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Controle de constitucionalidade estudo dirigido perguntas e respostas

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Conceitue o Controle de Constitucionalidade e explique seus pressupostos.
Controle de Constitucionalidade é a verificação por um órgão competente da consonância ou compatibilidade de uma determinada espécie normativa, levando-se em consideração uma Constituição, que fundamenta a validade daquela norma e, portanto, não podendo ser contrariada por norma inferior. Em outras palavras, trata-se da verificação de compatibilidade e adequação de uma lei com a Constituição, verificando seus requisitos formais e materiais.
Três são os pressupostos para a efetivação do controle de constitucionalidade: uma Constituição formal; uma Constituição que seja compreendida como norma jurídica fundamental; e, que preveja a existência de um órgão de controle, um “guardião da Constituição”. 1. É formal e escrita, é produto do Poder Constituinte Originário, oferecendo segurança jurídica por ser fruto do Poder Soberano, formalizado e materializado, solene; 2. É fundamental, rígida e suprema. A constituição é a o que estrutura e direciona o restante das normas e por ser rígida, ou seja, exige-se preenchimento de requisitos para que se possa ser feita alguma alteração, por consequência, leva a supremacia desta, devendo todas as outras leis estarem em conformidade com o texto constitucional; 3. Previsão de um órgão jurisdicional pela Constituição se constitui um dos pressupostos para o exercício da sua defesa. 
Explique o conteúdo e as consequências do caso Marbury vs Madison.
Aproximadamente em 1800, em meio a certa crise política nos Estados Unidos, um dos partidos perdeu participação no Legislativo e no Executivo, mantendo representatividade ainda no Judiciário. Desta forma, foi proposto o Judiciary Act de 1789 que dobrava o número de juízes federais, e criava outros cargos na magistratura americana. Madison, Secretário de Estado, passou a analisar a situação das nomeações dos novos magistrados e percebeu que os magistrados ainda não tinham sido nomeados, não completando o ato presidencial, sendo passível de cancelamento. Então, Marbury, um dos juízes indicados a assumir novo posto, ajuizou um writ of mandamus estabelecido em uma lei federal face ao Secretário, Madison, na Suprema Corte Americana. Marshall, que foi nomeado Chief Justice, ficou encarregado de apreciar o caso. Então, Marshall analisa o caso mediante a apreciação de vários pontos, dentre eles, se a Suprema Corte Americana teria, de fato, competência para analisar aquela ação. Assim, verificou-se um conflito de normas, o que foi postulado por Marbury, uma lei federal em conflito com uma norma constitucional, e qual delas deveria prevalecer, a de maior hierarquia ou aquela que foi editada mais recentemente. Deste modo, Marshall decidiu que qualquer norma que não estivesse em consonância com a Constituição seria nula. Incidentalmente, Marshall declarou inconstitucional sem adentrar ao mérito do processo, em um caso concreto, prejudicando o mérito, e então, criou-se uma nova forma de controle de constitucionalidade, sendo este o controle difuso. O Brasil adotou este modelo de controle desde a Constituição de 1891, porém, com algumas ressalvas, como por exemplo, em seu efeito, que enquanto nos Estados Unidos é erga omnes, no Brasil, tem eficácia inter partes, não vinculando outras esferas judiciais inferiores.
Explique as implicações do fenômeno da flexibilização do dogma da nulidade da lei inconstitucional.
