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Fascículo Introdução e Teorias II

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Prévia do material em texto

Ministério da Educação 
Universidade Aberta do Brasil 
Universidade Federal de Mato Grosso 
FAeCC - Faculdade de Administração e Ciências Contábeis 
Núcleo de Educação Aberta e a Distância 
Departamento de Administração 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Administração (Introdução e Teorias) - II 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cuiabá - MT 
2008 
 
 
 
 
 
Continuando a Viagem... 
 
 
 
5 
 
Car@ Estudante, 
 
Estamos iniciando o nosso Fascículo II e, a partir deste momento, vamos 
estudar o comportamento humano nas organizações, começando por conhecer a 
ciência do comportamento e os precursores da abordagem comportamental. 
 
 
 
 
 
 
Ao decidir estudar Administração você imaginava que seria tão agradável 
conhecer cientificamente como se organizam as empresas? Saber quais as razões de 
existirem tantos modelos destinados a explicar e recomendar maneiras, para melhorar 
a produtividade e, como resultado, o lucro das empresas? 
Ainda há muito que aprender para se (trans)formar um competente 
Administrador@, e é por isso mesmo que estamos aqui, para, juntos, continuarmos a 
nossa viagem rumo ao conhecimento da Ciência da Administração. 
 
 
Como você está se sentindo estudando Administração? 
Certamente, a cada nova Unidade, você está ficando melhor, 
não é mesmo? 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
UNIDADE 1 – ESCOLA COMPORTAMENTAL 
1.1 Ciências do Comportamento ............................................................................... 11 
1.2 Comportamento Humano nas Organizações .................................................... 12 
1.3 Escola das Relações Humanas ............................................................................. 16 
1.4 Motivação................................................................................................................ 19 
1.5 Liderança ................................................................................................................ 26 
UNIDADE 2 – PLANEJAMENTO E PROCESSO ADMINISTRATIVO 
2.1 A Complexidade nas Organizações .................................................................... 35 
2.2 Enfoque Sistêmico ................................................................................................. 36 
2.3 Tecnologia da Informação .................................................................................... 44 
2.4 Conseqüências da Informática na Administração ............................................ 48 
2.5 Teoria da Contingência ......................................................................................... 50 
2.6 Planejamento Estratégico ...................................................................................... 53 
2.7 Administração Participativa ................................................................................ 64 
UNIDADE 3 – ADMINISTRAÇÃO NO TERCEIRO MILÊNIO 
3.1 Administração na Era Digital .............................................................................. 75 
3.2. Aprimoramento de Processos ............................................................................. 77 
3.3 Balanced Scorecard (BSC) ..................................................................................... 79 
3.4 Gestão de competência, conhecimento e aprendizagem organizacional ...... 86 
3.5 Responsabilidade sócio-ambiental ...................................................................... 92 
3.6 Governança Corporativa .................................................................................... 100 
REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS .......................................................................... 103 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESCOLA COMPORTAMENTAL 
 
Objetivos: 
 
ƒ esclarecer os fundamentos que explicam o processo de 
valorização do ser humano e das relações sociais nas 
organizações; 
ƒ descrever os princípios da Escola de Relações 
Humanas e da Abordagem Comportamental ou 
Behaviorista; 
ƒ relacionar e explicar as principais teorias motivacionais 
e a influência da liderança na motivação das pessoas 
no ambiente de trabalho. 
 
 
 
 
 
11 
 
1.1 Ciências do Comportamento 
 
O comportamento organizacional é o assunto do qual se ocupam diferentes 
ciências do comportamento. Suas raízes estão nas concepções pioneiras dos filósofos 
gregos, que estudaram assuntos fundamentais como as diferenças individuais, o 
conceito de ética, a qualidade como atributo humano, a tragédia, o conceito de 
felicidade entre muitos outros. 
 
 Apresentamos a Figura 1, que mostra as ciências que se ocupam do 
comportamento organizacional: 
 
CIÊNCIA ESTUDOS FOCO 
Psicologia Aprendizagem; Personalidade; Liderança 
Motivação; Processo de tomar decisões 
Seleção de pessoal; Stress e qualidade de vida. 
Indivíduo 
Sociologia Dinâmica de grupo; Teoria das organizações; Poder; 
Conflito e Comportamento dos grandes grupos. 
Grupo; organização 
e sistema 
Psicologia 
social 
Dinâmica de grupo; Liderança; Processo de decisão em 
pequenos grupos e Mudanças de atitudes 
Grupo; organização 
e sistema 
Antropologia Cultura organizacional e Ambiente organizacional Grupo; organização 
e sistema 
Ciência 
Política 
Poder; Conflito; Política e Relações entre organizações e 
poderes 
Grupo; organização 
e sistema 
Figura 1 – Ciências que se ocupam do Comportamento Organizacional 
Fonte: Adaptado de MAXIMIANO (2006) 
Na Administração e nas organizações, cada ciência oferece uma contribuição 
especializada para cada um dos temas que interessam ao enfoque comportamental. Por 
exemplo, quando se estuda a liderança, pode-se usar a perspectiva da psicologia ou da 
sociologia. A psicologia estuda a liderança, do ponto de vista das motivações e 
habilidades do líder. A sociologia estuda a liderança, do ponto de vista do processo 
social. 
Você sabia que, hoje, essas questões clássicas 
transformaram-se nos estudos sistemáticos sobre 
personalidade, cultura organizacional, conflito, motivação e 
outros? 
 
12 
 
 
 
1.2 Comportamento Humano nas Organizações 
 
 A abordagem comportamental, também denominada orgânica ou humanística, 
deu ênfase ao tratamento humanizado aos empregados, em vez de só focalizar seu 
desempenho ou produtividade (MEGGINSON et al 1998). 
 A partir da década de 1940, o estudo sobre o comportamento humano nas 
organizações ganha destaque, com os estudos desenvolvidos por psicólogos. Com a 
crescente globalização e industrialização dos países, o fator humano torna-se chave 
para o desenvolvimento das empresas, que passam a exercer papel essencial para o 
desenvolvimento social. 
 A Figura 2, a seguir, traz um resumo dos principais estudiosos que 
contribuíram para o surgimento desta abordagem: 
 
Cientistas Resultados das Pesquisas 
 
Oliver Sheldon (1894-1951) 
 
 
Apresentou a noção de que uma empresa tem alma. 
Ênfase da administração com responsabilidade social 
 
Elton Mayo (1880-1949) e 
F.J.Roethlisberger (1896-1974) 
 
 
Descobriram o “efeito Hawthorne”. A noção de 
“organização informal” dentro da organização formal. 
Ênfase na importância do elemento humano para 
aumentar a produtividade. 
 
Mary Parker Follet 
(1868-1933) 
 
Desenvolveu a “Lei da Situação” e o processo de 
“integração” na resolução de conflitos. 
 
Chester Barnard 
(1886-1961) 
 
Enfatizou as organizações como sistemas. Desenvolveu a 
teoria da aceitação da autoridade pelos subordinados. 
Salientou a importância da liderança. 
Figura 2 – Quadro demonstrativo dos principais estudiosos que contribuíram para o 
surgimento da abordagem comportamental. 
Fonte: Adaptado de MEGGINSONet al. (1998) 
 
Observe que, na ciência e na vida, há sempre os precursores 
das idéias e das ações implementadas. A seguir, apresentam-se 
os precursores da abordagem comportamental. 
 
13 
 
O processo de integração de Mary Parker Follet afirma que todos ganham, ao 
contrário da situação de perda-ganho, ou de um acordo diluído em que ninguém 
consegue o que deseja. Para Megginson et al (1998), é o método de resolução de 
conflito construtivo, pelo qual as pessoas envolvidas procuram caminhos para resolver 
suas diferenças de forma que cada um consiga o que deseja. 
 A teoria da aceitação da autoridade de Chester Barnard afirma que os 
subordinados somente acatarão as ordens se as compreenderem e se puderem e 
quiserem aceitá-las. 
 Para quem adota a perspectiva comportamental, o importante em uma 
organização é o sistema social. Para Maximiano (2006), sistemas sociais são formados 
por pessoas e suas necessidades, sentimentos e atitudes, bem como por seu 
comportamento como integrantes de grupos. 
 
 Compreender o comportamento das pessoas nas organizações requer conhecer 
as características individuais e como se comportam coletivamente. 
 Com relação às características individuais, podem ser considerados 
comportamentos, personalidades, atitudes, competências, habilidades, aptidões, 
inteligências, sentimentos e emoções. Quando a pessoa está diante de outras, como no 
ambiente de trabalho, passa a imprimir novos traços de seu comportamento. 
 O comportamento coletivo abrange a dinâmica dos grupos, a cultura 
organizacional e o clima organizacional. 
 
a) Dinâmica dos grupos 
 Os grupos são conjuntos de pessoas e podem ser classificados como informais e 
formais. O primeiro se forma de maneira espontânea e através das afinidades entre as 
pessoas. O segundo se estabelece por meio da organização e suas relações de acordo 
com cargos e hierarquias. 
 Os grupos formais são deliberadamente formados pela administração e, quase 
sempre, aparecem no organograma. 
Você já observou que o sistema social tem mais influência 
sobre o desempenho da organização do que seu sistema 
técnico, formado pelas máquinas, métodos de trabalho, 
tecnologia, estrutura organizacional, normas e 
procedimentos? 
 
