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Introdução ao Estudo do Direito Privado II - Prof. Maurício Requião

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Laura Bandeira Cerviño
Introdução ao Estudo do Direito Privado II – 2018.1
Professor Maurício Requião
Nem tudo na vida é regulamentado pelo direito, é algo jurídico. Quando algo passa a ser um fato jurídico, passa a existir para o direito. Este é o primeiro dos três planos (existência, validade e eficácia) do mundo jurídico: o plano da existência. Esse fato que existe produz efeito (ex: matar alguém gera uma pena regulamentada no código). Tipos de fato jurídicos: divisão entre lícitos e ilícitos, tipos de lícitos e tipos de ilícitos. 
Obs: o código civil só regulamenta atos ilícitos e negócio jurídico. 
Suporte Fático:
Conduta que pode acontecer no mundo e que, por ter sido considerado algo relevante, terminou se constituindo um objeto da norma jurídica.
Espécies: pode ser hipotético (ou abstrato) ou concreto.
Hipotético está descrito na norma e descreve algo que pode acontecer no mundo dos fatos. É uma proposição que descreve algo que pode acontecer no mundo dos fatos. O suporte fático sozinho não é a norma como um todo, não é o próprio fato. Uma norma pode descrever certa situação, mas isso não significa que já exista, por conta disso, um fato jurídico que pode surgir dali.
Concreto se realiza no mundo dos fatos, é a execução do fato que estava descrito no abstrato. É aí que se dá a incidência da norma, gerando, então, um fato jurídico (S.F.H + S.F.C + incidência da norma = fato jurídico).
Elementos: diversos fatores que podem compor o suporte fático. São coisas que compõem o suporte fático: ações, elementos naturais, atos de animais, fator psíquico, estimações valorativas, probabilidades (art. 402/CC - lucro cessante. Outro exemplo são os direitos do nascituro), outros fatos jurídicos (oferta, aceitação – pressupostos para o surgimento de um contrato), passagem do tempo (prescrição e decadência). O suporte fático pode ser composto por elementos nucleares, complementares ou integrativos.
Nucleares: são os elementos do suporte fático que são essenciais para a incidência da norma. Se faltar algum elemento nuclear, o fato jurídico não existe. Os elementos nucleares são divididos em cerne e completante (completa o sentido do cerne). Ex: compra e venda, ato de vontade é o cerne, qual a vontade é o completante.
Complementares: não analisa a existência, mas sim a perfeição dos elementos constituintes do fato jurídico (validade). Tem como invalidar? Tem como tornar ineficaz? Se sim, o fato jurídico não tem elementos complementares. Ser anulável é uma das categorias da invalidez. O objeto deve ser possível, determinado ou determinável.
Integrativos: se relacionam à eficácia (atos de registro, etc). Necessidade da prática de um ato junto a um terceiro (normalmente uma autoridade) para que a prática deste ato gere uma eficácia plena do ato em questão. Após o registro em cartório é que passará a ter eficácia para terceiros. 
Obs: nem todo ato de registro é necessariamente elemento integrativo. Ex: casamento.
Obs: preceito é a consequência do fato. Só se materializa se o fato acontecer. Ex: indenização é o preceito, só acontece se antes tiver havido um dano ao bem. Existe o preceito hipotético (previsão legal na norma de uma pena para determinado crime) e o concreto (realização daquilo que está previsto na norma quanto hipótese, sentença dada a quem comete algum crime). 
Incidência:
Noções gerais A incidência gera uma consequência juridicamente relevante (juridicizar algo, desjuridicizar, etc).
Características:
Incondicionalidade Não há opção quanto à incidência da norma, esta, em regra, não está vinculada aos desejos dos sujeitos envolvidos no fato em questão.
No ordenamento existem normas cogentes (aquela que se torna obrigatória, de maneira coercitiva, mesmo que venha a constranger a vontade do indivíduo a que se aplica) e não cogentes. Mesmo nas normas não cogentes, a característica da incondicionalidade não está afastada. Mesmo a não cogência é a incidência de uma outra norma ou da própria norma de um modo diferente.
