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GAMETOGÊNESE É o processo de formação e desenvolvimento de células geradoras especializadas denominadas gametas ou células germinativas. Durante a gametogênese, o número de cromossomos é reduzido à metade, e a forma da célula é modificada. Essa redução se dá durante a meiose, um tipo de divisão celular que ocorre durante a gametogênese. Esse processo de maturação é chamado de espermatogênese, nos homens, e ovogênese nas mulheres. Desenvolvimento Embrionário Dos Sistemas Reprodutores O desenvolvimento dos órgãos reprodutores antes do nascimento pode ser dividido em duas etapas. Na primeira, o sexo genético do feto, determinado pelos cromossomos sexuais e o fator determinante testicular (TDF), causa o desenvolvimento das gônadas indiferenciadas em testículo ou ovário. A segunda etapa é a formação dos órgãos sexuais acessórios, o que inclui a genitália externa e a interna. As gônadas indiferenciadas do embrião têm três tipos celulares: 1. Células que vão originar gametas (oogônias ou espermatogônias); 2. Precursoras de células que nutrem os gametas em desenvolvimento (células granulosas no ovário; células de Sertoli no testículo); 3. Precursoras de células que secretam hormônios sexuais (células tecais no ovário; células de Leydig no testículo). Gametogênese Masculina (Espermatogênese) A espermatogênese compreende o processo pelo qual a espermatogônia é transformada em espermatozoide. Esse processo tem início com a puberdade. As espermatogônias tipo A se dividem por mitose, mantendo assim a população de espermatogônias. As espermatogônias do tipo B se dividem por meiose originando os gametas. O processo da espermatogênese no homem é contínuo, não obedecendo a nenhum ciclo específico, e continua até a velhice. Etapas da Espermatogênese: 1. Espermatogônia cresce e sua cromatina se condensa transformando-se nos espermatócitos primários. 2. Os espermatócitos primários sofrem então uma divisão reducional, a primeira divisão meiótica, gerando dois espermatócitos secundários. Células que têm aproximadamente a metade do tamanho dos espermatócitos primários. 3. Os espermatócitos secundários passam pela segunda divisão meiótica originando 4. Cada espermátide transforma-se gradualmente em quatro espermatozoides através de um processo denominado Espermiogênese. Espermiogênese: É um processo pelo qual a espermátide perde a maior parte do seu citoplasma e organelas, transformando-se em uma célula contendo: núcleo (com metade do número de cromossomos), e uma organela especial denominada acrossomo. O acrossomo consiste em uma organela derivada do Aparelho de Golgi e que contém no seu interior enzimas que têm uma função importante para o processo de fertilização. Um proeminente flagelo surge da região centriolar. As mitocôndrias se arranjam circundando a parte inicial do flagelo denominada peça intermediária, e têm importante função no fornecimento de energia para a movimentação do flagelo e consequentemente condução do espermatozoide através do trato genital feminino. Gônada masculina (testículo): O processo da gametogênese masculina ocorre na gônada masculina, denominada testículo. Este é constituído por túbulos seminíferos, entre os quais existe um tecido intersticial constituído por tecido conjuntivo frouxo. É no interior dos túbulos seminíferos que ocorre o processo da espermatogênese. Um dos principais componentes do túbulo seminífero é uma célula denominada Célula de Sertoli. As células de Sertoli são as responsáveis pela estrutura do túbulo, além de servirem de proteção e fonte de nutrição para as células germinativas. Constituem o principal elemento da chamada barreira Hemato-testicular, pois qualquer substância para chegar até as células germinativas passam primeiro pelas células de Sertoli. Todo o material que é eliminado pelas células da linhagem germinativa durante o processo da espermatogênese é absorvido e digerido pelas células de Sertoli. Dessa forma este material não atingirá a circulação sanguínea e não constituirá fonte contínua de antígenos. As espermatogônias localizam-se na periferia do túbulo seminífero e à medida que o processo da gametogênese ocorre elas se localizam mais próximo à luz dos túbulos. Durante o processo da Espermiogênese, todo o material desprendido das espermátides é então absorvido e digerido pelas células de Sertoli. Quando prontos, os espermatozoides são liberados e caem na luz dos túbulos seminíferos indo em direção ao epidídimo. Lá ficam armazenados por um tempo variável, amadurecem e ganham mobilidade até serem eliminados através das vias genitais masculinas durante a ejaculação. Como consequência do processo de gametogênese masculina temos: a partir de uma espermatogônia que é uma célula 2n, ou seja, com 46 cromossomos, originam-se 4 células com 23 cromossomos, ou haploides (n). No tecido intersticial do testículo, um tipo especial de células, a célula de Leydig tem a função de produzir o hormônio masculino, ou testosterona. Controle hormonal da gametogênese masculina As Gonadotrofinas hipofisárias, mais especificamente o LH, estimula as células de Leydig tem a produzirem a testosterona. FSH estimula as células de Sertoli a produzirem uma proteína que se liga à testosterona e a transporta para o interior dos túbulos seminíferos estimulando o processo da gametogênese. Gametogênese Feminina (Ovogênese). A ovogênese refere-se a toda sequência de eventos pela qual as ovogônias transformam- se em óvulos maduros. Esse processo de maturação começa antes do nascimento, mas só é completada na puberdade. Os ovócitos primários permanecem em prófase I suspensa, por vários anos até que a maturidade sexual seja alcançada na puberdade e comecem os ciclos reprodutivos. Diferentemente do sexo masculino, a maturação do gameta feminino inicia-se ainda no período pré-natal e termina depois do fim da maturação sexual (puberdade). Maturação pré-natal A ovogônia tem origem também a partir das células germinativas primordiais que migram da parede posterior do saco vitelino e, quando a gônada se diferencia em ovário, as células germinativas primordiais se diferenciam em ovogônias. No início da vida fetal, as ovogônias proliferam por divisão mitótica e ao nascer, todas crescem formando os ovócitos primários e iniciam a primeira divisão meiótica. Esta, porém não vai se concluir neste período. As células permanecem em prófase I suspensa da primeira divisão meiótica até o início dos períodos reprodutivos na puberdade. Maturação pós-natal Na puberdade, a cada período reprodutivo, vários ovócitos reiniciam a divisão meiótica, porém apenas um vai ser eliminado a cada mês na ovulação. O ovócito primário aumenta de tamanho e termina a primeira divisão meiótica pouco antes da ovulação (48 a 72 horas antes), porém a divisão gera duas células de tamanhos desiguais: o ovócito secundário fica com quase todo o citoplasma e a maioria das organelas, a outra célula, bem menor, é chamada de corpúsculo polar e logo degenera. Durante o