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APOSTILA Bioquimica

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1 
 
 
 
 CONTEÚDOS DE BIOQUÍMICA– Curso de ODONTOLOGIA- Prof. Breno D’Oliveira 
 pdf - ATUALIZADO EM OUTUBRO DE 2018 
 
 CARBOIDRATOS 
 
1. INTRODUÇÃO 
 Juntamente com lipídios e proteínas, os carboidratos tem papel 
fundamental na vida dos animais e das plantas: São fonte de energia para 
os seus processos metabólicos. Possuem carbono, hidrogênio, oxigênio, 
às vezes fósforo e nitrogênio. São solúveis em água e com sabor doce. 
Também são chamados hidratos de carbono, glicídeos ou açúcares. 
 
2. CLASSIFICAÇÃO 
Compreendem dois grupos básicos: As oses (monossacarídeos) e 
os osídeos (oligossacarídeos e polissacarídeos). 
3. OSES ou MONOSSACARÍDEOS 
As OSES são glicídeos não hidrolisáveis, cristalizáveis, facilmente 
dialisáveis, possuindo carbono, hidrogênio e oxigênio na proporção de 
1:2:1. A cadeia apresenta de 3 a 7 carbonos com um grupo aldeídico - CHO 
(no carbono 1), ou cetônico =CO (no carbono 2), caracterizando-as como, 
aldoses e cetoses. 
 
3.- OSES ou MONOSSACARÍDEOS : As oses são classificadas em trioses, 
tetroses, pentoses, hexoses e heptoses. 
 3.1- TRIOSES –São as oses mais simples. Possuem dois representantes: 
aldeído glicérico (gliceraldeído) - aldose, e dihidroxicetona – cetose . 
(Estruturas acima à direita). 
2 
 
 
 3.2- TETROSES – Exemplos: Eritrose (aldose); eritrulose (cetose). 
 
 
 
 3.3- PENTOSES – Exemplos: Ribose e desoxi ribose (aldoses); ribulose 
(cetose). 
 
 
 
 3.4- HEXOSES – Exemplos:Frutose (cetose); glicose e galactose (aldoses). 
 
As oses são classificadas em trioses, tetroses, pentoses, hexoses e 
heptoses. 
 3.1- TRIOSES –São as oses mais simples. Possuem dois representantes: 
aldeído glicérico (gliceraldeído) - aldose, e dihidroxicetona – cetose 
(estruturas na folha anterior). 
 
 3.2- TETROSES – Exemplos: Eritrose (aldose); eritrulose (cetose). 
 
 
 
3 
 
 
 3.3- PENTOSES – Exemplos: Ribose e desoxi ribose (aldoses); ribulose 
(cetose). 
 
 
 
 3.4- HEXOSES – Exemplos:Frutose (cetose); glicose e galactose (aldoses). 
 
 
 
 A fórmula molecular geral para todas as oses é CnH2n0n. Assim, as 
trioses são C3H603, as tetroses C4H804, as pentoses C5H1005 e as hexoses 
C6H1206. 
 
4. ISOMERIA ÓTICA 
 Apresentando carbonos assimétricos, as oses possuem dois 
isômeros óticos (especulares ou enantiomorfos): D e L. 
 
 
 
 Para identificar-se a que isômero pertence a estrutura de uma 
determinada OSE, compara-se a configuração estereoquímica do carbono 
4 
 
 
assimétrico mais distante do grupo funcional com a configuração dos 
modelos indicados dos carbonos assimétricos dos gliceraldeídos D e L. 
 
5.- EPIMERIA 
 
Duas oses são consideradas epímeros, quando diferem apenas na 
posição de uma hidroxila ligada a carbono secundário. 
 
 
 
6.- DERIVADOS DE OSES 
 As oses podem sofrer uma série de reações em seus diferentes 
grupos , produzindo derivados. 
 6.1- Amino oses: Glicosamina: Substituição do –OH por –NH2. 
 
Está envolvida na formação da cartilagem articular atuando como 
precursor de unidades de dissacarídeos formadores dos 
glicosaminoglicanos. Como consequência, retarda a progressão da 
osteoartrite. 
 6.2-Desoxi oses: 
Nos desoxiaçúcares um grupo –OH é substituído por H. Dois importantes 
desoxiaçúcares são encontrados nas células: a 2-DESOXI D-RIBOSE e a D- 
FUCOSE (obtido a partir da D- galactose por redução). 
5 
 
 
 
 
 A fucose é encontrada nas glicoproteínas que determinam os 
antígenos do sistema ABO de grupos sanguíneos na superfície dos 
eritrócitos; a desoxirribose é componente dos nucleotídeos do DNA. 
 
 6.3- Esterificação: Por esterificação com o ácido fosfórico as oses 
originam ésteres, intermediários importantes em diversas rotas 
metabólicas. 
 
 D-GLICOSE 6-P D-FRUTOSE 6-P D-FRUTOSE 1,6 DI-P 
 6.4- Redução: Por redução originam álcoois 
 O sorbitol, derivado da glicose, é um poliálcool, também 
chamado de glucitol. É encontrado naturalmente em diversas frutas, tais 
como a maçã e a ameixa. Seu poder de adoçar é 50% menor que o da 
sacarose , sem entretanto causar cáries. Na farmacologia pode ser usado 
como laxante, diurético e solução irrigante para alguns procedimentos 
médicos. 
 glicose sorbitol 
 O manitol, derivado da manose (aldo hexose) complementa igualmente o 
exame de colonoscopia diluído em suco de laranja. 
 6.5- Oxidação: Por oxidação produzem ácidos. São importantes, entre 
outros, o ácido D-glicurônico e seu isômero, ácido L-glicurônico ou 
idurônico. 
6 
 
 
 GLICOSE ÁCIDO GLICURÔNICO 
 Os ácidos urônicos são formados quando o grupo terminal dos 
monossacarídeos é oxidado. Por oxidação das galactose forma-se o ácido 
galacturônico 
 
 
 
 
7.- ESTRUTURAS CÍCLICAS DAS OSES – Mutarrotação 
 
 
 
 Os monossacarídeos cíclicos com 6 elementos no anel são análogos 
a um composto heterocíclico chamado pirano, levando por isso a 
denominação de piranoses; os que possuem 5 elementos no anel se 
assemelham ao furano, sendo, então, denominados de furanoses. 
 
 
7 
 
 
Ciclização da frutose e da ribose 
 
 
8. MUTARROTAÇÃO 
 Quando em solução aquosa, a alfa-D-glicose e a beta-D-glicose se 
interconvertem livremente para atingir uma mistura de equilíbrio que 
contém 63,6 % do anômero beta, 36,4% do anômero alfa e 1,0 % da forma 
aberta linear, a interconversão é detectada por alterações na rotação 
óptica e é chamada mutarrotação, observada também em outras hexoses 
e pentoses. 
 
 
8 
 
 
 
 
9. OLIGOSSACARÍDEOS 
 Os oligossacarídeos são constituídos por um reduzido número de 
monossacarídeos, tipicamente dois (dissacarídeos) ou três (trissacarídeos). 
Os dissacarídeos são o grupo mais representativo desta classe. Exemplos: 
 9.1- MALTOSE- 
DISSACARÍDEO de nome sistemático α-D-glicopiranosil-(1→4)-D-
glicopiranose, Glc (α1→4) Glc. É formada por duas moléculas de glicose 
ligadas por uma ligação glicosídica (α1→4). 
A maltose é produzida em cereais em germinação, tais como a 
cevada, num processo relevante na fermentação alcoólica de bebidas. Na 
maltagem da cevada, a concentração de malte é maximizada neste cereal; 
a maltose é então usada pelas leveduras durante a fermentação, 
produzindo etanol e dióxido de carbono. No duodeno, obtida pela 
degradação do amido, é hidrolisada pela enzima maltase, liberando duas 
unidades de alfa-D-glicose. 
MALTOSE 
9 
 
 
 9.2- ISOMALTOSE: 
 Açúcar DISSACARÍDEO de glucose, diferenciando-se da maltose 
apenas na forma de ligação das duas unidades de glucose. Enquanto a 
maltose apresenta ligação1-4, a isomaltose possui ligação 1-6. 
 Produzida a partir da sacarose de beterraba, possui o mesmo 
aspecto do açúcar de cana. É utilizada na mesma proporção que a 
sacarose, dando o mesmo volume e textura. Tem baixíssima 
higroscopicidade, em misturas em pó prontas para preparo de certos tipos 
de doces. Não provoca cáries. Ocorre na cerveja, mel de abelha, fígado e 
outras substâncias naturais. e é obtido pelo tratamento de derivados do 
amido. Por hidrólise pela enzima isomaltase, libera duas unidades de 
glicose pelo rompimento da ponte 1-6. A seguir a estrutura da isomaltose. 
Isomaltose (ponte 1-6) 
 9.3- LACTOSE: 
 Açúcar DISSACARÍDEO presente no leite e seus derivados. É 
composto por dois monossacarídeos: a glicose e a galactose. É o único 
hidrato de carbono do leite e é exclusiva desse alimento porque apenas é 
produzida nas glândulas mamárias. No leite humano representa cerca de 
7,2% e no leite de vaca cerca de 4,7%. Seu sabor é levemente doce. 
Lactobacilos a transformam numa função mista de ácido carboxílico e 
álcool, que formam o ácido lático. Libera, por hidrólise da ligação 
glicosídica beta 1-4, através da enzima lactase uma molécula de beta-D-
galactose e uma de alfa-D-glicose. 
Em solução aquosa, pode ocorrer uma mudança na posição da 
hidroxila e do hidrogênio do grupo redutor da lactose, fazendo com que a 
forma alfa se transforme em beta e vice versa. Essa mudança é 
denominada mutarrotação e persiste até que haja o equilíbrio 
mutarrotacional, que ocorre quando, a 25ºC, possui 62,25% da lactose na 
forma beta e 37,7% na forma alfa. 
10 
 
 
 
 
 9.4- SACAROSE: DISSACARÍDEO formado pela união de uma molécula de 
glicose e uma de frutose. Encontra-se em abundância na cana-de-açúcar, 
frutas e na beterraba. A sacarose, o açúcar comum comercial encontra-se 
na cana de açúcar (Saccharum officinarum) e na beterraba (Beta vulgaris). 
É hidrolisada pela enzima sacarase. 
 