Inesgotabilidade o fato de acontecer a incidência não gera nenhuma diminuição na capacidade de a norma incidir novamente.
Obs: é possível que se esgote a possibilidade (não a capacidade) de a norma incidir. Ex: se a norma trata de algo que não vai mais acontecer, ela também não vai mais incidir.
Pressupostos: o que precisa estar presente para a incidência da norma.
Vigência da norma jurídica não basta somente que a norma exista no ordenamento, ela tem que estar apta a produzir os seus efeitos (ex: durante o Vacatio Legis de uma norma não haverá incidência da mesma).
Concreção do suporte fático é preciso que aconteça no mundo fático, concretamente, aquilo que se encontra escrito como hipótese normativa. É necessária a presença de todos os elementos nucleares do suporte fático (suporte fático suficiente).
Obs: exceção incidência da norma sem concreção do suporte fático. Acontece com as ficções jurídicas (a norma pressupõe que algo acontece, independentemente de isto ser verdade) e as presunções jurídicas (não se verifica em concreto que algo aconteceu, mas se pressupõe que sim).
Consequências:
Juridicização tornar algo em um fato jurídico.
Pré-exclusão da juridicidade impedir que o fato se juridicize ou fazer com que ele se juridicize de uma maneira diferente do normal.
Invalidação tornar algo inválido, torná-lo nulo ou anulável.
Deseficacização tirar a eficácia, uma norma vai incidir para que um fato deixe de produzir efeito.
Desjuridicização faz com que o fato saia do mundo do direito, tirar a juridicidade.
Planos dos fatos jurídicos: 
Plano da existência (nucleares) qualquer análise tem que começar pelo plano da existência, é pressuposto para os outros dois planos. Se faltar algum elemento nuclear, o fato não vai existir, juridicamente falando.
Plano da validade (complementares) antes que os atos jurídicos produza efeito, é necessário que se dê a análise de sua validade. Atos jurídicos são os tipos de fato em que a vontade compõe o suporte fático. Quando o suporte fático carece de elementos complementares, ele é chamado de deficiente. A invalidade apresenta dois graus: o nulo (não ingressará no plano da eficácia) e o anulável (não impede que produza seus efeitos).
Plano da eficácia (complementares/integrativos) parte do mundo jurídico onde os fatos jurídicos produzem seus efeitos. Pressupõe a passagem deste fato pelo plano da existência, mas não necessariamente pelo plano da validade.
Classificações dos fatos jurídicos: 
Fato jurídico “lato sensu” (sentido amplo) todo fato que seja regulamentado pelo direito é um fato jurídico lato sensu. Se subdividem em atos lícitos (atos em conformidade com o direito) e ilícitos (atos contrários ao direito).
Obs: a ilicitude não exclui o ato do direito.
Atos lícitos se subdividem em: 
A conduta humana compõe o elemento nuclear?
Se não, é um Fato Jurídico Stricto Sensu, onde a conduta humana não é elemento essencial (eventos naturais ou de animais).
Se sim:
	É uma conduta volitiva ou involitiva? É necessário que a conduta em questão envolva a vontade do agente?
	Se não, é um Ato-Fato Jurídico (a vontade não compõe o SF).
	Se sim, é um Ato Jurídico Lato Sensu.
		O ordenamento permite que a vontade modifique os efeitos?
Se não, é um Ato Jurídico Stricto Sensu (os efeitos já estão descritos na norma).
		Se sim, é um Negócio Jurídico (existe a possibilidade de a vontade modificar os efeitos descritos na norma, dentro dos limites da lei).
Ato-fato jurídico:
Noções gerais é um fato no qual não se existe a presença da vontade. O elemento nuclear do SF é a conduta humana.
Espécies:
Atos-fatos reais o que é relevante é o resultado final decorrente de uma conduta humana.
