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ApresentaçãoEducação inclusiva

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Profª Michele Pianca 
Pedagoga e Psicóloga 
Especialista em Neuropsicopedagogia Clínica e Educação Especial.
Mestranda em Educação
Histórico da pessoa com deficiência
Roma Antiga Tanto os nobres quanto os plebeus tinham permissão para sacrificar seus filhos com deficiência. Em Esparta os pais podiam lançar seus bebês(homois) ao mar. Em Atenas,influenciados por Aristóteles,os deficientes eram amparados e protegidos pela sociedade.
Cristianismo Significou, em diferentes aspectos, uma mudança na forma pela qual as pessoas com deficiência eram vistas e tratadas pela sociedade em geral. Ganha força o conteúdo da doutrina cristã, voltado para a caridade, humildade, amor ao próximo, para o perdão das ofensas, para a valorização e compreensão da pobreza e da simplicidade da vida. 
 Idade Média Os deficientes eram mantidos pelos senhores feudais em locais específicos. Enfatizava-se nessa época as concepções místicas,mágicas e misteriosas sobre esse grupo. Com o crescimento urbano, a população se aglomerava ao redor das cidades,dificultando a manutenção da higiene e da saúde,aumentando as doenças e epidemias nas cidades. Sendo assim,marca-se a construção de locais específicos para esse público.
 Século XIX Nos EUA,em 1811,por conta dos veteranos de guerra mutilados, providências a respeito de casas e moradias foram providenciadas. Estabeleceu-se uma atenção específica para as pessoas com deficiência. Em 1854 foi criado no país o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, hoje chamado de Instituto Benjamin Constant – IBC; e o Instituto dos Surdos Mudos, em 1857, hoje denominado Instituto Nacional da Educação de Surdos – INES
Século XX A assistência e a qualidade do tratamento dado não só para pessoas com deficiência como para população em geral, tiveram um substancial avanço. No caso das pessoas com deficiência, o contato direto com elevados contingentes de indivíduos com seqüelas de guerra exigiu uma gama variada de medidas. A atenção às crianças com deficiência também aumentou, com o desenvolvimento de especialidades e programas de reabilitação específicos.
 
 Momento atual É possível visualizar uma tendência de humanização desse grupo populacional. É verdade que, até nos dias de hoje, existem exemplos de discriminação e/ou maus-tratos, mas o amadurecimento das civilizações e o avanço dos temas ligados à cidadania e aos direitos humanos provocaram, sem dúvida, um novo olhar em relação às pessoas com deficiência.
A História no 
A deficiência vista através de um modelo médico/clínico;
 Os ineducáveis,loucos,marginais,doente, anormais;
 O confinamento;
Medidas protetivas e sanitaristas;
Período pós-guerra,início do século XX; 
Quais as conseqüências do período pós-guerra;
Criação de Classes Especiais(1920);
Educação segregada;
Fundação da Pestalozzi(1926)
Fundação da APAE no Rio de janeiro (1954)
Década do Início das discussões a respeito da Educação especial.
Da Integração à Inclusão.
Marco Regulatório na área da Educação Especial
Declaração de Salamanca (1994,p.6):
 “necessidades educativas especiais” refere-se a todas as crianças e jovens cujas carências se relacionam com deficiências ou dificuldades escolares. Muitas crianças apresentam dificuldades escolares e, consequentemente, têm necessidades educativas especiais, em determinado momento da sua escolaridade.
Primeira Lei de Diretrizes e Bases (LDB), Lei n. 9.394 (1996): 
 O atendimento dos alunos com NEEs é dever do Estado e sua educação deve ser pública, gratuita e preferencialmente na rede comum de ensino. Ela regula também a necessidade da especialização adequada do professor em nível médio ou superior, para atendimento especializado.
Parâmetros Curriculares Nacionais-1998 (Brasil, 1998): 
 São adaptações curriculares e estratégias para a educação dos alunos com necessidades educativas especiais. Tem como meta principal viabilizar a criação de programas de formação e capacitação dos professores das classes regulares;
Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (Ministério da Educação, 2008): 
 A educação é considerada uma ação política, cultural, social e pedagógica que defende o direito de todos os alunos de estarem juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipo de discriminação;
Decreto nº 6.949/2009-Lei n. 13.146 (2015) -Lei Brasileira da Inclusão: Destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais da pessoa com deficiência, visando sua inclusão social e cidadania;
Lei n. 12.764 (2012) -Lei Berenice Piana: Institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da pessoa com Transtorno do Espectro Autista;
Portaria n. 243 (2016): Estabelece os critérios para o funcionamento, a avaliação e a supervisão de instituições públicas e privadas que prestam atendimento educacional a alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação.
EDUCAÇÃO INCLUSIVA: COMO CONSTRUIR UMA ESCOLA PARA TODOS?
Qual é o seu pressuposto?
