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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO DISTRITO FEDERAL CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM MIASTENIA GRAVIS Brasília - DF, Maio de 2018 ACADÊMICAS: Ana Caroline Rocha Silva Bruna Almeida Caldas Barros Gabriele da Silva Sousa Gleice Kenia Silva Maisa de Castro Abreu MIASTENIA GRAVIS Orientadora: Thalita Camargo Brasília - DF, Maio de 2018 Resumo A Miastenia Gravis é uma doença autoimune que afeta a junção neuromuscular, ocorre quando há produção de anticorpos contra os receptores de acetilcolina na porção pós- sináptica. O timo, sendo um órgão responsável por maturar os linfócitos, tem um importante papel para a formação dessa autoimunidade, agindo com a perda de tolerância aos auto- antígenos. Atualmente existem muitos tratamentos voltados para Miastenia Gravis, entre eles temos: Timectomia, corticosteroides, imunossupressores, plasmaferese e imunoglobulina intravenosa. Porém nem todos os pacientes têm uma resposta eficaz ao tratamento. A fisiopatologia da MG (Miastenia Gravis) tem sido cada vez mais estudada, permitindo assim um diagnóstico cada vez mais preciso, e tratamentos cada vez mais eficazes. Sumário Introdução ................................................................................................................................. 5 Fisiopatologia da Miastenia Gravis ........................................................................................ 6 Anatomia e fisiologia da Junção Neuromuscular (Normal) ................................................. 7 Anatomia e fisiologia da Junção Neuromuscular (MG) ....................................................... 8 Os anticorpos na Miastenia Gravis ......................................................................................... 9 Papel do Timo .........................................................................................................................10 Considerações Finais ..............................................................................................................11 Referências Bibliográficas .....................................................................................................12 Introdução A Miastenia Gravis é uma doença rara, apesar de ser estudada a mais de 60 anos, seu diagnóstico só passou a ser eficiente agora, sendo assim é a doença autoimune da junção neuromuscular mais comum. As ocorrências dessa doença têm aumentado muito, acredita-se que isso se dê aos progressos no diagnóstico e tratamento. Quando se trata de idade para prevalência da MG, é variável por idade, havendo num contexto geral um predomínio no sexo feminino. Essa doença apresenta-se como fraqueza muscular flutuante, que normalmente piora com a repetição de movimentos e melhora com o repouso, com picos de dores ao final do dia. A manifestação primária da MG é a ptose palpebral assimétrica, com diplopia, acontecendo em 85% dos casos. Após 2 anos aproximadamente, ocorre normalmente uma progressão para doença generalizada. Além desse acometimento ocular, os pacientes podem apresentar vários graus de disfagia, fraqueza facial, fraqueza dos membros ou axial. Com o tempo muito se descobriu sobre a MG, podendo assim existir a eficácia de tratamentos e tornando sua mortalidade praticamente zero, porém ainda há muito a se estudar sobre a doença. Fisiopatologia da Miastenia Gravis Por se tratar de uma deficiência nos receptores de acetilcolina, a transmissão do impulso nervoso fica afetada, dificultando a passagem de informação do neurônio motor, ao músculo esquelético. Temos alguns tipos mais comuns de Miastenia, e apesar do foco não ser eles, vamos decorrer um pouco sobre cada um para melhor entendimento dessa patologia. A miastenia neonatal, trata-se de uma transferência passiva de anticorpos maternos, antirreceptores de ACh (Acetilcolina) através da placenta; Manifesta-se logo nos primeiros dias de vida. A congênita, é uma mutação que implica na redução da liberação de ACh; Nesse caso as mães não são portadoras da doença, porém há casos na família e não se trata de doença autoimune. Anti-Musk, há uma produção de anticorpos contra uma enzima da membrana muscular denominada Tirosinoquinase músculo-específica (Musk). Esse Musk é um receptor necessário para a formação da junção neuromuscular. E por fim e que é o foco do nosso trabalho, a Miastenia Gravis, é uma doença autoimune da junção neuromuscular, que não se tem uma origem específica ainda, e que afeta principalmente os receptores de acetilcolina. Anatomia e fisiologia da Junção Neuromuscular (Normal) Na junção neuromuscular de uma pessoa normal, o impulso nervoso é gerado por um nervo sensitivo motor até a medula espinal pelos cornos dorsais através de uma resposta aferente, e faz uma curva de arco reflexo e retorna através dos cornos ventrais por uma resposta eferente aos músculos esqueléticos. Nesse momento temos todo o potencial de ação sendo gerado, a despolarização da membrana, com a abertura de canais de cálcio dependentes de voltagem, com a sintetização das vesículas de ACh, e consequentemente a liberação desse neurotransmissor através da fenda sináptica. Na porção pós-sináptica temos os receptores de ACh, que internalizam essa enzima e dão a continuidade ao potencial de ação, com a abertura de novos canais de sódio, despolarizando a membrana. Todo esse processo ocorre em milésimos de segundos, e é o processo que nosso corpo faz todas as vezes que precisamos utilizar os comandos motores. Para pessoas sem nenhuma alteração no sistema nervoso, a ACh é facilmente liberada para a continuidade sináptica e respostas motoras. Anatomia e fisiologia