Ato-fato indenizativo tem por efeito indenizar. Tem como SF uma conduta humana, que gera um dano para alguém. Mais comumente relacionado à prática de atos ilícitos, mas pode ser atribuído a atos lícitos.
Ato-fato caducificante envolve perda de efeito. Perda de um direito em decorrência de não ter agido ao longo de determinado períodode tempo. Ex: prescrição e decadência.
Ato jurídico (lato sensu):
Noções gerais apresenta como elemento nuclear do SF uma conduta humana acrescida do elemento volitivo (tem no cerne a vontade), uma exteriorização consciente de vontade.
Elementos:
Exteriorização da vontade para que haja o surgimento deste ato jurídico, é necessária uma exteriorização consciente da vontade. Declaração (declaração da vontade de modo explícito) e manifestação da vontade (ação que dá a entender qual é a vontade).
Consciência da vontade o sujeito que exterioriza sua vontade deve ter consciência do seu ato.
Resultado lícito, possível, determinado ou determinável a exteriorização tem que ser determinada a alguma coisa, algum resultado. 
Ato jurídico stricto sensu x Negócio Jurídico:
Atos jurídicos mistos são, ao mesmo tempo, ato e negócio.
Atos complexos vários atos praticados pela mesma entidade ou poder, para se chegar ao resultado final.
Atos compostos atos praticados por entes diferentes, para se chegar ao resultado final.
Atos jurídicos de direito público atos praticados pela administração pública, que não apresentam autonomia da vontade, mas há a vontade.
Ato jurídico Stricto Sensu apresenta o elemento volitivo, mas não há uma liberdade de se modular os efeitos.
Ato jurídico compósito consiste na manifestação de vontade que não bastam em si, pois necessitam de outras circunstâncias para se completarem.
Negócio Jurídico:
Noções gerais apresenta como elemento nuclear a exteriorização consciente de vontade, e apresenta a possibilidade de auto-regramento, dentro dos limites legais, através da vontade.
Classificações:
Unilaterais x Bilaterais x Plurilaterais quantidade de exteriorização de vontade e o sentido dessas mesmas.
Unilaterais só há um polo de exteriorização da vontade.
Bilaterais vontades opostas porém complementares, a junção gera o Negócio Jurídico.
Plurilaterais duas ou mais vontades que convergem para um mesmo fim.
“Intervivos” e Mortiscausa:
Intervivos produz efeitos, independentemente da morte da pessoa.
Mortis causa os efeitos estão condicionados, dependem da morte da pessoa.
Causais e abstratos: causa que justifique o negócio jurídico.
Causais aqueles em que a causa se mantém constante ao longo do seu desenvolvimento.
Abstratos embora tenham causa no início, não é possível relacionar a ela sua validade e eficácia.
Consensual x Real: 
Consensual basta a vontade para que o negócio jurídico se forme.
Real necessita, além da vontade, a entrega de uma coisa para que ele exista. É real quando a entrega da coisa é pressuposto da existência. 
Solene x Não solene:
Não solene aquele que a lei não existe forma específica.
Solenes quando a lei exige e determina uma forma específica.
Gratuito x Oneroso:
Onerosos gera vantagens patrimoniais para ambos os lados.
Gratuitos implica em vantagem patrimonial para somente um dos envolvidos.
Principais x Acessórios:
Principal existe independentemente de qualquer outro negócio jurídico.
Acessório está vinculado a um negócio jurídico principal.
Típicos x Atípicos:
Típicos têm uma previsão legal espressa.
Atípicos não têm uma previsão legal espressa.
Atos Ilícitos:
Noções gerais atos ilícitos estão inseridos no direito, são fatos contrários a ele. Para Requião, a ilicitude tem que partir de um sujeito, eventos naturais não devem ser colocados como ilícitos.
O direito civil não se preocupa se o dano foi causado por dolo ou culpa, a indenização será a mesma. O elemento não é essencial, mas pode existir.
No direito civil, a ilicitude está mais relacionada com uma questão reparatória, e não punitiva.