 9.5- CELOBIOSE: DISSACARÍDEO obtido pela degradação da celulose. É 
semelhante à maltose, diferindo apenas por liberar duas unidades de 
beta-D-glicose. Fungos, bactérias e protozoários encontrados no rumem 
produzem a enzima celulase que hidrolisa a celulose liberando essas 
moléculas dissascarídicas ao lado de unidades de glicose livre. Térmitas e 
cupins também tem a mesma capacidade. 
 
 
11 
 
 
10.- POLISSACARÍDEOS 
 Os polissacarídeos possuem massa molecular elevada porque sua 
unidade monomérica se polimeriza “n” vezes liberando, por hidrólise, 
grande quantidade de moléculas mais simples. 
Os polissacarídeos homogêneos liberam apenas um tipo de 
produto, visto que sua unidade monomérica é o produto de sua hidrólise 
total); nos polissacarídeos heterogêneos a unidade monomérica é um 
dissacarídeo, isto, é, um par de moléculas diferentes que se repete “n” 
vezes. Por essa razão, degradação total desse tipo de polissacarídeo 
fornece mais de um tipo de produto. 
 
 
 10.1- POLISSACARÍDEOS HOMOGÊNEOS 
 
 10.1.1 –AMIDO E GLICOGÊNIO 
 
 Os polissacarídeos encontrados na natureza tem função 
estrutural ou nutritiva. O amido das plantas e o glicogênio armazenado 
nos animais são exemplos de polissacarídeos de função nutritiva.. A 
unidade fundamental do amido e do glicogênio é alfa D-glicose. 
 Tanto no amido como no glicogênio as unidades de alfa-D-
glicose são polimerizadas por ligação glicosídica alfa 1-4, formando 
cadeias lineares que, de distância em distância, se ramificam originando 
cadeias semelhantes com cerca de 30 unidades, no amido, ligadas por 
ponte 1-6 no ponto de ramificação. 
 A cadeia principal do amido é denominada amilose; o conjunto 
de ramificações, amilopectina. Por hidrólise parcial, o amido libera, 
maltose e isomaltose e, por hidrólise total, somente glicose. 
 O glicogênio tem estrutura semelhante a do amido, porém 
suas cadeias são de menor comprimento (10 a 20 unidades de glicose) o 
que torna a molécula muito mais rica de ramificações. Armazena-se no 
fígado e músculos como fonte de glicose no jejum e no exercício físico 
intenso 
 
12 
 
 
 
 (Fração do amido) 
. 
o = unidade de glicose 
 10.1.2-CELULOSE- 
 
 A celulose, polissacarídeo estrutural mais abundante na 
natureza, é o material de construção das plantas superiores. Ocorre, às 
vezes quase puro, como nas fibras do algodão ou associada com outras 
substâncias especialmente na lignina da palha ou da madeira, em uma 
cadeia não ramificada com suas unidades monoméricas unidas por ponte 
1-4. Por hidrólise parcial libera a celobiose e por hidrólise total, 
moléculas de beta-D- glicose. 
 
 
 
 10.1.3- QUITINA- 
 Este polissacarídeo possui estrutura análoga à da celulose. Sua 
unidade fundamental é a N-acetilglicosamina, um derivado da beta-D-
glicose por substituição da OH do carbono 2 pelo grupo acetil amino (-NH-
CO-CH3). É a substância que forma a carapaça dos crustáceos e de alguns 
insetos. 
13 
 
 
 
 
 
 10.2- POLISSACARÍDEOS HETEROGÊNEOS 
 
 10.2.1- VISÃO GERAL 
 Também chamados mucopolissacarídeos ou 
glicosaminoglicanos (GAGS), são grandes complexos de cadeias 
heteropolissacarídicas, negativamente carregadas, geralmente associadas 
a uma pequena quantidade de proteína. 
 Possuem abundância de grupos aniônicos que lhes 
proporcionam a capacidade especial de ligar-se a grandes quantidades 
de água, produzindo assim uma matriz do tipo gel. As propriedades 
viscosas e lubrificantes das secreções mucosas também são devido à 
presença de glicosaminoglicanos. Estabilizam e suportam os 
componentes celulares dos tecidos como tecido conjuntivo, encontrado 
na pele, tendões, cartilagens, ligamentos e matriz óssea. 
 
 10.2.2- ESTRUTURA DOS GLICOSAMINOGLICANOS 
 São cadeias de polissacarídeos heterogêneos longas, 
geralmente compostas de uma unidade dissacarídica repetitiva [açúcar 
ácido-açúcar amino]n. 
 
 
O açúcar amino é uma D-glicosamina ou D- galactosamina , podendo ser 
sulfatado no carbono 4 ou 6. O açúcar ácido é um ácido D glicurônico 
ou seu epímero L-idurônico. 
14 
 
 
 A única exceção é o queratansulfato, onde está presente a 
galactose em vez de um açúcar ácido. 
 
 
 
 10.2.3- RELAÇÃO ESTRUTURA/FUNÇÃO DOS GLICOSAMINOGLICANOS 
 
 Devido ao seu grande número de cargas negativas, as 
cadeias de heteropolissacarídeos tendem, em solução, a repelir-se, 
circundadas por uma concha de moléculas de água. Quando reunidas, 
elas “deslizam” umas sobre as outras, como dois magnetos com mesma 
polaridade parecendo escorregarem. Isto produz a consistência 
“escorregadia” das secreções mucosas e do líquido sinovial. 
Quando uma solução de glicosaminoglicanos é comprimida, a água 
é “espremida para fora” e os glicosaminoglicanos são forçados a ocupar 
um volume menor. Quando a compressão é liberada, os 
glicosaminoglicanos voltam novamente a seu volume original, hidratado, 
devido à repulsão de suas cargas negativas. Esta propriedade contribui 
para a resiliência do líquido sinovial e do humor vitro do olho. 
 
 
 
 
 
 Com excessão do ácido hialurônico, os glicosaminoglicanos são 
covalentemente aderidos à proteína, formando monômeros 
proteoglicanos. Um monômero proteoglicano encontrado na cartilagem 
consiste de uma proteína central à qual as cadeias de carboidratos15 
 
 
lineares são covalentemente ligadas. No proteoglicano da cartilagem, as 
espécies de glicosaminoglicanos incluem o sulfato de condroitina e sulfato 
de queratan. 
 
 
 
 
 
 10.2.4- CONDROITIN SULFATO (A, B e C) 
 Em 1861, Fisher e Boedker isolaram de cartilagem o 
polissacarídeo sulfatado que se denomina condroitin-sulfato A. Também 
foram isoladas outras duas formas, posteriomnente chamadas (B e C). A 
forma B foi isolada da pele por Meyer e Chafer; posteriormente 
encontrou-se também nas válvulas do coração e nos tendões. A forma C 
foi obtida do cordão umbilical por Meyer e Palmer . Sua presença foi 
atestada também no osso do adulto, na córnea, em cartilagens e nos 
16 
 
 
tendões. No condroitin sulfato B o radical de ácido glicurônico é 
substituído pelo seu isômero o ácido L-idurônico. Na forma C muda 
apenas a posição do sulfato na galactosamina, de carbono 4 para 6. 
Abaixo os tipos A,B e C. 
 
 
 
 10.2.5- ÁCIDO HIALURÔNICO 
 O ácido hialurônico é um mucopolissacarídeo não 
sulfatado. A unidade dissacarídica monomérica é composta por ácido 
beta-D- glicurônico e beta N acetilglicosamina ligados por ponte beta 1-3. 
Essa unidade se polimeriza por ponte beta 1-4. 
 
 
 
 Sua massa molecular varia de 20.000 a 50.000. Constitui a 
substância fundamental nos tecidos conjuntivos, onde exerce função 
cementante, agregando as unidades celulares e as fibras do colágeno. A 
biossíntese do ácido hialurônico está na dependência da vitamina C 
alimentar e de hormônios, especialmente os corticoides. Por essa razão, 
as doenças do tecido conjuntivo respondem favoravelmente aos 
tratamentos de ácido ascórbico e de corticoides. 
17 
 
 
 
 
 Algumas bactérias patogênicas liberam uma enzima específica –
hialuronidase- que despolimeriza o ácido hialurônico, hidrolisando as 
ligações glicosídicas 1-4 para facilitar sua mobilidade através da 
membrana celular. Nas infecções, os tecidos afetados perdem por este 
mecanismo o elemento unitivo tornando-se flácidos e sujeitos à invasão 
microbiana. Também é liberada pelo acrossoma do espermatozoide, para 
que este ultrapasse a corona radiata do ovócito. 
 O Ácido hialurônico, forma soluções altamente viscosas e claras 
que funcionam como lubrificantes nas articulações e compõem a matriz 
da cartilagem e tendões, conferindo-lhes elasticidade e resistência à 
tensão. 
Por ser um componente natural de várias células do corpo humano, 
mais especificamente daquelas que estão associadas à síntese de 
colágeno, -responsável pela elasticidade e sustentação da pele –, o ácido 
hialurônico é considerado uma substância orgânica e, portanto, muito 
seguro quando aplicado em procedimentos estéticos e odontológicos. 
 