processo de ovulação (eliminação do ovócito do ovário), o ovócito inicia a segunda divisão meiótica, porém esta é novamente suspensa, desta vez na metáfase II, e só será completada no momento da fecundação com a entrada do espermatozoide no interior da célula. Ocorrendo a fecundação, antes da fusão dos dois pró-núcleos, o masculino e o feminino, o ovócito secundário termina a segunda divisão meiótica, novamente eliminando outro corpúsculo polar. Formação do folículo ovariano Folículo ovariano é a estrutura no interior do ovário, localizada no córtex da gônada e é constituído pela célula germinativa, o ovócito, envolta pelas célulasfoliculares, que são células derivadas do estroma do ovário. No momento em que é formado o ovócito primário a partir da ovogônia, ele é envolvido por uma camada de células foliculares, que têm forma achatada. O folículo é denominado folículo primordial Na puberdade, quando o ovócito primário cresce, as células epiteliais tornam-se cuboides e depois colunares, tendo o seu núcleo forma esférica, constituindo assim o folículo primário. Nessa fase, ovócito é envolvido por uma camada de material amorfo, acelular, chamada de zona pelúcida, constituída por glicoproteínas e glicosamininoglicanos. As células foliculares proliferam e constituem várias camadas envolvendo o ovócito. Nessa fase o folículo é chamado folículo em crescimento Essa proliferação das células foliculares é estimulada pelas Gonadotrofinas hipofisárias, principalmente o FSH. O folículo aumenta de tamanho e, devido ao crescimento desigual das células foliculares, assume uma forma oval surgindo em um dos polos uma cavidade entre as células foliculares, cheia de líquido, denominada antro folicular. O ovócito rodeado por um grupo de células fica localizado em um dos polos da estrutura, o cumulus oophorus. Com o desenvolvimento do folículo, uma nova camada de células derivada do estroma ovariano passa a envolver o folículo e logo se organiza em duas camadas: Teca externa, responsável pelo envoltório do folículo e teca interna, responsável pela produção dos hormônios femininos, estrógeno e progesterona. Aproximadamente, na metade do ciclo ovariano, o folículo encontra-se pronto para eliminar o ovócito, e é chamado de folículo maduro ou folículo de Graaf. Ovulação Durante o processo de ovulação, determinado pela produção hormonal (pico de LH), é eliminado do ovário através de uma região ligeiramente protusa. O estigma, o ovócito secundário, circundado pela zona pelúcida e rodeado por uma ou mais camadas de células foliculares que se dispõem radialmente formando a coroa radiata, além do líquido folicular, sendo então captado pelas tubas uterinas. A parede do folículo ovariano que permanece no ovário se diferencia em uma estrutura conhecida como corpo lúteo e que produz hormônios, principalmente progesterona que mantêm o endométrio preparado para receber o embrião. Principais diferenças entre os processos da espermatogênese e ovogênese. 1. A espermatogênese é um processo contínuo, enquanto a ovogênese está relacionada ao ciclo reprodutivo da mulher. 2. Na espermatogênese, cada espermatogônia produz 4 espermatozoides. Na ovogênese, cada ovogônia dá origem a apenas um ovócito e células inviáveis denominadas corpúsculos polares. 3. A produção de gametas masculinos é um processo que se continua até a velhice, enquanto que a produção de gametas femininos cessa com a menopausa. 4. O espermatozoide é uma célula pequena e móvel, enquanto que o ovócito é uma célula grande e sem mobilidade. 5. Quanto à constituição cromossômica, existem dois tipos de espermatozoides: 23 X ou 23 Y. A mulher só produz um tipo de gameta quanto à constituição cromossômica: 23 X. Fecundação Espermatozoides recém-ejaculados são incapazes de fecundar ovócitos secundários. Eles precisam passar por um processo de ativação, um período de sete horas de condicionamento conhecido como capacitação. Durante esse processo, as glicoproteínas são removidas da superfícies do acrossomo. Após a capacitação, os espermatozoides não exibem mudança morfológica, mas mostram-se mais ativados e capazes de penetrar na Corona Radiata e zona pelúcida que envolve o ovócito secundário. Em geral, os espermatozoides são capacitados no útero e nas tubas uterinas, por substâncias contidas nas secreções destas partes do trato genital feminino. Quando os espermatozoides capacitados entram em contato com a Corona Radiata, envolvem o ovócito secundário. Este sofre mudanças que resultam no desenvolvimento de perfurações nos seus acrossomos. Essas mudanças conhecidas como reações acrossômicas estão associadas à liberação de enzimas. A fertilização numa sequência de eventos que começam com o contato de um espermatozoide e um ovócito secundário, terminando com a fusão dos núcleos do espermatozoide e do óvulo e a consequente mistura dos cromossomos maternos e paternos na metáfase da primeira divisão mitótica do zigoto. Fases da Fertilização O espermatozoide passa pela corona radiata formada pelas células foliculares. A dispersão destas células resulta principalmente da ação de enzimas, em especial a hialuronidase, liberadas do acrossomo do espermatozoide; O espermatozoide penetra na zona pelúcida seguindo o caminho formado por outras enzimas liberadas do acrossomo; A cabeça do espermatozoide entra em contato com a superfície do ovócito e as membranas plasmáticas de ambas as células se fundem. As membranas rompem- se na área de fusão, criando um defeito através do qual o espermatozoide pode penetrar no ovócito; O ovócito reage ao contato com o espermatozoide de duas maneiras: 1. A zona pelúcida e a membrana plasmática do ovócito se alteram de modo a impedir a entrada a outros espermatozoides (poliespermia); 2. O ovócito completa a segunda divisão meiótica liberando o segundo corpo polar; Os pronúcleos masculinos e femininos aproximam-se um do outro, perdem suas membranas nucleares e se fundem formando uma nova célula diploide, o zigoto. Clivagem do Zigoto Consiste em repetidas divisões do zigoto. A divisão mitótica do zigoto em duas células-filhas chamadas BLASTÔMEROS começa poucos dias depois da fertilização. Por volta do terceiro dia, uma bola sólida de dezesseis ou mais blastômeros está constituída a mórula. A MÓRULA cai no útero; entre suas células penetra um líquido proveniente da cavidade uterina. Com o aumento do líquido há a separação das células em duas partes: 1. Camada externa: trofoblasto 2. Grupo de células centrais: massa celular interna - Camada interna - embrioblasto. No quarto dia os espaços repletos de líquidos fundem-se para formar um único e grande espaço conhecido como cavidade blastocística, o que converte a mórula em um blastocisto. No quinto dia a zona pelúcida degenera e desaparece, o blastocisto prende ao epitélio do endométrio em torno do sexto dia, geralmente pelo polo embrionário. Com o progresso da invasão do trofoblasto este forma duas camadas: 1. Um CITOTROFOBLASTO interno (trofoblasto celular); 2. SINCICIOTROFOBLASTO externo - produzem