Categorias:
Abuso de direito (artigo 187/CC) modo inadequado (excessivo) como o sujeito exerce seu direito. A conduta praticada é lícita, mas o sujeito a realiza excedendo os limites. Estão ligados à boa-fé objetiva (consiste em um padrão ideal de conduta). São alguns exemplos:
Venire contra factum proprium vir contra seu próprio ato. O agente pratica uma conduta lícita, depois pratica outra conduta também lícita. No entanto, a prática de segunda conduta gerou uma quebra da expectativa gerada pela primeira conduta. A segunda conduta passa a ser, então, ilícita.
Supressio e Surrectio no início, a pessoa tem um direito, mas não o exerce. Essa conduta gera a expectativa de que o direito não será mais exercido.
Supressio perda de um direito por parte do sujeito que não o exerceu.
Surrectio ganho de direito por outro sujeito, que gerou a expectativa.
“ Tu quoque” até tu? A age de modo ilícito em relação a B. B faz a mesma coisa em relação a A. A quer reclamar da coisa que ele também fez.
Efeitos:
Ato ilícito indenizativo tem como efeito indenizar.
Ato ilícito invalidante o ordenamento faz com que algo se torne nulo ou anulável (o ordenamento dá uma resposta a um ato ilícito).
Ato ilícito caducificante o efeito do ato ilícito consiste na perda de um direito.
Ato ilícito autorizante ato ilícito que, ao ser praticado, autoriza outrem a praticar uma conduta que, inicialmente, sem ter ocorrido essa conduta ilícita contrária, não poderia cometer. O efeito consiste em autorizar a prática daquela conduta.
Excludentes de ilicitude: não consistem em atos ilícitos os atos praticados em legítima defesa, estrito cumprimento de dever legal, estado de necessidade e exercício regular de um direito.
Validade e Invalidade 
Noções gerais: só existe análise de validade quando estamos falando de atos jurídicos, pois se encontra no plano do dever-ser. Vai impedir que determinados atos jurídicos, por não atenderam determinados requisitos, venham a alcançar o status de válido.
Pressupostos de validade (art. 104):
Quanto ao sujeito o agente tem que ser capaz (a incapacidade é pensada como meio de proteção do próprio agente), e deve existir uma exteriorização da vontade. 
Quanto ao objeto o objeto deve ser lícito, possível e determinado ou determinável. A invalidade só será gerada quando a impossibilidade do objeto for absoluta.
Obs: ilicitude do objeto (objeto e si tratado pelo ordenamento como ilícito) é diferente de impossibilidade jurídica do objeto (ex: herança de pessoa física).
Quanto à forma deve ter forma prescrita ou não defesa em lei. 
Graus de invalidade: nulidade e anulabilidade.
Eficácia do ato inválido atos nulos não têm eficácia, diferentemento dos atos anuláveis. Em casos de exceção (casamento putativo – ato nulo produz efeitos), a declaração posterior da nulidade normalmente terá efeitos “ex nunc” (não vai retroagir). Em casos anuláveis, o efeito será “ex tunc” (fulmina os efeitos da lei desde a sua origem). Estas medidas visam proteger os direitos do “ofendido” (no caso do casamento putativo, da pessoa que agiu de boa fé, e de um contrato com uma pessoa de 17 anos, da outra parte, que não estava ciente da incapacidade relativa do outro).
Extinção da invalidade nunca vai acontecer no ato nulo (em regra). Já os casos anuláveis, podem ter sua invalidade acabada por alguns meios. São eles : 
Convalidação quando o prazo decadencial para que a declaração de invalidade seja anuída é finalizado – não será mais possível solicitar a anulação daquele ato;
Sanação a extinção se dá por uma ação, pode se dar tanto por parte da pessoa que poderia alegar anulação.
Obs: a sanação pode se dar por Assentimento posterior situações onde um sujeito relativamente incapaz, que precisa de um assistente, realiza um contrato sem esse mas, após realizado o contrato, o assistente permite o mesmo, acaba-se a causa de anulação.