 Ampliação do acesso:medidas de fomento ao crescimento de matrículas nas classes comuns das escolas públicas;
 A maioria dos alunos podem e devem estudar nelas; 
 
 Melhor qualidade e garantia de Direitos. 
EDUCAÇÃO INCLUSIVA: COMO CONSTRUIR UMA ESCOLA PARA TODOS?
Quem é ESPECIAL?
Grupos sociais “vulneráveis” ou “grupo
de risco”;
Sinônimo de Deficiência.
Portanto incluir é.....
A adequação dos sistemas sociais gerais da sociedade de tal modo que sejam eliminados os fatores que excluem certas pessoas e as mantem excluídas. A eliminação de tais fatores deve ser um processo continuo e concomitante, com o esforço que a sociedade deve empreender no sentido de acolher todas as pessoas, independente de suas diferenças individuais e de suas origens na diversidade humana.
É um serviço da educação especial que [...] identifica, elabora, e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade, que eliminem
 as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas (SEESP/MEC, 2008).
▸ O AEE complementa e/ou suplementa a formação do aluno, visando a sua autonomia na escola e fora dela, constituindo
oferta obrigatória pelos sistemas de ensino.
▸ O AEE não se confunde com reforço escolar. Esse atendimento tem funções próprias do ensino especial, as quais não se destinam a substituir o ensino comum e nem mesmo a fazer adaptações aos currículos, às avaliações de desempenho e outros.
O QUE É ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO? (AEE)
Apóia o desenvolvimento do aluno com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades;
 Disponibiliza o ensino de linguagens e de códigos específicos de comunicação e sinalização ;
Oferece tecnologia assistiva – TA ;
Adequa e produz materiais didáticos e pedagógicos,de acordo com as necessidades específicas dos alunos;
Oportuniza o enriquecimento curricular;
O AEE deve se articular com a proposta da escola comum, embora suas atividades se diferenciem das realizadas em salas de aula de ensino comum.
O QUE OFERECE?
A oferta do AEE em Centros de Atendimento
AEE pode ser oferecido em centros de atendimento educacional especializado da rede pública ou particular, sem fins lucrativos. Esses centros contudo, devem estar em sintonia com as orientações da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva e as Diretrizes Operacionais do Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica.
ATENÇÃO: Os conselhos de educação têm atuação primordial no credenciamento, autorização de funcionamento e organização destes centros de atendimento especializado, zelando para que atuem exclusivamente dentro do que a
legislação, a Política e as Diretrizes citadas orientam.
SEU PÚBLICO ALVO
Alunos com Deficiência: Alunos que tem impedimentos a longo prazo,denatureza física,intelectual,mental ou sensorial,os quais,em interação com diversas barreiras,podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais.
Alunos com Transtornos Globais do Desenvolvimento: Alunos que apresentam um quadro de alterações no desenvolvimento neuropsicomotor, comprometimento nas relações sociais, na comunicação ou estereotipias motoras. Incluem-se nessa definição alunos com autismo clássico, síndrome de Asperger, síndrome de Rett, transtorno desintegrativo da infância (psicoses) e transtornos invasivos sem outra 
Alunos com Altas Habilidades/Superdotação: Alunos que apresentam um potencial elevado e grande envolvimento com as áreas do conhecimento humano, isoladas ou combinadas: intelectual, acadêmica, liderança, psicomotora, artes e criatividade. 
Como “deverá” ser realizado
AEE é preferencialmente realizado na própria escola em que o aluno estuda, no período inverso ao da sala de aula comum que ele frequenta. Há ainda a possibilidade de esse atendimento acontecer em uma outra escola próxima ou em um centro de atendimento educacional especializado, sempre no contraturno da escola comum.
Espaços do AEE
“Preferencialmente” em salas de recursos multifuncionais;
 
Nas escolas comuns,públicas e Municipais;
Nos Centros de Apoio Pedagógico para Atendimento à Deficiência Visual – CAP
Nos Centros de Atendimento Educacional Especializados (CAEEs)
Por profissionais que devem adotar as seguintes funções:
Elaborar, executar e avaliar o plano de AEE do aluno, identificando as necessidades e habilidades educacionais específicas dos alunos;
Implementar e acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos a partir das necessidades e objetivos de cada aluno;
Produzir materiais didáticos e pedagógicos acessíveis específicos para os alunos;
Estabelecer articulações com os professores da sala comum;
Orientar os professores da sala de aula comum, visando à disponibilização dos serviços e recursos para o melhor desenvolvimento do aluno;
Desenvolver atividades do AEE, de acordo com as necessidades específicas dos alunos, assim como o ensino de libras, sistema Braille, ensino do soroban, ensino de técnicas de orientação e mobilidade, Comunicação Alternativa e Aumentativa (CAA), ensino da Tecnologia Assitiva (TA), vida autônoma e atividades de enriquecimento curricular.
POR QUEM?