 O princípio da nulidade da lei inconstitucional é ex tunc, ou seja, não devem produzir efeitos desde a sua promulgação e foi introduzido no Brasil em 1891 através do conceito de controle difuso americano. Em contrapartida, o modelo austríaco de Kelsen versa quanto a anulabilidade do ato contrário a constituição, ou seja, que ele seja ex nunc e que pare de produzir efeitos com a declaração de inconstitucionalidade, vez que até a declaração, a norma estava em vigor e produzindo efeitos de fato. Desde a década de 70 o STF tem mitigado o princípio da nulidade do ato a depender do caso. Com a evolução do Direito, em 1999 foram editadas duas leis que tiveram relevância para mitigar ambas as correntes americana e austríaca, de forma que não negasse a existência válida da lei inconstitucional até o momento do pronunciamento da decisão que assim a considerou, bem como não se deve prestigiar o ato embasado em lei inconstitucional. Em um caso concreto, o caso do Município de Mira Estrela e a quantidade de vereadores que não respeitou a proporção estabelecida em lei constitucional, o STF estabeleceu, em sede de controle difuso, que embora fosse inconstitucional, não deveria ter os efeitos anulados desde a origem pois impactaria em diversas consequências prejudicais ao Município. Dessa forma, foi aplicado o artigo 27 da Lei 9868/99, então, que deveria permanecer produzindo os efeitos por aquela legislatura, e que, no entanto, a composição seguinte fosse adequada as proporções constitucionais. Sendo assim, a aplicação do efeito pro futuro busca garantir solução para um problema, evitando que as consequências da retirada abrupta de uma norma que pode ser verificar mais danosa do que a manutenção temporária do 	que foi verificado inconstitucional.
Qual a diferença entre inconstitucionalidade formal e material? 
A inconstitucionalidade formal está ligada ao procedimento pelo qual a norma foi elaborada, sem respeitar as competências ou quórum estabelecidos na Constituição, como por exemplo, elaboração de matéria penal pelo Município, sendo que esta é de competência privativa da União. Já a inconstitucionalidade material ocorre quando fere algum princípio ou pressuposto constitucional, como por exemplo, lei que tenha conteúdo oposto ao princípio da igualdade garantido na constituição.
Qual a diferença entre inconstitucionalidade por ação e por omissão?
A inconstitucionalidade por ação se dá por uma conduta positiva do Estado, ou seja, a elaboração de uma lei viciada, podendo ser uma inconstitucionalidade por ação formal ou material. E, a inconstitucionalidade por omissão se dá por uma conduta negativa do Estado, ou seja, quando deveria produzir uma norma e não o faz, como por exemplo, algumas normas constitucionais tem eficácia limitada, que necessitam de lei infraconstitucional para que produza todos os seus efeitos, como é o caso do art. 37, VII, CF, em que os servidores públicos necessitam de lei infraconstitucional que verse sobre a greve. 
Qual a diferença entre inconstitucionalidade total e parcial, direta e indireta, originária e superveniente?
Na inconstitucionalidade total, a norma é atingida em sua integralidade, enquanto na parcial, a inconstitucionalidade está presente em alguma palavra, expressão, artigo ou trecho. 
A inconstitucionalidade direta atinge as normas primárias e a indireta se verifica quando um decreto do Executivo, por exemplo, exorbita dos limites legais e se torna indiretamente constitucional.
A inconstitucionalidade originária ocorre quando a norma nasce inconstitucional em relação ao parâmetro vigente, e a superveniente, por seu turno, se apresenta quando uma nova ordem constitucional desponta, tornando a norma infraconstitucional anterior inconstitucional – o STF não reconhece a inconstitucionalidade superveniente, sob o argumento da recepção ou não da norma infraconstitucional pela nova Constituição.
Explique as especificidades dos modelos de controle norte americano, austríaco e o francês.
O modelo americano traz o controle difuso; consagra a supremacia da constituição, uma vez que todas as outras leis devem estar em parametricidade com a lei maior; todos os juízes tem o poder-dever de fiscalizar a higidez da constituição, de forma difusa, não apenas por meio de um único órgão específico; deve ocorrer no caso concreto, de forma incidental; o ato declarado inconstitucional é nulo de pleno direito, é ex tunc, ou seja, é nulo em sua origem, devendo retroagir. No sistema brasileiro, o controle difuso, em regra, é inter partes. No entanto, existe a possibilidade de ter efeito erga omnes por força do art.52, X, CF, onde o Senado Federal tem poder discricionário para sustar a execução de lei declarada inconstitucional, ou ainda, por força das súmulas vinculantes elaboradas pelo STF.