Artigo sobre o assunto na página 23 
 
 10.2.6- QUERATAN SULFATO 
 O QUERATAN SULFATO é um glicosaminoglicano, também 
presente na córnea e nos agregados proteoglicanos da cartilagem. 
Galactose e N-acetil glicosamina 6-sulfato, ambas na forma beta, unidas 
por ponte 1,4, constituem a unidade dissacarídica. Estrutura na folha 14. 
18 
 
 
 
 10.2.7- HEPARINA 
 Heparina é um polissacarídeo polianiônico sulfatado 
pertencente à familía dos glicosaminoglicanos. Possui uma ação 
farmacológica atuando como medicamento anticoagulante utilizado em 
várias patologias, como no tratamento da coagulação intravascular 
disseminada; prevenção do tromboembolismo; prevenção e tratamento 
do tromboembolismo pulmonar; prevenção e tratamento da trombose 
venosa profunda. 
 
 
11. PROTEOGLICANAS – (GLICOPROTEÍNAS) 
As proteoglicanas são proteínas que contêm cadeias de 
oligossacarídeos (glicanos) covalentemente ligados a cadeias laterais de 
polipeptídeos. 
 
 Neste grupo se enquadram principalmente as substâncias 
denominadas mucinas, produtos elaborados por células especiais, as 
células mucíparas, dos epitélios de revestimento e glandulares. 
19 
 
 
 Todas as secreções digestivas (saliva, suco gástrico, suco 
pancreático ,bile, suco entérico) contém mucinas às quais devem sua alta 
viscosidade, assim como sua ação lubrificante. 
 
 As mucinas protegem ainda a mucosa gastro-intestinal contra 
enzimas e bactérias. Conjuntamente, essas macromoléculas de 
glicoproteínas apresentam um aspecto mucogelatinoso que reveste 
externamente a membrana plasmática, recebendo o nome de glicocálix. 
 
 
 A importância funcional dos proteoglicanos traduz-se na ligação de 
várias moléculas de sinalização, como por exemplo o fator de crescimento 
dos fibroblastos (FGF), cuja ligação provoca a estimulação ou inibição da 
proliferação de vários tipos de células. Os proteoglicanos também 
desempenham funções de ligação e regulação de enzimas proteolíticas e 
de inibidores de proteases, assim como regulam a atividade de proteínas 
segregadas e as protegem da degradação proteolítica. 
 Também são exemplos de glicoproteínas as imunoglobulinas 
(sintetizadas e excretadas por células plasmáticas derivadas dos linfócitos 
B; os plasmócitos, presentes no plasma, que atacam proteínas estranhas 
ao corpo, chamadas de antígenos) e protombina ( sintetizada no fígado, 
na presença de vitamina K), precursora da trombina, que ao final da 
cascata da coagulação induz a formação da fibrina, além de diversas 
glicoproteínas presentes nas secreções mucosas. 
 Na odontologia o principal fator etiológico da inflamação pulpar é 
a invasão de bactérias para o interior da polpa dentária. As bactérias 
podem invadir os tecidos da polpa dentária após cárie ou fraturas 
dentárias, ou na sequência de procedimentos dentários restauradores. 
 
20 
 
 
 
Durante a infecção e a inflamação, a alta viscosidade dos 
proteoglicanos da matriz extracelular da polpa representa uma barreira 
mecânica para as bactérias, embora alguns tipos produzam a 
hialuronidase, enzima que reduz a viscosidade atuando como fator de 
dispersão e, assim, contribui para a penetração bacteriana no tecido 
conjuntivo. 
 
12. BETA GLUCANAS 
 Beta-glucanas são um tipo de fibra solúvel. Trata-se de um 
polissacarídeo linear, não ramificado, composto por unidades de glicose 
unidas por ligações do tipo beta 1,6 e beta 1,3 glicose. Alimentos que 
contém ß-glucanas, como a aveia e algumas espécies de cogumelos, 
diminuem a absorção de colesterol e retardam a absorção dos açúcares. 
 
 
 
 13. FRUTANOS 
 Os frutanos são polímeros da frutose sintetizados nas plantas por 
microorganismos a partir da sacarose. 
21 
 
 
 As várias categorias de frutanos são diferenciadas de acordo com 
o tipo de ligação entre as unidades de frutose. A inulina, um frutano 
acumulado principalmente pelas plantas das Asteraceae é constituída por 
resíduos de frutoses unidos por ligações glicosídicas β (2→1) , enquanto 
que a molécula do levana (produzido por bactérias) é constituído por 
resíduos de frutose vinculados por ligações β(2→6). 
 Dentre os benefícios à saúde que podem ser proporcionados pela 
ingestão de frutanos tipo inulina há pesquisas que apresentam resultados 
disponíveis e confirmatórios em humanos, comprovando as alegações de 
melhoria das funçõesintestinais e aumento na absorção de minerais. 
Frutanos tipo inulina são usados pela indústria alimentícia como 
suplementos em alimentos, aumentando o teor de fibras dos produtos, e 
como substitutos de macronutrientes como gordura e açúcar. 
 LEVANA 
14. CARBOIDRATOS NO METABOLISMO DAS BACTÉRIAS CARIOGÊNICAS 
 
 
 
A cárie é uma doença infectocontagiosa de caráter crônico, causada 
pelo processo de desmineralização da superfície dental por ácidos 
orgânicos provenientes da fermentação dos carboidratos da dieta pelas 
bactérias. 
22 
 
 
Os dentes são colonizados por bactérias que existem no ambiente 
oral, cujo metabolismo ocasiona flutuações no pH. Este metabolismo é 
influenciado por fatores determinantes que por si só não levam ao 
desenvolvimento de cárie, mas modulam sua atividade. 
Entre eles, encontramos a composição do próprio “biofilme”, a 
composição e capacidade tampão da saliva, a velocidade da secreção 
salivar e composição e frequência da dieta. 
O desenvolvimento da carie ocorre somente na presença de 
microorganismos na superfície dental, contudo, a simples presença destes 
não é suficiente para o desenvolvimento da doença. 
Em 1924 Ckarke isolou um tipo específico de estreptococos das 
lesões, o qual denominou Streptpcpcus mutans, pois sua morfologia 
celular e da colônia em meio de cultura contendo sacarose, apresentava 
grande variedade em relação às demais espécies dos estreptococos então 
conhecidos. Demonstrou que o isolamento do S.mutans de lesões iniciais 
de cárie, ocorria com mais frequência do que o das espécies de 
lactobacilos. 
Na cavidade oral as superfícies dentárias são recobertas por 
depósitos microbianos com espessura determinada de acordo com sua 
localização chamados de “biofilme”. 
. O Biofilme dental é um massa que composta por bactérias 
colonizadoras da cavidade oral. Contém mais de 400 espécies microbianas 
apresentadas como uma complexa massa na margem gengival e no 
interior do sulco gengival ou da bolsa periodontal, inclusive com as 
espécies Gram-negativas anaeróbias típicas das doenças periodontais. 
 
23 
 
 
As bactérias formadoras deste biofilme são habitantes normais da 
cavidade bucal, que se acumulam sobre uma película que recobre a 
superfície dos dentes mesmo que os procedimentos de limpeza sejam 
convenientemente realizados. 
A colonização bacteriana se dá normalmente e em poucas horas. A 
saliva é normalmente uma solução remineralizante natural dos dentes 
quando se encontra em pH superior a 5,5. Porém, a presença do ácido 
lático produzido pelos Estreptococos mutans reduz o pH da placa 
bacteriana a 4,0, comprometendo a remineralização natural e 
promovendo a desmineralização. 
Os microorganismos precisam aderir-se firmemente a uma 
superfície porque, caso contrário serão levados pelo fluxo salivar e 
deglutidos. 
Sabendo-se que a dieta exerce um papel central no desenvolvimento da 
cárie, estudos mostram a relação entre o consumo de carboidratros 
fermentáveis e o desenvolvimento de lesões cariosas. 
Muitas bactérias do biofilme utilizam açúcares presentes na dieta 
(sacarose, glicose, frutose e lactose) para seu metabolismo energético. O 
amido (polissacarídeo da glicose) pode ser utilizado após a degradação em 
carboidratos de baixo peso molecular (por exemplo a maltose) pela 
amilase salivar e bacteriana. 
O biofilme cresce rapidamente. Os carboidratos são fermentados de 
modo imediato resultando na produção de ácidos, principalmente o acido 
lático e, na presença de grandes quantidades, são armazenados na forma 
de polissacarídeos intra (PIC) e extracelulares (PEC). 
As bactérias cariogênicas liberam duas enzimas no meio 
extracelular: a glicosiltransferase e a frutosiltransferase. 
A glicosil transferase agindo sobre a sacarose libera sua porção 
frutose e utiliza a glicose para sintetizar as glucanas, polissacarídeo 
extracelular (PEC) de natureza gel e viscosa utilizado para adesão das 
bactérias entre si e com os dentes, e estruturação das placas dentárias. 
A frutosil transferase, ao agir sobre a sacarose, libera sua porção 
glucose, utilizando a frutose para síntese do polissacarídeo extracelular 
24 
 
 
(PEC) de reserva energética, as frutanas, para ser utilizado como alimento 
nos intervalos de jejum da bactéria. 
Deve-se observar que a frutose e a glucose liberadas da sacarose e 
não utilizadas para a síntese de PEC, são consumidas rapidamente pelas 
bactérias para obtenção de energia ou armazenadas em forme de PIC 
(polissacarídeos intracelulares). 
 
ARTIGO ANEXO: AS APLICAÇÕES DO ÁCIDO HIALURÔNICO NA ODONTOLOGIA 
Conforme aponta a literatura odontológica brasileira, o uso do ácido 
hialurônico por parte dos cirurgiões-dentistas em tratamentos da cavidade bucal e da 
face foi autorizado em março de 2014 pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO) 
mediante as Resoluções 145 e 146/14, nas quais fica explícita a sua liberação para uso 
em âmbito odontológico. 
Desde então, a substância vem sendo utilizada como uma opção de tratamento 
minimamente invasiva para estimular a produção de colágeno e atenuar leves 
desequilíbrios na mandíbula ou nos lábios, bem como para preencher determinadas 
áreas da face que estão direta ou indiretamente associadas ao funcionalismo e/ou à 
estética odontológica. 
 