Legitimação para alegar a invalidade em casos nulos (art. 168), apenas pessoas interesadas ou o MP podem requerer a nulidade do caso em questão. Nos casos anuláveis (art. 177), apenas as partes interessadas podem alegar a invalidade do negócio jurídico.
Desconstituição do negócio inválido visto que este não produz efeitos, o negócio jurídico nulo não precisa ter seus efeitos desconstituídos (se ele não tiver produzido seus efeitos práticos). No caso dos negócios anuláveis, enquanto ele não for desconstituído continuará produzindoefeitos. 
Conversão transformar um negócio jurídico nulo em outro que não é nulo (normalmente acontece em negócios nulos quanto à forma). Um negócio jurídico anulável não pode sofrer conversão.
Causas de nulidade (art. 166):
Incapacidade absoluta do agente;
Objeto ilícito, impossível ou indeterminado;
Ilicitude do motivo determinante do Negócio Jurídico o motivo (fator subjetivo por trás da celebração do negócio) comum a ambas as partes for ilícito. Ex: contrato de locação de um imóvel para fim de abertura de um prostíbulo. Essa situação é muito difícil de detectar, pois ninguém coloca explícito em um contrato um motivo ilícito.
Obs: causa (eu te vendo um computador pois quero que você me pague). Motivo (eu te vendo um computador pois quero que você me pague para que, com o dinheiro, eu possa pagar minhas dívidas).
Desrespeito à disposição legal sobre solenidade ou forma;
Nulidade como sanção implícita ou explícita decorrência direta da lei quando a lei de antemão diz que o ato será nulo ou quando a lei simplesmente proibir algo sem dizer qual é a sanção;
Fraude à lei (art. 497) o sujeito pratica um ato com o objetivo de fraudar uma disposição legal. Não há um ato fingido, todos os atos praticados são verdadeiros, mas são praticados com o objetivo de contornar alguma disposição legal. Ex: eu vendo uma casa do meu tutelado para uma terceira pessoa, com o intuito de que ela me venda em seguida;
Simulação o sujeito finge praticar um ato quando, na verdade, está praticando outro. A simulação pode ser absoluta (não tem o que se falar em nulidade, o ato não existe) ou relativa (sua intenção real é celebrar um negócio jurídico dissimulado mas, para isso, exterioriza a vontade como se estivesse realizando um negocio simulado), nocente (traz prejuízo para um terceiro) ou inocente (não traz prejuízos a um terceiro).
Obs: a ação anulável seria uma simulação relativa nocente.
Causas de anulabilidade (art. 171)
É anulável o negócio jurídico pela incapacidade relativa do agente ou por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
Erro (art. 138) o sujeito realiza o negócio jurídico tendo uma falsa percepção da realidade. Neste caso, o sujeito comete o erro sozinho, sem que ninguém o induza a cometê-lo. Quando a declaração de vontade emanar de erro substancial (interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, à alguma das suas qualidades, ao sujeito ou erro de direito (ex: pessoa que celebra a compra e venda de um imóvel em que pretende montar uma fazenda mas, na verdade, o terreno possuía uma proibição legal de ser explorado. Se aproxima de erro quanto ao objeto)) que poderia ser percebido por pessoa de vigência normal.
Dolo (art. 145) o sujeito realiza o negócio jurídico tendo uma errônea percepção da realidade. Quando alguém induz o agente ao erro, tem participação de outro sujeito. Para o negócio jurídico ser anulável, o dolo deve ser causal (quando o negócio jurídico só for realizado por força do dolo). O dolo acidental (o negócio seria realizado independentemente do dolo) só gera um dever de indenização por perdas e danos. É importante analisar se o dolo partiu de terceiro, de representante.
Obs: a omissão também é suficiente para caracterizar o dolo.
Obs2: se o dolo vier das duas partes, “que vença o melhor”.
Coação o sujeito só realiza o negócio jurídico porque tem fundado temor de dano à sua pessoa, à sua família ou aos seus bens. Não se considera coação a ameaça de um exercício regular de um direito ou o temor reverencial (temor, respeito que se tem por força de a pessoa com que se está lidando ocupar uma posição que lhe impacta respeito).
