da DEP um problema eminentemente social. a forma secundária, em nosso meio, correspondente a menos de 20% dos casos, é de causas médicas, pois acompanham afecções graves como cardiopatias, gastroenteropatias, doenças neurológicas, entre outras. * * Desnutrição Energético-Proteica etiologia baixa ingestão * * Desnutrição Energético-Proteica fisiopatologia a baixa ingestão calórica condiciona adaptações à desnutrição: diminuição da atividade física, estagnação do crescimento (peso e altura), depleção proteica e lipólise. num processo adaptativo, as anormalidades bioquímicas e manifestações clínicas começam a intensificar-se, podendo surgir as formas graves da desnutrição: Marasmo, Kwashiorkor e suas manifestações intermediárias. * * Desnutrição Energético-Proteica classificação quanto a etiologia primária = falta de ingestão do nutriente secundária = ingestão do nutriente adequada, porém incorporação insuficiente mista = primária + secundária * * Desnutrição Energético-Proteica classificação primária baixo nível socioeconômico, pobreza, privação nutricional, más condições ambientais levando a infecções e hospitalizações frequentes, baixo nível educacional e cultural, negligência, falta de amamentação, privação afetiva. neste caso a correção da dieta bastará para a cura. * * Desnutrição Energético-Proteica classificação secundária apesar de haver oferta existem outros fatores que impedem a ingestão e absorção dos alimentos (má-absorção, estenose do piloro, ou aumentam a sua necessidade – hipertireoidismo). sua evolução estará na dependência da doença que a ocasionou. mista situação em que os dois mecanismos estão envolvidos. * * Desnutrição Energético-Proteica classificação estudos já comprovaram que as camadas mais pobres da sociedade têm uma alimentação geralmente equilibrada, sob o aspecto qualitativo, porém em quantidade insuficiente. * * Desnutrição Energético-Proteica segundo a gravidade (critério de Gomez) 1º grau ou leve - o percentil fica situado entre 10 e 25% abaixo do peso médio considerado normal para a idade. (DI) 2º grau ou moderada - o déficit situa-se entre 25 e 40%. (DII) 3º grau ou grave - a perda de peso é igual ou superior a 40%, ou desnutridos que já apresentem edema, independente do peso.(DIII) * * Desnutrição Energético-Proteica classificação de Gomez originada em 1956, tem por base a perda de peso apresentada pela criança. o percentil 50 é considerado como 100% do peso para a idade. é utilizada para crianças de até 2 anos. * * Desnutrição Energético-Proteica segundo a gravidade (critério de Gomez) em termos populacionais há um predomínio da desnutrição de 1º grau, onde o organismo adapta-se à uma alimentação abaixo de suas necessidades, que, em geral, predomina por toda vida, havendo uma parada no crescimento. em estudos populacionais a estatura é muito valorizada, sendo encarada como indicador do estado nutricional atual ou, principalmente, pregresso. * * Desnutrição Energético-Proteica classificação segundo a clínica marasmo (M) kwashiorkor (K) kwashiorkor-marasmático ou não determinado (KM) * * Desnutrição Energético-Proteica marasmo criança fica com baixa atividade, pequena para a idade, membros delgados devido a atrofia muscular e subcutânea, costelas proeminentes, pele se mostra solta e enrugada na região das nádegas, apresenta infecções constantes, comumente é irritadiça e seu apetite é variável. * * Desnutrição Energético-Proteica kwashiorkor déficit importante de estatura, massa muscular consumida, tecido gorduroso subcutâneo preservado, alterações de pele dos membros inferiores, alterações dos cabelos, hepatomegalia, face de lua, anasarca e baixa concentração sérica de proteínas e albumina, área perineal frequentemente irritada com dermatites e escoriações devido a diarreias; apatia exagerada, raramente responde a estímulos e não apresenta apetite. * * Desnutrição Energético-Proteica kwashiorkor-marasmático a origem pode ser de um marasmo que entrou em déficit proteico ou um kwashiorkor que passou a sofrer déficit energético; baixa na estatura, retardo do desenvolvimento neuropsicomotor e queda da resistência imunológica. * * Desnutrição Energético-Proteica diagnóstico da desnutrição do 3º grau * * Desnutrição Energético-Proteica Classificação de acordo com a tabela NCHS (National Center for Health Statistics – USA) baseada no peso e estatura para idade Leves = inferior ao percentil 10 Moderada = inferior ao percentil 3 Grave = abaixo do percentil 1 * * Desnutrição Energético-Proteica * * Desnutrição Energético-Proteica classificação de Waterlow proposta em 1973, considera as relações E/I e P/E aplicando-se às crianças maiores de 2 anos de idade. em nosso meio, utiliza-se