 Entendendo melhor o propósito do ácido hialurônico na Odontologia 
 
Para que haja uma compreensão realmente aclarada sobre o uso desse 
componente pelos cirurgiões-dentistas, é fundamental que sejam citadas situações 
específicas, nas quais a primeira opção de tratamento é a sua aplicação tópica. Para 
ilustrar, podemos iniciar pela biomodelação labial: um procedimento realizado para 
corrigir a perda de volume nos lábios e devolver o seu contorno a partir de aplicações 
do ácido hialurônico em pontos específicos do lábio inferior, superior ou em ambos. 
Trata-se de uma alternativa indicada especialmente para pacientes com lábios que se 
afinaram em decorrência da idade, da genética ou do hábito de fumar, por exemplo. 
Outra possibilidade de tratamento com injeções de ácido hialurônico é 
a atenuação de rugas e sulcos. Por meio da aplicação da substância com uma 
microcânula é possível eliminar a aparência envelhecida causada pelo famoso “bigode 
chinês” − marca de expressão que atinge as proximidades do nariz, chegando até o 
25 
 
 
canto da boca, também chamada de “sulco nasogeniano”. Embora seja comumente 
provocado pelo excesso de expressões faciais ao longo dos anos, o problema também 
pode surgir devido a características hereditárias ou pela força da gravidade sobre os 
tecidos da maçã do rosto. 
Da mesma maneira, o ácido hialurônico pode ser usado para suavizar as “rugas 
de marionete” – marcas que se formam entre os cantos da boca e o queixo, 
conhecidas entre os cirurgiões-dentistas como “rugas melomental” – e “rugas tipo 
código de barras” – aquelas que incidem de forma perpendicular aos lábios, 
originando um aspecto flácido na parte superior. 
O ácido hialurônico para além da região labial 
De acordo com a denominação científica oficial, a Odontologia estuda e trata o sistema 
estomatognático, isto é, o sistema que abrange a cavidade bucal, os dentes, a face e o 
pescoço – músculos, nervos, ossos, articulações e tecidos. Assim sendo, os cirurgiões-
dentistas possuem o aval para preencher determinadas áreas da face com ácido 
hialurônico, sobretudo aquelas que afetam estética e/ou funcionalmente o paciente. 
Tal aval se justifica principalmente pelo alto conhecimento anatômico do cirurgião-
dentista a respeito de toda essa região‒ conhecimento este que, associado ao seu 
elevado senso de estética e proporções ideais, faz com que o dentista seja um dos 
melhores profissionais para atuar com essa técnica. 
No caso do preenchimento de determinadas áreas da face com ácido 
hialurônico, a administração da substância tem o objetivo de promover 
o rejuvenescimento das regiões faciais afetadas pela perda de colágeno e hidratação, 
inclusive as extensões da mandíbula e queixo, que em muitos pacientes necessitam ser 
delineadas para recuperar os ângulos mais bonitos do rosto. Essa intervenção estética 
é feita somente após um estudo de características como forma, tamanho e 
comprimento do mento e de toda a região malar, tendo em vista que a finalidade 
primordial do procedimento é harmonizar os traços que compõem a face. 
Também é realizada uma análise clínica do perfil mole da face – ou seja, um 
diagnóstico dos tecidos com matriz extracelular rica em fibras de colágeno e elastina, 
visando a identificar as áreas com maior deficiência produtiva dessas substâncias. Após 
a análise e descoberta das áreas que demandam estímulos para maior produção de 
colágeno, é feita a aplicação do ácido hialurônico em dosagem compatível com as 
necessidades do paciente. 
É importante destacar que as injeções de ácido hialurônico são aplicadas depois 
de uma anestesia local, que torna o procedimento completamente indolor ‒ o que é 
outro diferencial da aplicação em âmbito odontológico. Eventualmente, podem 
ocorrer leves edemas e inchaços na pós-aplicação, que geralmente desaparecem em 
até 24 horas. Entretanto, na maioria dos casos, o paciente poderá retornar 
normalmente às suas atividades de rotina, bastando realizar compressas de água fria e 
se medicar com analgésicos e/ou anti-inflamatórios prescritos pelo cirurgião-dentista. 
Para quem ainda não tem essa informação, outro dado relevante é que o ácido 
hialurônico é completamente absorvível pelo organismo em um período variável de 6 
a 8 meses, constituindo, assim, um preenchimento não definitivo. Para continuar 
26 
 
 
desfrutando os efeitos da aplicação em longo prazo, é imprescindível realizar 
manutenções semestrais ou anuais, conforme a indicação do cirurgião-dentista. 
Para quem se interessar em saber mais a respeito do assunto, o SPA 
Odontológico Luposeli é uma clínica especializada neste e em diversos outros tipos de 
tratamento e conta com um dos pioneiros da prática no País, lembrando que todos os 
benefícios que podem ser alcançados por meio da aplicação do ácido hialurônico estão 
diretamente associados ao conhecimento e à experiência do profissional da área, que 
deve ser devidamente habilitado para administrá-lo. 
Cuidados após a aplicação 
° Não massagear a região tratada para que não ocorra migração do produto para áreas 
não desejadas. 
° Evitar exercícios físicos por dois dias após a aplicação. 
° Evitar viagens aéreas imediatamente após a aplicação, pois a alteração de pressão-
ambiente pode provocar a migração do produto para áreas não desejadas. 
° Não deitar ou abaixar a cabeça nas quatro primeiras horas. 
° Poder-se-á notar um pequeno halo de vermelhidão e inchaço ao redor dos pontos de 
aplicação.Esta é uma reação normal do organismo que desaparecerá em 
aproximadamente seis horas. 
° Não tomar aspirina ou medicamento similar por dois dias após aplicação. 
° Sensações como dores de cabeça ou dores locais também podem ocorrer após a 
aplicação e podem perdurar por um dia, sendo aliviado com o uso de Dipirona ou 
Paracetamol. 
 QUESTÕES PARA ESTUDO 
1. Cite as características químicas dos carboidratos. 
2. Quais são os grupos principais de carboidratos e como se comportam quanto a 
reação de hidrólise? 
3. Como se dividem as oses quanto ao grupo funcional e em que carbono da 
cadeia eles estão localizados ? Cite as oses mais simples que pertencem a cada 
um dos grupos. 
4. Como se classificam as oses quanto ao número de carbonos da cadeia ? Dê um 
exemplo de cada tipo indicando sua característica funcional (aldose ou cetose). 
5. Qual o tipo de produto obtido por redução das aldoses ? Cite o nome do 
respectivo produto que deriva da glicose, da manose e da galactose. 
6. Através de que reação a glicose é convertida em ácido glicurônico? Cite a 
importância deste produto. 
27 
 
 
7. Qual a ose mais simples que possui isomeria ótica e qual a condição para que 
esse fenômeno ocorra ? 
8. Cite os oligossacarídeos obtidos pela hidrólise parcial do amido e suas 
característica estruturais . 
9. Cite os oligossacarídeos obtidos pela hidrólise parcial do amido e suas 
característica estruturais . 
10. Comente a estrutura da sacarose e da lactose 
11. Explique por que a MALTOSE e LACTOSE são hidrolisáveis, enquanto que a 
MANOSE e a GALACTOSE não o são. 
12. Caracterize polissacarídeos homogêneos e heterogêneos. Exemplifique esses 
dois tipos. 
13. Os polissacarídeos heterogêneos, também chamados mucopolissacarídeos ou 
glicosaminoglicanos possuem , na sua maioria, uma unidade monomérica 
dissacarídica. Quais os componentes que constituem essa unidade ? 
14. Cite a importância do ácido hialurônico no tecido conjuntivo e as alterações 
que podem ocorrer por ocasião de infecções instaladas nesse tecido. 
15. Qual o tratamento indicado para a regressão das doenças que afetam a 
resistência do tecido conjuntivo? Em que se baseia desse tratamento ? 
16. Qual o glicosaminoglicano encontrado na cartilagem ? 
17. Comente a importância farmacológica da HEPARINA. 
18. Caracterize a estrutura cite funções das glicoproteínas e dê exemplos. 
19. Caracterize a estrutura e cite funções das beta glucanas. 
20. Qual o composto dá origem aos frutanos e quais os principais representantes? 
21. O que significa Biofilme? 
22. Em que circunstâncias são produzidos os polissacarídeos extra (PEC) e intra 
celulares (PIC)? 
23. Qual a composição química das glucanas e para que servem elas ? 
24. Qual a utilidade das frutanas para as bactérias cariogênicas ? 
25. Cite as enzimas liberadas pelas bactérias cariogênicas e o papel de cada uma 
delas. 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
 QUÍMICA DE LIPÍDEOS – Roteiro para Desenvolvimento 
 
1.- CONSIDERAÇÕES GERAIS- 
 
 Os lipídeos se caracterizam por sua insolubilidade em água e 
solubilidade em solventes orgânicos como éter, clorofórmio, acetona, 
benzeno pelo baixo caráter polar. Possuem carbono, hidrogênio e 
oxigênio, às vezes fósforo e nitrogênio. Ao contrário dos carboidratos, 
são uma classe heterogênea de compostos, divididos em grupos 
funcionais conforme as suas características químicas. A grande maioria 
dos lipídeos possui pelo menos uma molécula de ácido graxo. 
Sua principal função é energética. Além disso atuam como 
isolantes térmicos, protetores traumáticos e fazem parte das membranas 
celulares. Também alguns hormônios e vitaminas se incluem no grupo dos 
lipídeos. 
 
2.- ÁCIDOS GRAXOS- 
 Os ácidos carboxílicos encontrados nos lipídeos levam o nome de 
ácidos graxos. Raramente existem livres na natureza. São encontrados, 
por exemplo, associados com albumina no plasma sanguíneo. Em geral, 
são combinados em forma de ésteres , especialmente com o glicerol e o 
esfingosinol. 
 