substâncias que invadem o tecido materno, permitindo que blastocisto penetre no endométrio. Ao final da primeira semana, o blastocisto está superficialmente implantado na camada compacta do endométrio, nutrindo-se do sangue materno e dos tecidos endometriais erudidos. No oitavo dia, células migram do hipoblasto e formam uma fina membrana exoceloma que envolve a cavidade exocelômica, formando o saco vitelino primário. Nono dia: espaços isolados ou lacunas aparecem no sinciciotrofoblasto, que logo é preenchido por uma mistura de sangue dos capilares maternos rompidos e secreções das glândulas endometriais erodidas. Algumas células, provavelmente provenientes do hipoblasto, dão origem ao mesoderma extra-embrionário, uma camada de tecido mesenquimal frouxo em torno do âmnio e do saco vitelínico primário. No décimo dia, o blastocisto implanta-se lentamente no endométrio. Por volta do décimo dia são visíveis espaços isolados no interior do mesoderma extraembrionário, estes espaços fundem-se rapidamente para formar grandes cavidades isoladas de celoma extra-embrionário. Pelo décimo primeiro dia as lacunas sinciciotrofoblásticas adjacentesse fundiram para formar redes lacunares intercomunicantes. Com a formação do celoma extra-embrionário, o saco vitelino primitivo diminui de tamanho resultando num saco vitelino secundário menor. No décimo segundo dia o sangue materno infiltra-se nas redes lacunares e logo começa a fluir através do sistema lacunar, estabelecendo uma circulação útero- placentário primitiva. Enquanto a cavidade amniótica aumenta, forma-se a partir de amnioblastos que se diferencia de células citotrofoblásticas, uma membrana fina, o âmnio. No décimo terceiro dia a superfície endometrial se degenera e recobre o coágulo. Ocorre a implantação intersticial. Enquanto a cavidade amniótica vai sendo formada, acontece na massa celular interna mudanças internas que vão resultar na formação de um disco embrionário achatado e essencialmente circular, composto por duas camadas: o epiblasto formado por células colunares altas voltadas para a cavidade amniótica, e hipoblasto, formado por pequenas células cuboides voltadas para a cavidade blastocística. No décimo quarto dia forma-se o mesoderma somático extra-embrionário e as duas camadas de trofoblasto que constituem o córion. Formam-se as vilosidades coriônicas primárias. Surge um espessamento no hipoblasto chamado placa pré- cordal (futura região cranial do embrião e boca, ou seja, organizador da cabeça). O período pré-natal pode ser dividido em três etapas: 1. Implantação do blastocisto: o que corresponde às três primeiras semanas do desenvolvimento, quando ficam diferenciados os epitélios germinativos e esboçadas as membranas extra-embrionárias; 2. Fase embrionária (da quarta à oitava semana): quando os processos de diferenciação e crescimento são muito rápidos e se constituem os principais sistemas de órgãos; 3. Fase fetal (do terceiro ao nono mês de gestação), quando há uma complementação parcial do crescimento e alterações na forma externa. O ovo humano, fecundado na trompa de Falópio, é transportado para o útero, onde se implanta. O embrião implantado é formado pelo blastocisto, que contém uma massa de células chamada de embrioblasto. Num blastocisto com menos de duas semanas de idade, destaca a bolsa amniótica (saco que rodeia o embrião), o cório (membrana que envolve o embrião e que está contíguo à parede uterina), o saco vitelino e diferentes camadas embrionárias. Na terceira semana, aparece uma estrutura tubular fechada na qual se desenvolverão o cérebro e a medula espinhal. Outro tubo se diferencia dando origem ao coração. Neste estado, aproximadamente, uma porção da bolsa amniótica fica incluída no interior do corpo do embrião, para formar uma parte de seu tubo digestivo. No começo da quarta semana, observam-se traços dos olhos e dos ouvidos no embrião. No princípio do segundo mês, aparecem os traços dos braços e das pernas. Por volta da sexta semana, ossos e músculos começam a formar-se. No terceiro mês, o embrião tem um rosto definido, com boca, orifícios nasais e um ouvido externo que ainda está se formando. Na décima primeira e décima segunda semana, os órgãos genitais externos tornam-se visíveis. Por volta do quarto mês, o embrião pode ser reconhecido claramente como um ser humano. Implantação do blastocisto: Numa ejaculação normal, é lançado sêmen, que contêm espermatozoides. Depois de liberados dos túbulos seminíferos, os espermatozoides tornam-se ativos e, depositados na vagina, espalham-se por todo o útero e trompas, chegando ao infundíbulo. Se tiver ocorrido ovulação, o óvulo cai no infundíbulo, onde é fecundado. Graças aos movimentos conjugados dos cílios existentes na camada epitelial e às contrações rítmicas da trompa, o ovo é deslocado para o útero. No sexto dia depois da fecundação, o blastocisto "se fixa" no endométrio do útero, iniciando a fase de implantação. Nessa fase, o embrião vive à custa do material difusível através do endométrio, uma vez que suas reservas nutritivas (vitelo) são mínimas. Não é raro, porém, o blastocisto implantar-se em locais anormais, fora do corpo do útero. Em geral isso leva à morte do embrião, e a mãe sofre severa hemorragia durante o primeiro ou segundo mês de gestação. Fase Embrionária: Durante o segundo mês de gestação, ou seja, da terceira à oitava semana do desenvolvimento. As partes da cabeça e do tronco podem facilmente ser reconhecidas. Dobrado sobre si mesmo, o embrião mantém a parte superior da cabeça voltada para baixo, em direção à cauda. Aparecem os rudimentos dos membros (quarta a quinta semana). Fases do Desenvolvimento SEGMENTAÇÃO: aumento do número de células (blastômeros); MÓRULA: grupo de células agregadas. Lembra uma amora; BLÁSTULA: esfera oca onde a camada de células denominada blastoderma envolve a blastocela (cavidade); GÁSTRULA: forma o endoderma, a mesoderme e o ectoderme; NÊURULA: forma o tubo neural, ocorrendo no final da anterior; ORGANOGÊNESE: formação dos órgãos. Anexos Embrionários: Saco vitelínico: todos os vertebrados. Formado pela esplancnopleura. Função de armazenamento de vitelo (nutrição) e formação das primeiras células sanguíneas nos mamíferos. Âmnio: em répteis, aves e mamíferos. Formado pela esplancnopleura. Função de excreção e respiração. Em mamíferos, orienta a formação dos vasos umbilicais. Alantóide: em répteis, aves e mamíferos. Formado pela esplancnopleura. Função de excreção e respiração. Em mamíferos, orienta a formação dos vasos umbilicais. Placenta: em mamíferos eutérios. Formado pelas vilosidades coriônicas. Realiza as trocas com o embrião através do cordão umbilical, dotado de uma veia e duas artérias. DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO A ativação do óvulo pela fecundação inicia divisões mitóticas, denominada clivagem. A clivagem frequentemente conduz a um estágio multicelular conhecido como blástula, contendo uma cavidade interior, a blastocele. A gastrulação converte a blástula em um embrião