da Junção Neuromuscular (MG) Nos pacientes com Miastenia, o potencial de ação é gerado, há a produção de ACh, porém o músculo esquelético não consegue responder ao impulso nervoso, por não conseguir internalizar a ACh, que é seu neurotransmissor. Isso ocorre pela falta de um receptor de acetilcolina na porção pós- sináptica. Nesses casos os pacientes têm uma produção de um anticorpo produzido no timo, que atacam os antígenos do corpo, por não reconhecerem eles como próprios. Esse processo ocorre na fenda pós-sináptica, quando os anticorpos se unem com duas moléculas de acetilcolina e dificultam a entrada dessas enzimas na porção pós-sináptica, dificultando também a sinalização da ACh com os receptores colinérgicos, essa ação é chamada de modulação antigênica. Outro problema visualizado em pacientes miastênicos é a degradação da membrana do músculo, diminuindo as pregas sinápticas, aumentando a fenda sináptica e consequentemente diminuindo os receptores de acetilcolina, esse processo é chamado de ativação de complemento e por último temos o bloqueio funcional do receptor de ACh, que serão bloqueados por anticorpos anticolinérgicos. Cerca de 80% dos pacientes são acometidos de alguma deficiência no timo, por isso ocorre a mutação dos anticorpos, através dos linfócitos B. Os receptores anti-Musk são estruturas que aglomeram receptores colinérgicos, em pacientes com MG, também temos uma produção de anticorpos que atacam o corpo. O principal problema dos pacientes miastênicos é a presença de anticorpos que atacam os receptores de acetilcolina na porção pós-sináptica, fazendo com que o potencial de ação não chegue de formaeficiente aos órgãos alvos, como nesses casos, principalmente os músculos. Os anticorpos na Miastenia Gravis A Miastenia por ser uma doença autoimune o corpo produz anticorpos contra vários constituintes da junção neuromuscular. A maioria dos pacientes acometidos dessa doença possui anticorpos anticolinérgicos, e uma boa parte dos outros pacientes possui anticorpos anti-musk, sendo esses os principais com papel patogênico. Os anticorpos anticolinérgicos comprometem a transmissão nervosa pelos mecanismos de: Ativação de complemento, modulação antigênica e seu bloqueio funcional. O bloqueio funcional trata-se da ligação do anticorpo com o receptor colinérgico, fazendo com que a ACh não consiga ser internalizada, sendo assim não consegue dar a continuidade ao potencial de ação, e os músculos que não são excitados na porção pós- sináptica, começam a ficar fracos e degenerados. O Musk auxilia na integralidade estrutural e funcional na junção neuromuscular do adulto. Pacientes com MG produzem anticorpos anti- musk que atacam esses receptores, fazendo um tamponamento da passagem, dificultando a entrada de ACh. Lembrando que essa passagem não é totalmente tampada e a produção de ACh ainda permanece a mesma, porém sem a entrada suficiente de acetilcolina o músculo não consegue prosseguir com o potencial de ação. Papel do Timo É no timo que ocorre a maturação dos linfócitos, ocorrendo o reconhecimento de antígenos do próprio organismo. Eles são apresentados aos linfócitos T pelas células apresentadoras de antígenos. Esse processo faz com que o organismo consiga reconhecer as células do corpo para não ataca-la e futuramente o reconhecimento de células estranhas. Após a maturação os linfócitos T migram do timo para o sistema imune periférico. Os linfócitos T têm um papel importante na diferenciação dos linfócitos B em plasmócitos, com a consequente produção de anticorpos. O timo é responsável pela produção de anticorpos e por fazer o corpo diferenciar e aceitar as células do próprio corpo. Como nosso tema é miastenia, o timo tem um papel fundamental, sendo que cerca de 70% dos pacientes miastenicos tem alterações no timo. Considerações Finais A miastenia ainda é um uma doença pouco conhecida, apesar de seus estudos terem evoluído muito, ainda se tem muito a entender de onde surge e o porquê essa resposta autoimune. Porém pelo que já sabemos é uma doença que ataca principalmente a porção pós- sináptica da junção neuromuscular, através de anticorpos produzidos pelo timo, que erroneamente reconhece os antígenos colinérgicos do corpo como não próprios e os atacam, degradando esses receptores, dificultando a transmissão do impulso nervoso para efetivar o potencial de ação. Um dos diagnósticos são por exames que detectam a existências de receptores anticolinérgicos no soro sanguíneo. Existem medicamentos que inibem a ação da acetilcolinesterase (catalisadora de acetilcolina), para que a acetilcolina se mantenham por mais tempo na fenda, aumentando a sua possibilidade de endocitose. Quanto mais acetilcolina na fenda, maior a quantidade absorvida para dar início a despolarização pós-sináptica. Referências Bibliográficas HALL, Jonh E. Guyton & Hall Tratado de Fisiologia Médica . 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier Editora Ltda, 2016. 2331 p. LODISH, Harvey et al. Biologia Celular e Molecular . 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. 1212 p. MINISTÉRIO DA SAÚDE . Portaria SAS/MS n. 1169, de 19 de nov. de 2015. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Miastenia Gravis : . Brasil, p. 1-17, nov. 2015. REISNER, Howard M. Patologia: Uma abordagem por estudos de casos . Porto Alegre: AMGH, 2016. 612 p. SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia Humana : Uma abordagem integrada. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. 933 p. TOTORA, Gerald J. ; DERRICKSON, Bryan. Princípios de Anatomia e Fisiologia . 14. ed. Rio de Janeiro: GUANABARA KOOGAN LTDA, 2016. 1176 p.
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