 2.1- CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES FÍSICAS : solubilidade e ponto de fusão 
Muitos tipos diferentes de ácidos graxos tem sido isolados de 
lipídios de várias espécies. Eles diferem entre si pela extensão da cadeia e 
pelo número e posição de ligações duplas. Geralmente são acíclicos, não 
ramificados, com número par de átomos de carbono. São considerados 
inferiores com até 10 carbonos. 
Os ácidosgraxos saturados superiores são sólidos, apresentando 
consistência de cêra, enquanto que ácidos graxos com número inferior de 
carbonos, bem como os insaturados, são líquidos na temperatura 
ambiente. Daí conclui-se que quanto maiores e saturadas forem as 
cadeias , menor será a sua solubilidade pela tendência ao estado sólido. 
Ao contrário, os ácidos graxos insaturados e os de cadeia curta, tendem 
ao estado líquido, o que eleva sua solubilidade. Podemos então afirmar 
29 
 
 
que “a solubilidade dos ácidos graxos diminui com o aumento da cadeia e 
cresce com o grau de instauração; o ponto de fusão cresce com o aumento 
da cadeia e diminui com a presença de ligas duplas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 2.2- PROPRIEDADES QUÍMICAS 
 
 2.2.1 NEUTRALIZAÇÃO: FORMAÇÃO DE SABÕES (Saponificação) 
 
Os ácidos graxos são ácidos fracos e podem ser neutralizados 
formando sais orgânicos que em meio aquoso atuam como detergentes. 
Os mais solúveis são os de sódio e de potássio. Os sais, em solução 
aquosa, se dissociam formando um ânion que possui, além do grupo polar 
hidrófilo (-COO-) um outro apolar, hidrófobo (radical orgânico). 
30 
 
 
 
 
 
Dois efeitos principais podem ser observados nessas soluções. 
Inicialmente,os ânions se orientam para a superfície da solução 
permanecendo os –COO- imersos na fase aquosa. Os radicais apolares 
emergem, afastando-se o máximo da fase aquosa. Por consequência 
imediata da formação deste filme monomolecular, ocorre diminuição da 
tensão superficial da solução. 
 
 Uma vez saturada a superfície, os demais ânions em solução se 
associam pelos grupos apolares, formando micelas 
 
 
 Desta forma o ânion do sabão constitui uma espécie de ponte entre 
a fase aquosa e a fase lipídica, diminuindo a tensão interfacial. Este 
processo forma uma emulsão, e o efeito do sabão chama-se detergência, 
o que pode ser definido como “estabilização de substâncias apolares em 
meios polares”. 
31 
 
 
 A detergência é importante em vários processos como a 
emulsificação dos lipídios na digestão, na absorção no transporte 
sanguíneo, na limpeza de canais radiculares no processo de endodondia 
(tratamento de canal), etc. 
 
 
 
 
 2.2.2- ESTERIFICAÇÃO 
 Os ácidos graxos são esterificáveis por álcoois, como o 
glicerol, formando glicerídeos ou acilgliceróis, com o esfingosinol, 
formando esfingolipídeos e com álcoois superiores obtém-se as ceras; 
 
 
 
 2.2.3- HIDROGENAÇÃO 
 Esta reação verifica-se com os ácidos graxos insaturados, em 
que se adicionam hidrogênios para formarem ácidos graxos saturados. 
 Industrialmente, o processo de transformação de óleos para 
gorduras realiza-se por meio da hidrogenação catalítica de duplas ligações, 
aumentando a ocorrência de e ácidos graxos com ponto de fusão acima da 
temperatura ambiente. 
 Entretanto, esse processo também produz em grande 
quantidade ácidos graxos insaturados na forma trans, forma nociva à 
saúde (está associada às doenças do coração, com o aumento do 
colesterol LDL e redução do HDL; além de ocasionar perda de ácidos 
graxos essenciais). 
32 
 
 
 
 
 
 
3.- CLASSIFICAÇÃO 
 3.1- GLICERÍDEOS OU ACILGLICERÓIS 
 
 Os glicerídeos constituem os lipídeos predominantes e 
característicos das gorduras naturais. Nos vegetais estão contidos nas 
sementes e distribuídos na superfície das folhas. Nos animais encontram-
se em todas as células, particularmente como lipídios de reserva no tecido 
adiposo. 
 Quimicamente são ésteres do glicerol com 1, 2 ou 3 ácidos graxos, 
respectivamente mono, di e tri acilgliceróis (ou mono, di e triglicerídeos). 
 A degradação dos triacilgliceróis é o processo inverso catalisado por 
enzimas lipases. 
Sendo os triacilgliceróis apenas levemente solúveis em água e sem 
poder formar micelas estáveis por si mesmos, eles coalescem dentro dos 
adipócitos para formar gotas oleosas, que são quase anidras. 
Estas gotas de lipídio são as principais reservas de energia do corpo, 
prontas para a mobilização quando são requeridas como combustível. 
 
 
 
33 
 
 
 
 
 3.2- FOSFOLIPÍDIOS: COMPONENTES PRINCIPAIS DOS LIPÍDIOS DAS MEMBRANAS 
 
 Os fosfolipídios possuem um ou mais grupamentos altamente 
polares, além das suas cadeias hidrocarbonadas apolares. 
 Servem primariamente como elementos estruturais das 
membranas e não são armazenados em grandes quantidades. Este grupo 
de lipídios contém fósforo na forma de grupos do ácido fosfórico. 
 O composto básico dos fosfolipídeos é o ÁCIDO FOSFATÍDICO. Os 
fosfolipídeos mais abundantes são a fosfatidiletanolamina (cefalina) e 
fosfatidilcolina (lecitina), presente no surfactante pulmonar (líquido que 
envolve os alvéolos). A cefalina e a lecitina estão intimamente 
relacionadas, contendo respectivamente os álcoois etanolamina 
(colamina) e trimetiletanoilamina (colina) nas suas cabeças polares. 
Todas as células do organismo necessitam de lecitina, que é uma 
unidade essencial da estrutura da membrana celular; sem este composto, 
a membrana celular ficaria rígida. 
 
 
 
34 
 
 
Abaixo as estruturas da cefalina e lecitina. 
 
 
 
 
 
 3.3- ESFINGOLIPÍDIOS: Constituem a grande classe dos lipídios de 
membranas. Contém um álcool superior aminado, o esfingosinol. 
 
 CH3-(CH2)12-CH=CH-CH-OH CH3-(CH2)12-CH=CH-CH-OH 
 | | 
 ESFINGOSINOL HC-NH2 + R-COOH ---------> CERAMIDA HC-NH-CO-R + H2O 
 | ÁCIDO GRAXO | 
 CH2 –OH CH2-OH 
 
 Os ESFINGOLIPÍDIOS abrangem as esfingomielinas, os cerebrosídeos 
e os gangliosídeos. As esfingomielinas estão presentes na maioria das 
membranas das células animais; a bainha de mielina envoltória de certas 
células nervosas é muito rica de esfingomielina. Possuem COLINA-FOSFATO 
esterificando o carbono terminal da ceramida. 
 
 Os CEREBROSÍDEOS são glicocerebrosídeos ou galactocerebrosídeos 
conforme contenham glicose ou galactose ligada ao carbono terminal da 
ceramida. Os glicocerebrosídeos encontram-se em tecidos não neurais 
como fígado e baço, enquanto os galactocerebrosídeos são encontrados 
nas membranas celulares do cérebro. 
 
 
 
 Os GANGLIOSÍDEOS possuem um oligossacarídeoligado ao carbono 
terminal da ceramida. São encontrados primariamente nas células do 
sistema nervoso central , particularmente nas extremidades nervosas. 
35 
 
 
 
 
 
 3.4- ISOPRENÓIDES 
 Os representantes deste grupo apresentam característica 
estrutural comum: todos possuem um esqueleto de átomos de carbono 
que pode ser considerado como polímero de um certo número de 
unidades isoprênicas. O isopreno (2-metilbutadieno) é um hidrocarboneto 
acíclico, insaturado, de cinco átomos de carbono. 
 
 
 Os isoprenóides se dividem em terpenos (acíclicos) e esteroides 
(cíclicos). Entre terpenos, encontram-se componentes de muitos óleos 
essenciais extraídos de produtos vegetais, como o citronelol, (óleos de 
rosa), o geranioL, (óleo de gerânio), o citral, importante matéria prima 
para a síntese de vitamina A. 
 Um dos terpenos mais difundidos é o limonemo, encontrado em 
óleo de bergamota, laranja e limão; o mentol e a mentona são isolados da 
essência de hortelã. 
 A cânfora é o representante mais importante dos derivados 
oxigenados dos terpenos propriamente ditos, extraído da Cinnamomum 
capphora, do qual pode ser obtido em estado purificado. 
 É uma planta medicinal, também conhecida como Canforeira, 
Cânfora-de-jardim, Alcanfor, Cânfora-das-hortas ou Canforinha, muito 
utilizada em problemas musculares ou de pele. Serve para ajudar no 
tratamento de problemas cardíacos e neurológicos, dor muscular, 
36 
 
 
contusões, feridas, picadas de inseto e reumatismo. As propriedades da 
cânfora incluem sua ação antiepilética, antinevrálgica, antirreumática, 
antisséptica, descongestionante, calmante e sedativa. 
 As vitaminas lipossolúveis A, K e E , lipossolúveis, do grupo dos 
terpenos, estão relacionadas com os mecanismos de visão, coagulação e 
reprodução, respectivamente, tendo a última, também, ação antioxidante. 
 