O sistema de controle austríaco foi arquitetado por Hans Kelsen, e este é concentrado; é atribuído o poder de fiscalização a um órgão jurisdicional específico; não há partes ou caso concreto, é questionado diretamente, de forma abstrata; tem efeito ex nunc, ou seja, anulabilidade da lei, produzindo os efeitos mesmo que inconstitucionais até a sua exaração; tem efeito erga omnes.
E ainda, o sistema francês, no qual teve pouca influência no Brasil, e trata do controle político da constitucionalidade da lei ou de atos normativos, utilizadas em hipóteses como o veto presidencial das leis ou atos normativos lesivos á lei maior. 
Qual a diferença entre controle político e judicial, preventivo e repressivo, difuso e concentrado? 
Controle político sugere o exercício da fiscalização de constitucionalidade por órgão que tenha essa natureza, normalmente ligado ao Parlamento, tem origem francesa. Já o controle judicial ocorre a supremacia da constituição, cabendo ao judiciário o papel de intérprete qualificado e final, sendo nula qualquer lei incompatível com a constituição. 
O controle preventivo ocorre antes da conversão de um projeto de lei em lei, visando que um ato inconstitucional entre em vigor, devendo o órgão de controle propor a eliminação das eventuais inconstitucionalidades. No controle repressivo, tem o objetivo de paralisar a eficácia do ato após estar em vigor e, em regra, é praticado pelo Poder Judiciário, por todos os seus órgãos. 
O Controle difuso permite a todo e qualquer magistrado ou tribunal o reconhecimento da inconstitucionalidade de uma norma, e consequentemente, sua não aplicação no caso concreto levado ao conhecimento da corte. No sistema de controle concentrado, será exercido por um único órgão ou por um número limitado de órgãos criados especificamente para esse fim ou tendo nessa atividade sua função principal. 
Explique a composição do sistema de controle judicial de constitucionalidade na CF/88.
O controle judicial pode ser efetivado na forma difusa ou na forma concentrada, pois a CF/88 estabelece um misto de sistemas de controle. 
Seria correto afirmar que o controle de constitucionalidade é monopólio do Poder Judiciário? Justifique.
Não. A maior parte do controle se dá pelo Judiciário, no entanto, pode também ser preventivo, então, ocorre através do legislativo. Ainda, o controle repressivo, via de regra é feito pelo poder judiciário, porém, existem situações em que o poder legislativo (como a possibilidade de sustar atos normativos exorbitantes editados pelo poder executivo) e pelo poder executivo (como a recusa direta em aplicar norma inconstitucional), em qualquer caso, havendo controvérsia acerca da interpretação de uma norma constitucional, a última palavra é do judiciário. 
Explique o fenômeno da modulação dos efeitos temporais do STF. 
O STF, por maioria diferenciada, quórum específico de 2/3, oito ministros, deliberará sobre os efeitos da declaração de inconstitucionalidade, fazendo um juízo rigoroso de ponderação entre o principio da nulidade da lei inconstitucional, de um lado, e os postulados da segurança jurídica e do excepcional interesse social, de outro (art. 27, lei 9868/99). Caso o STF seja omisso e não analise que a declaração de nulidade da lei acarretará ameaça à segurança jurídica, bem como irá contra os preceitos do excepcional interesse social, poderá ser buscada a modulação temporal dos efeitos da decisão, através de embargos de declaração, desde que essa possiblidade seja pedida nesse sentido na petição inicial. Os efeitos temporais da decisão no controle de constitucionalidade abstrato serão aplicados de acordo com a extensão que o prejuízo da declaração de nulidade pode acarretar, vez que estes poderão ser aplicados a partir de uma data de trânsito em julgado da decisão em diante ex nunc ou em dará futura, estabelecida na decisão que declara a inconstitucionalidade de lei pro futuro, devendo levar-se em conta sempre o grau de dano que a declaração de nulidade e o estabelecimento de efeitos ex tunc acarretaria à segurança jurídica e ao excepcional interesse social.
Quais são o objeto, os requisitos, os procedimentos e a eficácia das súmulas vinculantes.