Estado de perigo (art. 156) quando alguém assume obrigação excessivamente onerosa para salvar a si ou alguém de sua família em estado de grave dano (voltado à vida, saúde ou integridade física) conhecido pela outra parte.
Lesão (art. 157) quando uma pessoa, sob premente necessidade ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao normal. Não há requisito do dolo de aproveitamento (a outra parte não precisa saber da situação do agente). 
Obs: erro, dolo, coação, estado de perigo e lesão são chamados de vício de vontade.
Fraude contra credores (vício social) o fundamento não é uma exteriorização defeituosa da vontade do sujeito. O que gera anulação é o prejuízo que aquele negócio gera para uma terceira pessoa.
Eficácia:
Limites: 
Limite pessoal os fatos realizados envolvendo determinados sujeitos, em regra, são vão produzir efeitos para estes.
Limite pela natureza do negócio jurídico os efeitos não vão se dar de imediato, devido à natureza do negócio. Ex: testamento.
Limite pela vontade das partes as próprias partes envolvidas nos negócios podem trazer modificações da eficácia (ex: condição, termo e encargo)
Limite de ordem territorial fatos que sejam produzidos no Brasil, não necessariamente terão seus efeitos estendidos para o território de um outro país..
Categorias:
Situação jurídica básica o efeito se dá através do simples ingresso do fato no ordenamento jurídico. É o ponto de partida, normalmente se desenvolve para as outras categorias.
Situação jurídica simples (ou unissubjetiva) afeta somente a esfera jurídica de um sujeito e não depende de nenhum outro para que ela se dê.
Situação jurídica complexa (interssubjetiva) para que aconteça, precisa de mais de uma esfera jurídica. Pode ser:
Unilateral precisa dos dois sujeitos, mas o principal deste efeito jurídico só se dá na esfera de um dos sujeitos envolvidos. 
Relação jurídica os efeitos vão vincular ambos os sujeitos envolvidos. Ex: contrato.
Modos:
Quanto à amplitude pode ser total (todos os efeitos decorrentes daquele fato ja aconteceram) ou parcial (alguns dos efeitos daquele fato ainda não se deram).
Quanto ao exercício plena ou limitada.*
Quanto à definitividade a eficácia pode ser definitiva (o efeito se deu e não será desfeito), resolúvel (negócios jurídicos que têm algum termo ou alguma condição resolutivos) ou interimística (se tem uma eficácia provisória, mas que pode se tornar definitiva).
Quanto ao surgimento a eficácia pode ser instantânea (a própria ocorrência do fato já faz com que todos os efeitos aconteçam), sucessiva (ideia de certa ordem de efeitos decorrentes de um mesmo fato) ou portraída (caso em que a eficácia é colocada para um momento no futuro).
Quanto à atuação pode ter eficácia ex nunc (os efeitos não retroagem no tempo) ou ex tunc (os efeitos retroagem no tempo).
Existem 3 situações que podem modificar a eficácia dentro do negócio jurídico: condição, termo e encargo.
Condição (art. 121) é uma cláusula estipulada pela vontade das partes e que vincula, em algum grau, a eficácia de um fato a um evento futuro e incerto. Seja para começar a eficácia dele (condição suspensiva) ou para acabar a sua eficácia (condição resolutiva). As condições física ou juridicamente impossíveis (quando suspensivas), as condições ilícitas, e as incompreensivas ou contraditórias invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados. Só há titularidade de direito eventual, pois não se tem certeza se o evento vai se realizar.
Termo (art. 132) evento futuro e certo. A certeza é quanto à ocorrência, não necessariamente quanto ao momento desta.
Encargo não funciona como termo ou condição no sentido de suspender os efeitos, aparece como um ônus a ser cumprido pelo sujeito que está sendo beneficiado pelo direito em questão (recebo uma doação de um terreno com a obrigação de construir nele um orfanato). É uma possibilidade de revogação de doação. 