bilateral (gástrula), que possui o plano básico do adulto. A conversão ocorre através de movimentos morfogenéticos das células embrionárias. Os folhetos germinativos - ectoderma, mesoderma e endoderma tornaram-se evidentes durante a gastrulação. Seguindo-se à gastrulação, os rudimentos de órgãos derivados de um ou mais folhetos germinativos são logo estabelecidos. Em todos os animais, o sistema nervoso, a camada epidérmica da pele e as regiões bucal e anal são derivados do ectoderma; o revestimento do intestino e as diversas regiões associadas ao intestino tais como o fígado e o pâncreas, são derivados do endoderma as camadas musculares, os vasos sanguíneos e o tecido conjuntivo são derivados do mesoderma. Ectoderma Epiderme e seus anexos Encéfalo e medula espinhal Mesoderme Notocorda (posteriormente é substituída por vértebras) Epímero Dermátono - derme Miótomo - musculatura estriada Esclerótomo - esqueleto axial (coluna) Mesômero - aparelho urogenital Hipômero Sistema circulatório Musculatura lisa Peritônio e mesentérios Esqueleto apendicular (membros) Endoderme Aparelho respiratório Tubo digestivo e glândulas anexas Primeira Semana Do Desenvolvimento Quando um ovócito secundário entra em contato com um espermatozoide, ele completa a segunda divisão meiótica. Em consequência, é formado um óvulo maduro e um segundo corpo polar. O núcleo do óvulo maduro constitui o pronúcleo feminino. Após a penetração do espermatozoide no citoplasma do óvulo, sua cabeça se separa da cauda, aumenta de tamanho e torna-se o pronúcleo masculino. A fertilização completa-se quando os cromossomos paternos e maternos se misturam durante a metáfaseda primeira divisão mitótica do zigoto, a célula que dá origem ao ser humano. Enquanto percorre a tuba uterina, o zigoto sofre uma clivagem (uma série de divisões mitóticas), em certo número de células pequenas chamadas blastômeros. Cerca de três dias depois da fertilização, uma esfera de 12 a 16 blastômeros, chamada mórula, penetra no útero. Logo se forma uma cavidade na mórula, convertendo-a em um blastocisto que consiste em uma massa celular interna, ou embrioblasto, que vai originar o embrião, uma cavidade blastocística e uma camada externa de células, o TROFOBLASTO, que envolve a massa celular interna e a cavidade blastocística, e forma depois a parte embrionária da placenta. De quatro a cinco dias após a fertilização, a zona pelúcida desaparece, e o blastocisto prende-se ao epitélio endometrial. As células do sinciciotrofoblasto invadem, então, o epitélio endometrial e o seu estroma subjacente. Simultaneamente, o HIPOBLASTO começa a formar-se na superfície profunda da massa celular interna. Ao final da primeira semana, o blastocisto está superficialmente implantado no endométrio. Segunda Semana Do Desenvolvimento Humano A rápida proliferação e diferenciação do trofoblasto são características importantes da segunda semana do desenvolvimento. Estes processos ocorrem durante a implantação do blastocisto. Ao mesmo tempo, forma-se o saco vitelino primário, e o mesoderma extra-embrionário cresce a partir do citotrofoblasto. O celoma extra-embrionário se forma a partir dos espaços que se desenvolvem no mesoderma extra-embrionário. Esse celoma torna-se a cavidade coriônica. O saco vitelino primário vai diminuindo gradativamente, enquanto o saco vitelino secundário cresce. Enquanto essas mudanças extra-embrionárias ocorrem, os seguintes desenvolvimentos são reconhecíveis: 1. Aparece a cavidade amniótica como um espaço entre o citotrofoblasto e a massa celular interna; 2. A massa celular interna diferencia-se num disco embrionário bilaminar, consistindo no epiblasto, relacionado com a cavidade amniótica, e no hipoblasto, adjacente à cavidade blastocística; o embrião, na segunda semana, é didérmico, ou seja, composto por duas camadas: o epiblasto e o hipoblasto. Entre o epiblasto e o hipoblasto, uma lâmina basal se forma. 3. A placa pré-cordial desenvolve-se como um espessamento localizado do hipoblasto, indicando a futura região cranial do embrião e o futuro sítio da boca. Terceira Semana Do Desenvolvimento Humano Grandes mudanças ocorrem no embrião com a sua passagem do disco embrionário bilaminar para um disco embrionário trilaminar ou tridérmico, composto de três camadas germinativas - o ectoderma, o mesoderma e o endoderma Todas essas camadas se originaram do epiblasto. Este processo de formação de camadas germinativas é denominado gastrulação. Linha Primitiva Aparece no início da terceira semana como um espessamento na linha média do epiblasto embrionário na extremidade caudal do disco embrionário. Ela dá origem a células mesenquimais que migram entre o epiblasto e o hipoblasto. Tão logo a linha primitiva começa a produzir células mesenquimais, a camada epiblástica passa a chamar-se ectoderma embrionário, e o hipoblasto, endoderma embrionário. As células mesenquimais produzidas pela linha primitiva logo se organizam numa terceira camada germinativa, o mesoderma intra-embrionário. As células migram da linha primitiva para as bordas do disco embrionário, onde se juntam ao mesoderma extra-embrionário que recobre o âmnio e o saco vitelino. Ao final da terceira semana, existe mesoderma entre o ectoderma e o endoderma em toda a extensão, exceto na membrana orofaríngea, na linha média ocupada pela notocorda (derivada do processo notocordal) e da membrana cloacal. Há duas regiões onde o ectoderma se mantém aderido ao endoderma: a membrana bucofaríngea e a membrana cloacal. Como não há mesoderma interposto, a falta de irrigação sanguínea levará à degeneração dessas membranas, resultando na boca e no ânus, respectivamente. Formação da Notocorda Ainda no começo da terceira semana, o nó primitivo produz células mesenquimais que formam o processo notocordal. Este se estende cefalicamente, a partir do nó-primitivo, como um bastão de células entre o ectoderma e o endoderma. A fosseta primitiva penetra no processo notocordal para formar o canal notocordal. Quando totalmente formado, o processo notocordal vai do nó primitivo à placa procordal. Surgem aberturas no soalho do canal notocordal que logo coalescem, deixando uma placa notocordal. A placa notocordal dobra-se para formar a notocorda. A notocorda forma o eixo primitivo do embrião em torno do qual se constituirá o esqueleto axial. Formação do Tubo Neural (Neurulação) A placa neural aparece como um espessamento na linha média do ectoderma embrionário, em posição cefálica ao nó-primitivo. A placa neural é induzida a formar-se pelo desenvolvimento da notocorda e do mesênquima que lhe é adjacente. Um sulco neural, longitudinal forma-se na placa neural; o sulco neural é lateralizado pelas pregas neurais, que se juntam e se fundem para originarem o tubo neural. O desenvolvimento da placa neural e o seu dobramento para formar o tubo neural é chamado neurulação. Formação da Crista Neural Com a fusão das pregas neurais para formar o tubo neural, células neuroectodérmicas migram para constituírem a crista neural, entre o ectoderma superficial e o tubo neural. A crista neural logo se divide em duas massas que dão origem aos gânglios sensitivos dos nervos cranianos e espinhais. As células da crista neural dão origem a várias outras estruturas. Diferenciação do mesoderma O mesoderma diferencia-se em: paraxial (ao lado do eixo do embrião, ou seja, do tubo neural e da notocorda), intermediário e lateral. O mesoderma paraxial possui uma série de pares regulares de segmentos, os somitômeros. No mesoderma intermediário, são encontrados os túbulos nefrogênicos, precursores do sistema urinário e do sistema reprodutor. O mesoderma lateral delamina-se em somático (ou parietal) e esplâncnico (ou visceral) 1.O mesoderma lateral somático é adjacente ao ectoderma e é contínuo com o mesoderma extraembrionário somático. Originará o tecido conjuntivo (inclusive os tipos especiais, como cartilagem, osso e sangue) dos membros e das paredes laterais e ventral do corpo. 