14 
 
 Os grupos informais, que não fazem parte da organização formal, surgem da 
necessidade de interação social, amizade, comunicação e status dos empregados. 
Em grupos, sejam os formais ou informais, há uma necessidade de interação, a 
dinâmica de grupo é uma ação voltada para treinamento e integração entre as pessoas 
de um grupo. 
 Os grupos informais nascem dentro dos grupos formais, devido à proximidade 
física, à semelhança social, à identidade de interesses e aos problemas similares que 
todos enfrentam. 
 
b) Cultura organizacional 
 Schein, apoiando-se em Maximiano (2006,p.218), define cultura como: 
 
A experiência que o grupo adquire à medida que resolve seus 
problemas de adaptação externa e integração interna, e que funciona 
suficientemente bem para ser considerada válida. Portanto, essa 
experiência pode ser ensinada aos novos integrantes como forma 
correta de perceber, pensar e sentir-se em relação a esses problemas. 
 
 Para Megginson et al (1998), a cultura organizacional pode ser definida como o 
conjunto de valores, crenças e padrões de comportamento que forma o núcleo de 
identidade de uma organização. Abrange normas informais de conduta, hábitos, 
crenças, valores, preconceitos, cerimônias, rituais e símbolos. 
 
c) Sentimentos e clima organizacional 
 As percepções e os sentimentos em relação à realidade objetiva da organização 
podem ser classificados, em três grandes categorias: satisfação, insatisfação e 
indiferença. (MAXIMIANO, 2006) 
 Todos os componentes da organização afetam percepções e sentimentos. 
 
 
 
 
15 
 
 
 Quando os sentimentos se expressam, origina-se o clima organizacional. Em 
essência, esse clima é uma medida de como as pessoas se sentem em relação à 
organização e a seus administradores. Desde a década de 1980, os estudos sobre clima 
são voltados para o conceito de qualidade de vida no trabalho. 
 Segundo o enfoque comportamental, a empresa deve ser vista como sistema 
social, formado primariamente por pessoas, sentimentos, interesses e motivações. 
 Compreender o sistema social (ou organização formal) da empresa é um dos 
dois objetivos principais do enfoque comportamental na administração moderna. O 
outro objetivo é entender os mecanismos que individualizam e influenciam o 
comportamento das pessoas. 
 Analisando o sistema social, vê-se que as pessoas nas organizações comportam-
se como pessoas e não como peças de máquinas ou seres estritamente profissionais, de 
acordo com a visão de Taylor ou Weber. 
 Eles apresentam sentimentos de amizade e hostilidade, cooperação e 
competição, formam grupos com seus colegas de trabalho e criam regras de 
convivência. Além disso, levam para dentro da empresa, praticamente, todos seus 
interesses como pessoas e membros de famílias ou grupos externos. 
 
 
 
 
Recomendamos que você leia o Saber Mais disponível 
na plataforma, para compreender a origem da 
preocupação com o bem-estar social. 
Mais uma vez você está de parabéns! Terminou de ler um item desta 
Unidade. Para que você realmente aprenda é necessário investir 
tempo e energia. Daí, que tal, antes, fazer um pequeno exercício 
físico. 
Então, você concorda que o Administrador precisa ocupar-se 
dos sentimentos também? Vale saber que, desde a localização 
física até os objetivos, passando pelos salários, refeitórios, 
condições de trabalho, limpeza, programas de incentivos, 
benefícios e integração com os colegas, tudo afeta a forma 
como as pessoas se sentem em relação à organização. 
 
16 
 
Pronto? Já espaireceu? Agora, mãos à obra! Responda... 
 
 
1.3 Escola das Relações Humanas 
 
1.3.1 Elton Mayo e a Experiência de Hawthorne 
 
 Elton Mayo, cientista social, nas décadas de 1920 e de 1930, juntamente com 
seus colegas do Departamento de Pesquisa Industrial da Harvard Business School, 
desenvolveu uma pesquisa longa e complexa, na Western Electric Company, situada 
no bairro de Hawthorne, em Chicago. 
 A pesquisa desenvolvida por Mayo, no período de 1927 a 1933, tinha por 
objetivo responder a uma pergunta: 
 
 
 
 O resultado esperado dessa pesquisa tinha um sentido prático: 
 
 O que Mayo estava testando era o efeito da iluminação na produção global, 
uma preocupação muito ao estilo de Taylor e outros integrantes da Escola Clássica. O 
resultado inicial, surpreendente, mostrou não haver relação entre as duas variáveis: 
produção e iluminação. 
 O processo foi aprimorado, com a criação de um grupo de controle e um grupo 
de teste, de modo a garantir resultados mais fidedignos. Além disso, trabalharam com 
O de aprimorar o desempenho da organização e, evidentemente, 
aumentar o estoque de conhecimento existente. 
Quais os fatores, presentes nos ambientes físico e social de uma 
pessoa que trabalha em uma organização, capazes de afetar seu 
desempenho no trabalho e sua satisfação pessoal com a tarefa 
realizada? 
Você acredita que o comportamento das pessoas e dos 
integrantes de grupos pode ajudar ou atrapalhar os objetivos 
das empresas? Justifique sua resposta em texto de uma página 
e o envie ao fórum de discussões. 
 
17 
 
temáticas diferentes, além dos aspectos de iluminação, tais como pausas para descanso 
dos empregados e mudanças nas horas de trabalho. 
 Mas os resultados não materializaram as hipóteses iniciais. Moral da história: 
 
 Como salientam Megginson et al (1998), o Efeito Hawthorne é o sentimento de 
valorização, experimentadopelos trabalhadores escolhidos para tomar parte em um 
estudo científico, que serviu como incentivo ao aumento da produção. 
 
1.3.2 Princípios da Escola de Relações Humanas 
 
 O Movimento de Relações Humanas, segundo Megginson et al (1998), é uma 
abordagem da administração que visa motivar os indivíduos a conseguir o equilíbrio 
de objetivos que irá proporcionar maior satisfação humana e atingir as metas da 
organização. 
O que Mayo e seu grupo efetivamente fizeram foi colocar em cheque os 
pressupostos da Teoria Clássica, estabelecendo as seguintes proposições: 
ƒ o incentivo econômico não é a única força motivadora a que o trabalhador 
responde; sua produção é fortemente influenciada tanto por suas relações com 
os outros companheiros de trabalho como por seus problemas pessoais, tanto 
dentro como fora da fábrica; 
ƒ o trabalhador não se comporta como um ser isolado, mas sim como um 
membro do grupo. Essas inter-relações criam aquilo que chamamos de 
organização informal; 
ƒ a especialização funcional não cria, necessariamente, a organização mais 
eficiente. Tanto que a rotação de cargos, em que o indivíduo alterna tarefas a 
serem executadas, contribui para seu melhor desempenho. (CARAVANTES et 
al, 2005) 
Outros fatores – e não meramente uma reação de causa e 
efeito de caráter mecânico – estavam em jogo. E esses 
outros fatores estavam ligados ao homem, à sua motivação, 
ao seu envolvimento maior ou menor com a tarefa. Tal 
descoberta recebeu o nome de efeito Hawthorne. 
 
18 
 
1.3.3 Abordagem Comportamentalista 
 
 O trabalho de Elton Mayo e seu grupo, especialmente as pesquisas de 
Hawthorne, criaram outra maneira de ver a organização, agora não mais a partir de 
uma visão meramente formal, mecanicista, do homem quase autômato, respondendo a 
interesses única e exclusivamente pecuniários, como afirmam Caravantes et al (2005). 
 Os comportamentalistas, em verdade, são estudiosos, também preocupados 
com o indivíduo, reconhecendo a importância de seu impacto na organização, mas não 
aceitando as inferências e conclusões simplistas dos primeiros estudos do 
comportamento humano (Escola das Relações Humanas). 
 Não aceitar essas simplificações significou que os comportamentalistas se 
concentraram na análise de variáveis específicas, vinculadas ao comportamento do 
indivíduo, tais como moral elevado e baixa produção, moral baixo e alta produção, 
moral elevado e alta produção. (CARAVANTES et al , 2005) 
 
 Para Chiavenatoo (2006), a Teoria Comportamental (ou Teoria Behaviorista) da 
Administração trouxe nova concepção e novo enfoque dentro da teoria administrativa: 
a abordagem das ciências do comportamento, abandono das posições normativas e 
prescritivas das teorias anteriores (teoria Clássica, das Relações Humanas e da 
Burocracia) e adoção de posições explicativas e descritivas. 
 A ênfase é nas pessoas dentro do contexto organizacional mais amplo. 
 Muitos foram os autores que desenvolveram estudos e pesquisas que 
resultaram no corpo teórico da abordagem comportamentalista. Entre esses autores 
estão: Chester Barnard, Herbert Simon, David C. McClelland, Rensis Likert, Kurt 
Lewin. Para conhecê-los melhor busque informações no Saber Mais I. 
 
Que ótimo! Você continua conosco e a nossa viagem vai indo muito bem. 
Pesquisas posteriores revelaram que pode ocorrer qualquer 
tipo de combinação ente essas variáveis –– fica nítida a falta 
de qualquer relação entre elas. 
 
19 
 
Mais uma parada! Ela é opcional, porém vale a pena cuidarmos de nós e dos 
nossos amores (filh@s, maridos, esposas, namorad@s...), por isso, convide-@s para 
um lanche conversem alegremente restaure 
suas energia ... E então, volte ao seu fascículo 2 e continue. 
 