 Os ESTERÓIDES são amplamente distribuídos nos organismos vivos 
e incluem alguns hormônios, a vitamina D e os esteróis, tais como o 
colesterol . Terapeuticamente, os corticosteroides são utilizados como 
imunossupressores no tratamento de doenças autoimunes e na cirurgia 
de transplantes. A ingestão de doses altas durante longos períodos pode 
produzir efeitos colaterais sérios, que vão da imunodeficiência à perda de 
cálcio nos ossos. 
 Os esteroides anabólicos são derivados do hormônio masculino 
testosterona. São algumas vezes ingeridos pelos atletas e levantadores de 
peso em razão de suas propriedades de fortalecimento e crescimento 
muscular, mas podem causar sérios danos ao fígado com o uso 
continuado. Grandes quantidades podem levar a surtos de 
comportamento agressivo, ou mesmo à morte. 
 Constituem os ingredientes ativos da maioria das pílulas 
anticoncepcionais ministradas oralmente. Em várias especialidades, 
esteroides denominados de anti-inflamatórios hormonais são usados no 
tratamento de diversas afecções, na forma tópica (pomadas, soluções) ou 
sistêmicas (oral, inalatório, intramuscular e intravenoso). Alguns exemplos 
destes esteroides são a hidrocortisona, dexametasona, mometasona e 
betametasona. Abaixo a estrutura básica dos esteroides. 
 
 
CICLOPENTANOPERIDROFENANTRENO – núcleo básico dos esteroides 
37 
 
 
 
 O colesterol é um álcool policíclico de cadeia longa, usualmente 
considerado um esteroide, encontrado nas membranas celulares e 
transportado no plasma sanguíneo de todos os animais. É um componente 
essencial das membranas celulares dos mamíferos. É o principal esterol 
sintetizado pelos animais, sendo apenas uma pequena parte adquirida 
pela dieta. 
 Portanto, ao contrário de como se pensava antigamente, o nível de 
colesterol no sangue não aumenta se não ingerido quantidades adicionais 
através da dieta (a menos, claro, que haja um distúrbio genético). O 
colesterol é mais abundante nos tecidos que mais sintetizam ou têm 
membranas densamente agrupadas em maior número, como o fígado, 
medula espinhal, cérebro e placas ateromatosas (nas artérias). 
 É insolúvel em água e, consequentemente, insolúvel no sangue. 
Para ser transportado através da corrente sanguínea ele liga-se a diversos 
tipos de lipoproteínas (partículas esféricas que tem sua superfície exterior 
composta principalmente por proteínas hidrossolúveis). 
O colesterol é necessário para construir e manter as membranas 
celulares; regula a fluidez da membrana em diversas faixas de 
temperatura. Participa na fabricação da bílis, é o principal precursor 
da vitamina D e de vários hormônios esteróides que incluem o cortisol e a 
aldosterona nas glândulas supra-renais, e os hormônios sexuais 
progesterona, os diversos estrógenos, testosterona e derivados. 
 
 
 
38 
 
 
A quantidade média de colesterol no sangue varia com a idade, 
tipicamente aumentando gradualmente até a pessoa chegar aos sessenta 
anos de idade. O termo hipercolesterolemia refere-se a níveis 
aumentados de colesterol na corrente sanguínea, que é a principal causa 
de doença coronariana cardíaca e outras formas de cardiopatias. 
 Na alimentação humana, o colesterol é encontrado nas gorduras 
animais, ao passo que os alimentos que não contêm gorduras animais são 
isentos de colesterol ou possuem quantidades inexpressivas. 
 As principais fontes de colesterol na dieta incluem os ovos, carne 
de vaca e galináceos. 
 
 
 
 
A vitamina D é um esteroide lipossolúvel essencial para o corpo humano e sua 
ausência pode proporcionar uma série de complicações. A principal fonte de 
produção da vitamina D se dá por meio da exposição solar, pois os raios ultravioletas 
do tipo B (UVB) são capazes de ativar a síntese desta substância. Alguns alimentos, 
especialmente peixes gordos, são fontes de vitamina D, mas é o sol o responsável por 
80 a 90% da vitamina que o corpo recebe. 
A vitamina D é necessária para a absorção do cálcio pelos ossos. Pessoas com 
deficiência de vitamina D chegam a aproveitar 30% menos de cálcio proveniente da 
dieta, responsável por fortalecer ossos e dentes. A deficiência deste nutriente pode 
causar o raquitismo na infância e a osteoporose na vida adulta. Um exemplo da 
39 
 
 
importância da combinação dessas duas substâncias é que sempre que a 
recomendação de suplementação de cálcio é indicada, ela é feita juntamente com a 
vitamina D para atuar na absorção do mineral. 
Autores consultados:: Bioquímica Ilustrada (Pâmela Champ - Richard Harvey); BioquímicaFundamental (Renato 
Dutra Dias & Clovis); Princípios de Bioquímica (Lehninger); Bioquímica (Bacila). Pesquisa em artigos de rede 
aberta. 
....................................................................................................................................................................... 
 
ANEXO 1- O METABOLISMO DOS LIPÍDIOS ESTÁ SUJEITO A DEFEITOS GENÉTICOS 
 Todos os lipídios polares da membrana sofrem constante renovação 
metabólica, num estado de equilíbrio dinâmico, onde a velocidade da sua síntese é 
equilibrada por igualvelocidade de degradação, promovida por enzimas hidrolíticas, 
cada uma capaz de hidrolisar uma ligação covalente específica. Assim, a degradação da 
fosfatidilcolina ocorre pela ação de várias fosfolipases diferentes. O metabolismo dos 
esfingolipídios de membrana, que incluem a esfingomielina, os cerebrosídios e os 
gangliosídios, é particularmente suscetível a defeitos genéticos das enzimas envolvidas 
na sua degradação. Em consequência, os esfingolipídios ou seus produtos de 
degradação parciais se acumulam em grandes quantidades nos tecidos, pois sua 
síntese é de velocidade normal mas sua degradação é interrompida. Por ex., na 
anormalidade genética rara chamada de doença de Niemann-Pick, a esfingomielina se 
acumula no cérebro, baço e fígado, por uma deficiência genética na degradação da 
esfingomielina pela enzima esfingomielinase, que cliva a fosfocolina a partir da 
esfingomielina. A doença torna-se evidente primeiro nas crianças e provoca retardo 
mental e morte precoce. 
 Muito mais comum é a doença de Tay-Sachs, onde um tipo específico de 
gangliosídeo se acumula no cérebro e baço devido à falta da enzima lisossômica N-
acetil hexoaminidase, que hidrolisa uma ligação específica entre a N-acetil-D-
galactosamina e um resíduo específico de D-galactose na cabeça polar do gangliosídio. 
Como consequência, grandes quantidades do gangliosídeo parcialmente degradado se 
acumulam, causando a degeneração do sistema nervoso e levando ao retardo mental, 
à cegueira e à morte precoce. Pelo fato da doença ser irreversível e requerer cuidados 
institucionais totais, o aconselhamento genético dos pais torna-se importante pela 
advertência de suas consequências. Tem sido propostos testes para determinar a 
incidência dos genes recessivos nos pais presumíveis. Testes no feto também podem 
ser feitos durante a gravidez pela colheita do fluido amniótico, conhecida como 
amniocentese. 
 Outro exemplo de doença lisossômica é a síndome de Hurler ou gargolismo, 
onde uma enzima que participa na degradação da porção de ácido mucopolissacarídeo 
dos proteoglicanos está defeituosa e produtos de degradação parcial se acumulam. 
40 
 
 
Crianças com esta doença desenvolvem feições faciais grosseiras, dobras espessas na 
pele, que é rica em proteoglicanos, retardo mental e cegueira. A morte precoce é 
inevitável. 
 Muitas pesquisas são realizadas para corrigir deficiências genéticas das enzimas 
lisossômicas por meio da engenharia bioquímica. O principal objetivo é substituir a 
enzima defeituosa pela sua forma normal, cataliticamente ativa. Entretanto grandes 
dificuldades são encontradas para essa substituição. Uma outra abordagem é 
introduzir o gene ativo normal da enzima defeituosa nos cromossomas das células, de 
tal forma que elas possam sintetizar a enzima ativa normal, a partir da informação 
fornecida pelo gene e direcionar a nova enzima para dentro do lisossomo. 
 
ANEXO 2 -OBESIDADE (Compilado de FUNDAMENTOS PARA AS CIÊNCIAS BIOMÉDICAS – Isaias RAW & outros) 
 Se definirmos como obesa a pessoa cujo peso corporal apresenta mais de 25% 
de gordura no homem e 30% na mulher adulta, uma grande parte da população de 
classe média é obesa. Este é um problema primordial de saúde, tendo se calculado 
que as pessoas obesas têm uma probabilidade aumentada em 400% de ter diabete e 
uma incidência aumentada em 200-250% de apendicite, cirrose do fígado, cálculos 
biliares, hipertensão e nefrite crônica, um aumento de 150% em moléstias 
cardiovasculares, hemorragias cerebrais, e câncer do fígado e da vesícula biliar. Um 
excesso de peso de 15-24% aumenta a taxa de mortalidade em 44%, e um excesso 
acima de 25% eleva essa taxa para 74%. 
 Independente de sua natureza, a obesidade provém de um desequilíbrio entre 
a ingestão e o consumo de calorias. Num único ano, um adulto médio ingere cerca de 
um milhão de quilocalorias. Se a entrada superar somente em 1% a demanda 
energética (o que equivale a dois refrigerantes por dia), o resultado será de cerca de 1 
quilo de gordura depositada por mês. Um quilo de gordura, 9.000 kcal, pode fornecer 
toda a demanda de energia para uns 4 dias. Para consumir essa quantidade de energia 
armazenada apenas através de mais trabalho, serão necessárias 150 horas de exercício 
intenso. 
 Ao pesquisar a etiologia da obesidade, deve-se levar em conta a regulação da 
ingestão aumentada de alimentos. Há evidências de que existem mecanismos que 
regulam, a longo e a curto prazo, a ingestão de alimentos. Acreditava-se que a 
sensação de saciedade se originava no estômago. Apesar de o estomago ter sensores 
para a distensão e para a pressão osmótica,a sua desnervação total não provoca 
modificações sensíveis na ingestão de alimentos, e pacientes com gastrectomia total 
continuam a sentir fome e saciedade. Quando ratos são alimentados com dietas 
contendo quantidades variáveis de celulose ou qualquer outro suplemento não 
nutritivo, ingerem mais alimento para compensar a diluição calórica, mostrando que a 
saciedade imediata não depende do volume de alimento. 
41 
 
 
 Existe uma estreita associação entre o peso excessivo e o diabetes em adultos. 
Em pacientes obesos também podemos encontrar hiperinsulinemia sem hipoglicemia. 
Quando nesses pacientes se examina o efeito da insulina sobre a absorção de glicose 
pelo músculo, constata-se que a insulina é menos eficaz nos controles obesos do que 
nos magros, evidenciando que a obesidade é acompanhada por resistência à insulina. 
 Comparadas às células adiposas de pessoas magras, as de pacientes obesos 
contém mais gordura e são até três vezes maiores. A afinidade e o número dos 
receptores de insulina por células adiposas são normais em pacientes obesos, embora, 
quando o número de receptores é expresso por peso, parece haver uma redução, uma 
vez que as células são maiores. 
 