2.O mesoderma lateral esplâncnico é vizinho ao endoderma e continua-se com o mesoderma extraembrionário esplâncnico. Derivará o conjuntivo e os músculos do sistema cardiovascular, do sistema respiratório e do sistema digestório. Formação dos Somitos O mesoderma de cada lado da notocorda se espessa para formar as colunas longitudinais do mesoderma paraxial. A divisão dessas colunas mesodérmicas paraxiais em pares de somitos começa cefalicamente, no final da terceira semana. Os somitos são agregados compactos de células mesenquimais, de onde migram células que darão origem às vértebras, costelas e musculatura axial. Formação do Celoma O celoma intra-embrionário surge como espaços isolados no mesoderma lateral e no mesoderma cardiogênico. Estes espaços celômicos coalescem em seguida para formarem uma cavidade única em forma de ferradura, que, no final, dará origem às cavidades corporais (cavidade peritoneal). Formação do sangue e vasos sanguíneos. Os vasos sanguíneos aparecem primeiro no saco vitelino em torno da alantóide e no cório. Desenvolvem-se no embrião pouco depois. Aparecem espaços no interior de agregados do mesênquima (ilhotas sanguíneas), que logo ficam forradas por endotélio derivadodas células mesenquimais. Estes vasos primitivos unem-se a outros para constituírem um sistema cardiovascular primitivo. Ao final da terceira semana, o coração está representado por um par de tubos endocárdicos ligados aos vasos sanguíneos do embrião e das membranas extra- embrionárias (saco vitelino, cordão umbilical e saco coriônico). As células do sangue primitivas derivam sobretudo das células endoteliais dos vasos sanguíneos das paredes do saco vitelino e da alantóide. Formação das vilosidades coriônicas: As vilosidades coriônicas primárias tornam-se vilosidades coriônicas secundárias, ao adquirirem um eixo central do mesênquima. Antes do fim da terceira semana, ocorre a formação de capilares nas vilosidades, transformando-as em vilosidades coriônicas terciárias. Prolongamentos citotrofoblasto que saem das vilosidades juntam-se para formarem um revestimento citotrofoblástico externo que ancora as vilosidades pedunculares e o saco coriônico ao endométrio. O rápido desenvolvimento das vilosidades coriônicas durante terceira semana aumenta muito a área da superfície do cório disponível para troca de nutrientes e outras substâncias entre as circulações materna e embrionária. Quarta A Oitava Semanas (Dobramento do embrião) Estas cinco semanas são chamadas com frequência de período embrionário, porque é um tempo de desenvolvimento rápido do embrião. Todos os principais órgãos e sistemas do corpo são formados durante este período. No começo da quarta semana, as dobras nos planos mediano e horizontal convertem o disco embrionário achatado em um embrião cilíndrico em forma de "C". A formação da cabeça, da cauda e as dobras laterais é uma sequência contínua de eventos que resulta numa constrição entre o embrião e o saco vitelino. Durante a flexão, a parte dorsal do saco vitelino é incorporada ao embrião, e dá origem ao intestino primitivo. Com a flexão ventral da região cefálica, a cabeça embrionária em desenvolvimento incorpora parte do saco vitelino como intestino anterior. A flexão da região cefálica também resulta na membrana orofaríngea e no posicionamento ventral do coração, além de colocar o encéfalo em formação na parte mais cefálica do embrião. Enquanto a região caudal "flete" ou dobra-se ventralmente, uma parte do saco vitelino é incorporada à extremidade caudal do embrião, formando o intestino posterior. A porção terminal do intestino posterior expande-se para constituir a cloaca. O dobramento da região caudal também resulta na membrana cloaca, na alantóide e na mudança do pedículo do embrião para a superfície ventral deste. O dobramento do embrião no plano horizontal incorpora parte do saco vitelino como intestino médio. O saco vitelino permanece ligado ao intestino médio por um estreito ducto vitelino. Durante o dobramento no plano horizontal, são formadas as paredes laterais e ventral do corpo. Ao se expandir, o âmnio envolve o pedículo do embrião, o saco vitelino e a alantóide, formando então um revestimento epitelial para a nova estrutura chamada cordão umbilical. As três camadas germinativas, derivadas da massa celular interna durante a terceira semana, diferenciam-se nos vários tecidos e órgãos, de modo que, ao final do período embrionário, os primórdios de todos os principais sistemas de órgãos já foram estabelecidos. O aspecto externo do embrião é muito afetado pela formação do encéfalo, coração, fígado, somitos, membros, ouvidos, nariz e olhos. Como os primórdios de todas as estruturas internas e externas essenciais são formados durante o período embrionário, a fase compreendida entre a quarta e a oitava semanas constitui o período mais crítico do desenvolvimento. Distúrbios do desenvolvimento neste período podem originar grandes malformações congênitas do embrião. ANEXOS EMBRIONÁRIOS Saco Vitelino Corresponde a uma estrutura em forma de saco ligada a região ventral do embrião. Sua principal função é armazenar reservas nutritivas. Nos mamíferos placentários é reduzida, visto que a nutrição ocorre via placentária. Nesses, é responsável pela produção das hemácias (vasculogênese e angiogênese). Formação do intestino primitivo; Origina células germinativas primordiais. Âmnion É uma fina membrana que delimita uma bolsa repleta de líquido - o líquido amniótico que tem a responsabilidade de evitar o ressecamento do embrião e proteger contra choques mecânicos. Alantóide Surge de uma evaginação da parte posterior do intestino do embrião. Associa-se ao córion para formar a placenta e o cordão umbilical. Córion Película delgada que envolve os outros anexos embrionários. Nos mamíferos vai formar as vilosidades coriônicas (primárias, secundárias e terciárias), que formará mucosa uterina, participando junto com o alantóide para a formação da placenta. Cório frondoso: decídua basal Cório liso: decídua parietal Placenta É uma estrutura de origem mista, exclusiva