Interações do professor do AEE com o
professor de sala de aula
O professor de AEE e o da sala de aula interagem(trabalho colaborativo), no sentido de assegurar o acesso e a participação autônoma do aluno nas atividades escolares. Ele ensina os alunos da sala de aula a utilizarem os recursos que seu aluno utiliza em sala de aula. 
Com base nessas interações o professor do AEE avalia e reformula suas ações no sentido de buscar novas estratégias e recursos, ou seja, ele refaz e reajusta o seu plano de AEE para o aluno.
Interações entre o Professor do AEE e a os
profissionais da área clínica
O papel do professor do AEE não deve ser confundido com o papel dos profissionais do atendimento clínico.
O AEE é desenvolvido unicamente por professores especializados(pós-graduação em educação inclusiva),embora suas atribuições possam ter articulações com profissionais das áreas da Medicina, Psicologia, Fisioterapia, Fonoaudiologia e outras afins. 
O professor do AEE estabelece interlocuções com os
 profissionais do atendimento clínico da mesma forma que estabelece parcerias com outras áreas, tais como: arquitetura, engenharia, informática.
É realizado mediante a atuação de professores com conhecimentos específicos no ensino de:
 LIBRAS, língua portuguesa na modalidade escrita, como segunda língua de pessoas com surdez;
Sistema Braille, sorobã, orientação e mobilidade, utilização de recursos ópticos e não ópticos;
Tecnologia Assistiva – TA
Desenvolvimento de processos mentais;
Adequação e produção de materiais didáticos e pedagógicos, enriquecimento curricular e outros.
Metodologias utilizadas
NEUROCIÊNCIA E APRENDIZAGEM: OLHARES QUE SE COMPLEMENTAM
É a parte da ciência que descreve o estudo do sistema nervoso central tais como suas estruturas, funções, mecanismos moleculares, aspectos fisiológicos e as doenças do sistema nervoso central e periférico. 
ANATOMIA CEREBRAL E SUAS FUNÇÕES
Ao longo da evolução o cérebro adquiriu três componentes que foram surgindo e se sobrepondo:
Cérebro Trino
verbal
proporcional
analítico
lógico
abstrato
categórico
literal
holístico
sintético
analógico
concreto
perceptual
NEURÔNIOS
É a unidade estrutural e funcional do sistema nervoso que é especializada para a comunicação rápida. Tem a função básica de receber, processar e enviar informações;
O sistema nervoso tem 100 bilhões;
Os neurônios, principalmente através de suas terminações axônicas, entram em contato com outros neurônios, passando-lhes informações, são as sinapses;
A comunicação ocorre por meio de neurotransmissores – agentes químicos liberados ou secretados por um neurônio. Os mais comuns são a acetilcolina e a norepinefrina. 
SINAPSES
Como os fios da nossa casa, as células nervosas se comunicam entre si em circuitos chamados de vias neurais;
Ao contrário dos fios da casa, as células nervosas não se tocam, mas ficam próximas, em sinapses;
Na sinapses, as duas fendas são separadas por um pequeno espaço, a fenda sináptica;
Neurotransmissores
São mensageiros químicos que permitem a comunicação entre o cérebro e o corpo;
A transmissão se dá por impulsos elétricos;
A passagem do impulso nervoso começa numa extremidade do neurônio, percorrendo toda a célula, até atingir a extremidade oposta, que se junta a uma segunda célula.( Bruno,2010)
Neuroplasticidade ou Plasticidade Neural
É a capacidade de organização/reorganização do Sistema Nervoso frente ao aprendizado e a lesão;
Esta organização se relaciona com a modificação de algumas conexões sinápticas;
A plasticidade neural não ocorre apenas nos processos patológicos, mas assume também funções extremamente importantes no funcionamento normal do indivíduo;
A neuroplasticidade tem uma perspectiva estrutural (configuração sináptica) ou funcional(mudança de comportamento).
 (Denis,2009)
Segundo HOUZEL (2010)
O que sabemos sobre a Neuroplasticidade, é que mesmo que o cérebro não consiga reconstruir o tecido afetado, o tecido perdido, é capaz de usar o que sobrou e modificar a maneira como essas regiões restantes do cérebro são usadas. E a base disso tudo é o uso. A reorganização funcional do cérebro acontece quando existe demanda, quando  nós insistimos em  resolvermos  um problema. 
A plasticidade pode ser vista de 3 formas:
• Plasticidade Morfológica - mudanças morfológicas resultantes das alterações ambientais:
	• Geração de novos neurônios
	• Formação de novos circuitos neurais
	• Nova configuração da árvore dendrítica do neurónio 
Plasticidade Funcional 
	• Ligada à atividade sináptica de um determinado circuito ou um determinado grupo de neurónios 
• Plasticidade Comportamental
	 • Comportamentos e desempenho de ações proporciona 
mudanças estruturais e funcionais no SN.