a classificação de Waterlow modificada por Batista. o parâmetro ideal (peso ou estatura) corresponde ao percentil 50 para idade e sexo, tendo como padrão de referência (NCHS) * * Desnutrição Energético-Proteica índices antropométricos um baixo índice de altura/idade indica lentidão no crescimento e reflete o passado de vida da criança (associação de desnutrição e história de infecções). baixa taxa de peso/altura indica perda de peso, recente ou continuada. baixo peso/idade pode significar baixo peso isolado ou associado à baixa estatura ou ainda apenas ser decorrente de baixa estatura para idade. * * Desnutrição Energético-Proteica classificação de Waterlow P/I = peso encontrado X 100 peso ideal (p 50) E/I = estatura encontrada X 100 estatura ideal (p 50) P/E = peso encontrado X 100 peso ideal para altura encontrada * * Desnutrição Energético-Proteica classificação de Waterlow eutrófico E/I > 95% e P/E > 90% do p50 do padrão de referência. desnutrido atual ou agudo E/I > 95% e P/E ≤ 90% do p50 do padrão de referência. desnutrido crônico E/I ≤ 95% e P/E ≤ 90% do p50 do padrão de referência. desnutrido pregresso E/I ≤ 95% e P/E > 90% do p50 do padrão de referência. * * Desnutrição Energético-Proteica diagnóstico o diagnóstico nutricional é obrigatório; devendo sempre constar do prontuário do paciente. anamnese: história social da família e sua situação socioeconômica e cultural. Interrogar detalhadamente sobre alimentação (atual e pregressa) e os antecedentes mórbidos da criança. exame físico: valorizar a antropometria (peso, estatura; PC < 1 ano de idade). Avaliar neuropsiquismo, pele, tecidos muscular e cutâneo, alterações do cabelo, edema, facies, olhos, hepatomegalia e processos adicionais (infecções, distúrbio hidroeletrolíticos). * * Desnutrição Energético-Proteica diagnóstico laboratorial: dá poucos subsídios; hipocalcemia, hipoalbuminemia, hipoglicemia e anemia; o teste tuberculínico (PPD) é pouco sensível no desnutrido grave devido a sua imunidade celular. * * Desnutrição Energético-Proteica tratamento a desnutrição primária por ser uma afecção social, a correção deve ser feita com base das correções dos agravos sociais. a internação hospitalar se restringe aos casos de nível secundário eterciário como tentativa de minorar as sequela a internação então se restringe aos quadros de desnutrição grave (marasmo, kwashiorkor, kwashiorkor-marasmático) com afecções associadas, habitualmente distúrbio hidroeletrolítico e/ou quadro infeccioso. * * Desnutrição Energético-Proteica atendimento hospitalar ao desnutrido grave tratar e evitar a hipoglicemia - G < 60mg/dl. prevenir a hipotermia - escassez de tecido subcutâneo. desidratação - difícil avaliação pela grande quantidade de líquido extracelular ( ↓ pressão oncótica, ↓ débito cardíaco, alterações endócrina – hiperaldosteronismo, ↓ da filtração glomerular). * * Desnutrição Energético-Proteica atendimento hospitalar ao desnutrido grave são características do desnutrido grave (hiponatremia, hipocalcemia, hipocalemia, hipomagnesemia). preferir a TRO, nos casos mais graves (choque, 3º grau ou insucesso com a TRO) fazer parenteral; não interromper a alimentação durante a reidratação. * * Desnutrição Energético-Proteica atendimento hospitalar ao desnutrido grave dieta - iniciada o mais precoce possível por via oral ou se necessário por SNG e neste caso tentar atingir a quota de 100cal/kg; essa cota não atingida o organismo não é capaz de recuperar a desnutrição, principalmente nos casos de infecção associada que aumentará as necessidades. tratar as infecções associadas. parasitoses intestinais. anemia - ferro oral a partir da 2ª semana; ac. fólico (macro-cítica). * * Desnutrição Energético-Proteica atendimento hospitalar ao desnutrido grave vitaminas A – < 6m - 50.000UI; > 6 <12 m - 100.000UI < 12 m 200.000UI B2 – dieta. B12 – dieta. C – 200mg/dia. D – 600.000UI dose única. * * Desnutrição Energético-Proteica atendimento hospitalar ao desnutrido grave oligoelementos sulfato de zinco – 10mg/dia < 6m, 20mg/dia > 6m. sulfato de magnésio estimulação - importante para recuperação do desenvolvimento mental e comportamental, recreação, atividade física, ambiente alegre, incentivar a participação materna. alta hospitalar - controle da infecção associada e ganho ponderal. * * Desnutrição Energético-Proteica novas curvas de crescimento * * Desnutrição Energético-Proteica * * Desnutrição Energético-Proteica marasmo * * Desnutrição Energético-Proteica kwashiorkor * * Desnutrição Energético-Proteica kwashiorkor-marasmático * * Desnutrição Energético-Proteica * * * * * * * * * * * * * * ? * * obrigado, Senhor! * * fim
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