Súmula vinculante é interpretação pacífica ou majoritária adotada por um Tribunal a respeito de um tema específico, a partir do julgamento de diversos casos análogos, com a dupla finalidade de tornar pública a jurisprudência para a sociedade, bem como de promover a uniformidade entre as decisões. O enunciado da súmula terá por objeto a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja, entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública, controvérsia atual que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre idêntica questão. Ela terá eficácia imediata, podendo o STF, por decisão de 2/3 de seus membros restringir seus efeitos vinculantes ou que só tenha eficácia a partir de outro momento, em razão de segurança jurídica ou de excepcional interesse público.
Qual a via acessível ao cidadão comum para a tutela de seus direitos subjetivos constitucionais?
Segundo Barroso, o controle incidental é ainda a única via acessível ao cidadão comum para a tutela de seus direitos subjetivos constitucionais, embora o controle abstrato tenha se expandido no país. Difuso, porque toda instância judiciária pode decidir acerca da constitucionalidade. Controle de norma de efeito concreto, porque somente pode ser suscitado por aqueles cidadãos atingidos diretamente pela norma inconstitucional. Controle por exceção por via incidental, porque o pedido de declaração de inconstitucionalidade deve ser julgado anteriormente ao mérito, sendo apreciado em preliminar, de forma incidental, ou porque a verificação da constitucionalidade não faz parte do pedido, configurando-se como seu fundamento.
Quem pode suscitar a inconstitucionalidade?
Poderá ser arguido por qualquer parte no processo (autor ou réu), pelo MP (quando parte ou quando fiscal da lei), por terceiro interveniente (assistente, litisconsorte ou opoente), ou ainda pode ser reconhecido de ofício pelo juiz ou tribunal.
Onde pode ser suscitada a questão constitucional? 
Poderá ocorrer na primeira instância, onde a decisão do juiz singular ´´e suficiente para declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo. Quando se tratar de tribunal, seja competência originária ou recursal, deve-se obedecer, quando o arguido o incidente de inconstitucionalidade, ao procedimento previsto nos artigos 480 a 482 do CPC, observando ainda o disposto no artigo 97 da CF, que versa quanto a cláusula de reserva do plenário, podendo os tribunais declararem a inconstitucionalidade de lei apenas pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial. A exigência de quórum especial é destinada apenas à declaração de inconstitucionalidade. Se entender pela constitucionalidade, não é necessário quórum especial, e o que ocorre, é o julgamento do mérito, ou seja, a decisão do objeto principal da ação. Os órgãos fracionários não possuem competência para declarar a inconstitucionalidade de lei. 
Que normas podem ser objeto de controle incidental?
Pode ser exercido em relação a normas emanadas dos três níveis de poder, de qualquer hierarquia, inclusive, as anteriores à constituição.
Qual a diferença entre questão preliminar e questão prévia?
Questão preliminar diz respeito ao próprio processo e seu regular desenvolvimento, que impedem o julgamento da lide, enquanto as questões prejudiciais estão associadas ao mérito da causa, devendo ser julgadas antes e como condição de resolução da própria controvérsia. 
No controle incidental o reconhecimento da inconstitucionalidade da lei não é objeto da causa, não é a providência postulada.
Quem podeexercer o controle incidental?
É o controle difuso, cabendo a todo e qualquer magistrado e tribunais. Todos os órgãos judiciais indistintamente, de primeiro ou segundo grau, assim como os tribunais superiores. 
Qual o significado da cláusula de reserva do plenário?
Por força do princípio da reserva do plenário, a inconstitucionalidade de uma lei somente pode ser declarada pela maioria absoluta dos membros do tribunal ou de seu órgão especial, onde exista. Previsto no art. 97, CF.
Explique o significado de cisão funcional da competência no âmbito dos tribunais. 