 (lages,2006)
Aprendizagem
Processo de mudança de comportamento obtido através da experiência construída por fatores emocionais, neurológicos, relacionais e ambientais. Aprender é o resultado da interação entre estruturas mentais e o meio ambiente. 
A escola é uma instituição social com objetivo explícito: o desenvolvimento das potencialidades físicas, cognitivas e afetivas dos alunos, por meio da aprendizagem dos conteúdos (conhecimentos, habilidades, procedimentos, atitudes, e valores) que, aliás, deve acontecer de maneira contextualizada. Prestar a atenção,compreender,aceitar,reter e agir,são um dos principaiscomponentes para a aprendizagem. Se isto não ocorrer,implica que o aluno tem um Distúrbio de Aprendizagem.
A emoção e suas relações com a cognição
As emoções são fenômenos que assinalam 
 a presença de algo importante ou significante em um determinado momento da vida. Ocasionam alterações fisiológicas e mobilizam processos cognitivos,como atenção e percepção(estados mentais). As emoções nos fazem reconhecer no outro e, por meio deles,as decisões relevantes que devemos tomar.
Pesquisas demonstram que as expressões faciais relativas as emoções básicas (raiva,tristeza,medo,surpresa), são invariáveis e aculturais. Elas foram mantidas através da evolução para preservar a sobrevivência das espécies.
A neurociência tem mostrado que os processos 
 cognitivos e emocionais estão profundamente entrelaçados no funcionamento do cérebro e tem tornado evidente que as emoções são importantes para o ajustamento do ser humano à sobrevivência.
As emoções envolvem respostas fisiológicas e emocionais,observáveis ou não,todas tem origem no cérebro e são processadas em circuitos e sistemas diferentes.
Essas informações são processadas em uma região de massa cinzenta chamada de amígdala cerebral,cuja forma lembra uma amêndoa.Esta localizada no sistema límbico. Está envolvida com emoções positivas e negativas.
A emoção e suas relações com a cognição
A emoção e suas relações com a cognição
As emoções podem facilitar aprendizagem,assim como o stress pode dificultar. Sendo assim,o ambiente escolar deve ser planejado para facilitar as emoções positivas e evitar emoções negativas.
Um estudo levanta o que Santos (2010), conseguiu identificar quando analisou a procura de pais por atendimentos psicológicos em uma clínica infantil vinculada à prefeitura de São Paulo. Observou-se que 61,5% dos casos estavam relacionadas a situações de atraso escolar e problemas de fundo afetivo: “nervosismo, impulsividade, oposição, choro fácil, baixa tolerância à frustração, falta de iniciativa, apatia, isolamento social, dependência, imaturidade, medos e manifestações somáticas difusas.”
Aprendizagem
Conceito neurobiológico:
Processo complexo que resulta em modificações estruturais e funcionais permanentes no Sistema Nervosos.
Neuroplasticidade
Uso/Desuso
No Brasil, grande parte dos alunos encaminhados a atendimento especializado não apresenta distúrbios de aprendizagem, mas sim dificuldades geradas por causas externas, com origem em fatores ambientais ou metodológicos, fatos estes, que sobrecarrega o sistema público, um fenômeno alcunhado de "síndrome do encaminhamento". 
Este problema é causado principalmente por alguns motivos:
 A política educacional ainda não reconhece a dislexia,dislalia,TDAH e outras, como uma categoria de transtorno de aprendizagem. 
A ausência de concepções pedagógicas adaptadas para o sistema educacional brasileiro, 
Pouca familiaridade do educador,sobre os processos cognitivos e neurofuncionais relacionados à linguagem escrita e sua base genética-neurológica(Ciasca,2003).
GRANDES PENSADORES DA EDUCAÇÃO:
JEAN PIAGET- Biólogo, cientista, foi um dos nomes mais influentes no campo da educação. Quase se tornou o sinônimo da pedagogia. Dedicou-se, à uma observação científica meticulosa em como o ser humano adquiria o conhecimento, principalmente as crianças. Estudou as concepções infantis relacionadas ao tempo, espaço, causalidade, física, movimento e velocidade. Criou um campo chamado de epistemologia genética- Teoria do conhecimento centrada no desenvolvimento natural da criança. Segundo ele a criança passa por quatro estágios, sendo esse último, quando atinge sua capacidade plena. Rejeitava a teoria inatista, segundo o qual o ser humano já carrega ao nascer as características que desenvolverá ao longo da vida.
“O conhecimento não pode ser uma cópia, visto que é sempre uma relação entre objeto e sujeito.”
Para Piaget a transmissão do conhecimento é um possibilidade limitada, não se pode fazer com que a crianças aprenda o que ela não tem condições. Mesmo que tenha, não vai se interessar por conteúdos que lhe façam falta em termos cognitivos. Para Piaget o conhecimento se dá por descobertas que a própria criança faz. O conhecimento não pode ser cópia, visto que é sempre uma relação entre o sujeito e o objeto (Ferreiro, ).