 
QUESTIONÁRIO PARA ESTUDO DE LIPÍDIOS 
1. Comente a solubilidade dos lipídios em função do seu caráter polar. 
2. Cite as principais funções dos lipídos. 
3. Qual o principal componente químico dos lipídios e de que forma essas 
moléculas se encontram combinadas ? 
4. Quanto às características estruturais, como predominam os tipos de cadeias 
dos ácidos graxos ? 
5. De acordo com o comprimento e grau de instauração da cadeia, como se 
comportam os ácidos graxos quanto à solubilidade e ponto de fusão? 
6. De que forma ocorre a neutralização dos ácidos graxos e qual o produto dessa 
reação? 
7. Comente o efeito prático das associações de ânions de sais orgânicos em 
solução aquosa. 
8. Quais os principais produtos obtidos com a esterificação dos ácidos graxos ? 
9. Qual a relação entre a hidrogenação e as propriedades físicas de solubilidade e 
ponto de fusão dos ácidos graxos ? 
10. Para que serve a adição de iodo nas ligas duplas dos ácidos graxos ? 
11. Quais as consequências da oxidação espontânea dos ácidos graxos, para a 
gordura ? 
12. Como são constituídos os triacilgliceróis e qual a sua principal importância ? 
13. Onde são encontrados os fosfolipídios de um modo geral ? Quais os principais 
representantes ? 
14. Qual é o composto básico dos fosfolipídios e como se caracteriza a sua 
estrutura ? 
15. Qual o nome dos grupos de lipídios que fazem parte dos derivados da 
ceramida e qual a particularidade estrutural de cada um deles ? 
16. O que são terpenos ? Cite exemplo com importância medicinal e alguma de 
suas utilidades. 
42 
 
 
17. Quais as indicações clínicas para tratamento com corticosteroides e que efeitos 
colaterais podem provocar quando utilizados em quantidades excessivas ? 
18. De onde derivam os esteroides anabólicos ? Qual o seu mecanismo de ação e 
que consequênciaspodem ocasionar com a utilização frequente e continuada ? 
19. Cite as principais funções do colesterol sintetizado pelo organismo. 
20. O que significa hipercolesterolemia e quais as suas consequências primárias ? 
Quais hábitos alimentares devem ser evitados para o surgimento dessa 
condição? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 
 
 AMINOÁCIDOS E PROTEÍNAS 
1.- INTRODUÇÃO 
 As proteínas desempenham uma variedade de funções como a 
hemoglobina, como os catalisadores (enzimas), como componentes 
estruturais (colágeno nos ossos e tendões), nas atividades mecânicas 
(miosina do músculo), ou coordenando a função dos órgãos (hormônios) 
ou como defesa do organismo (imunoglobulinas do sangue). 
Quimicamente são polímeros de pequenas unidades, os aminoácidos , 
unidos entre sí por ligações covalentes. 
Os aminoácidos são compostos de função mista, amina (-NH2) e 
ácida (-COOH) .Estes grupamentos estão ligados a um carbono ao qual 
também se liga um radical orgânico (-R) e um átomo de hidrogênio. 
 
Os aminoácidos podem formar cadeias através de ligação entre seus 
grupos carboxila e amino, formando peptídeos. 
 ----- > 
 
 
 A ligação que polimeriza aminoácidos ,–CO-NH- é chamada de 
LIGAÇÃO PEPTÍDICA. 
 Embora mais de 300 aminoácidos tenham sido descritos na 
natureza, somente 20 são encontrados nas proteínas dos mamíferos. 
São eles a alanina, arginina, asparagina, aspartato, cisteína, glicina, 
glutamato, glutamina, histidina, isoleucina, leucina, lisina, metionina, 
fenilalanina, prolina, serina, treonina, triptofano, tirosina e valina. A seguir 
as respectivas estruturas químicas. 
44 
 
 
 
2.- CLASSIFICAÇÃO DOS AMINOÁCIDOS: 
 Quanto às necessidades nutritivas, classificam-se em essenciais e não 
essenciais, conforme a capacidade de serem produzidos no organismo (às 
custas de carbono e nitrogênio) ou não. 
 
Observação: A arginina e a histidina são ESSENCIAIS durante o crescimento. 
 
 
 
45 
 
 
Quanto à cadeia lateral[ 
A classificação quanto à cadeia lateral (a negrito) pode ser feita em: 
Aminoácidos Apolares e Polares, com uma subdivisão dos polares em Aa polares 
neutros; Aa polares ácidos e Aa polares básicos. 
Aminoácidos apolares 
Apresentam grupos químicos de hidrocarbonetos apolares ou hidrocarbonetos 
modificados, exceto a glicina (que possui um átomo de hidrogénio como cadeia 
lateral). São hidrófobos. 
 Glicina: H-CH(NH2) -COOH 
 Alanina: CH3-CH(NH2) -COOH 
 Leucina: CH3(CH3)-CH2-CH(NH2)-COOH 
 Valina: CH3-CH(CH3)-CH(NH2)-COOH 
 Isoleucina: CH3-CH2-CH (CH3)-CH(NH2)-COOH 
 Prolina:-CH2-CH2-CH2- ligando o grupo amino ao carbono alfa 
 Fenilalanina: C6H5-CH2-CH(NH2)-COOH 
 Triptofano: R aromático-CH(NH2)-COOH 
 Metionina: CH3-S-CH2-CH2-CH(NH2)-COOH 
 
Aminoácidos Polares neutros 
Apresentam grupos químicos que tendem a formar ligações de hidrogénio. 
 Serina: OH-CH2-CH(NH2)-COOH 
 Treonina: OH-CH (CH3)-CH(NH2)-COOH 
 Cisteina: SH-CH2-CH(NH2)-COOH 
 Tirosina: OH-C6H4-CH2-CH(NH2)-COOH 
 Asparagina: NH2-CO-CH2-CH(NH2)-COOH 
 Glutamina: NH2-CO-CH2-CH2-CH(NH2)-COOH 
 
Aminoácidos Polares ácidos 
Apresentam grupos carboxilato. São hidrófilos. 
 Ácido aspártico: HCOO-CH2-CH(NH2)-COOH 
 Ácido glutâmico: HCOO-CH2-CH2-CH(NH2)-COOH 
 
Aminoácidos Polares básicos 
Apresentam grupos amino. São hidrófilos. 
 Arginina: HN=C(NH2)-NH-CH2-CH2-CH2-CH(NH2)-COOH 
 Lisina: NH2-CH2-CH2-CH2-CH2-CH(NH2)-COOH 
 Histidina: H-(C3H2N2)-CH2-CH(NH2)-COOH 
 
46 
 
 
3.- PROPRIEDADES ÓPTICAS DOS AMINOÁCIDOS: Com exceção da glicina, 
todos os aminoácidos podem pertencer a duas séries: D ou L. sendo que 
os aminoácidos naturais dos mamíferos são da série L. 
 
4. AMINOÁCIDOS INCOMUNS 
 Sabe-se que existem muitos outros aminoácidos, além dos citados 
anteriormente. Sabe-se que certos aminoácidos ocorrem em algumas 
proteínas, mas isto não significa que ocorram em todas. Eles são 
derivados de aminoácidos comuns e são produzidos por modificações em 
tais aminoácidos depois de a proteína ser sintetizada pelo organismo, em 
um processo chamado de modificação pós tradução. A hidroxiprolina e a 
hidroxilisina diferem-se dos aminoácidos parentais por possuírem grupos 
hidroxila em suas cadeias laterais; elas são encontradas somente em 
algumas proteínas de tecidos conjuntivos, como o colágeno. 
 
A tiroxina e a tríodo tironina diferenciam-se da tirosina por terem um 
grupo aromático extra que contém iodo na cadeia lateral; elas são 
encontradas somente na glândula tireóide. 
 
47 
 
 
5. AMINOÁCIDOS E NEUROTRANSMISSORES 
Dois aminoácidos merecem um destaque especial, uma vez que 
ambos são precursores chave para muitos hormônios e 
neurotransmissores (as substancias envolvidas nos impulsos nervosos): a 
tirosina e o triptofano. 
 A tirosina e a fenilalanina são os precursores para a noradrenalina e 
a adrenalina, ambas estimuladoras. 
 
 O triptofano é um precursor da serononina (5-hidroxitriptamina), a 
qual tem um efeito sedativo, proporcionando uma sensação agradável. 
 