O órgão fracionário do tribunal, se considerar a lei inconstitucional, mão poderá prosseguir no julgamento, salvo se, como visto, já tiver havido manifestação do plenário ou do órgão especial do próprio tribunal ou do STF (CPC, art 481). No controle incidental realizado perante tribunal, opera-se a cisão funcional da competência, pela qual o pleno (ou o órgão especial) decide a questão constitucional e o órgão fracionário julga o caso concreto, fundado na premissa estabelecida no julgamento da questão prejudicial. Da decisão do pleno o do órgão especial não caberá recurso. A impugnação, inclusive da decisão relativa à questão constitucional, deverá ser feita quanto da interposição de recurso contra o acórdão que vier a julgar o caso concreto, solucionando a lide. 
Qual a função do amicus curiae em sede de controle incidental? 
A lei 9868/99, que tratou do processo e do julgamento da ação direta de inconstitucionalidade e da ação declaratória de constitucionalidade, determinou o acréscimo de três parágrafos ao art. 482 do CPC, prevendo a possibilidade de manifestação, no procedimento de declaração incidental de inconstitucionalidade perante tribunal, do MP, das PJs de Direito Público responsáveis pelo ato questionado, dos legitimados para a propositura das ações previstas no art. 103, CF e ainda, por deliberação do relator, de outros órgãos ou entidade. Essa última possibilidade identifica-se com a figura do amicus curiae, de que se falou supra. P 177. 
O STF tem admitido inclusive, a possiblidade de sustentação oral.
Explique a dinâmica do controle difuso no âmbito do STF e do STJ. 
O recurso extraordinário, de competência do STF, reservada as questões constitucionais. Enquanto o recurso especial, é de competência do STJ, no que diz respeito as questões infraconstitucionais. 
Qual o objeto do recurso extraordinário?
Não se trata de terceiro grau de jurisdição na qual exista a possibilidade de reexame da prova. Cuida-se da reapreciação de questões de direito – em princípio, apenas de direito constitucional – que hajam sido discutidas e apreciadas na instância de origem, vale dizer, que tenham sido objeto de prequestionamento. Isso significa que a questão constitucional deverá figurar na decisão recorrida, ainda que não tenha ocorrido menção expressa aos dispositivos constitucionais pertinentes. A ofensa à Constituição, como regra, deverá ter sido direta e frontal, e não indireta ou reflexa, como sucede nos casos em que um determinado ato normativo viole antes a lei e matéria de repercussão geral. Não cabe ADI, nos casos de lei anterior à constituição, podendo juízes e tribunais reconhecer incidentalmente a incompatibilidade entre ambas considerando a lei revogada.
Explique o requisito da repercussão geral em sede de controle difuso.
A EC 45/2004 introduziu um novo paragrafo no art 102 da CF, instituindo requisito adicional para aferir a admissibilidade de recurso extraordinário: a repercussão geral da questão constitucional discutida, deixando a cargo do legislador ordinário e do próprio STF a concretização.
Seria possível o cabimento simultâneo dos recursos especial e extraordinário? Justifique.
Sim. Na sistemática adotada pela CF/88, se o tribunal a quo tiver abrigado em sua fundamentação questões constitucionais e infraconstitucionais, caberá, simultaneamente, recurso extraordinário e recurso especial. 
Seria possível a existência de coisa julgada em relação a questão constitucional?
O controle incidental de constitucionalidade das leis é exercido no desempenho regular da função jurisdicional. Instaurado o processo, por iniciativa do autor e após a citação do réu, cabe ao juiz ouvir os argumentos das partes, e, observado o devido processo legal, produzir uma sentença que ponha termo ao litígio. Um processo de conhecimento típico resultará na prolação de uma sentença de mérito, por via da qual o órgão judicial acolherá ou rejeitará, no todo ou em parte, o pedido formulado. Desse conjunto de noções básicas de direito processual, extraem-se algumas consequências relevantes. Transitada em julgado a decisão, isto é, não sendo mais impugnável por via recurso, reveste-se ela da autoridade da coisa julgada. Sua eficácia subjetiva, no entanto, é limitada às partes do processo, sem afetar terceiros (CPC, art 472). Por outro lado, o objeto da causa é demarcado pelo período formulado, não podendo o pronunciamento judicial estender-se além dele. Portanto, a eficácia objetiva da coisa julgada é limitada ao que foi pedido e decidido, sendo certo que é a parte dispositiva da sentença (CPC, art 458), na qual se contem a resolução das questões postas, que recebe a autoridade da coisa julgada.