 
1.4 Motivação 
 
 Motivo, motivação, mover, movimentar e motor são todas palavras modernas 
que têm a mesma origem e estão associadas à mesma idéia: a palavra latina motivus, 
que significa aquilo que movimenta, que faz andar. 
 O estudo da motivação é um dos temas centrais do enfoque comportamental, 
porque é necessário compreender os mecanismos que movimentam as pessoas, para os 
comportamentos de alto desempenho, indiferença ou improdutividade, a favor ou 
contra os interesses da organização e da administração. (MAXIMIANO 2006) 
 A produtividade e o bem-estar dos funcionários dependem da motivação que 
os mesmos têm em relação ao trabalho e ao envolvimento com a organização do qual 
fazem parte. Estudar os fundamentos da motivação humana, sua implicância no 
comportamento e, consequentemente, nos resultados, é fundamental para que a gestão 
de pessoas obtenha êxito nos processos e planos voltados ao departamento de pessoal. 
 A teoria comportamental fundamenta-se no comportamento individual das 
pessoas para explicar o comportamento organizacional. Para analisar como as pessoas 
se comportam, torna-se necessário o estudo da motivação humana. O administrador 
Como você pensa que as pessoas se motivam? Acredita 
que seja necessário lhes oferecer algo para se motivarem 
ou acredita que os motivos são internos e só dependem da 
própria pessoa? Vamos conhecer um pouco desse 
assunto neste item... 
Pesquise em livros e internet a respeito de dois dos autores desta 
abordagem (Chester Barnard, Herbert Simon, David C. McClelland, 
Rensis Likert e Kurt Lewin) e escreva as suas maiores 
contribuições. Entregue a sua pesquisa ao seu orientador no 
decorrer do estudo desta unidade. 
 
20 
 
deve conhecer as necessidades humanas para compreender o comportamento humano 
e utilizar a motivação como meio para melhorar a qualidade de vida nas organizações. 
(CHIAVENATTO, 2006) 
 A ação dos administradores continuamente dá origem a respostas positivas ou 
negativas dos empregados. A resposta positiva é caracterizada pelo desempenho 
satisfatório do funcionário e a negativa se dá quando o indivíduo não reage ou 
responde com queda no desempenho de suas tarefas e nas relações formais e informais 
dentro da organização. 
 Nas organizações, segundo Megginson et al (1998), embora haja vários fatores 
influenciando o desempenho dos empregados, uma variável principal é a motivação: o 
processo de induzir uma pessoa ou um grupo, cada qual com necessidades e 
personalidades distintas, a atingir os objetivos da organização e os objetivos pessoais. 
 
 
1.4.1 Teorias Motivacionais 
 
 As teorias sobre motivação que explicam o desempenho das pessoas em 
situação de trabalho. 
 
1.4.1.1 Teorias das Necessidades de Maslow 
 
 Abraham Maslow (1908-1970) baseou seu conceito de hierarquia de 
necessidades em dois princípios: 
Neste item, você terá oportunidade de conhecer em detalhes 
a Teoria das Necessidades de Maslow, a Teoria dos Dois 
Fatores de Herzberg e, por fim, a Teoria X e Teoria Y de 
McGregor. 
Sabe o que significa uma pessoa motivada no campo da 
Administração? No campo da Administração, pessoa motivada, 
usualmente, significa alguém que demonstra alto grau de 
disposição para realizar uma tarefa ou atividade de qualquer 
natureza. No entanto, as pessoas também se motivam para fazer 
coisas que vão em direção oposta à desejada pela empresa, 
como greves, sabotagens, roubo de mercadorias ou invasões de 
fábricas que levam a demissão de funcionários 
 
21 
 
• as necessidades humanas podem ser colocadas em uma hierarquia de 
importância; 
• uma necessidade satisfeita não pode mais ser usada como motivador 
primordial de comportamento. 
Maslow salienta que as necessidades podem ser classificadas em uma 
hierarquia em que uma necessidade é mais importante que as outras até ser satisfeita. 
Assim que uma necessidade é satisfeita, a próxima, mais alta, torna-se predominante. 
A ordem, no entanto, podeser invertida, e mesmo mudar para baixo e para cima. Além 
disso, a cultura pode afetar a estrutura. 
Por exemplo, em muitas sociedades, as necessidades sociais podem ser mais 
importantes do que ego ou auto-estima. 
Uma vez satisfeita, uma necessidade não motiva mais o comportamento, pois só 
quando estamos privados de algo, e, portanto o desejamos, é que tal necessidade pode 
ser usada como incentivo para nós. 
 
 
Figura 3 – Pirâmide da Hierarquia das Necessidades de Maslow 
Fonte: adaptado - www.administradores.com.br 
 
 Agora, examinaremos a hierarquia de necessidades, como foi apresentada na 
Figura 3: 
ƒ Necessidades fisiológicas: no nível mais baixo, porém primordiais, quando não 
satisfeitas, estão nossas necessidades fisiológicas ou biológicas. Quando 
comemos regular e adequadamente paramos de encarar a fome como um 
importante motivador. 
 
22 
 
ƒ Necessidades de segurança: quando as necessidades fisiológicas estão 
razoavelmente satisfeitas, a segurança torna-se importante. Isso nos protege 
contra perigos, ameaças ou privações. Por exemplo, muitos empregados 
tornam-se membros de sindicatos, para se garantir contra atos arbitrários e 
unilaterais do pessoal de administração. 
ƒ Necessidades sociais: incluem as necessidades de associação, aceitação pelos 
colegas, bem como dar e receber amor e amizade. Quando a necessidade social, 
assim como as necessidades fisiológicas, não são satisfeitas, as pessoas podem 
se comportar de forma a bloquear a motivação e frustrar os objetivos da 
empresa. Elas passam a ser resistentes, não cooperam e são, até mesmo, 
antagonistas. 
ƒ Necessidades de estima (acima das necessidades sociais) essas necessidades 
podem surgir de duas formas: (1) aquelas que se relacionam à nossa auto-
estima: necessidade de autoconfiança, independência, realização, competência e 
conhecimento, e (2) aquelas relacionadas à nossa reputação – necessidades de 
status, de reconhecimento, de apreciação e de ter o respeito dos colegas. Estas 
necessidades raramente são satisfeitas por completo, pois as pessoas procuram 
indefinidamente a satisfação dessas necessidades. A organização típica 
(produção em massa) oferece poucas oportunidades para a satisfação das 
necessidades de ego para as pessoas dos níveis mais baixos da hierarquia. 
ƒ Necessidades de auto-realização: finalmente, há necessidade de auto-
realização, o que inclui procurar executar bem o próprio trabalho, realizando o 
próprio potencial, desenvolvimento contínuo e criatividade, no sentido mais 
amplo da palavra. 
Os administradores podem usar essa teoria, segundo Megginson et al (1998), na 
questão de Liderança, Cultura Organizacional, Mudanças, comportamento individual. 
Ainda segundo os mesmos autores, a teoria de Maslow deveria ser considerada como 
um guia geral para os administradores, pois é um conceito teórico, não uma explicação 
absoluta do comportamento humano. 
 Para Caravantes et al (2005), a teoria de Maslow é simultaneamente bem 
estruturada e suficientemente flexível para que cada um de nós possa utilizá-la como 
um instrumento balizador de sua ação. 
 
23 
 
1.4.1.2 Teorias dos Dois Fatores de Herzberg 
 
 A teoria dos dois fatores de Frederick Herberg (1923-2000)1 explica como o 
ambiente de trabalho e o próprio trabalho interagem para produzir motivação. 
Segundo Herzberg, a motivação resulta de fatores que podem ser divididos em duas 
categorias principais, como mostra a Figura 4: 
 
 
Figura 4 – Teoria de Herzberg (Dois fatores) 
Fonte: Adaptado de Maximiano (2006) 
 
 Os fatores higiênicos criam o clima psicológico e material saudável, e 
influenciam a satisfação com as condições dentro das quais o trabalho é realizado. 
Quanto melhores, por exemplo, as relações entre colegas e o tratamento recebido do 
superior, melhor será esse clima: mais higiênico o ambiente. Quanto mais contente a 
pessoa estiver com seu salário, menor a disposição para reclamar desse aspecto de sua 
relação com a empresa. Conseqüentemente, maior a satisfação do trabalhador com o 
ambiente de trabalho. 
As condições ambientais, no entanto, não são suficientes para induzir o estado 
de motivação para o trabalho. Para que haja motivação, de acordo com Herberg, é 
preciso que a pessoa esteja sintonizada com seu trabalho, que enxergue nele a 
possibilidade de exercitar suas habilidades ou desenvolver suas aptidões. Ou seja, 
apenas o trabalho em si e seu conteúdo produzem motivação para o trabalho. 
 
1 Frederick Herzberg: seus estudos básicos foram em Psicologia, dedicando-se ao estudo da saúde mental 
no mundo industrial e, mais especificamente, à motivação humana nas situações de trabalhos. Consultor 
conhecido em mais de 30 países, especialmente por sua teoria sobre higiene-motivação. 
 
24 
 
 
Segundo Herzberg, satisfação e insatisfação não são pólos opostos do mesmo 
continuum, mas duas dimensões diferentes, conforme mostra a Figura 5. 
 
 PRESENÇA DE AUSÊNCIA DE 
 FATORES FATORES 
 MOTIVACIONAIS MOTIVACIONAIS 
 
 SATISFAÇÃO NÃO-SATISFAÇÃO 
 
 
 
INSATISFAÇÃO NÃO-INSATISFAÇÃO 
 
 AUSÊNCIA DE PRESENÇA DE 
 FATORES FATORES 
 HIGIÊNICOS HIGIÊNICOS 
 
Figura 5 – Satisfação e Insatisfação, segundo Herzberg. 
Fonte: Adaptado de MAXIMIANO (2006) 
 
 A teoria dos dois fatores consolidou o princípio de que motivação vem do 
trabalho e não do ambiente. A teoria explica, por exemplo, porque certos profissionais 
dão mais importância à atividade que realizam do que a possíveis vantagens materiais 
que ela possa trazer. 
 Os estudos de Herberg, conforme explicam Caravantes et al (2005), levaram à 
conclusão de que os fatores que influíam na produção de satisfação profissional eram 
desligados e distintos dos fatores que levavam à insatisfação profissional. 
 Assim, nas palavras de Herzberg,o oposto de satisfação profissional não seria a 
insatisfação, mas, sim, nenhuma satisfação profissional e, da mesma maneira, o oposto 
de insatisfação seria nenhuma insatisfação profissional e não a satisfação. 
Você sabia que, de acordo com Herzberg, o ambiente de 
trabalho produz satisfação ou insatisfação com o próprio 
ambiente, mas não motivação para o trabalho. Continue a 
leitura para entender essa afirmação. Sabe por quê? 
 