 Para Piaget, a inteligência está relacionada a uma espécie de diálogo entre as estruturas internas e externas. Os críticos costumavam dizer que Piaget deu importância excessiva aos processos individuais e internos do aprendizado, contrapondo o pensador a seguir (Seber,)
LEV VYGOTSKY- Psicólogo, influenciou os estudos de Emília Ferreiro na área da linguagem e da escrita. Atribuía um papel preponderante às relações sociais e construiu uma corrente filosófica chamada de sócioconstrutivismo. Para Vygotsky, o aprendizado do homem se forma me contato com a sociedade. “Na ausência do outro, o homem não se constrói homem. Rejeitava a teoria inatista, segundo o qual o ser humano já carrega ao nascer as características que desenvolverá ao longo da vida. Vygotsky formulou o conceito de zona proximal, onde todo o aprendizado é necessariamente mediado, e isso torna o papel do professor mais ativo e determinante do que o previsto por Piaget e outros pensadores, para quem cabe à escola facilitar um processo que só pode ser conduzido pelo próprio aluno.
“O caminho desde o objeto até a criança e desta até o objeto, passa por outra pessoa.”
Alexander Luria- Neuropsicólogo soviético, rompe com a teoria clássica dos estado primário do organismo, ou seja, as estruturas encefálicas neuronais sem as influências do mundo exterior. Essa concepção dá lugar a uma consciência semântica, não em um “topus” anatômico localizado, mas em sistemas neurais que se desenvolvem ao longo da vida de um indivíduo, sofrendo modificações em contato com o meio que vivemos.
“não desconsidero a importância biológica das conexões dendríticas e sinapses constituindo o contato funcional dos neurônios e proporcionando o aprendizado. Porém, este importante mecanismo neuroanatomofisiológico é complementar aos sistemas funcionais complexos, sofrendo à influência de variados estímulos do mundo exterior, numa relação sociocultural, modificável e histórica (Luria,p.8,2006). 
HENRI WALLON- Médico, psicólogo, defendia que a escola deve proporcionar a formação integral da criança. Wallon revolucionou seu tempo ao defender que o desenvolvimento envolvia muito mais que um cérebro, mas o corpo e suas emoções para dentro da sala de aula. Fundamentou suas ideias em quatro elementos básicos: afetividade, o movimento, a inteligência e a formação do EU como pessoa. As emoções tem papel preponderante no desenvolvimento da pessoa. É por meio delas que o aluno exterioriza seus desejos e suas vontades. “A emoção é altamente orgânica, altera a respiração os batimentos cardíacos e até o tônus muscular.(Dantas,2009).
“A criança responde às impressões que as coisas lhe causam com gestos dirigidos a ela.”
Distúrbio/Transtorno/ Dificuldade
Distúrbio: o termo “distúrbio” está mais vinculado ao aluno, na medida em que sugere a existência de comprometimento neurológicos em funções corticais específicas. Etimologicamente,o radical turbare significa “alteração violenta na ordem natural” e pode ser identificado também nas palavras turvo, turbilhão, perturbar e conturbar. Em síntese, do ponto do vista etimológico, a palavra distúrbio pode ser traduzida como “anormalidade patológica por alteração violenta na ordem natural. 
 Mas... no senso comum, na maioria das vezes representa uma simples dificuldade escolar e não um distúrbio.
Transtorno: “Transtorno” não é um termo exato, porém é usado para indicar a existência de um conjunto de sintomas ou comportamentos clinicamente reconhecível associado, na maioria dos casos, a sofrimento e interferência com funções pessoais.
Dificuldade: o termo “dificuldade” está mais relacionado a problemas de ordem psicopedagógica e/ou sócio - culturais, ou seja, o problemanão está centrado apenas no aluno.
DSM-V(Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais)
A mais nova edição foi publicada em maio/2013;
O objetivo final foi o de garantir que a nova classificação, com a inclusão, reformulação e exclusão de diagnóstico, fornecesse uma fonte segura e cientificamente embasada na pesquisa e prática clínica.
DSM-V(Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais
O TDAH agora é classificado como um "transtorno do desenvolvimento".
Em relação ao número de sintomas ou "ponto de corte" acima do qual se faz o diagnóstico (critério A) não houve alterações na infância, sendo considerados no mínimo 6 sintomas de desatenção e/ou 6 sintomas de hiperatividade/ impulsividade. 
No caso de adultos, este número passou para 5 sintomas, o que é um novo critério. Vale lembrar que todos estes sintomas, para serem considerados clinicamente significativos, devem estar presentes pelo menos durante 6 meses e serem nitidamente inconsistentes com a idade do indivíduo.
DSM-V(Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais
O critério B, que determina a idade de início dos sintomas, também se modificou. Anteriormente, era necessário demonstrar que os sintomas estivessem presentes antes dos 7 anos de idade, o que era particularmente difícil no caso de adultos com TDAH que geralmente tem dificuldade para lembrar-se deste período e cujos pais já são mais velhos. O limite de idade foi modificado para 12 anos, algo que alguns grupos de pesquisa já vinham fazendo anteriormente. A necessidade de haver comprometimento em pelo menos duas áreas diferentes (casa e escola, por exemplo), critério C, permaneceu como antes.