6.- OLIGOPEPTÍDEOS 
São cadeias compostas por dois ou mais aminoácidos unidos por 
ligações peptídicas. Assim quando forem dois aminoácidos será um 
dipeptídeo; tres, tripeptídeo, etc.; até 20 aminoácidos unidos por ligação 
peptídica considera-se oligopeptídeo; além disso são polipeptídeos. 
São exemplos de oligopeptídeos o aspartame (cerca de 200 vezes 
mais doce que a sacarose, substitui esse açúcar em diabéticos ou no 
tratamento da obesidade. Todavia, sua utilização é contraindicada a 
pessoas com fenilcetonúria. 
48 
 
 
A glutationa reduzida é um tripeptídeo formado por glutamato, 
cisteína e glicina, substrato fornecedor de hidrogênios para a enzima 
glutationa-peroxidase que reduz peróxido de hidrogênio à água, 
protegendo assim o eritrócito contra efeitos tóxicos e oxidantes. 
 
 
O dipeptídeo L-Aspartil-L-fenilalanina, o aspartame, tem grande 
importância comercial: Sendo cerca de 200 vezes mais doce que o açúcar 
comum, substitui esse carboidrato em diabéticos ou no tratamento da 
obesidade. Todavia sua utilização acompanha restrições em pessoas com 
fenilcetonúria. 
 
49 
 
 
A carnosina é sintetizada primordialmente no músculo esquelético 
a partir dos aminoácidos L-histidina e beta-alanina. Encontrada em alguns 
tipos de carne, a carnosina pode ser obtida pela dieta, mas não é 
absorvida em sua forma íntegra para a corrente sanguínea, já que a 
enzima carnosinase, presente no aparelho digestivo, hidrolisa o 
dipeptídeo. Já que a histidina é um aminoácido essencial e a beta-alanina 
tem sua síntese endógena restrita aos hepatócitos, seria indicada a 
suplementação de beta-alanina a fim de aumentar a produção muscular 
de carnosina. A carnosina tem efeito tamponante e redutor de fadiga. 
 
 
 A angiotensina, substância vasoconstritora e hipertensiva e a 
bradicina, hipotensor e estimulante da musculatura lisa, são outros 
exemplos de oligopeptídeos de importância biológica. 
 
7. POLIPEPTÍDEOS 
As proteínas são peptídeoscom um grande número de unidades 
polimerizadas por ligações peptídicas. 
De acordo com a funcionalidade, podemos classificar as proteínas em: 
Enzimas – ex. Ribonuclease e tripsina. 
Proteínas transportadoras – ex: Hemoglobina, albumina do soro, 
Proteínas nutritivas e de reserva – ex: caseína (leite), ferritina (sangue). 
Proteínas contráteis ou de movimento – ex. Actina, miosina, tubulina. 
Proteínas estruturais- ex. Queratina, fibroína, colágeno, elastina, 
Proteínas de defesa –ex. Anticorpos, fibrinogênio, trombina. 
Proteínas reguladoras – ex. Insulina. 
50 
 
 
 Quanto à conformação, as proteínas se dividem em dois grupos: 
Fibrosas e globulares. 
 
 NAS PROTEÍNAS FIBROSAS ocorrem cadeias alongadas e 
filamentosas, unidas por vários tipos de ligações dando estruturas estáveis 
e insolúveis, como na queratina, na miosina e no colágeno. Tendões, 
ligamentos, cartilagens e a matriz orgânica dos ossos são seus tecidos de 
maior ocorrência. Exemplos típicos são a queratina, colágeno e elastina. 
 Nas alfa-queratinas as cadeias polipeptídicas helicoidais enrolam-se 
em estruturas semelhantes a cordas. Quando fios de cabelo ou de lã, em 
seu estado natural, são examinados ao microscópio eletrônico, 
particularmente nas pontas onde o cabelo foi quebrado, pode-se ver que 
o fio de cabelo é formado por muitas fibrilas e que cada fibrila é, por sua 
vez, constituídas por grupos de fibras ainda menores enroladas uma á 
volta da outra, num arranjo semelhante a uma corda com três filamentos, 
conjunto esse mantido unido firmemente pelas interligações covalentes 
dadas pelos resíduos de cistina -conjunto formado por duas unidades de 
cisteína estabilizadas mutuamente por ligação dissulfeto (S-S). 
Alfa-queratinas: duras e resistentes, como as da carapaça da tartaruga 
 
 
Filamento de queratina 
 
 
51 
 
 
COLAGENO e ELASTINA 
São as principais proteínas dos tecidos conjuntivos. O tecido 
conjuntivo consiste de elementos extracelulares estruturais e de suporte 
do organismo, representando grande parte da matéria orgânica total dos 
animais superiores. O tecido conjuntivo também envolve os vasos 
sanguíneos; forma uma importante camada estrutural sob a pele; ajuda a 
unir as células nos tecidos e forma a substância fundamental entre as 
células. 
Existem três componentes moleculares principais do tecido 
conjuntivo: as duas proteínas fibrosas –colágeno e elastina- , as quais 
ocorrem juntas na maioria dos tecidos conjuntivos em proporções 
variadas, e as proteoglicanas, um grupo de compostos formados por 
proteínas ligadas a polissacarídeos 
 
 
As moléculas do colágeno em tripla hélice, também devominadas 
“moléculas tropocolagênicas” são estabilizadas por ligações covalentes. O 
número de ligações covalentes varia conforme a atividade fisiológica do 
tecido considerado e aumenta com a idade do animal (o que explica a 
maior rigidês da carne em animais mais velhos). 
52 
 
 
ELASTINA 
A estrutura da elastina confere propriedades características aos 
tecidos elásticos. Os principais tecidos conjuntivos ricos em elastina são o 
tecido elástico amarelo dos ligamentos e a camada conjuntiva elástica das 
grandes artérias. A elasticidade da parede arterial ajuda a amortecer e a 
distribuir a força pulsátil de bombeamento do sangue exercida pelo 
coração. A unidade básica das fibrilas de elastina é a tropoelastina e 
contém mais ou menos 800 resíduos de aminoácidos. A tropoelastina 
forma um tipo especial de hélice, diferente da do colágeno. As porções 
em hélice esticam-se quando sob tensão, mas revertem ao comprimento 
original quando a tensão é aliviada. 
Tem a função de ser muito resistente, mais ainda que o colágeno, 
sendo capaz de suportar grandes trações. Os principais tecidos 
conjuntivos ricos em elastina são o tecido elástico amarelo dos ligamentos 
e a camada conjuntiva elástica das grandes artérias, além de estar 
presente na derme. 
 
As PROTEOGLICANAS serão abordadas mais adiante, NESTE CAPÍTULO. 
MIOSINA E ACTINA 
Os músculos esqueléticos, assim como muitas células não 
musculares, contêm duas proteínas que formam estruturas fibrilares ou 
filamentosas características- a miosina e a actina. Elas não tem função 
biológica estrutural, contudo participam da atividade contrátil. 
 A miosina é uma molécula muito longa, em forma de bastão, com 
uma cauda composta de dois polipeptídios em alfa-hélice enrolados entre 
53 
 
 
si; ela também tem uma “cabeça” complexa, que possui atividade 
enzimática que catalisa a hidrólise de ATP em ADP e fosfato. 
 
Músculo esquelético humano ao microscópio. Nas fibras musculares observa-se a estriação 
devida a sarcómeros 
Sarcómero, miómero ou miômero, é um dos componentes básicos 
do músculo estriado que permite a contração muscular. Cada sarcômero 
é constituído por um complexo de proteínas, entre as 
quais actina e miosina, alinhados em série para formar uma estrutura 
cilíndrica designada miofibrila, no interior das células musculares. 
 
 
A observação de fibras musculares estriadas ao microscópio 
eletrônico permitiu identificar um padrão repetitivo de bandas e linhas. 
Estas correspondem a múltiplos sarcômeros, alinhados em série 
 
54 
 
 
 NAS PROTEÍNAS GLOBULARES a cadeia polipeptídica dobra-se várias 
vezes, resultando em uma estrutura globular compacta. Elas tem 
conformação mais complexa, com uma variedade de funções biológicas 
muito maior e atividades mais dinâmicas que estáticas. Quase todas as 
enzimas conhecidas são globulares. Outras funcionam como 
transportadoras de oxigênio (hemeproteínas), de nutrientes e de íons no 
sangue; algumas são ainda anticorpos e hormônios. 
A hemoglobina é encontrada exclusivamente em eritrócitos, onde 
sua principal função é o transporte de oxigênio dos pulmões aos capilares 
dos tecidos. É composta de quatro cadeias polipeptídicas -duas cadeias 
alfa e duas beta (dois pares) mantidas unidas por ligações não covalentes, 
caracterizada como estrutura quaternária (a ser vista mais adiante). 
. . 
mioglobina e hemoglobina 
A mioglobina, proteína presente no coração e músculo esquelético, 
funciona tanto quanto reservatório como transportador de oxigênio, 
aumentando a velocidade de transporte dentro da célula muscular. A 
mioglobina consiste em uma única cadeia polipeptídica estruturalmente 
similar às cadeias da molécula da hemoglobina. 
A hemoglobina e a mioglobina são chamadas hemeproteínas por 
conterem o grupo prostético heme, portador do íon Fe++, encarregado do 
armazenamento de oxigênio. A mioglobina é um exemplo de 
estrutura terciária. 
 
7.- PROTEÍNAS SIMPLES E PROTEÍNAS CONJUGADAS 
As albuminas, as globulinas, as histonas, as enzimas e outras, contém 
apenas aminoácidos e nenhum outro grupo químico sendo, por isso, 
chamadas de proteínas simples. Entretanto, outras proteínas apresentam 
55 
 
 
diferentes componentes químicos ligados aos aminoácidos, sendo 
chamadas proteínas conjugadas. 
A porção não constituída por aminoácidos de uma proteína 
conjugada é usualmente chamada de grupo prostético. 
As proteínas conjugadas são classificadas pela natureza de seus 
grupos prostéticos em glicoproteínas, lipoproteínas e metaloproteínas. 
As glicoproteínas contêm cadeias de oligossacarídeos 
covalentemente ligados a cadeias laterais de polipeptídeos. A glicoforina , 
encontrada na membrana dos eritrócitos, contém mais de 20 % de 
carboidratos, enquanto a

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