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Epistaxe Sangramento proveniente da mucosa nasossinusal . Epi - oriundo de cima / staxis – sangramento - Constitui a principal urgência otorrinolaringológica. Epidemiologia - 60% da população já teve pelo menos um episódio de sangramento nasal - Sendo que 6% necessitou de assistência médica e 7 a 15% foi recorrente - Somente 1% necessita de internação hospitalar Anatomia - A vascularização arterial nasal é realizada por ramos da artéria carótida interna e externa. - Seu entendimento é importante, pois muitas vezes, o correto tratamento depende do conhecimento da anatomia vascular nasal. CLASSIFICAÇÃO 1. Epistaxe Anterior É o tipo de sangramento nasal mais comum e de mais fácil resolução, na maior parte das vezes. - Sua principal origem é na área de Little no septo nasal. . Esta área corresponde a uma complexa anastomose de arteríolas que formam o plexo de Kisselbach, situadas na porção anterior septal. - Este plexo é formado por ramos septais das artérias nasal lateral posterior, septal, etmoidal anterior, labial superior, bem como palatina maior. 2. Epistaxe Posterior - Menos comum (cerca de 10% das epistaxes). - Origem mais comum na parede lateral da fossa nasal. - Seu sangramento é mais intenso e de difícil controle. - Algumas vezes pode levar a verdadeiros desequilíbrios hemodinâmicos, causando choque hipovolêmico e até mesmo morte. ETIOLOGIAS 1. Locais - Inflamatórias-Infecciosas: rinossinusite. - Traumática: digital, contusão nasal, fratura nasal, cirurgia nasal. - Anatômicas: desvio septal, perfuração septal - Corpo Estranho - Agentes Químicos: cocaína, gasolina e amônia. - Tumores nasais . Benignos: nasoangiofibroma, pólipo nasal, papiloma invertido . Malignos: carcinomas, sarcomas - Climáticos: ar frio e seco (ar condicionado) 2. Sistêmicas - Drogas: AAS, AINEs, anticoagulantes, antibióticos, antineoplásicos - Discrasias sanguíneas: coagulopatias, hemofilia, trombocitopenias… - HAS - Neoplasias: leucemias e linfomas. - Outras: insuficiência renal, hepática DIAGNÓSTICO - Definir a etiologia do sangramento nasal não é fácil. Principalmente, quando este se apresenta como um sinal/sintoma de outra afecção de base. - Uma rápida e direcionada anamnese deve ser colhida para tentar chegar a alguma conclusão que possa contribuir na interrupção do sangramento desse paciente. - Determinar a fonte do sangramento, se é anterior ou posterior - Para isso, uma adequada iluminação e material de aspiração devem ser providenciados para um bom exame físico. Anamnese - Tempo e recorrência do sangramento - Gravidade do sangramento - Uso de drogas que possam ter iniciado ou exacerbado o sangramento (cumarínicos, aspirina, AINEs, cocaína...) - Problemas clínicos prévios (hemofilia ou trombocitopenia, por exemplo) - Associação com cirurgia ou trauma nasal recente. Exame Físico - A visão direta do local do sangramento pode ser impossível sem o auxílio de um nasofibroscópio ou endoscopia nasal rígida. Sugerem Sangramento Nasal Anterior Sugerem Sangramento Nasal Posterior Trauma Nasal Incapacidade de localizar o sangramento através da rinoscopia anterior Uso recente de agentes irritantes nasais Sangramento de ambas fossas nasais (Sangue na rinofaringe reflui para a fossa nasal não afetada) Introdução de CE Sinais ou sintomas de resfriado Sensação de sangue escorrendo por trás da garganta, mesmo após tamponamento anterior. Gripe ou alergia recente CONDUTA - Diversas modalidades de tratamento têm sido propostas com o objetivo de controle das epistaxes. - Felizmente, a maioria dos sangramentos é autolimitada, principalmente em crianças, não necessitando intervenção médica. - Na maioria das vezes, a abordagem inicial é realizada por um médico não-otorrino. Ele deve conhecer, pelo menos, formas básicas de controle do sangramento nasal, como o tamponamento nasal. - Assim, apenas se necessário, este paciente será transferido para um otorrinolaringologista. Conduta Inicial - Avaliar primeiro se vias aéreas estão pérvias e se há controle hemodinâmico. - Caso haja alteração da pressão arterial, tanto para mais como para menos, ela deve ser normalizada paralelamente ao controle do sangramento nasal. Tranquilizar o paciente e a família do paciente, manter o paciente sentado com a cabeça levemente inclinada para frente. Limpeza da cavidade nasal por aspiração ou lavagem com solução salina. O Médico deve estar protegido com luvas, máscara, óculos e avental. Iluminação adequada, espéculo nasal, abaixador de língua e pinça baioneta. Compressão digital - primeira medida a ser tomada. Compressão local com compressa gelada. Uso de algodão embebido em solução vasoconstritora (cuidado em idosos e cardiopatas!!) Cauterização Química - Caso seja encontrada o local de sangramento pode ser tentado cauterização química com soluções de nitrato de prata ou ácido tricloroacético Tamponamento Nasal Caso essas medidas iniciais não surtam efeito a) Tamponamento Anterior - Existem diferentes formas de tampão nasal com suas respectivas vantagens e desvantagens. - Os tampões nasais mais frequentemente utilizados na prática clínica são os tampões apenas de gaze, tampões convencionais (“dedo de luva ou preservativo preenchido por gaze ou espuma”) e esponjas sintéticas (Merocell). - Os tampões devem ser colocados com ajuda de espéculo nasal, pinça baioneta e iluminação adequada para evitar maiores traumatismos nasais. b) Tamponamento Posterior - Deve ser realizado antes do anterior, é passado uma sonda pela fossa nasal que deve ser pega pela cavidade oral. - A esta sonda, deve ser amarrada firmemente um tampão pequeno de gaze do qual vai sair duas extremidades de fios: um preso a sonda, outro livre. - A sonda é tracionada pelo nariz até o aparecimento do fio através da fossa nasal. - Corta-se o fio que sai pela fossa nasal e fixa-o a pele do paciente para que fique bem tracionado, o fio livre na cavidade oral deve também ser fixo a pele e será útil na posterior remoção deste tampão. Caso seja necessário, repetir o mesmo procedimento para outra fossa nasal c) Tamponamento Posterior Insuflável - Sonda de Foley e sondas específicas nasais, que são mais caras e nem sempre presentes. Devem ser preenchidas preferencialmente com água ao invés de ar, pois esta última tende a esvaziar espontaneamente. - São de fácil introdução, mas têm como desvantagem a grande pressão exercida sobre o mesmo ponto, que pode levar a necrose da área se utilizado por um longo período. Tratamento Invasivo - Eletrocoagulação (local ou das artérias principais) - Ligadura Arterial - Embolização Arterial
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