O juiz reconhecerá incidentalmente a inconstitucionalidade da lei aplicável, e os efeitos desse reconhecimento repercutem apenas inter partes. Porem, há mais a observar: a declaração de inconstitucionalidade não é objeto de nenhum dos dois pedidos. Apenas a razão de decidir. Na verdade, era uma questão prejudicial, que precisava ser resolvida, como premissa lógica necessária para a solução do litigio. Ora bem: por dicção legal expressa, nem nos fundamentos da decisão nem a questão prejudicial integram os limites objetivos da coisa julgada, de modo que não há o que se falar em coisa julgada material em relação a questão constitucional. 
Qual a eficácia temporal das decisões do STF em sede de controle difuso? 
Lei inconstitucional é lei nula. Consequência natural e necessária dessa premissa é a de que a decisão que reconhece a inconstitucionalidade é de natureza declaratória, limitando-se a reconhecer um vício preexistente. Diante disso, a pronuncia de nulidade da norma deve colhê-la desde o seu nascimento, impedindo-se que produza efeitos válidos. 
Aplicando-se a teoria da inconstitucionalidade como nulidade ao controle incidental e difuso, parece fora de duvida que o juiz ao decidir a lide, após reconhecer determinada norma como inconstitucional, deve dar a esta conclusão eficácia retroativa, ex tunc. 
Nos últimos anos, multiplicaram-se estes casos de modulação dos efeitos temporais, por vezes com a invocação analógica do art. 27, da lei 9868/99 e outras vezes, sem referência a ele. Aliás, a rigor técnico, a possibilidade de ponderar valores e bem jurídicos constitucionais não depende de previsão legal. 
Qual a função do Senado Federal frente as decisões do STF em sede de controle difuso? 
Art. 52, X, CF – sustar a execução da lei declarada inconstitucional, em todo ou em parte. Poder discricionário. 
Qual a diferença entre o mandado de injunção e ação direta de inconstitucionalidade nos quesitos: competência, legitimação, objeto, procedimento e efeitos da decisão? 
A competência é privativa do STF nos casos de ADO, e no MI a competência não é exclusiva do STF mas este exerce competência originária ou derivada em recurso ordinário. A ADO é cabível contra qualquer omissão inconstitucional, enquanto o MI, somente nas omissões contidas no art. 5º, LXXI, CF. A ADO é forma de controle concentrado, enquanto o MI, difuso, ou seja, no caso concreto. São legitimados na ADO os elencados no art 103, CF, já o MI qualquer pessoa será titular da ação. A decisão do MI possui efeito inter partes, enquanto a ADI possui efeito erga omnes.
O que significa o pronunciamento em abstrato acerca da validade da norma? 
A função jurisdicional, como regra geral, destina-se a solucionar conflitos de interesses, a julgaruma controvérsia entre partes que possuem pretensões antagônicas. O controle de constitucionalidade por ação direta ou por via principal, conquanto também seja jurisdicional, é um exercício atípico de jurisdição, porque nele não há um litígio ou situação concreta a ser solucionada mediante a aplicação da lei pelo órgão julgador. Seu objeto é um pronunciamento acerca da própria lei. Diz-se que o controle é em tese ou abstrato porque não há um caso concreto subjacente à manifestação judicial. A ação direta destina-se à proteção do próprio ordenamento, evitando a presença de um elemento não harmônico, incompatível com a constituição. Trata-se de um processo objetivo, sem partes, que não se presta à tutela de direitos subjetivos, de situações jurídicas individuais. No caso especifico da inconstitucionalidade por omissão, a declaração é igualmente em tese, em pronunciamento no qual se reconhece a inercia ilegítima do órgão encarregado de editar a norma exigida pelo ordenamento.

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