dos mamíferos. Permite a troca de substâncias entre o organismo materno e o fetal. Nos primeiros meses de gestação, a placenta trabalha produzindo hormônios, além de substâncias de defesa, nutrição, respiração e excreção. Na espécie humana é eliminada durante o parto. Além do embrião, as membranas fetais e a maior parte da placenta originam-se do zigoto. A placenta consiste em duas partes. As duas partes são mantidas juntas pelas vilosidades de ancoragem e pelo revestimento citotrofoblástico. A circulação fetal é separada da circulação materna por uma fina camada de tecidos conhecidos como membrana placentária (barreira placentária). Trata-se de uma membrana permeável que permite que a água, o oxigênio, substâncias nutritivas, hormônios e agentes nocivos passem da mãe para o embrião ou feto. Produtos de excreção passam pela membrana placentária do embrião ou feto para a mãe. As principais atividades da placenta são: 1. Metabolismo 2. Transferência 3. Secreção endócrina. O saco vitelino e a alantóide são estruturas vestigiais, mas sua presença é essencial ao desenvolvimento normal do embrião. Ambos são sítios precoces de formação do sangue, e a parte dorsal do saco vitelino é incorporada ao embrião na forma de intestino primitivo. Células germinativas primordiais também se originam no saco vitelino. O âmnio forma um saco que contém o líquido amniótico e fornece o revestimento do cordão umbilical. O líquido amniótico possui três funções principais: 1. Anteparo protetor para o embrião ou feto 2. Espaço para os movimentos fetais 3. Contribui para a manutenção da temperatura corporal do feto. Cordão umbilical É proveniente do pedúnculo embrionário. Atua como estrutura de comunicação entre o embrião e a placenta. Longo, mais ou menos cilíndrico, encerra três grossos vasos: uma veia e duas artérias, embora nas artérias corra sangue venoso (com dióxido de carbono) e na veia corra sangue oxigenado. A estrutura do cordão é preenchida por um tecido conjuntivo gelatinoso conhecido como gelatina de Wharton. Decídua É uma membrana delgada, indistinta do córion liso e do âmnio (as três juntas delimitam a bolsa amniótica). Origina-se a partir da camada de endométrio (mucosa uterina) que ficou recobrindo o ovo após a nidação deste. A decídua tem, também função protetora. Quando o blastocistos chega ao útero, penetra na mucosa uterina, incrustando-se nela à custa de enzimas proteolíticas eliminadas pelo trofoblasto. Essa mucosa – o endométrio – cicatriza em seguida, recobrindo o ovo. Esse fenômeno é chamado de “nidação do ovo”. A camada de mucosa que reveste o ovo continuará cobrindo todo o concepto durante a gestação inteira. E não só a ele, mas aos demaisanexos embrionários. Essa fina camada de mucosa que se apresenta como uma delgada membrana, grudada à face externa do âmnio, é a decídua. Praticamente é inseparável no âmnio, e com ele será eliminada, após o parto. Tem obviamente função de proteção. Fases da Gestação: 1º mês : O embrião: logo após a fecundação, o ovo começa a se dividir em mais células. Na terceira semana, apresenta forma tubular, com esboço da cabeça, coração, tubo neural e uma cauda. Na quarta semana, o embrião é formado por milhões de células, com esboço da maioria dos sistemas vitais. Seu tamanho nesta etapa é de 6mm. 2º mês: O embrião: na oitava semana, o embrião transforma-se em feto. Os principais órgãos estão desenvolvidos. Pode-se perceber o esboço de um rosto. As narinas estão formadas e os ouvidos, em formação. Os dedos, mais nítidos, ainda estão ligados por membranas. Braços e pernas aumentaram. Nesta fase, o feto tem 2,5 cm, o equivalente a um morango. 3º mês: O feto: apesar de a cabeça ainda ser grande em relação ao corpo, e os membros, curtos, o feto começa a se parecer mais com um bebê. Na 12º semana, já movimenta os lábios, faz biquinho e beicinho. Os dedos das mãos e dos pés apresentam unhas. O intestino é capaz de absorver glicose. A calota craniana completa sua ossificação. Seu peso é em torno de 13 gramas e altura entre 7 e 9 centímetros. 4º mês: O feto: a partir da décima quarta semana, está sendo nutrido pela placenta - que equivale ao “enraizamento” do feto. Por isso diminuem os riscos de aborto espontâneo. Sobrancelhas e cílios estão crescendo e a pele é bem fina, deixando ver as redes de vasos sanguíneos. Na décima sexta semana já chupa os polegares, mede 14 centímetros e pesa 100 gramas. 5º mês: O feto: é o período de maior crescimento. Mede em torno de 22 centímetros e pesa 300 gramas. Na vigésima semana nascem cabelos. Braços e pernas estão bem desenvolvidos. O feto é bastante ativo (até reage a ruídos externos), mas passa por períodos de quietude. 6º mês: O feto: ainda não acumulou gorduras e está magrinho. As glândulas sudoríparas estão em formação. Com os músculos dos braços e das pernas desenvolvidos, exercita- se bastante, mas passa por períodos de calmaria. Na vigésima quarta semana pesa cerca de 600 gramas e mede em torno de 32 centímetros. 7º mês: O feto: a pele está vermelha e enrugada. Possui mais papilas gustativas do que terá ao nascer - seu paladar é muito aguçado. Ainda não tem surfactante, substância importante para o funcionamento respiratório. É por isso que os prematuros necessitam de cuidados especiais. Na vigésima oitava semana o feto já pesa um quilo e mede 36 centímetros. 8º mês: O feto: na trigésima segunda semana, o bebê é praticamente igual ao que será ao nascer. Já diferencia claro e escuro. Por falta de espaço, pode permanecer sempre com a cabeça para baixo, em posição para o parto. Este período, onde o feto mede 41 centímetros, é onde ganha mais peso e chega a 1,8 quilos. 9º mês: O feto: está pronto para vir ao mundo. Um bebê saudável pesa em média 3,4 quilos e mede cerca de 51 cm. Nascimento: a data é calculada levando-se em conta uma gestação normal de 40 semanas, ou 280 dias, tendo como referencial o primeiro dia da última menstruação. Há variações clinicamente aceitáveis de 37 semanas completas a 42 incompletas. DESENVOLVIMENTO DOS OLHOS Na 4a semana do desenvolvimento humano, aparecem no prosencéfalo, dilatações laterais denominadas vesículas ópticas. Na 5a semana as vesículas ópticas sofrem uma invaginação e se tornam estruturas de paredes duplas (já presas ao diencéfalo) denominadas cálices ópticos. As duas paredes resultantes deste processo de invaginação acabam se juntando para constituir a retina na porção dilatada do cálice óptico, enquanto, na porção estreitada (haste que liga o cálice ao diencéfalo), forma o pedúnculo óptico que contém nervos e vasos para a inervação e irrigação do futuro olho. As bordas do cálice óptico delimitam a abertura da futura pupila. As vesículas ópticas induzem o ectoderma de revestimento que as recobre a se espessar e formar os placódios ópticos, mas, por sua vez, são os placódios que promovem a modificação das vesículas ópticas em cálices ópticos. Os placódios ópticos sofrem um processo de invaginação no seu centro, dando origem às fossetas ópticas. As bordas das fossetas