CID 10 (Classificação Internacional das Doenças)
 TDAH(F90)-Transtornos Hipercinéticos
Caracterizados por início precoce (habitualmente durante os cinco primeiros anos de vida), falta de perseverança nas atividades que exigem um envolvimento cognitivo, e uma tendência a passar de uma atividade a outra sem acabar nenhuma, associadas a uma atividade global desorganizada, incoordenada e excessiva. Os transtornos podem se acompanhar de outras anomalias. As crianças hipercinéticas são frequentemente imprudentes e impulsivas, sujeitas a acidentes e incorrem em problemas disciplinares mais por infrações não premeditadas de regras que por desafio deliberado. São impopulares com as outras crianças e podem se tornar isoladas socialmente. Estes transtornos se acompanham frequentemente de um déficit cognitivo.
CID 10 (Classificação Internacional das Doenças
O novo DSM-V traz a opção de TDAH com Remissão Parcial, que deve ser empregado naqueles casos onde houve diagnóstico pleno de TDAH anteriormente (isto é, de acordo com todos os critérios), porém com um menor número de sintomas atuais. Uma outra novidade desta quinta edição é a possibilidade de se classificar o TDAH em Leve, Moderado e Grave, de acordo com o grau de comprometimento que os sintomas causam na vida do indivíduo.
Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade(aspectos neurobiológicos) - TDAH
“Polêmica internacional". 
O aumento do número de casos em crianças, adolescentes e adultos;
 
O TDAH representa hoje, junto com a dislexia, a principal causa de fracasso escolar, sendo que a dificuldade de aprendizagem está presente em 20% das crianças com este transtorno (Mattos, 2011).
Aparece com variações na sua nomenclatura no decorrer da história, incluindo algumas denominações como Lesão Cerebral Mínima, Reação Hipercinética da Infância, Distúrbio do Déficit de Atenção ou Distúrbio de Hiperatividade com Déficit de Atenção/Hiperatividade (Poeta e Neto, 2006).
Apresenta-se antes dos sete anos de idade,muitas vezes, o distúrbio só é reconhecido quando a criança ingressa na escola, pois é o período em que as dificuldades de atenção e inquietude são percebidas com maior frequência (Poeta e Neto, 2006);
Dificuldade de aprendizagem, perturbações motoras (equilíbrio, noção de espaço e tempo, esquema corporal, etc.) e fracasso escolar são manifestações que acompanham o transtorno hiperativo(Matos,2011).
É observado a partir de três subtipos: 
Os que apresentam predominantemente as dificuldades de atenção; 
Que prevalece a impulsividade e a hiperatividade; 
O que combina os dois anteriores. Os sintomas nesse caso, apresenta-se com déficit de atenção,a pessoa se distrai com muita facilidade diante do menor estímulo, interrompendo continuamente suas atividades. (Rohde et al, 2004).
Os sintomas de desatenção é mais frequente no sexo feminino e parece apresentar, conjuntamente com o tipo combinado(Rohde et al, 2004).
Possíveis causas
A etiologia do transtorno é multifatorial, ou seja, enquanto fenótipo o TDAH resulta da interação de vários fatores ambientais e genéticos que atuam na manifestação de seus diversos quadros clínicos (Roman et al., 2003);
Em relação à imaturidade emocional, segundo Riesgo e Rohde (2004), alguns eventos pré ou perinatais como, por exemplo, o baixo peso ao nascer, a exposição ao álcool ou cigarros durante a gestação, aumentam o risco para o desenvolvimento do TDAH. 
No que se refere aos estudos da genética do TDAH, estudos epidemiológicos mostram a recorrência familiar e, conforme Todd (2000), o risco da recorrência do TDAH entre pais e irmãos é cerca de cinco vezes maior que a prevalência na população. Em outro estudo, Faraone e colaboradores (1992) concluíram que 57% das crianças com TDAH têm pais afetados com o transtorno, com um risco de 15% entre irmãos. 
Substâncias ingeridas na gravidez:
Tem-se observado que a nicotina e o álcool quando ingeridos durante a gravidez podem causar alterações em algumas partes do cérebro do bebê, incluindo-se aí a região frontal orbital. Pesquisas indicam que mães alcoolistas têm mais chance de terem filhos com problemas de hiperatividade e desatenção. É importante lembrar que muitos destes estudos somente nos mostram uma associação entre estes fatores, mas não mostram uma relação de causa e efeito.
Sofrimento fetal:
Alguns estudos mostram que mulheres que tiveram problemas no parto que acabaram causando sofrimento fetal tinham mais chance de terem filhos com TDAH. A relação de causa não é clara. Talvez mães com TDAH sejam mais descuidadas e assim possam estar mais predispostas a problemas na gravidez e no parto. Ou seja, a carga genética que ela própria tem (e que passa ao filho) é que estaria influenciando a maior presença de problemas no parto.