25 
 
1.4.1.3 Teoria X e Y de McGregor 
 
 Douglas McGregor desenvolveu as Teorias X e Y para comparar dois estilos 
opostos e antagônicos de gerenciamento que impactam no tipo de liderança e na 
motivação no ambiente de trabalho. 
 Como explicam Maximiano (2006), Megginson et al (1998), Caravantes et al 
(2005) e Chiavenatto (2006), ao estilo tradicional e mecanicista, McGregor atribuiu o 
nome de Teoria X, e o estilo baseado no comportamento humano, denominou-se Teoria 
Y. 
 Os mesmos autores ressaltam os seguintes pressupostos (Figura 6) para os dois 
tipos de administração: 
Pressupostos da Teoria X Pressupostos da Teoria Y 
O ser humano comum tem aversão ao 
trabalho e o evitará ao máximo. 
 
O dispêndio de esforço físico e mental no 
trabalho é tão natural como a diversão ou o 
descanso, e o ser humano médio, nas condições 
adequadas, aprende não só a aceitar, mas a 
procurar responsabilidade. 
 
Por causa dessa característica, a maioria das 
pessoas deve ser coagida, controlada, 
dirigida ou ameaçada com punição, para 
ser levada a fazer esforço necessário para 
atingir os objetivos organizacionais. 
 
As pessoas irão exercer autodireção e 
autocontrole para atingir os objetivos 
estabelecidos. 
 
O ser humano médio prefere ser dirigido, 
quer evitar responsabilidade,tem 
relativamente pouca ambição e deseja, 
acima de tudo, segurança. 
 
A capacidade de usar alto grau de imaginação, 
engenhosidade e criatividade na resolução dos 
problemas organizacionais está amplamente 
distribuída pela população, e o potencial 
intelectual do ser humano só é utilizado 
parcialmente dentro das condições da vida 
industrial moderna. 
Figura 6 – Os pressupostos das Teorias X e Y de McGregor 
Fonte: Adaptado de CARAVANTES et al (2006) 
Estamos novamente merecendo uma parada! Que tal dar aquele telefonema 
que está deixando para depois desde que iniciamos esta parte? 
 
É hora de produzir! Faça um texto de uma página, mostrando a 
importância dos estudos sobre a motivação humana em ambiente de 
trabalho. Você já havia observado que as pessoas precisam de 
motivação? Como administrar, considerando-se esse fato? Terminado o 
texto, anexo-o à plataforma para o seu orientador acadêmico. 
 
26 
 
Continuando.... Vamos agora conhecer um pouco do que significa a Liderança no 
contexto das organizações! 
1.5 Liderança 
 
 A capacidade de liderar é importante em todos os tipos de organizações e, por 
isso, a liderança recebe grande atenção dentro do enfoque comportamental na 
administração. 
 As pessoas, muitas vezes, confundem Liderança com Administração. 
Megginson et al (1998) enfatizam que Administração abrange muito mais, pois, apesar 
de a liderança fazer parte dela, inclui também o desempenho de outras funções: 
planejamento, organização e controle. 
 
Liderança, na concepção de Maximiano (2006) é a realização de metas por meio 
da direção de colaboradores. A pessoa que comanda com sucesso seus colaboradores 
para alcançar finalidades específicas é líder. Um grande líder tem essa capacidade dia 
após dia, ano após ano, em uma grande variedade de situações. 
 
1.5.1 Consentimento 
 
 Um elemento importante em qualquer definição de liderança é o consentimento 
dos liderados. (MAXIMIANO 2006) 
 
 Importante destacar a dificuldade de dizer se o consentimento é produto das 
convicções dos liderados ou das habilidades de persuasão do líder. 
Só há liderança quando os liderados seguem o líder 
espontaneamente. A idéia do consentimento exclui a coerção como 
base da liderança. 
Você acredita que é possível liderar sem o 
consentimento dos liderados? 
E o que é Liderança? 
 
27 
 
 A liderança ocorre quando há identidade entre a proposta do líder e a 
recompensa esperada pelo grupo, ou o problema que o grupo precisa resolver. Essa 
identidade cria no grupo a disposição (ou motivação) para fazer o que o líder propõe. 
 A liderança é um fenômeno localizado no tempo e no espaço. O líder que é 
venerado em uma localidade pode ser (e freqüentemente é) detestado em outra. A 
liderança também pode desaparecer quando desaparecem as circunstâncias que a 
sustentam ou justificam. 
 
1.5.2 Classificação dos Líderes 
 
 Um líder tem de trabalhar de forma eficaz com muitas pessoas, incluindo 
superiores, colegas, subordinados e grupos externos. As qualidades de liderança, 
todavia, surgem especialmente no relacionamento do administrador com os 
subordinados. 
 Segundo Megginson et al (1998), há duas maneiras de classificarem líderes ou 
estilos de liderança: (1) a abordagem usada e (2) a orientação para conseguir que o 
trabalho seja feito. 
(1) Abordagem usada: uma forma simples de estudar liderança que define três 
abordagens básicas usadas pelos líderes, que são a autocrática, democrática e 
laissez-faire. 
Os líderes autocráticos, chamados de autoritários, tomam todas as decisões, em 
vez de permitir a seus seguidores que participem delas. Esses líderes são muitas vezes, 
comparados com um instrutor militar ou sargento. 
Os líderes democráticos ou participativos envolvem bastante os seguidores no 
processo de decisão. Usam o envolvimento grupal para estabelecer e determinar as 
funções dos cargos. 
Os líderes de tipo laissez-faire ou liberais são frouxos e permissivos e deixam os 
seguidores fazerem o que querem. 
Não é interessante saber que há uma classificação para os 
líderes? Ou seja, há diferentes posturas para diferentes 
momentos. É o que vamos conhecer agora. 
 
28 
 
(2) Orientação para o trabalho: essa forma de classificação se dá pelo exame das 
atitudes dos líderes na realização de um trabalho. Alguns dão ênfase à tarefa, 
outros enfatizam os seguidores e subordinados ou os dois juntos. 
Líderes orientados para tarefas ou para a produção: focalizam o trabalho a ser 
feito. Dão ênfase ao planejamento, programação e processamento do trabalho, e 
exercem controle cerrado de qualidade. 
Líderes orientados para pessoas ou empregados: focalizam o bem-estar e os 
sentimentos dos seguidores, têm confiança em si e uma forte necessidade de 
desenvolver e dar poder aos membros de seus grupos. 
 
 
1.5.3 Teorias de Liderança 
 
a) Teoria dos traços 
 De acordo com a teoria dos traços, os líderes têm certos traços ou características 
que os fazem sobressair dos seguidores. Incluem: altura, energia, aparência, conhecimento 
e inteligência, imaginação, autoconfiança, integridade, fluência no uso da palavra, equilíbrio e 
controle mental e emocional, sociabilidade e simpatia, disposição, entusiasmo e coragem. 
 A maioria da pesquisa inicial sobre liderança tentava: (1) comparar traços das 
pessoas que se tornaram líderes com os dos seguidores e (2) identificar as 
características e traços dos líderes eficazes. 
 A suposição subjacente dos pesquisadores dos traços parece ter sido que os 
líderes nascem, não são feitos. Um dos primeiros pesquisadores foi Ralfh Stogdil, que 
descobriu vários traços relacionados à liderança eficaz. Esses incluem habilidade 
pessoal e interpessoal, habilidade técnica, habilidade administrativa e liderança eficaz. 
Os estudos que comparavam os traços dos líderes e dos não-líderes muitas 
vezes chegavam à conclusão de que os primeiros tendiam a ser mais 
inteligentes, um pouco mais altos, mais extrovertidos e mais autoconfiantes 
do que os outros e tinham maior necessidade de poder. Porém, não se chegou 
a uma combinação específica de traços que distinguissem o líder, ou o líder 
em potencial, dos seguidores. 
Não é um dado importante para se compreender a questão da liderança? 
O que você acha? 
É importante salientar a existência das seguintes teorias e pesquisas 
sobre liderança: a teoria dos traços, a teoria comportamental e teoria 
da contingência-situação. Vamos conhecê-las? 
 
29 
 
 Outro pesquisador, Edwin Ghiselli, descobriu certas características que 
parecem ser importantes para uma liderança eficaz: capacidade de supervisão, necessidade 
de realização ocupacional, inteligência, decisão, confiança em si e iniciativa. 
 
b) Teorias comportamentais 
 As teorias comportamentais dão ênfase às relações humanas, ao lado de 
produtividade e desempenho. 
Conforme mostrado em páginas anteriores, o teórico Douglas McGregor, 
acreditava que as estratégias de liderança são influenciadas pelos pressupostos do líder 
a respeito da natureza humana, resumidos em dois conjuntos diferentes: a Teoria X e a 
Teoria Y. Certamente um líder que apóie a Teoria X iria preferir um estilo autocrático; 
enquanto que, se apoiasse as suposições da Teoria Y, iria preferir um estilo mais 
participativo. 
No mundo contemporâneo, dá-se muita importância aos seguidores e ao 
reconhecimento, como sendo correta a idéia de McGregor - segundo a qual o talento se 
distribui a todos os empregados e não se restringe a administradores ou profissionais. 
 
c) Teorias da contingência-situação 
 
 As teorias da contingência-situação prescrevem que o estilo a ser usado 
depende de fatores tais como a situação, a pessoa,a tarefa, a organização e outras 
variáveis ambientais. 
 As teorias da contingência mais populares são: (1) o contínuo de liderança de 
Tannenbaum e Schmidt e (2) a teoria do ciclo de vida de Hersey e Blanchard. 
 (1) O contínuo de liderança de Tannenbaum e Schimidt 
 O contínuo de liderança se baseia na lei de situação de Mary Parker Follet, que 
declara haver vários caminhos alternativos que os administradores podem seguir ao 
lidar com pessoas. Portanto, ao tomar decisões de liderança, os administradores devem 
levar em conta as forças em si mesmos, nos subordinados e na situação, que são inter-
relacionadas e interatuantes. 
O que poderia ser contingência-situação em ambiente 
organizacional? Você tem idéia? Como poderia explicar tal 
teoria? 
 