se aproximam e fundem-se formando as vesículas da lente ou cristalinos que se alojam no interior dos cálices ópticos. Uma vez formados os cristalinos (lentes), o ectoderma acima delas é induzido a formar a córnea, com o auxílio do mesênquima imediatamente abaixo. A íris (responsável pela cor dos olhos) é constituída por um tecido muscular que se desenvolve a partir do neuro ectoderma das bordas do cálice óptico, diferentemente da maioria dos músculos, que se origina do mesoderma. As pálpebras se formam a partir de duas pregas do ectoderma de revestimento com um eixo mesenquimal, recobrindo o globo ocular. Elas permanecem fechadas sobre a córnea até a 26a semana de desenvolvimento humano. Após este tempo as pálpebras são capazes de realizar movimentos para abrir e fechar os olhos. OS PLACÓDIOS OLFATÓRIOS E AUDITIVOS Os placódios são espessamentos de ectoderma de revestimento envolvidos na formação de órgãos sensitivos da região da cabeça. Além do placódio óptico que origina os cristalinos, existem os placódios olfatórios, que originam as fossetas olfatórias e os placódios auditivos (óticos), que originam o ouvido interno. O placódio auditivo aparece no início da 4a semana no ectoderma no mielencéfalo. Logo este espessamento se invagina no mesênquima subjacente, formando a vesícula ótica ou auditiva, primórdio do labirinto membranoso (ouvido interno). Os placódios olfatórios surgem no telencéfalo (final da 4a semana). Eles também se invaginam determinando a formação das fossetas olfatórias, futuras narinas e cavidades nasais. O mesênquima prolifera em torno das fossetas produzindo elevações que determinarão a formação do nariz. Portanto, as fossetas olfatórias, ao contrário das fossetas óticas e ópticas, não se destacam do ectoderma de revestimento. MORFOGÊNESE EXTERNA DO EMBRIÃO Embriologia Da Cabeça E Pescoço Arcos branquiais Os arcos branquiais são proliferações do ectoderma de revestimento com o eixo mesenquimal e o revestimento interno do endoderma, com exceção do 1o, que é revestido internamente de ectoderma oral. São formados 6 arcos de cada lado; são separados por 5 sulcos branquiais e são numerados no sentido crânio-caudal. O 5o arco normalmente sofre regressão. Um arco branquial típico contém no interior de seu mesênquima, cartilagem, artéria, nervo e músculo. O primeiro arco branquial origina por ossificação endocondral (a partir da extremidade dorsal da cartilagem de Meckel, presente em seu mesênquima), dois ossículos do ouvido médio: o martelo e a bigorna. A porção ventral desta cartilagem desaparece e é ocupada pela mandíbula que não se forma do esboço cartilaginoso e sim, se origina por ossificação intermembranosa do mesênquima que circunda esta cartilagem. O 1o arco, também origina por ossificação intermembranosa, a maxila, a pré-maxila, osso zigomático e parte do osso temporal. A cartilagem do 2o arco branquial é denominada cartilagem de Reichert, que origina, por ossificação endocondral, o osso estribo do ouvido médio e parte do osso temporal. Além de originar (sua extremidade ventral) a parte superior do corpo do osso hióide com seus cornos menores. A cartilagem do 3o arco branquial forma a porção inferior do corpo do osso hióide e seus grandes cornos. As cartilagens do 4o e 6o arcos fundem-se para formaras cartilagens da laringe. Dos quatro sulcos branquiais, apenas o 1o persiste, dando origem ao conduto auditivo externo (meato acústico externo). Os outros sulcos branquiais são recobertos pelo 2o arco branquial, que se desenvolve muito e recobre também o 3o, 4o arco e 6o arcos branquiais, em uma depressão denominada seio cervical. Abaixo segue um quadro esquemático dos derivados esqueléticos dos arcos branquiais: 1ª - arco branquial: Processo Maxilar e Processo Mandibular, Ossículos do ouvido médio (Martelo e Bigorna). 2ª - arco branquial: Parte superior do osso hióide e seu corno menor, Estribo (ossículo do ouvido médio). 3ª - arco branquial: Parte inferior do osso hióide e seu corno maior. 4ª - arco branquial: Cartilagens da laringe. Bolsas faríngeas As bolsas faríngeas são formações endodérmicas em correspondência com os sulcos branquiais. Nos peixes existem comunicações entre sulcos e bolsas faríngeas, pois o peixe ao nadar, ingere água que passa pela faringe, segue para as guelras (derivadas dos arcos branquiais), onde há as trocas gasosas, e é em seguida liberada. Nos vertebrados superiores não existem comunicações entre bolsas faríngeas e sulcos branquiais, mas apenas uma correspondência guardada durante o processo evolutivo. Os derivados das bolsas faríngeas são: 1ª bolsa faríngea: tuba auditiva e cavidade timpânica (cavidade do ouvido médio). O epitélio endodérmico que reveste a cavidade do tímpano forma, mais tarde, a membrana do tímpano. 2ª bolsa faríngea: criptas das tonsilas palatinas. 3ª bolsa faríngea: células principais das glândulas paratireoides inferiores (responsáveis pela produção de paratormônio que regula os níveis de cálcio no sangue), e células retículo-epiteliais do timo (que mais tarde abrigam os linfócitos T). Estes dois primórdios perdem a conexão com a parede da faringe e o timo migra em direção caudal e medial, puxando a glândula paratireoide inferior junto a ele. 4ª bolsa faríngea: seu endoderma forma os cordões de células principais das paratireoides superiores. 5ª bolsa faríngea: é rudimentar e geralmente torna-se parte do 4o par de bolsas faríngeas. Origina o corpo último branquial, que mais tarde é incorporado à glândula tireóide. As células C da tireóide, derivadas da crista neural, ao migrarem, se alojam neste corpo. Estas células C secretam calcitonina e são juntamente com o paratormônio, responsáveis pela regulação da calcemia. Morfogênese Da Face As estruturas primordiais para a morfogênese da face são: 1o par de arcos branquiais: crescem em torno do estomodeu e se subdividem em dois processos (processo maxilar e processo mandibular). Processo frontonasal: Formado pela proliferação do mesênquima que recobre frontalmente o telencéfalo. É uma proliferação ímpar e mediana que se divide apenas na área onde estão se formando as fossetas olfatórias, a partir dos placódios olfatórios. Assim, a partir do processo frontonasal, surgem nesta área, os processos nasais mediais e os processos nasais laterais (estruturas pares que ladeiam as fossetas olfatórias). As estruturas primordiais para a morfogênese da face tornam-se distintas já na 4a semana do desenvolvimento embrionário. Os estudos têm demonstrado que todo o mesênquima das estruturas primordiais na morfogênese da face é derivado de células da crista neural (ectomesênquima). No tecido mesenquimal dos processos (frontonasal, nasais mediais, nasais laterais, maxilares e mandibulares) não há separações e apenas depressões do ectoderma de revestimento demarcam suas superfícies externas. Assim, o crescimento dos processos faciais pode ser entendido como uma proliferação contínua de células mesenquimais direcionada de dentro para fora. Os derivados dos processos da face são: Processo frontonasal: Responsável pela formação da testa (osso frontal) e ápice do nariz (osso nasal). Processo nasal medial: Participa da formação do septo nasal, da formação da porção média do lábio superior (filtro, tubérculo e frênulo labiais), porção pré- maxilar da maxila e gengiva associada a ela. Os processos nasais mediais se associam aos processos maxilares. Processos maxilares: É responsável pela formação das porções laterais do lábio e gengiva superiores, região superior das bochechas, incluindo os ossos maxilares e zigomático, bem como a maior parte do palato. Processos mandibulares: Originam a mandíbula, lábio e gengiva inferiores, queixo e região inferior das bochechas. OBS: Os processos nasais mediais, maxilares e mandibulares delimitam a cavidade do estomodeu ou boca primitiva. Processos nasais laterais: Não participam da formação do lábio superior, mas estão envolvidos na formação das paredes laterais e asas do nariz. Inicialmente, o processo maxilar e o processo nasal lateral de cada lado são separados por um profundo sulco (sulco nasolacrimal). Sua extremidade superior dilata-se formando o saco lacrimal que através de seu ducto comunica- se com o meato inferior da cavidade nasal. Quando existe fusão anormal entre os processos nasais laterais e maxilares geralmente, há acometimento na formação do ducto nasolacrimal, ocasionando uma fenda oblíqua que se estende da margem medial da órbita até o lábio superior. As fusões dos processos faciais podem ocorrer de forma excessiva ou podem não acontecer ou então, ser apenas parciais, determinando as malformações faciais; algumas delas são: Lábio leporino: Decorre da não fusão dos processos nasais mediais entre si (lábio leporino medial), ou da não fusão dos processos nasais mediais e maxilares (lábio leporino uni ou bilateral). Microstomia: Fusão exagerada dos processos maxilares e mandibulares. Astomia: Fusão total dos processos maxilares e mandibulares determinando uma falta da abertura bucal. Macrostomia: Ausência de fusão dos processos maxilares e mandibulares, determinando uma abertura bucal exagerada. Fenda medial do mento ou fenda labial inferior: Falta ou deficiência de fusão entre os processos mandibulares. Ainda fazendo parte da face, devemos salientar a origem e formação do pavilhão auricular (orelha). Esta estrutura surge, inicialmente, como pequenos tubérculos auriculares resultantes de uma associação entre os processos mandibulares e o 2o arco branquial. As orelhas começam a crescer na porção superior da futura região do pescoço do embrião, na 6a semana de vida embrionária na espécie humana. À medida que a mandíbula se desenvolve, as orelhas deslocam-se para os lados da cabeça e finalmente nivelam-se aos olhos. Desenvolvimento Do Palato (Final Da 5a Semana À 12a Semana) Os processos faciais envolvidos na formação do palato são os nasais mediais e os maxilares. Os processos nasais mediais proliferam em direção ao estomodeu, formando a porção anterior e mediana do palato, denominada palato primário. Os processos maxilares se estendem lateralmente, como processos palatinos laterais, fundindo-se na linha mediana e formando o palato secundário. O local da fusão dos processos palatinos laterais é marcado pela rafe palatina. Após a 7a semana do desenvolvimento, o palato secundário se funde ao primário determinando o aparecimento do palato definitivo, que separa a cavidade nasal da oral. Desenvolvimento Da Língua No final da 4a semana do desenvolvimento na espécie humana, surge, na área de junção entre 1o e 2o pares de arcos branquiais, uma estrutura denominada tubérculo ímpar, resultante de uma proliferação mesenquimal do 1o arco branquial. Anteriormente ao tubérculo ímpar, o 1o arco branquial também origina brotamentos pares denominados brotos linguais laterais. Posteriormente, em posição caudal ao tubérculo ímpar, apareceum broto na linha mediana, denominado eminência hipobranquial (resultante da proliferação mesenquimal do 2o, 3o e parte do 4o arcos branquiais). Todos estes brotos linguais têm eixo mesenquimal (ectomesênquima da crista neural), mas o revestimento externo é diferente. O corpo da língua é resultante das fusões do tubérculo ímpar com os brotos linguais laterais, com revestimento de ectoderma (como na cavidade bucal). Já a raiz da língua, formada por expansões da eminência hipobranquial, tem revestimento endodérmico, idêntico ao da faringe. Corpo e raiz da língua são separados pela região do V lingual. No ápice do V lingual o endoderma prolifera internamente originando o ducto tireoglosso, cuja extremidade distal origina a glândula tireóide. Posteriormente, o restante do ducto tireoglosso desintegra-se, permanecendo apenas uma depressão na região do V lingual, denominada forame cego. Morfogênese Dos Membros Espessamentos referentes à formação dos membros aparecem na parede ventro-lateral do corpo do embrião, no final da 4a semana na espécie humana. Estes brotamentos são constituídos de um núcleo de mesênquima (derivado da lâmina lateral somática) recobertos por ectoderma de revestimento. O tecido mesenquimal induz a formação de um espessamento do ectoderma de revestimento nas extremidades dos brotamentos, a crista apical. A crista apical influencia, por sua vez, o mesênquima, de maneira que suas células se organizam em duas populações celulares distintas: aquelas adjacentes à crista mantém- se indiferenciadas e proliferam rapidamente; já aquelas afastadas da crista e próximas da parede corporal se diferenciam em cartilagem e músculo. Desta forma, o desenvolvimento normal dos membros depende de interações entre o mesênquima e as células da crista apical. Na 6a semana pode-se distinguir o segmento proximal, responsável pela formação do braço e antebraço (membro superior) e coxa e perna (membro superior), e o segmento distal, responsável pela formação das mãos e pés. Mais tarde, uma segunda constrição divide a porção proximal em dois segmentos originando a região dos cotovelos e joelhos. O desenvolvimento de membro superior ou inferior é semelhante, mas vale a pena ressaltar que a morfogênese do membro superior é mais adiantada que o inferior por aproximadamente 1 a 2 dias na espécie humana. As anomalias de membros podem ser ocasionadas por teratógenos ambientais e/ou genéticos. A Talidomida, que em 1957 - 1962, foi utilizada como droga antiemética e como sonífero em gestantes e que, atualmente é utilizada para o tratamento da hanseníase, pode provocar não só malformações nos membros, mas também, atresia intestinal e anomalias cardíacas. As alterações mais drásticas com o uso deste teratógeno ocorrem entre a 4a e 5a semanas e aparecem devido a destruição da crista apical. Podemos também ressaltar anomalias de membros, que estão associados à fatores genéticos: a polidactilia (dedos supranumerários) é um exemplo destas malformações. Outras anomalias podem ser citadas: Amelia: ausência completa de membro. Meromelia: ausência parcial de membro.
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