Neurobiologia do TDAH
No TDAH existe uma disfunção da neurotransmissão dopaminérgica na área frontal (pré-frontal, frontal motora, giro cíngulo); regiões subcorticais (estriado, tálamo médiodorsal) e a região límbica cerebral (núcleo acumbens, amígdala(figura I) e hipocampo). Alguns trabalhos indicam uma evidente alteração destas regiões cerebrais resultando na impulsividade do paciente (Rubia et al., 2001). 
Há insuficiências nos circuitos do córtex pré-frontal e amígdala , a partir da neurotransmissão das catecolaminas, resultam nos sintomas de esquecimento, distratibilidade, impulsividade e desorganização (Armsten e Li, 2005).
As drogas para TDAH pertencem à classe de estimulantes, que aumentam os níveis de dois neurotransmissores, ou mensageiros químicos no cérebro, conhecidos como dopamina e norepinefrina. Acredita-se que a dopamina desempenhe um papel na formação da memória e no início de comportamentos aditivos, enquanto que a norepinefrina tem sido associada com excitação e atenção(Luria,2010).
Fases
Características
Lactente
Bebê difícil, insaciável, irritado e de difícil consolo, com maior prevalência de cólicas, dificuldades de alimentação e sono.
Pré- escolar
Atividade aumentada ao usual, dificuldades de ajustamento, teimosia, irritação e extremamente difícil de satisfazer.
Escola elementar
Incapacidade de colocar foco, distração, impulsivo, desempenho inconsciente, presença ou não de hiperatividade.
Adolescência
Inquieto e com desempenho inconsistente, sem conseguir colocar foco, dificuldade de memória na escola, abuso desubstância, acidentes.
 
 Evolução clínica clássica do Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade 
Dislexia ou Transtorno Específico da Leitura
A Linguagem escrita surgiu há mais de 5 mil anos na Siméria e na China;
A escrita era gravada em placas de argila com caracteres cuneiformes e ideográficos, ou seja, representavam objetos e ideias;
 
O aparecimento de um sistema fonográfico,capaz de representar os sons da linguagem, por meio de sinais gráficos, só aconteceu mais tarde.
A linguagem falada é muito mais antiga, tem centenas de milhares de anos. 
A linguagem verbal tem centenas de milhares de ano,é característica da espécie humana e sua evolução deixou marcas em nosso cérebro,com circuitos especializados no processamento da linguagem. 
Compreensão da linguagem
Expressão da linguagem
No cenário educacional brasileiro dos últimos 20 anos, pode-se verificar um grande e crescente número de escolares que apresentam deficiência de leitura. Inúmeros são os fatores para o fracasso na aquisição dessa habilidade.Fatores que levam ao fracasso no ensino da leitura e escrita, podem também estar relacionados a fatores biológicos,cognitivos e sociais (Sternberg e Grigorenko,2003).
A dislexia decorre de uma desordem de decodificação grafema-fonema resultante de um déficit fonológico( Morton e Frith,1995).
Dislexia ou Transtorno Específico da Leitura
Dislexia ou Transtorno Específico da Leitura
Ter um déficit no processamento fonológico significa possuir alguma desordem sutil na fala, não usualmente perceptível, e aponta os seguintes problemas como indícios de déficit fonológico: (1) atraso na aquisição e produção da fala; (2) dificuldades de recuperação de nomes de objetos e de palavras; (3) pobre memória verbal de curto prazo; (4) dificuldades na segmentação de fonemas e (5) pobre desempenho na repetição de palavras reais e de não-palavras.
Há uma relação causal e bidirecional entre o processamento fonológico e a linguagem escrita. Isto é, as habilidades de processamento fonológico são um pré-requisito para a aquisição da linguagem escrita e, ao mesmo tempo, a competência em leitura e escrita promove o desenvolvimento dos níveis mais refinados de processamento fonológico, em uma relação de causalidade recíproca(Lukasova et al,2008).
Falar é fácil,mas ler já é um pouco mais difícil. Por ser uma aquisição recente,a nossa espécie não dispõe de aparato neurobiológico preestabelecido(Cosenza & Guerra,2011).
A escrita precisa ser ensinada,ou seja, é necessário o estabelecimento de circuitos cerebrais que a sustentem,o que se faz por meio de exercícios. Esse aprendizado modifica permanentemente o cérebro,fazendo com que ele reaja de forma diferente aos estímulos visuais,assim como o processamento da própria linguagem falada.
Aprender a ler é uma tarefa complexa que envolve várias habilidades. Esse processo tem início bem antes dos anos escolares,já na interação com as pessoas da família e a criança percebe os fonemas nativos.