30 
 
 (2) A teoria do Ciclo de Vida de Hersey e Blanchard 
 A teoria do ciclo de vida baseia-se, em grande parte, nas pesquisas anteriores 
sobre liderança. Hersey e Blanchard usam uma abordagem da situação, com uma 
diferença primordial: enfatizam o uso pelo líder de um estilo adaptativo, dependendo 
do diagnóstico que fazem da situação. 
 O conceito básico da teoria do ciclo de vida é: as estratégias e o comportamento 
do líder devem estar de acordo com a situação, baseando-se, principalmente, na 
maturidade ou imaturidade dos seguidores e na natureza da tarefa. 
 Comportamento da tarefa é o grau em que os líderes organizam e definem os 
papéis de seus seguidores, para explicar as tarefas que cada um deve realizar, e 
também quando, onde e como farão. 
 Comportamento do relacionamento trata dos relacionamentos pessoais do líder 
com indivíduos ou membros de seu grupo. Envolve o grau de apoio pelo líder e a 
extensão em que este realiza comunicação interpessoal e comportamento facilitador. 
 Quanto à teoria na prática, Hersey e Blanchard apoiados em Megginson et al 
1998, usaram o exemplo do relacionamento dos pais com os filhos para ilustrar: 
 
Poderão surgir conseqüências negativas se os pais usarem só um estilo de 
liderança durante os anos de desenvolvimento dos filhos. Por exemplo, os 
filhos podem fugir de casa ou apresentar comportamento rebelde ou anti-
social se os pais usarem só uma liderança diretiva (alto grau de tarefa e baixo 
relacionamento). O ponto em que os filhos provavelmente irão se rebelar será 
no início da juventude. Por outro lado, se os pais usam principalmente um 
estilo permissivo, o resultado é, freqüentemente, ter crianças que são 
chamadas de “mimadas”, não aceitando regras ou o direito dos outros. A 
chave é usar um estilo mais diretivo nos primeiros anos e à medida que a 
criança (empregado) amadurece, usar menos direção e controle. 
 
 Um ponto essencial a lembrar, tanto no ambiente familiar como no trabalho, é 
que os líderes e administradores devem alterar as estratégias de acordo com as 
circunstâncias. 
 Das várias teorias de liderança, provavelmente, a abordagem contingência-
situação é a que melhor explica o que é preciso para uma liderança eficaz na 
administração, pois o ambiente é mutável e, cada vez mais, torna-se instável e 
imprevisível. 
 
31 
 
 
 
 
 
PALMAS para você! Mais uma unidade foi estudada e é hora de 
dar aquela parada! Inicialmente, convidamos você a alongar-se... 
 
 
 
E então, ficou claro o sentido de contingência-situação? Dê um exemplo e o coloque 
no fórum. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Estamos nos caminhando para a Unidade 2. Prepare-se e boa viagem! 
 
 
 
 Para conhecer o seu nível de aprendizagem, responda as 
questões do caderno de atividades e verifique o quanto acertou.
Ver filme – Mestre dos Mares 
 
 
 
 
33 
 
PLANEJAMENTO E PROCESSO 
ADMINISTRATIVO 
Objetivos: 
 
ƒ apresentar as abordagens modernas da Administração 
(sistêmica, tecnológica e contingencial), explicando os 
princípios e a importância nas organizações 
influenciadas por forças externas (política, economia, 
sociedade); 
ƒ explicar os fundamentos do planejamento estratégico 
nas organizações, tais como os objetivos, estratégias e 
métodos de controle; 
ƒ mostrar o processo da Administração Participativa e seu 
impacto no envolvimento das pessoas e nos resultados. 
UNIDADE 2
 
 
 
35 
 
Car@ Estudante de Administração, 
 
Estamos iniciando a Unidade 2 que vai tratar do planejamento e do processo 
administrativo. 
Vamos conhecer mais a fundo sobre complexidade e pensamento sistêmico. Você 
saberia dizer o que é exatamente a complexidade e o pensamento sistêmico? Se não 
sabe, não tem problema, pois vamos saber muito já, já! Vamos “passear” pela teoria 
geral dos sistemas, observaremos as organizações como sistemas, contemplaremos os 
tipos de sistemas e o papel do homem na Teoria Geral dos Sistemas. 
Então, rumo à complexidade! 
 
2.1 A Complexidade nas Organizações 
 
Complexidade é a condição normal que as organizações e os administradores 
enfrentam. Quanto maior o número de problemas e variáveis, mais complexa é a 
situação. 
Maximiano (2006) define complexidade como a palavra que indica o grande 
número de problemas e variáveis presentes em uma situação. 
A sociedade contemporânea tem grandes problemas urbanos e rurais, 
catástrofes naturais, esgotamento de recursos ecológicos, transportes, educação, saúde, 
moradia, falta de emprego, pobreza, violência, criminalidade, corrupção, tecnologia 
etc. Assim, a complexidade está presente na administração, seja de entidades públicas 
ou privadas, nos três setores – primário (Estado), secundário (Empresas) e terciário 
(Entidades privadas sem fins lucrativos). 
Além desses fatores, mesmo dentro das organizações, a interdependência é a 
palavra da vez: cada vez mais as empresas são plurais, resultantes da interação e 
cooperação de diversas outras organizações. 
 
O enfoque sistêmico possibilita visualizar a interação entre os elementos que 
compõem e totalizam conjuntos complexos, como uma organização. Gerenciar com 
foco na totalidade é uma habilidade do administrador, pois terá que considerar 
Exemplos concretos da complexidade do mundo dos 
negócios e da valorização do pensamento sistêmico são 
as redes de empresas como as franquias, a cadeia de 
suprimento e distribuição (fornecedores de matéria-
prima, fabricantes, atacadista e distribuidores, agentes, 
varejistas), as fusões, os grupos empresariais e a 
integração de setores (primário, secundário e terciário). 
 
36 
 
diversos aspectos como a produção, o limite de tempo, o comportamento das pessoas, 
os prazos estabelecidos pelos clientes e fornecedores, entre outros. 
 
Tente formular um texto de meia página, explicando o que é complexidade no 
mundo dos negócios e encaminhe ao fórum. Compartilhe o seu saber e busque o 
saber de seus colegas! O aprendizado é construído paulatinamente, não há magia, o 
que há é trabalho, dedicação e vontade. Por isso mesmo, não nos cansamos de lhe 
parabenizar pelo seu atento acompanhamento a esta disciplina! 
 
Continuando a viagem.... 
 
Lembre-se de que paisagens já vistas podem ser revistas, revisitadas... Não tema ler e 
reler tudo o que foi lido até aqui para agregar conhecimento ao novo. Para realmente 
sedimentar a competência que você deverá ter para ser um@ Administrador@ de 
sucesso! 
2.2 Enfoque Sistêmico 
 
 Para se compreenderem os problemas complexos e procurar solucioná-los é 
importante que se analise o sistema, com suas várias partes interdependentes. Este 
tópico aborda o conceito e princípios do sistema, a estrutura dos sistemas, os tipos de 
sistemas, as bases do pensamento sistêmico e suas aplicações. 
 
2.2.1 Conceito, princípios e tipos de sistema 
 
 Para Caravantes et al (2005), um sistema é qualquerentidade, conceitual ou 
física, composta de partes inter-relacionadas, interatuantes ou interdependentes, 
dotada de um objetivo. 
 Assim, em um sistema têm-se as partes (ou elementos, ou componentes), a 
relação (ou interação) e a entrada de novos integrantes. 
 
 Tendo finalizado esse item você poderia dizer que 
compreendeu o que é complexidade? Caso queira 
aprofundar-se, busque a referência bibliográfica. 
 
37 
 
Muitos sistemas são formados por uma combinação de elementos físicos e 
abstratos. Em alguns sistemas, predomina um tipo de componente. Os computadores, 
por exemplo, têm os dois tipos – a parte física (teclado, CPU, mouse etc.) e a parte 
abstrata (os softwares ou programas). 
 
2.2.2 Estrutura dos sistemas 
 
 Qualquer sistema pode ser representado como conjunto de elementos ou 
componentes interdependentes, que se organizam em três partes: entradas, processo e 
saída (Figura 7). (CHIAVENATTO 2006, MAXIMIANO 2005, CARAVANTES et al 
2005, MEGGINSON et al 1998) 
 
Figura 7 – Elementos de um sistema 
Fonte: Adaptado de MAXIMIANO (2006) 
 
ƒ Entradas 
As entradas (inputs) compreendem os elementos ou recursos físicos e abstratos 
de que o sistema é feito, incluindo todas as influências e recursos recebidos do meio 
ambiente. 
ƒ Processos 
Todo sistema é dinâmico e tem processos que interligam e transformam os 
elementos de entrada em resultados. Todas as organizações usam pessoas, dinheiro, 
materiais e informação, mas um banco é diferente de um exército e os dois de uma 
escola e esses três de um hospital, devido às diferenças nos processos internos e nos 
Você saberia citar outros exemplos de sistemas? 
Faça isso! 
 
38 
 
resultados de cada um. São diferentes: a tecnologia, as normas e regulamentos, a 
cultura e os produtos e serviços que cada um produz. 
ƒ Saídas 
As saídas (outputs) são os resultados do sistema, os objetivos que o sistema 
pretende atingir ou efetivamente atinge. 
ƒ Feedback 
Feedback (palavra que significa retorno da informação, efeito retroativo ou 
retroalimentação) é o que ocorre quando a energia, informação ou saída de um sistema 
retorna. O mesmo reforça ou modifica o comportamento do sistema. 
 