Obs: se eu faço uma doação e o encargo é cumprido, a doação não pode mais ser revogada por ingratidão (possibilidade de revogação de doação).
Características básicas da relação jurídica:
Intersubjetividade para se falar em relação jurídica tem que se tratar de algo que se dá entre sujeitos.
Essencialidade do objeto toda relação jurídica se dá a respeito de certo bem da vida (não necessariamente algo de valor patrimonial)Correspectividade de direitos e deveres em uma relação jurídica, um deve ter um direito e o outro um dever.
Critérios de classificação da relação jurídica:
Relação jurídica de direito relativo relações que se formam entre sujeitos determinados ou determináveis.
Relação jurídica de direito absoluto relação jurídica entre um sujeito de um lado e de outro um sujeito indeterminado.
Prescrição e decadência:
Noções gerais modo de segurança jurídica que surge para evitar que as situações perdurem indefinidamente.
Direito a uma prestação x direito potestativo:
Direito a uma prestação tipo de direito que, para se realizar, depende-se de uma conduta de um outro sujeito. Ex: compra e venda.
Direito potestativo o exercício não depende da presença de outro sujeito. Não há uma prestação a ser cumprida, há a submissão de um sujeito aos efeitos jurídicos decorrentes do exercício do direito de um outro. Ex: divórcio, não depende das duas partes.
Ação declaratória, condenatória e constitutiva:
Ação declaratória deseja-se segurança jurídica. Levar a juízo determinado fato, para o juiz declarar que o fato é realmente aquele.
Ação condenatória quer que o juiz obrigue o sujeito a ter certa conduta. Ex: sujeito entra com ação contra outro por inadimplência.
Ação constitutiva criar, modificar ou extinguir direitos. Não se deseja uma condenação e sim que aquele efeito que se tem direito aconteça.
Diferença entre prescrição e decadência:
A prescrição age atingindo a pretensão (possibilidade de exigibilidade) (não se perde o direito, mas não se pode mais exigí-lo).
A decadência atinge o próprio direito.
Obs: existem alguns direitos que não sofrerão prescrição nem decadência.
A partir do artigo 189:
A prescrição só começa a contar a partir de quando tem a pretensão;
É possível, depois que a prescrição tenha acontecido, a parte renunciar a prescrição.
Os prazos prescricionais se constituem como normas cogentes, os prazos que estão no código não podem ser modificados pelas partes;
A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição;
Obs: embora o juiz possa decretar a prescrição de ofício, não deve fazer isso sem antes ouvir as partes.
A contagem do prazo não se modifica se houver mudança na titularidade do crédito ou débito;
Causas de impedimento e suspensão:
Quando se fala de impedimento, se está falando de uma situação em que o prazo nem começou a contar.
Nas causas de suspensão, o prazo já está contando quando surge uma causa de suspensão, congelando o prazo enquanto permanecer a causa de suspensão e, quando voltar, não iniciará novamente, contará o tempo restante.
Não correm prazos prescricionais:
Entre pessoas casadas. Se o crédito existe antes do casamento o prazo é suspenso. Se o crédito passa a existir após o casamento, ele é impedido.
Entre ascendentes e descendentes, entre tutelados ou curatelados e seus tutores e curadores.
Contra os incapazes. 
Pendendo a evicção.
Artigos 205 e 206 – contém todos os prazos prescricionais. Se não houver prazo indicado no código, o prazo é de 10 anos.
Decadência:
Em regra, impedimento, suspensão e interrupção não se aplicam à decadência. A exceção é o caso dos absolutamentes incapazes. Existe a previsão de que o juiz deve reconhecer a decadência de ofício.
Há uma proibição à denuncia da decadência legal. Se ocorrer a decadência, perde-se o direito. No entanto, o código traz a previsão de que as pessoas podem fixar convencionalmente prazos decadenciais, para alargar este (decadência condicional – só as partes podem alegar). Ex: produtos que dão prazo de garantia.

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