Esses problemas fonológicos expressam-se por uma dificuldade na leitura para a conversão grafema-fonema, e na escrita, para a conversão fonema-grafema, dificuldade essa que impede a rápida e correta leitura e escrita de palavras pouco familiares e principalmente de não-palavras. As palavras familiares, afinal, podem ser reconhecidas e escritas de memória sem ser decodificadas(Frith,1980)
Além dos problemas de processamento da linguagem os disléxicos podem apresentar problemas de atenção (possivelmente com causa biológica), o que resulta em pobre aprendizagem e pobre desempenho escolar como também problemas visuais sutis.
Os fatores biológicos podem resultar de influências internas (genéticas) e de influências externas (ambientais). No que se refere a influências internas, a descoberta de um aumento de incidência de dislexia na mesma família e também a maior ocorrência entre gêmeos univitelinos em relação aos não univitelinos (Stevenson et al., 1987; Olson et al., 1989; De Fries, 1991; Cardon e cols. 1994). 
O sistema nervoso, que possui propriedades inatas, geneticamente determinadas, também responde a modificações ambientais. Influências externas decorrentes, por exemplo, de problemas sócioemocionais, motivacionais e de deficiências educacionais podem causar no sistema nervoso alterações estruturais que, por sua vez, podem provocam alterações funcionais(Galaburda,1989)
Sendo assim, tanto o déficit nas habilidades fonológicas quanto a menor exposição à leitura decorrentes da dislexia são fortes indicadores de que, apesar de ser um distúrbio específico de leitura, a dislexia esteja também associada a problemas com a escrita. Estudos que avaliam essa habilidade em indivíduos disléxicos são escassos, já que a maioria dos estudos concentra-se na habilidade de leitura.(Dias,2008).
Embora a leitura exija várias competências, o melhor indicados para o seu aprendizado é a habilidade que a criança tem de lidar com os fonemas. Maus leitores não reconhecem os sons constituintes das palavras,e,portanto,tem dificuldade de realizar a conexão automática das letras som os sons.
Discalculia
A matemática é tida como uma disciplina difícil de aprender e complicada de ensinar. Muitas vezes essa dificuldade reside no fato de que o ensino desta disciplina é muito distante do contexto real dos alunos, afastando seu aprendizado do cotidiano, da aplicabilidade diária que o conhecimento precisa ter para fazer sentido a quem aprende. 
O transtorno é caracterizado por dificuldades no processamento numérico e em cálculos básicos que prejudicam o rendimento escolar da criança e o seu desempenho em atividades de vida diária que requerem manipulação de números.
Devem ser excluídos como causa dos déficits na matemática deficiências sensoriais e intelectuais, problemas emocionais e escolarização inadequada. O critério comportamental para o diagnóstico é baseado no resultado de testes específicos e padronizados de aritmética como, por exemplo, o Teste de Desempenho Escolar (TDE) (Stein, 1994).
Muitas vezes, a criança com dislexia apresenta comorbidades, que são outras disfunções que dificultam a aquisação de aprendizagem, por exemplo, a discalculia. Muitos alunos que apresentam a dislexia, apresentam também a dislcalculia, o que dificulta ainda mais o aprendizado de conceitos matemáticos.
Discalculia do Desenvolvimento (DD)
Assim como ocorre com a linguagem, o cérebro humano tem características programada geneticamente que o habilitam a lidar com os números.Pode processar precocemente o conceito de quantidade. Em nosso cérebro não existe um “centro matemático” específico,mas o recrutamento e a adaptação de circuitos nervosos que, embora não sejam programados geneticamente para os processos matemáticos,passam a executar essa função.
A prevalência da DD é estimada entre 3% e 6% (Butterworth, 2005; Fletcher et al., 2007). Nos estudos clínicos, não foram encontradas evidências de diferen- ças consistentes quanto ao sexo em sua frequência (Butterworth, 2005; Dowker, 2005).
Discalculia
A etiologia da DD é provavelmente multifatorial, envolvendo alterações em múltiplos genes que interagem de forma complexa com o ambiente. As pesquisas genéticas apontam alta recorrência familiar (Landerl & Moll, 2010; Shalev et al., 2001) e altos coeficientes de herdabilidade em estudos com gêmeos (Alarcon, DeFries, Light & Pennington, 1997). 
A pesquisa sobre as bases neurobiológicas da DD é recente e encontra-se em estágios iniciais. Não existem estudos neuropatológicos específicos, mas um estudoS de neuroimagem estrutural em revelou comprometimento bilateral da substância branca no lobo parietal posterior associado a déficits de desempenho em matemática (Isaacs, Edmonds, Lucas & Gadian, 2001). Os estudos de neuroimagem funcional apontam, ainda, que, em relação aos adultos, crianças ativam áreas mais amplas do córtex cerebral em tarefas de processamento numérico, inclusive regiões pré-frontais (Kaufmann et al., 2005, 2006). 
Email: micheleb.pianca@hotmail.com(27) 9-9754-3005
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