 Caravantes et al (2005) e Chiavenatto (2006) ainda trazem outros elementos na 
estrutura dos sistemas, como a entropia e homeostase. 
ƒ Entropia 
É a tendência que têm os organismos, quaisquer que sejam, no sentido da 
desagregação. Em um sistema biológico ou social (aberto), a entropia pode ser 
interrompida, transformando-se no que chamamos de entropia negativa, ou 
homeostase. Nesse caso, o sistema pode buscar novos rumos no ambiente externo e se 
desenvolver. 
ƒ Homeostase 
É o oposto da entropia. No organismo humano, o processo homeostático se faz 
presente, automaticamente, sempre que há um distúrbio no sistema. Assim, sempre 
que um fator de perturbação (doença) atinge o sistema, o organismo tende a gerar 
anticorpos, de forma a reequilibrar o sistema. 
 
2.2.3 Bases do Enfoque Sistêmico na Administração 
 
 A mudança é provavelmente o fator crítico que afeta tanto a vida dos 
indivíduos como as operações de uma empresa. Megginson et al (1998) enfatizam que 
“os que se adaptam sobrevivem; os que não se adaptam ficam estagnados e podem até 
 E nas organizações, você acredita que 
o reequilíbrio é automático? Justifique. 
Está claro para você o que é feedback? 
Dê um exemplo. 
 
39 
 
morrer. A estabilidade relativa nos anos 50 foi destruída pelo ativismo dos anos 60. A 
administração de organizações descobriu que o ambiente social, político e legal 
influenciavam quase todas as decisões”. 
 Dessa forma, as antigas abordagens já não funcionam mais. O ambiente estável 
e previsível de ontem já não existe mais, o que coloca a organização em um contexto 
complexo, exigindo uma atuação mais sistêmica do administrador, contextualizando 
todas as forças internas e externas que afetam as decisões organizacionais. 
O enfoque sistêmico oferece ao administrador uma visão integrada das 
organizações e do processo administrativo. O enfoque sistêmico é também uma 
ferramenta para planejar e montar sistemas que produzam resultados, conforme 
explica Maximiano (2006). 
 Assim, no planejamento estratégico e nas demais funções da administração, 
como a organização, a liderança e o controle, é fundamental que o administrador 
identifique o processo como sistema, pois a empresa não é formada de partes isoladas. 
Esta recebe influência interna, como das áreas (marketing, recursos humanos, finanças, 
produção, logística, compras), das pessoas, da tecnologia, e também da parte externa 
(economia, política, leis, meio ambiente, tecnologia, concorrência, sociedade e cultura). 
 
 
 Em 1918, Mary Parker Follett já falava na necessidade de os administradores 
considerarem a “situação total”. Essa pioneira imaginava um modelo holístico de 
gerência, que incluía não apenas os indivíduos e os grupos, mas também os efeitos de 
fatores ambientais, como política, economia e biologia. 
 As características principais da abordagem, segundo Chiavenatto (2006), são a 
dinamicidade, a multidimensionalidade, a adaptabilidade, a visão sistêmica, a 
multidisciplinaridade (sociologia, psicologia, economia, ecologia, pesquisa 
operacional) e o probabilismo (explicadas em termos preditivos e não com absoluta 
certeza). 
Saiba que a idéia de sistema vem dos antigos gregos, mas o 
moderno enfoque sistêmico começou a se formar na mesma 
época em que os pioneiros lançavam as fundações da 
administração científica do processo administrativo e da 
qualidade total. 
 
40 
 
 As mais importantes linhas de pensamento que convergiram para o moderno 
enfoque sistêmico são: a teoria da forma, a cibernética e a teoria geral dos sistemas 
(Figura 8). 
TEORIA AUTOR PRINCIPAIS IDÉIAS 
 
GESTALT 
 
 
WERTHEIMER 
O todo é maior que a soma das partes. 
As propriedades das partes são definidas pelo 
todo a que pertencem. 
 
 
CIBERNÉTICA 
 
 
WEINER 
A informação é a base do controle de sistemas. 
O autocontrole de um sistema depende de 
informações sobre seu objetivo e sobre seu 
próprio desempenho. 
 
 
TEORIA GERAL 
DOS SISTEMAS 
 
 
VON 
BERTALANFFY 
O desempenho de qualquer componente 
depende do sistema em que se insere. 
É necessário usar uma abordagem holística ou 
sistêmica para lidar com a complexidade dos 
todos. 
Figura 8 – Principais teorias associadas ao moderno enfoque sistêmico 
Fonte: Adaptado de MAXIMIANO (2006) 
 
2.2.3.1 Teoria da Forma (Gestalt) 
 
 Como afirma Maximiano (2006) Max Wertheimer e outros psicólogos alemães 
desenvolveram o conceito de Gestalt (teoria da forma), num trabalho que se estendeu 
de 1912 a 1940,. Ele desenvolveu a teoria da forma segundo a idéia de que as pessoas 
enxergam os objetos e os fenômenos em seu conjunto. 
 De acordo com a teoria da Gestalt, a natureza de cada elemento de um conjunto 
é definida pela estrutura e pela finalidade desse mesmo conjunto. Assim, cada tecla de 
um teclado é interpretada como parte deste, não como peça isolada. Nós analisamos o 
objeto, por exemplo, de forma sistêmica, como um conjunto único que tem uma 
finalidade, e não como conjunto de elementos independentes que necessitam ser 
interpretados um a um. 
 A teoria da forma explica certos fenômenos do aprendizado, porque 
reconhecem o formato e não pela interpretação das sílabas, bem como da percepção 
que as pessoas têm dos objetos à sua volta. A teoria da forma é uma explicação sobre a 
maneira como as pessoas percebem o mundo dos objetos e eventos. 
 No marketing, por exemplo, no gerenciamento de produtos, marcas e 
embalagens, é possível trabalhar com a visão e percepção,a partir da forma dos 
produtos. Crianças novas são capazes de “ler” a palavra Coca-cola, porque reconhecem 
o formato. 
 
41 
 
www.cocacola.com.br 
 
 
 
2.2.3.2 Cibernética 
 
 Nos anos 1940, o matemático americano Norbert Wiener participou do projeto 
de desenvolvimento de mísseis autocontrolados, que deram origem aos mísseis 
inteligentes e a muitos sistemas automáticos da atualidade. Ele procurou estudar a 
máquina comparando-a a um organismo vivo. 
 Para designar esse novo campo da ciência, que busca encontrar elementos 
comuns no funcionamento das máquinas e do sistema nervoso humano, Wiener 
utilizou a palavra cibernética. A idéia central da cibernética é o autocontrole dos 
sistemas, visando ao alcance de um objetivo. 
 Segundo Chiavenatto (2006), a cibernética é a ciência da comunicação e do 
controle no animal (homem, seres vivos) e na máquina. A comunicação torna os 
sistemas integrados e coerentes, e o controle regula o seu comportamento. 
 O autocontrole dos sistemas por meio da informação está ligado à idéia de 
equilíbrio dinâmico (o equilíbrio entre o sistema e seu objetivo), que passou da 
cibernética para o campo da administração. A principal aplicação desta idéia é o 
conceito de que todo sistema deve ser autocontrolado por meio de algum fluxo de 
informação que lhe permita o seu pleno funcionamento. 
 
2.2.3.3 Teoria geral dos sistemas 
 
 A abordagem estruturalista pode ser considerada um primeiro esforço na busca 
de integrar abordagens que se concentravam em áreas específicas, como a abordagem 
clássica e as das Relações Humanas. Mas é na Teoria Geral dos Sistemas (TGS), 
conforme explicam Caravantes et al (2005), que encontraremos um esquema teórico 
Saiba que a Gestalt, em outras palavras, conduz a um 
raciocínio integrativo, que considera qualquer objeto, 
evento ou sistema. 
 
42 
 
maduro, capaz de propiciar as condições básicas para a integração sonhada pelos 
teóricos organizacionais. 
 O fato histórico que reverteu o processo unidirecional da especialização foi a 
Segunda Guerra Mundial, que exigiu a formação de equipes interdisciplinares, com 
especialistas de áreas diversas, para equacionar e solucionar os problemas complexos 
surgidos. Após a Segunda Guerra, tivemos vários acontecimentos como a crise do 
petróleo (década de 70), o fim da Guerra Fria, entre 1989 e 1991, e a intensificação do 
processo de globalização nos anos 80, que exigiram uma visão sistêmica dos 
administradores na solução dos problemas, no gerenciamento e processo decisório. 
A teoria geral dos sistemas foi desenvolvida pelo cientista alemão Ludwig von 
Bertalanffy e tem como objetivos: classificar os sistemas, segundo a maneira como seus 
componentes se organizam e identificar as “leis” ou padrões característicos de 
comportamento de cada categoria de sistemas. 
 Bertalanffy formulou as duas idéias básicas de sua teoria geral dos sistemas: 
interdependência das partes e tratamento complexo da realidade complexa. 
(MAXIMIANO 2006, MEGGINSON et al 1998, CARAVANTES et al 2005, 
CHIAVENATTO 2006). 
 
I. Interdependência das partes 
É preciso analisar não apenas os elementos, mas também suas inter-relações. A 
teoria geral dos sistemas é a exploração científica de “todos” e “totalidades”. 
 As empresas também são sistemas compostos de diversas partes ou áreas 
(marketing, produção, recursos humanos, finanças) e também de outros sistemas como 
o técnico (formado por recursos e componentes físicos e abstratos, como objetivos, 
divisão do trabalho, tecnologia, duração das tarefas, instalações, procedimentos), e o 
social (formado por todas as manifestações do comportamento dos indivíduos e dos 
grupos como as relações sociais, grupos informais, cultura, clima, atitudes, crenças, e 
motivação). 
 
II. Tratamento complexo da realidade complexa 
Segundo Bertanlanffy, a tecnologia e a sociedade, hoje em dia, tornaram-se tão 
complexas que as soluções tradicionais não são mais suficientes. É necessário utilizar 
abordagens de natureza holística ou sistêmica, generalistas ou interdisciplinares. 
 
43 
 
De acordo com o mesmo autor, a teoria dos sistemas é a reorientação do 
pensamento e da visão do mundo, a partir da introdução dos sistemas como 
paradigma científico, que contrasta com o paradigma analítico, mecânico e linear de 
causa e efeito da ciência clássica. 
 
 
2.2.4 O “Homem Funcional” 
 
 
 A Teoria Geral dos Sistemas utiliza o conceito de “homem funcional”, em 
contraste com o conceito de “homem econômico”, da Teoria Clássica, do “homem 
social”, da Teoria das Relações Humanas, do “homem organizacional”, da Teoria 
Estruturalista e do “homem administrativo”, da Teoria Comportamental (ou 
behaviorista). 
 O indivíduo, conforme explica Chiavenatto (2006), comporta-se, 
desempenhando um papel específico nas organizações, inter-relacionando-se com os 
demais indivíduos como um sistema aberto. Essa interação altera ou reforça o papel. 
 
2.2.4.1 Sistemas Abertos e Fechados 
 
 Os sistemas podem ser abertos ou fechados. (MAXIMIANO 2006, 
MEGGINSON et al 1998, CARAVANTES et al 2005, CHIAVENATTO 2006). 
 Um sistema fechado não interage com o ambiente externo e, portanto, não é 
influenciado pelo que está acontecendo nesse ambiente. Exemplo: motor elétrico 
movido por bateria. 
 Por outro lado, um sistema aberto, como, por exemplo, uma organização, tende 
sempre a ter um relacionamento dinâmico com seu ambiente, recebendo vários inputs, 
transformando-os de alguma forma para chegar ao produto final (outputs). Receber os 
inputs na forma de material, energia e informação, levando em conta a retroinformação 
 Você sabe por que se denomina de Homem 
Funcional? E qual seria a diferença entre o 
Homem Funcional e o Homem Econômico? 
 E então compreendeu a teoria de sistemas? 
Sabe o que é um sistema e por que é importante o 
pensamento sistêmico para as organizações? 
 
44 
 
em relação ao produto final, permite ao sistema aberto compensar e evitar o processo 
de sua estrutura e componentes internos, assim que surge a necessidade. 
 
2.3 Tecnologia da Informação 
 
2.3.1 Evolução histórica 
 
Desde a Revolução Industrial, a tecnologia vem influenciando o funcionamento 
das organizações. A aplicação do vapor como tecnologia de produção, que substituiu o 
trabalho humano, permitiu o aparecimento de fábricas e indústrias, e não mais a 
produção artesanal. Nessa época, surge também a máquina a vapor, o que permitiu 
distribuir em massa os produtos fabricados em locais distantes da industrialização. 
No final do século XVIII, a invenção da máquina de escrever alterou 
significativamente o processo produtivo dos escritórios, possibilitando maior agilidade 
e registro das informações. 
No final do século XIX, o surgimento do telefone permitiu a expansão e a 
descentralização das organizações rumo a novos e diferentes mercados, uma vez que a 
comunicação tornou-se mais rápida e as negociações podiam ser feitas a distância. 
O navio, o automóvel e o avião proporcionaram uma expansão sem precedentes 
nos negócios mundiais. Nas Idades Antiga e Média, muitos produtos já eram 
comercializados em outras regiões distantes, através das Naus (navios), em um 
acontecimento histórico denominado de Grandes Navegações. Os produtos eram 
especiarias como canela, cravo, gengibre, pimenta, entre outros. 
O desenvolvimento tecnológico constituiu a plataforma básica que impulsionou 
o desenvolvimento das organizações e permitiu a consolidação da globalização, 
salienta Chiavenatto (2006). 
Foi a invenção do computador, no entanto, na segunda metade do século XX (a 
partir de 1945), que permitiu as atuais características deautomação das organizações, 
como os sistemas de gestão, o controle da máquina por mecanismos digitais, a gestão 
 Qual a importância da Tecnologia da 
Informação na Administração? 
 
45 
 
do relacionamento com o cliente a partir de banco de dados computadorizados. 
 
 O computador tem sua origem na Cibernética: o primeiro esforço científico 
integrado no sentido de reunir diferentes áreas e especialidades da ciência – 
Matemática, Engenharia, Medicina, Eletrônica, Física, Neurologia etc., para a 
construção de uma máquina complexa que funcionasse como o cérebro humano. 
 Foi com o computador pessoal (PC), em 1975, que a informação foi levada em 
larga escala - tanto corporativa, como individual ou doméstica – e à substituição dos 
antigos centros de processamento de dados corporativos pelas redes corporativas de 
informação (mainframes). 
 
2.3.2 Sistema de informação 
 
 Nas empresas, o sistema de informação abrange várias áreas como marketing, 
produção, finanças, recursos humanos, compras, logística, vendas e, nesse sentido, é 
importante que o sistema de informação gerencial de cada área seja integrado com os 
demais, a fim de permitir o gerenciamento das informações de forma adequada, no 
momento e locais certos. 
 
2.3.2.1 Dado, Informação e Comunicação 
 
 Há diferença entre dado e informação? E 
entre ambos e comunicação? Você sabe dizer?
 Já percebeu o quanto é importante um 
bom sistema de informação para os 
negócios e para os países? 
Saiba que sem o computador, não haveria a 
possibilidade de administrar grandes organizações com 
uma variedade significativa de produtos, serviços, 
processos, materiais e recursos, clientes, fornecedores, 
parceiros comerciais, funcionários, governo, imprensa, 
sociedade e outros públicos envolvidos. 
 
46 
 
 No mundo contemporâneo, a informação envolve um processo de redução de 
incerteza, pois é o conhecimento disponível para uso imediato e que permite orientar a 
ação, ao reduzir a margem de incerteza que cerca as decisões cotidianas. 
 As organizações são bombardeadas de informações de todos os lados e, cada 
vez mais, se tornam complexas. Assim, o gerenciamento das informações é 
fundamental para serem tomadas decisões em ambientes instáveis, imprevisíveis e 
mutáveis. 
 Para esclarecer o significado de dados e informação, citaremos os conceitos 
definidos por Chiavenatto (2006): 
 Dado: É o registro ou anotação a respeito de um evento ou ocorrência. Um 
banco de dados é um meio de acumular e armazenar conjuntos de dados para serem 
posteriormente combinados e processados. Exemplo: número de clientes ativos; 
volume de vendas em determinado mês. 
 Informação: É um conjunto de dados com significado, ou seja, que reduz a 
incerteza ou que aumenta o conhecimento a respeito de algo. Exemplo: volume de 
vendas por cliente para serem tomadas decisões de marketing de relacionamento. 
 E comunicação ocorre, quando a informação é transferida a alguém, sendo 
também compartilhada por essa pessoa. Para que haja comunicação, é necessário que o 
destinatário da informação a receba e a compreenda. Exemplo: comunicação de 
marketing através da propaganda e da publicidade. 
 
2.3.2.2 Teoria da informação e comunicação 
 
 A teoria da informação surgiu com as pesquisas de Claude E. Shannon e 
Warren Weaver, no campo da telefonia, em 1949. 
 O sistema de comunicação tratado pela teoria da informação consiste em seis 
componentes (Figura 9): 
 
Figura 9 – Sistema de comunicação 
Fonte: Adaptado de CHIAVENATTO (2006) 
 
Fonte
Fonte Transmissor Canal Receptor Destino 
 
47 
 
a) Fonte: pessoa, coisa ou processo que emite ou fornece as mensagens por 
intermédio do sistema. 
b) Transmissor: o processo ou equipamento que opera a mensagem, transmitindo-
a da fonte ao canal. O transmissor codifica a mensagem fornecida pela fonte 
para poder transmiti-la. É o caso dos impulsos sonoros (voz humana da fonte) 
que são transformados e codificados em impulsos elétricos pelo telefone 
(transmissor) para serem transmitidos para outro telefone (receptor). 
c) Canal: o equipamento ou espaço intermediário entre o transmissor e o receptor. 
Exemplos: TV e rádio (antenas), telefone (fios). 
d) Receptor: processo ou equipamento que recebe a mensagem do canal. O 
receptor decodifica a mensagem para coloca-la à disposição do destino. É o caso 
dos impulsos elétricos (canal telefônico) que são transformados e decodificados 
em impulsos sonoros pelo telefone (receptor), para serem interpretados pelo 
destino (pessoa que está ouvindo o telefone receptor). 
e) Destino: pessoa, coisa ou processo a quem é destinada a mensagem no ponto 
final do sistema de comunicação. 
f) Ruído: quantidade de perturbações indesejáveis que tendem a deturpar e 
alterar, de maneira imprevisível as mensagens transmitidas. Uma informação 
ambígua ou que induz a erro é uma informação que contém ruído. 
 
2.3.3 Informática 
 
 A informática é a disciplina que lida com o tratamento racional e sistemático da 
informação por meio automáticos. (CHIAVENATTO 2006) 
 Na realidade, a Informática é a parte da Cibernética que trata das relações entre 
as coisas e suas características de maneira a representá-las através de suportes de 
informação. A informática é um dos fundamentos da teoria e dos modelos que 
fornecem as regras para o tratamento da informação. 
 
 
Mais um item! Parabéns de novo! 
Você é 10! 
 
48 
 
Tem alguma dúvida a respeito de Tecnologia de Informação? Sabe agora a diferença 
entre dado, informação e comunicação? Sabe quais são os componentes de um 
sistema de comunicação? Então, mãos à obra! Responda às questões do Caderno de 
Atividades referentes a este item e veja o quanto acertou. 
 
Compartilhe com o orientador, o especialista e colegas... 
2.4 Conseqüências da Informática na Administração 
 
 As principais conseqüências da Informática na Administração são: automação, 
sistemas de informação, integração do negócio e e-business. (CHIAVENATTO 2006) 
 
2.4.1 Automação 
 
 A automação é uma síntese de ultra-mecanização, super-racionalização (melhor 
combinação dos meios), processamento contínuo e controle automático (pela retroação 
que alimenta a máquina com o seu próprio produto). 
 
 Com a automação surgiram sistemas automatizados e fábricas autogeridas. 
Algumas indústrias químicas e refinarias de petróleo apresentam uma automação 
quase total. O mesmo ocorre em organizações cujas operações são relativamente 
estáveis e cíclicas, como centrais elétricas, ferrovias, metrôs etc. Bancos e financeiras 
estão entre as organizações que mais investem em automação de suas operações, seja 
em âmbito interno, na administração de produção e recursos humanos, como também 
externamente, na relação com os clientes e fornecedores. 
 
2.4.2 Sistema de informação gerencial 
 Para melhorar o processo decisório, as organizações criam sistemas específicos 
de busca, coleta, armazenamento, classificação e tratamento de informações relevantes 
para seu funcionamento. Tais sistemas são denominados sistemas de informação 
gerencial (SIG). 
 Quais seriam essas conseqüências? Para 
você elas são mais positivas ou mais 
negativas? Por quê? 
 
49 
 
 Os sistemas de informação gerencial constituem sistemas computacionais 
capazes de proporcionar informação como matéria-prima para as decisões a serem 
tomadas dentro da organização. 
 Os sistemas de informação gerencial constituem uma combinação de sistema de 
computação, de procedimentos e de pessoas, e têm como base um banco de dados, que 
nada mais é do que um sistema de arquivos interligados e integrados. 
 
2.4.3 Integração do negócioA passagem do mundo real para o mundo virtual passa pela TI, que 
proporciona os meios para que as organizações organizem e agilizem seus processos 
internos, sua logística e seu relacionamento com o ambiente. Integração, conectividade 
e mobilidade são as palavras de ordem no mundo atual. A implantação de um sistema 
integrado de gestão organizacional envolve quatro fases: 
a. Construir e integrar o sistema interno: integração de softwares de gestão, como o 
ERP. 
b. Integrar as entradas: a cadeia integrada de fornecedores. Essa integração exige 
uma logística de materiais: significa dispor dos produtos no tempo certo, no 
local exato e na quantidade esperada. O SCM (Supply Chain Management) 
gerencia e sincroniza toda a cadeia de fornecimento – desde o fornecimento de 
matéria-prima pelos fornecedores até o usuário final, passando pelos 
produtores e distribuidores ou intermediários. 
c. Integrar as saídas: o relacionamento com os clientes. É preciso um atendimento 
impecável ao cliente através de softwares conhecidos pela sigla CRM 
(Customer Relationship Management). O objetivo é a fidelização do cliente. No 
atual cenário competitivo, a tecnologia é o fator diferencial. 
d. Integrar o sistema interno com as entradas e saídas. 
 
2.4.4 E-business 
 
 São os negócios virtuais feitos através da mídia eletrônica, que recebe o nome 
de Web (Wide World Web). Envolve compras e vendas eletrônicas, parcerias, redes 
estratégicas, logística virtual, produção sob medida, entre outros. 
 
50 
 
 
 
2.5 Teoria da Contingência 
 
 Neste tópico, vamos explicar como surgiu a abordagem contingencial, seu 
conceito e importância para a ciência da administração, e principais características. 
 
2.5.1 Conceito e Objetivos da Teoria da Contingência 
 
 Chiavenatto (1997) diz que a palavra contingência significa algo incerto ou 
eventual, que pode se suceder ou não. A abordagem contingencial salienta que não se 
atingem os objetivos de forma eficaz, seguindo-se um único modelo ou diretriz, ou 
forma pré-estabelecida para todas as circunstâncias, mas, sim, através de diversas 
variáveis internas e externas. 
Outro aspecto que sintetiza os pressupostos da Teoria da Contingência é que ela 
recebe contribuição das várias outras teorias, como a Administração Científica, Teoria 
Clássica, Teoria das Relações Humanas, Teoria da Burocracia, Teoria Estruturalista, 
Teoria Neoclássica, Teoria Comportamental e Teoria de Sistemas. O que vai determinar 
qual a melhor será o momento, a circunstância atual, ou seja, não existe uma melhor ou 
pior, e, sim, a que é mais adequada para os objetivos que se quer alcançar no momento. 
Stoner & Freeman (1999) conceituam abordagem contingencial como a 
concepção de que a técnica de administração que melhor contribui para o alcance dos 
objetivos organizacionais pode variar em situações ou circunstâncias diferentes. 
Com essa relatividade, a Teoria da Contingência se torna flexível, 
conseqüentemente, mais adaptável às mudanças rápidas que acontecem no mundo dos 
 Você sabia que o princípio geral da teoria da 
contingência é: “nada é, mas tudo pode ser”? 
 Explique com suas palavras o que significa 
um sistema de informação gerencial para a 
organização moderna. 
Ao finalizar, envie a seu orientador. 
 Ouça sua música preferida e vamos 
caminhar mais um pouco pela Teoria! 
 
51 
 
negócios e na ciência da administração. A mesma combina os aspectos mais positivos 
das outras abordagens, como ressaltam Megginson et al (1998), a abordagem da 
contingência teoricamente afirma que condições e situações diferentes exigem a 
aplicação de técnicas diferentes de administração. 
Assim, não há verdades, conceitos ou princípios universais que possam ser 
aplicados em todos os casos. Em vez disso, cada situação, na empresa, deve ser 
abordada com uma atitude de: “isto depende”. 
 
2.5.2 Origens da Teoria da Contingência 
 
As origens da Teoria da Contingência são explicadas por meio de uma série de 
pesquisas para explicar as formas de estruturas organizacionais mais eficazes em certos 
tipos de empresas. As pesquisas foram desenvolvidas por Chandler, Burns & Stalker, 
Lawrence e Lorsch, Joan Woodward. 
A pesquisa de Chandler, de 1962, realizou uma série de investigações históricas 
sobre as mudanças estruturais de grandes organizações, relacionando-as com a 
estratégia de negócios. Sua conclusão é que, na história industrial, a estrutura 
organizacional das empresas americanas foi sendo gradativamente determinada pela 
sua estratégia mercadológica. 
A pesquisa de Burns e Stalker, realizada em 20 indústrias inglesas em 1961, 
procurou verificar a relação existente entre as práticas administrativas e o ambiente 
externo das indústrias. Eles classificaram as indústrias pesquisadas em dois tipos: 
organizações “mecanicistas”, com características clássicas, como estrutura burocrática, 
minuciosa divisão do trabalho, hierarquia rígida, especialidade, interação vertical, 
procedimentos formais; “orgânicas”, fundamentadas em pressupostos como estruturas 
flexíveis, pouca divisão do trabalho, predomínio da interação lateral, maior confiança 
nas comunicações, ênfase nos princípios da Teoria das Relações Humanas. 
A pesquisa de Lawrence e Lorsch, realizada em 1972, foi a que mais repercutiu 
para o aparecimento da Teoria da Contingência. Aliás, esta expressão resultou dessa 
pesquisa. Preocupados com as características que devem ter as empresas para enfrentar 
com eficiência as diferentes condições externas, tecnológicas e de mercado, fizeram 
A partir da consciência de que “tudo 
depende” você imagina qual a origem da 
teoria contingencial? Pois vamos saber já! 
 
52 
 
uma pesquisa comparando dez empresas em três diferentes segmentos industriais – 
plásticos, alimentos empacotados e recipientes. Concluíram que os problemas 
organizacionais básicos são a diferenciação e integração. Estes pesquisadores definiram 
que a Teoria da Contingência procura explicar que não há nada de absoluto nos 
princípios de organização. Os aspectos universais e normativos devem ser substituídos 
pelo critério de ajuste entre organização e ambiente, e tecnologia. 
A pesquisa de Joan Woodward, realizada em 1958, em 100 firmas de diferentes 
tipos de negócios, de tamanhos diferentes, objetivou saber se os princípios de 
administração propostos pelas várias teorias administrativas correlacionavam-se com 
êxito do negócio quando postos em prática. As principais conclusões foram: o desenho 
organizacional é profundamente afetado pela tecnologia utilizada pela organização; há 
uma forte correlação entre estrutura organizacional e previsibilidade das técnicas de 
produção; as empresas com operações estáveis necessitam de estruturas diferentes 
daquelas organizações com tecnologia mutável; a importância de vendas, produção ou 
engenharia, na empresa, depende da tecnologia específica empregada. 
 
2.5.3 Características da Teoria da Contingência 
 
A Teoria da Contingência, de forma resumida tem as seguintes características: 
• O ambiente é dividido em ambiente geral – condições legais, tecnológicas, 
culturais, políticas, econômicas, demográficas, ecológicas; e ambiente de tarefa: 
fornecedores, clientes, concorrentes e entidades reguladoras. 
• As organizações têm os seguintes níveis: institucional ou estratégico, 
intermediário e operacional. 
• O arranjo organizacional: sistemas abertos. 
• Abordagem do desenho organizacional: estrutura organizacional matricial. 
• Dimensão do homem: complexidade. Um homem como um sistema complexo 
de valores, percepções, características e necessidades pessoais (Figura 10). 
 Está percebendo que é resultado de muita pesquisa uma nova 
teoria?

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